Capitulo 1



  Era março, estávamos no meio do sexto ano em Hogwarts e a cada dia que se passava a guerra se aproximava mais.


    Harry quase não agüentava mais a pressão de ser o menino-que-sobreviveu, ainda mais com a morte de Sirius e a profecia. Esse ano ele estava tendo aulas particulares com o Dumbledore para aprender mais sobre Tom Riddle e futuramente conseguir matá-lo. Consequentemente eu e Ron sabíamos de tudo que Harry nos contava, e ante ontem ele havia nos dito sobre as Horcrux.


     Admito que ficamos espantados. Nunca havíamos imaginado uma magia tão forte e perigosa, mesmo sendo das trevas. Estávamos quase sem esperanças de conseguir ganhar, mas com a ajuda de Dumbledore esperávamos que tudo desse certo, afinal as Horcrux diário e anel já haviam sido destruídas e isso nos dava forças.


     Era domingo à noite e eu, Harry e Ron descemos para jantar. Os meninos estavam super empolgados, pois no dia seguinte seria a final de quadribol, Sonserina x Grifinoria, e Harry esperava conseguir a taça novamente esse ano.


     Eu mal conseguia comer por causa de tanta risada que dava das piadas que os meninos faziam, quando uma segundanista da Lufa-Lufa chegou perto de mim perguntando


     - Você é Hermione Granger?


     - Sou eu sim. Algum problema? – Devia ter acontecido alguma coisa, e como sou monitora os alunos mais novos viviam me procurando.


     - Não tem problema nenhum. Na verdade o Diretor me pediu para te entregar isso aqui. – Ela disse para minha surpresa me entregando uma carta.


     Peguei a carta e murmurei um “obrigada”. Vi a menina sair correndo e se juntar as amigas na mesa dela antes de voltar minha atenção para carta.


     Ron curioso como sempre nem teve a delicadeza de engolir a comida antes de me perguntar “Ofue of Dunffblefdoref qufer?” (tentativa falha de imitar o Ron falando com a boca quase transbordando de tanta comida).


     - O que? Você pode engolir antes de falar, por favor?


     - Ele disse ‘O que o Dumbledore quer?’ – traduziu o Harry para mim. Sinceramente será que sou só eu que não entendo o que o Ronald fala?


     - Ok eu vou ler em voz alta –disse enquanto abria a carta que dizia:


 


   “ Cara Srta. Granger


Boa noite.


Peço desculpas por interromper seu jantar, mas preciso urgentemente falar com você.


Encontre-me no meu gabinete o mais rápido possível, e digas aos senhores Potter e Weasley que não precisão se preocupar com nada. O que temos a falar não diz respeito à Ordem da Fenix, mas já a aviso que o assunto deverá ser mantido como o mais precioso segredo e é imperativo que ninguém repito, ninguém, o conheça  sem minha permissão.


Até breve,


              Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore


Ps.: Gosto de Sapos de Chocolate”


 


     Depois dos cinco segundos de silencio que fizemos quando terminei de ler, Ron me perguntou (graças a Merlin depois que engoliu a comida).


      - Nossa! Deve ser importante mesmo para ele se dar o trabalho de escrever o nome completo... e pelas meias de Merlin porque alguém iria querer saber se ele gosta ou não de sapos de chocolate?


     - Ron! Com tanta coisa importante para você falar tinha que ser justamente isso? E se você não percebeu, sapos de chocolate é a senha para entrar no gabinete dele. Bom, melhor eu ir ver o que ele quer. Vemos-nos mais tarde no salão comunal. – Disse enquanto me levantava da mesa e ia em direção ao gabinete do Diretor. Depois dos cinco minutos que levei para chegar até lá, parei na frente das gárgulas e disse ‘sapos de chocolate’ enquanto passava as mãos no cabelo em uma tentativa falha de diminuir um pouco o volume.


     Assim que as gárgulas me deram espaço, subi as escadas em direção a porta, e bati três vezes entes de escutar um sonoro ‘entre’ do outro lado da porta. Entrei e fechei a porta lentamente para que essa não batesse.  Quando me viro para frente, vejo Dumbledore sentado em sua enorme cadeira com seu conhecido sorriso nos lábios.


     - Sente-se Srta. Granger. Desculpe-me te tirar tão apressadamente de seu jantar. Aceita beber algo?


     - Não, obrigada.


     -Bom, neste caso, vamos direto ao assunto. Peço que primeiramente ouça tudo que tenho a dizer e depois responderei suas perguntas. De acordo?


     -Sim senhor.


     - Ótimo. Sei que por meio de Harry, a srta. está a par de toda a historia do jovem Tom Riddle e de como esse veio a se tornar o conhecido Lord Voldemort. Gostaria primeiramente que a srta. visse as mesmas lembranças que mostrei a Harry. Acompanhe-me. – Eu comecei a ficar nervosa. O que Dumbledore queria comigo? Ainda mais me mostrando o mesmo que á Harry?


     Fomos em direção da penseira e ele fez sinal para que eu me aproximasse.


     - A Primeira lembrança é de Beto Ogden, um funcionário do Departamento de Leis da Magia que morreu há algum tempo. Primeiro você.


     Eu me inclinei e mergulhei o rosto na substancia prateada. Quando vi já estava de pé em uma estradinha rural com Dumbledore ao meu lado, e a nossa frente um homem vestido com uma túnica que deduzi ser Ogden.


     Nós caminhamos por um curto caminho com nada mais para ver do que as cercas, o céu azul largo em cima e assobiando, a figura coberta pela túnica à frente. Então a pista encurvou à esquerda para fora, inclinando abruptamente em uma ladeira. Vi uma placa de madeira dizendo que estávamos a caminho de Little Hangleton. A pista encurvou à direita e quando nós dobrávamos a curva, e viramos a extremidade da túnica de Ogden desaparecer por uma abertura na cerca viva. O seguimos por um caminho que era curvilíneo, rochoso, e molhado, se inclinando abaixo na colina, e que parecia estar rumo a um pequeno remendo de árvores escuras pouco abaixo deles. Mais a frente havia uma casa. Suas paredes eram de azulejos cobertos por musgos e telhas tinham caído do telhado o que deixava algumas das vigas visíveis em alguns lugares. Urtigas cresciam ao redor da casa, seus galhos alcançavam as janelas, que eram minúsculas e cobertas com sujeira. Na mesma hora que eu tinha concluído que possivelmente ninguém poderia viver lá, uma das janelas foi aberta com um ruído, e uma fina faixa de vapor surgiu, como se alguém estivesse cozinhando.


     Ogden avançou quietamente e, bastante cauteloso. Como as sombras escuras das árvores que deslizavam em cima dele, ele parou novamente, enquanto encarava a porta da frente na qual, alguém tinha fixado uma cobra morta.


     Ouvi então um farfalhar e um estalo, e um homem andrajoso despencou da arvore mais próxima, caindo de pé diante de Ogden; este pulou para trás tão rápido que pisou nas abas da túnica e se desequilibrou.


     O homem disse algo que não pude entender. Reparando nele, vi que tinha cabelos espessos e faltavam-lhe vários dentes.


     Ogden deu alguns passos para trás antes de falar “Ãh... bom dia. Sou do ministério da Magia...” mas foi interrompido pelo desconhecido que sibilou mais alguma coisa que não fui capaz de entender. “Ãh... desculpe... não estou entendendo” Ogden disse. Pelo menos eu não era a única.


     - Morfino! – gritou uma voz ao mesmo tempo que um homem mais velho saia da casa batendo a porta ao passar. Parou ao lado do que devia ser Mofrino e que agora soltava gargalhadas ao ver Ogden no chão.


     -Ministério é?- Perguntou o mais velho.


     - Correto! – confirmou Ogden. – E o senhor, presumo, é o Sr. Gaunt?


     - Isso. O senhor não devia ter anunciado sua presença? Isso é uma propriedade privada. Ninguém pode ir entrando e esperar que meu filho não se defenda.


     - Defenda de que?


     - Bisbilhoteiros. Invasores. Trouxas e ralé.


     Morfino entrou na casa silenciosamente.


     - Foi o seu filho que vim ver, Sr. Gaunt. Aquele era o Morfino, não? – perguntou Ogden.


     - Ãh, era. O senhor tem sangue puro?


     - Isso não vem ao caso. Que tal continuarmos essa discussão dentro de casa? Estou aqui porque ocorreu uma seria violação das leis bruxas nas primeiras horas desta manhã...


     - Está bem! Entre na maldita casa. – gritou Gaunt.


     Entramos na pequena casa. Percebi que havia uma garota com o vestido rasgado do lado de uma panela que fumegava em um fogão negro.


     - Minha filha Mérope – apresentou Gaunt de ma vontade.


     - Bem, Sr. Gaunt -  disse Ogden - Indo direto ao ponto, nós temos razão para acreditar que seu filho, Morfino, executou magia em frente a um Trouxa ontem à noite.


     Ouvi um tinido ensurdecedor. Merope tinha derrubado uma panela.


     - Pegue! - Gaunt berrou – Isso, fica grudada no chão como se fosse uma desprezível trouxa. Para que serve sua varinha, sua inútil?


     - Sr. Gaunt, por favor! - disse Ogden


     - Agradável o afortunado homem do Ministério aqui, não é? Talvez ele a leve embora, talvez ele não ligue para abortos nojentos...."


     Sem olhar para qualquer pessoa ou agradecer Ogden, Merope apanhou a panela e a devolveu, com as mãos tremendo, para sua estante.


     - Sr. Gaunt - Ogden começou novamente -  como disse eu: a razão para minha visita...


     - Eu o ouvi na primeira vez! E o que tem? Morfino deu ao Trouxa um pouco do que estava merecendo. O que é que o senhor vai fazer?


     - Morfino quebrou uma lei mágica - disse severamente Ogden.


     - Morfino quebrou lei mágica -  Gaunt imitava Ogden, enquanto fazendo isto de um modo pomposo e cantado. Morfino gargalhou - Ele deu uma lição para um Trouxa imundo. Isso é ilegal, é?


     - Sim, receio que sim.


    Ele puxou de um bolso interior um rolo de papel pequeno de pergaminho e demonstrou isto.


     - O que isso então, a sentença dele? - disse Gaunt.


     - É uma convocação ao Ministério para uma audição...


     - Convocação! Convocação? Quem você pensa que é, chamando meu filho para convocação?


     - Eu sou chefe do Esquadrão de Execução de Leis Mágicas.


     - E você pensa que nós somos gente baixa, pensa? - irritou-se Gaunt, avançando em Ogden, com um dedo amarelo sujo apontado ao tórax dele. Ralé que irá correndo ao Ministério quando ele chama? Você sabe com quem você está falando, seu pequeno sangue ruim imundo, você sabe? – Perguntou mostrando para Ogden o anel feio, enegrecido que usava no dedo mediano, tirando-o ante os olhos de Ogden. - Vê isto? Sabe o que é? Sabe de onde veio? Há séculos tem estado em nossa família que é inteira puro-sangue! Sabe quanto já me ofereceram por isso, com o brasão de Peverell gravado na pedra? - Gaunt correu para a filha a arrastando para Ogden poder ver uma corrente de ouro no pescoço dela com um medalhão de ouro. - Veja isto! É de Salazar Slytherin! Nós somos os últimos descendentes vivos dele, o que isso diz a você?


     - Sr. Gaunt, eu tenho medo de seus antepassados, e isso não têm haver com o assunto em discussão. Eu estou aqui por causa de Morfino, Morfino e o Trouxa que ele abordou ontem à noite. Nossa informação é aquele Morfino lançou-lhe uma azaração causando-lhe urticaria.


     - E então, se ele tivesse feito isso?


     - Este foi um ataque provocado em um indefeso, e está claro pela atitude de seu filho que ele não sente nenhum remorso pelas ações dele. Morfino assistirá a uma audição no dia 14 de setembro respondendo ao ato de usar magia em frente a um Trouxa e causar dano e afligir o mesmo Trou... - Ogden parou. O som, trote de cavalos e vozes altas, risonhas estava atravessando a janela aberta. Aparentemente a pista sinuosa para a aldeia passava muito perto do lugar onde a casa estava. Gaunt gelou, escutando, com os olhos bem abertos. Morfino assobiou e dirigiu a face em direção aos sons, a expressão faminta. Merope elevou a cabeça.


     - Já podemos ir Hermione – Dumbledore me disse, e no segundo seguinte estávamos de volta ao seu gabinete. Dumbledore sentou-se em sua cadeira e fez sinal para que Hermione fizesse o mesmo.


     - Somando a lembrança ao que Harry te contou você já deve ter entendido quem eram aquelas pessoas.


     - Sim – eu disse, e logo após comecei a ditar – O Gaunt mais velho é o avô de Voldemort e Morfino o tio. Merope sua mãe e o trouxa que Morfino atacou é Tom, o pai dele.


     - Exatamente. É bom a srta. lembrar do que Harry lhe disse, assim acabaremos mais rápido e quanto mais rápido terminarmos, mais rápido poderei falar o que realmente quero. Agora já esta tarde. Volte para seu dormitório e me encontre aqui novamente amanhã no mesmo horário.


     - Certo. Boa noite, senhor – disse indo em direção a porta.


     - Boa noite. Só mais uma coisinha srta. Não diga nada sobre isso a ninguém.


     - Sim senhor. Até amanhã.

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