Cap. 16
Capitulo 16
Juro que tentei, mas dormir era uma coisa impossível para fazer aquela noite.
Depois que Harry, Ron e Lupin foram embora, eu arrumei minhas coisas para minha ‘viagem’. Como minha bolsa já continha tudo que iria precisar, apenas separei um conjunto das roupas dos anos 40 que Alvo havia me entregado há tanto tempo e deixei-as em uma poltrona.
Entrei no banheiro para tomar um banho, na esperança de relaxar um pouco, mas fui interrompida por um patrono em forma de lobo que entrou pela janela.
- Chegamos a salvo. Não preocupe-se, tomarei conta de Harry e Ronald. Boa sorte Hermione. – disse a voz de Lupin, e o patrono desapareceu. Engraçado o patrono dele ser um lobo...
Enfim pude tomar meu banho, agora mais sossegada por saber que Harry e Ron estavam bem. Meia hora depois quando a água da banheira já havia começado a esfriar, levantei-me, coloquei um pijama e fui para o quarto que estava usando desde que chegamos ao Largo.
Cheguei a deitar na cama, fechar os olhos e tentar dormir, mas as horas passavam-se e nada do sono bater. Eu estava ansiosa? Imagina! Eu só estava contando as horas para voltar praticamente 50 anos ao passado, viver por não sei quanto tempo com meu maior inimigo, e praticamente vou viver outra vida.
Olhei o relógio. Eram 3:00h da manha. Fechei os olhos novamente, enfim conseguindo dormir. Enquanto durmo ouço vozes, a voz de Alvo e de Severo, repetindo varias vezes na minha cabeça o que há muito haviam falado pessoalmente.
“voltaria para o ultimo ano de Tom em Hogwarts e tentaria descobrir mais um pouco sobre ele. Qualquer coisa que soubermos sobre Tom ajudará a derrotar Voldemort”
“Pense bem antes de aceitar Hermione. Eu convivo com Voldemort e sei que não é fácil. E vai ser muito mais difícil do que você imagina descobrir algo dele”
“Talvez você queira ficar um mês, um ano ou para sempre. O importante é voltar quando você achar certo. E apenas se você quiser voltar”
(Trechos do capitulo sete)
“Quando você aparecer no passado, eu – disse Dumbledore – irei te encontrar no orfanato. Você me contará que veio do futuro, mandada por mim em uma missão.”
(Trecho do capitulo
oito)
“Querida Hermione,
Aproveite o tempo que você tem no presente
E não pense no futuro, passado
Quando chegar a hora
Da verdade não tenha medo
Pois pode não parecer, mas tudo foi feito por uma razão
AMOR
Lembre-se que nem sempre o bem está certo
Nem sempre tudo está perdido
Até breve”
(Trecho do capitulo treze)
Acordei com o sol batendo de leve em meu rosto. Esse deve ter sido o sonho mais estranho que eu já tive, sonhar com vozes como se o que elas falavam fosse importante. Sim, de certa forma era importante, mas o que mais me incomodava era a carta que Alvo havia deixado para mim e eu ainda não havia conseguido decifrá-la. Pelo menos essa noite eu não sonhei com aquele par de olhos cinza que atormentava-me desde o casamento.
Levantei lentamente e me dirigi ao banheiro. Sai do banheiro mais ou menos meia hora depois com o cabelo molhado escorrendo por minhas costas. Vesti a roupa que havia separado na noite anterior (http://www.polyvore.com/para_1944/set?id=47200085 )e me dirigi a cozinha. Realmente, eu demoraria um bom tempo para acostumar-me com as roupas dos anos 40.
Forcei-me a comer algo, pois mesmo estando sem fome sabia que ficar sem comer não ajudaria em nada.
Voltei para o quarto, fiz um feitiço para terminar de secar meu cabelo, e confirmei uma ultima vez se não estava esquecendo nada. Sai pela ultima vez daquele quarto, me dirigindo a sala. Estranhei o quadro da sra. Black não me xingar de sangue-ruim, mas não pude reclamar do silencio dela.
Olhei uma ultima vez para aquela sala, respirei lentamente enquanto levava minhas mãos até a pérola vermelha do meu colar. Eu não fazia ideia de como a poção contida naquela pequena pérola me levaria ao passado, mas confiava cegamente em Alvo e sabia que de algum jeito funcionaria.
Segurei a pérola e a apertei falando claramente – Chronus 1944! – em seguida, uma fumaça um pouco espessa e de tom levemente avermelhado surgiu. A fumaça começou a mover-se em espirais envolvendo meu corpo. Ela desceu do pescoço onde a perola encontrava-se e foi até meus pés, subindo novamente até que também se envolveu em minha cabeça. Assim que estava totalmente envolta pela fumaça, meu corpo foi relaxando, minha visão escurecendo até eu não poder ver mais nada e minha cabeça girava me deixando tonta.
Assim como começou, acabou. Logo que fui capaz de enxergar novamente, percebi que havia funcionado. Eu não estava mais na casa do Largo Grimmauld, longe disso, agora eu estava em uma rua deserta da Londres Trouxa, provavelmente perto do orfanato onde Voldemort, ou melhor Tom Riddle, havia nascido e morava durante as férias.
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Olhando ao redor, agradeci por nenhuma viva alma estar naquela rua no momento. Se algum trouxa me visse aparecer do nada assim, seria no mínimo cômico. Aproveitei que não havia ninguém, e tirei minha mala encolhida da bolsa, colocando-a no chão a minha frente.
- Engorgio - disse apontando a varinha para a mala, que voltou ao tamanho real no mesmo instante. Guardei a varinha na bolsa, peguei a mala e me dirigi à rua principal enquanto procurava pelo orfanato.
Quando perguntassem, eu já havia pensado em um desculpa: eu diria que meus pais haviam morrido enquanto eu estava na escola, e como não tinha nenhuma família, minha única opção era o orfanato. Talvez se eu chorasse um pouco, ficaria mais real.
Estaquei em frente a um velho e feio prédio que estava totalmente cercado por grades. O orfanato. Aproximei-me mais e subi as escadas que levavam até a porta. Respirei fundo e dei uma ultima olhada na rua antes de bater a porta. Quando meus olhos pousaram no horizonte, enfim entendi porque da calmaria, não devia passar das sete a.m.
Segurei firmemente a mala com uma mão, coloquei a cara mais triste que consegui no rosto, e com a mão livre, bati três vezes na porta. Tive que esperar um momento, até que pude ouvir um grito de dentro do prédio ' Só um minuto! Estou indo!'
Aguardei mais um pouco, e então uma mulher magra e de cabelos grisalhos apareceu a porta. Apesar do cabelo, seu rosto aparentava ter em media 40 anos.
- Olá querida - disse com uma voz calma - O que posso fazer por você?
- De-desculpa incomodar senhora - falei com uma voz triste como se estivesse prendendo o choro. - Ma-mais meus pais morreram e e-eu n-não tenho onde fi-ficar.
- Oh! Venha, entre. Vamos conversar na minha sala.
Segui a senhora por dentro do orfanato subindo uma escada até uma sala que reconheci sendo a mesma que ela levou Alvo quando ele vai falar com Tom pela primeira vez.
- Deixe sua mala ai perto da porta e venha se sentar. - Deixei minha mala onde ela havia falado e aproximei-me da mesa, sentando-me em uma cadeira em frente a que a senhora estava sentada - Que indelicadeza a minha! Chamo-me Dorea Cole.
- Prazer Sra. Cole. E-eu sou Her-Hermione Granger.
- Que nome bonito! Mas diga-me Hermione, o que aconteceu? Você é uma bela moça, e parece vir de uma boa família. O que houve?
- Minha família é britânica, mas eu, meus pais e minha tia morávamos na Itália. Depois que a guerra começou, decidimos voltar para a Inglaterra. Estávamos com tudo pronto para voltar, viria eu, meus pais, minha tia e meus padrinhos, mas meus padrinhos eram judeus. De alguma forma a policia descobriu que meus pais estavam abrigando meus padrinhos em casa, então um dia quando eu cheguei da escola estavam todos mortos. Eu resolvi voltar sozinha para a Inglaterra. Chegando aqui fui a casa onde meus avos moravam, mas acabei descobrindo que elas haviam morrido há algum tempo. Agora eu estou sozinha, sem família, sem ninguém. Se eu pudesse ficar aqui por apenas um ano... - falei tudo de uma vez esperando que ela acreditasse na minha mentira. Sem que eu percebesse, lagrimas escorreram por meu rosto.
- Acalme-se. Aceita um copo de água?
- Por-por favor.
Ela levantou, foi até um canto da sala e voltou com um copo de água na mão. Bebi toda a água de cabeça baixa, e só quando terminei que levantei a cabeça para olhar para a Sra. Cole.
- Agora que você está mais calma... Aqui, você só tem que completar este formulário. E não se preocupe a senhorita pode ficar aqui o tempo que precisar, mesmo completando a maioridade.
Ela entregou-me um papel onde algumas perguntas estavam escritas. Coisas básicas como nome, idade essas coisas.
- Aqui está - disse assim que terminei devolvendo o formulário a ela.
- Não fique triste querida. Logo você fará novas amizades, e com o tempo a dor da perda de seus pais passará. Agora venha.
Fomos em direção à porta que ela abriu lentamente. Fiz menção de pegar minha mala, mas ela interrompeu.
- Oh não! Isso deve estar pesado! Espere um instante... Ah, Tom, venha cá, por favor.
Vindo em nossa direção estava Tom Riddle. Na hora que nossos olhares encontraram-se eu congelei. Aqueles olhos eram os mesmos dos meus sonhos. Ele era a pessoa que eu havia sonhado no dia do casamento de Gui.
Isso devia ser um engano! Apertei os olhos e balancei levemente a cabeça, mas quando olhei para ele novamente não pude negar: eram os mesmos olhos cinza que atormentavam meus sonhos.
- Hermione, este é Tom Riddle. Ele está conosco no orfanato desde que nasceu. Tom, esta é Hermione Granger. Você poderia acompanha-la até um dos dormitórios vazios, por favor?
- Claro sra. Cole.
- Descanse Hermione. O almoço é servido ao meio dia... Tom ajude-a com a mala, sim?
Ele aproximou-se de mim e levantou a minha mala com facilidade. Se dirigir uma única palavra a mim, ele avançou pelo corredor vazio.
- Obrigada sra. Cole – falei e apressei-me para acompanhar o Tom.
Andamos em total silencio o que permitiu que minha mente viajasse para longe. Ok, talvez não tão longe já que ela pensava como Riddle era ainda mais bonito que na lembrança de Alvo. Imediatamente lembrei também que Riddle era um ótimo legimentes.
Ele parou abruptamente em frente a uma porta, e eu quase trombei nele por causa da parada brusca.
- Este é o seu quarto. Até breve srta. Granger.
Ele se afastou como se fosse um fantasma. Nenhum som podia ser ouvido dele, nem mesmo os passos.
Peguei minha mala e adentrei no, agora meu, quarto. Era simples. Apenas uma cama, uma mesa e um armário. Deitei a minha mala no chão, mas não me dei ao trabalho de esvazia-la já que logo Alvo viria me ver e eu iria para Hogwarts. Em uma das paredes havia uma porta que descobri dar acesso a um banheiro tão simples como o quarto. A única janela que havia era alta e pequena impedindo-me de ver qualquer coisa do lado de fora.
Tirei meus sapatos e deitei na cama pretendendo descansar um pouco da noite mal dormida. Fiz um feitiço que me avisaria quando fosse meio-dia para que eu não perdesse o almoço e sem nenhum esforço, dormi.
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Acorde com um zumbido na minha cabeça. Para mim a pior coisa do feitiço despertador era a dor de cabeça que ele me dava depois. Vesti novamente os sapatos e desci as escadas seguindo a voz das pessoas para achar à ‘cozinha’.
Cheguei a um salão com varias mesas, todas cheias com crianças e alguns adolescentes. Peguei meu prato e me dirigi a um canto onde havia uma única mesa que estava vazia. Estranhei o motivo de aquela mesa estar vazia, mas não me importei muito já que não estava com a mínima vontade de ficar falando com alguém.
- Psiu! – ouvi alguém me chamando e me virei deparando com um garoto que devia ter a minha idade – você é a garota nova, não é?
- Sou sim.
- Eu sou Billy, Billy Stubbs. Só queria te avisar que não é uma boa ideia você se sentar ai. – estranhei ele ter falado isso, mas logo ele completou e eu entendi porque do medo que tinha em sua voz – O Riddle sempre senta ai e ele prefere ficar sozinho. Acho que você não vai querer ver ele bravo.
Intriguei-me com o que o tal de Billy havia dito, e até cogitei ir sentar com ele para ver se conseguia descobrir algo Tom, mas acabei decidindo que podia fazer isso depois. Eu sendo novata no orfanato não deveria saber que Tom Riddle é perigoso.
- Obrigada por avisar, Billy, mas acho que vou correr o risco e ficar por aqui mesmo.
Ele assentiu e voltou a comer. Fiz o mesmo, mas fiz questão de comer bem lentamente para que quando Riddle chegasse, eu ainda estivesse aqui.
Após um tempo senti alguém me encarando, mas continuei concentrada no meu prato de comida quase acabado. Alguém puxou a cadeira que estava na minha frente sentando nela em seguida sem fazer nenhum som. Mesmo sem olhar sabia quem estava na minha frente. Sua aura emanava um poder totalmente palpável, que provavelmente até os trouxas podiam sentir. Desviei a atenção do meu prato para ele. Pela segunda vez, quando nossos olhares se encontraram, eu não consegui desviar. Existia algo nele que me prendia, e eu tinha medo disso. Muito medo. Aqueles olhos cinza hipnotizavam-me e me chamavam para mais perto em um convite mudo para explorar o desconhecido.
Quando finalmente consegui recuperar o controle da minha mente, levantei e comecei a andar sem dizer uma única palavra. Só neste momento percebi que todo o salão estava em silencio, observando-nos. Não liguei. A única coisa que habitava minha mente neste momento era o grande problema que eu havia me metido quando aceitei esta missão, pois de uma coisa eu tinha certeza: não importando que Tom Riddle fosse no futuro, agora eu não conseguiria (e não queria) ficar longe dele.
Comentários (2)
pf termine ela esta otima !!!!adorei
2013-02-25Obaaaaa, até que enfim a missão vai começar pra valer e eles se encontraram, mas eu fiquei morrendo de curiosidade para saber o que se passa na mente do Tom deste primeiro encontro, como será que ele recebeu a Hermione!!!! Estou adorando a fic e estarei sempre por aqui, beijos e até o próximo capítulo.
2012-11-10