Não Tão Só
Se tinha algo que estranhara naquela primeira semana, fora sem dúvida alguma a companhia do mestre em poções, Severo Snape. Ele não era o que as pessoas poderiam chamar de companhia agradável, entretanto, ainda assim, era uma companhia.
-Que susto, Manny!-exclamou ela de madrugada, a caminho da geladeira.
A escuridão ao redor de Snape fazia com que ele só se tornasse visível a alguns centímetro de distância. Mas algo estava errado, ele se apoiava com força no balcão da cozinha.
-Severo?-a voz de Emily soou assustada.-Severo, você está bem?
Snape não respondeu. Se aproximando mais, ela percebeu que ele tremia e mal conseguia se manter em pé.
-Calma, calma.-a mulher não sabia se estava acalmando o homem ou a si própria enquanto ajudava-o a chegar até o sofá. Ele começara a sangrar, fazendo com que a outra beirasse o pânico.-Varinha, varinha...-começou a procurar desesperadamente nos bolsos.
Vacilante, Snape estendeu a dele para ela. Com o pensamento rápido, tentou todos os feitiços restauradores que conhecia, apenas para descobrir que nenhum deles funcionava.
Com pressa e atenção redobrada no professor, começou a procurar nas gavetas algo que pudesse ajudar, qualquer coisa. Um pacote de faixas chamou sua atenção. Ela usara quando sua afilhada viera passar as férias com ela e o pequeno cachorro da garota fora atropelado por uma moto. As faixas serviriam.
Voltou a sala e parou derrapando em frente ao mestre de poções, que respirava com dificuldade. Sem hesitar ou sequer pensar sobre o assunto, enfaixou-o quase por completo visto os inúmeros feriamentos que possuía, a maioria com uma aparência grave. Sorriu ao ver que o sangramento parara e se jogou ao lado de Snape.
-Idiota, descuidado...-resmungou irritada, mas não pediu explicações sobre o que acontecera.
Ele não contaria a ela. E esperou que Severo dormisse, o que aconteceu em pouco tempo tamanho a exaustão em que o espião se encontrava.
-Severo.-a voz de Voldemort ecoava na sala de estar da mansão dos Malfoys. Rabicho se encolheu em seu canto e nenhum dos outros comensais piscava, sabiam que algo ruim aconteceria.-Já faz uma semana, uma semana e tudo que você me conseguiu... foi nada.-os olhos vermelhos dele brilharam e Snape sentiu um dor lacinante.
-MANNY!-gritou Emily o mais alto que pode, acordando-o e fazendo com que voltasse seus olhos negros para ela.-Já era sem tempo, seu irresponsável.-e disparou uma série de reclamações e xingamentos que Severo poderia muito bem não ouvir.
O que o surpreendia, no entanto, não era a enorme quantidade de xingamentos que Emily proferia, mas sim a preocupação que ela demonstrava estar tendo. Algo que Severo Snape não estava costumado em ver.
-Ande logo!-apressou Emily ajudando Snape a subir os degraus.
O professor mancava e mal se mantinha em pé, outro motivo pelo qual ela estava irritada. Estava preocupada, não fazia ideia do que tinha acontecido a ele e os ferimentos não haviam fechado. Tudo indicava que Severo sentia dor, muita dor, embora fizesse de tudo para não demonstrá-la.
-Emily, Severo...-a frase morreu junto com o tom de alegria de Dumbledore. Os outros membros da Ordem fitaram ambos chocados.-O que aconteceu?
-Não faço ideia. Se ao menos o senhor teimosia aqui colaborasse, seria bem mais fácil.
Sirius piscou, surpreso. Notara uma coisa estranha na frase. Parecia... carinho.
-O que Voldemort fez?-Lupin tinha uma ruga de preocupação na testa, Emily achou melhor ajudar o espião a sentar.
-Apenas o que faz quando um comensal demora a dar resultados.
-Ótimo espião você.-disse Sirius de braços cruzados.
-Isso não ajuda.-lembrou uma Emily cada vez mais zangada.
-Não mesmo.-concordou Dumbledore.-Mas acredito que tenham notícias.
-Não há nada nada novo acontecendo no ministério.-Emily deu de ombros.-Mas acredito estar perto de descobrir quem mandou os dementadores atrás do garoto.
-Bom, muito bom.-entretanto ela duvidava dessas palavras.
A reunião acabou um pouco antes do previsto e Emily logo se esforçava para ajudar Snape a sair o mais rápido possível da Ordem, não queriam que os filhos dos Weasleys e a amiga deles, uma garota chamada Hermione Granger vissem o estado do seu professor.
-Devagar, devagar.-a mulher quase riu ao perceber que fora exatamente o contrário que dissera ao sairem para a reunião.-Você vai ficar um tempo descansando, Manny. E não discuta comigo.
Sentou o homem na cama de casal em seu quarto e viu a expressão questionadora dele.
-Vou dormir na sala, não se preocupe.-com um sorrisinho maroto, ela acrescentou.-Talvez eu te faça uma visitinha para ver como o senhor está.
Assim que Emily se retirou, Severo pode finalmente relaxar. Mesmo a contra gosto, se sentiu grato pelo que ela fizera, a mulher conseguira seu respeito. E também um pouco de admiração.
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