Capítulo 2
- França, Lily? Como você espera que eu consiga conviver com isso?
Era incrível como ele não conseguia ver que eu estava tão abalada com isso quanto ele. Ele pensava que estava sendo fácil pra mim? Pois não estava. Eu teria que abandonar todos os meus amigos, família, pessoas que eu amava. Mas ele não via isso. Só enxergava o próprio umbigo.
- Você realmente pensa que isso está sendo fácil para mim, Escórpio? Abandonar meus primos, meus amigos. Abandonar você. Você acha mesmo que está sendo fácil? Não tá.
- Lilian, eu não consigo imaginar você na França, com todos aqueles garotos te olhando e eu não vou poder fazer nada!
- Como se eu tivesse olhos para qualquer outro garoto! – explodi. – Você não entende que eu não quero ir? Mas, infelizmente, não é algo que eu possa mudar. Entende isso, por favor.
- Eu te amo, Lilian. – ele suspirou
- Também te amo.
- Eu só sinto que esse relacionamento a distância não vai durar. – ele se aproximou e me abraçou. – E é por isso que é bom nós aproveitarmos esses últimos momentos juntos.
Enlaçando a minha cintura, ele me beijou. E, talvez, esse fosse nosso último beijo.
Estávamos em um momento romântico, legal e calmo, quando sinto meu celular vibrar no bolso da calça.
- Alô?
- Lilian?
- Daniel?
- Sim, princessssssssssssssss
- Princess é o caralho.
- Calma, linda. E aí como você tá?
- O que você quer, Daniel? – dei uma rápida olhada no Escórpio, ele não estava com a cara muito boa.
- Já disse. Saber como você tá.
- Eu tô bem. Na medida do possível. – suspirei.
Fez-se um momento de silêncio e eu pude sentir Daniel engolindo alguma coisa.
- Vai mudar quando?
- De acordo com meus pais, no final de julho.
Isso não era uma coisa que eu estava me esforçando para lembrar. Na verdade, nesses dias, tudo o que eu tinha feito era tentar esquecer que eu iria me mudar para a França e deixar para trás tudo o que eu tinha de mais precioso nessa vida.
- Vou sentir sua falta.
- Eu também.
Mais alguns minutos de silêncio.
- Princess.
E ele desligou o telefone.
Me virei para o Escórpio com os olhos lacrimejantes.
- Eu não quero ir embora!!
Ele me olhou e depois me abraçou forte: - Ninguém quer que você vá. Nós vamos dar um jeito, acredite.
- Promete?
- O quê? – ele ergueu meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos.
- Promete que não vai pegar nenhuma loira, alta e gostosa? – perguntei.
Ele riu. – Vou me esforçar.
- Idiota. – dei um tapa nele.
- É sério, Lily. Vai que a Layla chega em mim de novo e...
Não deixei ele terminar a frase. Peguei a minha varinha e apontei para ele com os olhos assassinos.
- Lily, você não pode meu amor. – ele estava branco. – Vai ser expulsa de Hogwarts.
- Eu já vou me mudar de lá mesmo. Vamos sair com estilo então.
Ele engoliu em seco. Então, Thiago entrou no quarto.
- Anã, sua prima gostosa está de chamando. – lê-se: “Dominique está te chamando.”
- Eu ouvi isso Potter! Lembre-se que agora eu posso usar a varinha fora da escola! – Patrícia berrou do andar de baixo, fazendo Thiago engolir em seco.
Cheguei perto do Escórpio e sussurrei em seu ouvido: - Depois a gente termina. E desci as escadas atrás do meu irmão.
Chegando lá embaixo, Dominique estava sentada com uma de suas saias azuis, e curtas, e uma regata branca.
- É uma dança sensual, em Goiânia já pegou, em Minas explodiu, Tocantins já bombou! – ela começou, se levantando e começando a dançar.
- No nordeste as mina faz, no verão vai pegar... – continuei, entrando no ritmo da dança.
- Eu quero tchu, eu quero tchã...
- Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu tchã tchu tchá tchá tchu tchu tchã!
- Meninas!! Já chega! – meu pai entrou na sala, desligando a música e nos segurando, uma com cada braço. – Não estão vendo o que estão causando? , Olhem só para os meninos! E Patrícia, era sua função controla-las, ao invés de ficar ai, sendo engolida pelo meu filho!
- Desculpe, tio Harry! Mas eu tenho que aproveitar os últimos momentos com o seu filho. - e os dois recomeçaram a se beijar.
Nós olhamos e bom, entendo o meu pai. Os meninos estavam, de certa forma, babando. Inclusive Escórpio. E Patrícia estava no colo do Thiago, sendo mesmo engolida.
- E você, Malfoy – meu pai continuou– não tem o direito de babar na minha filha.
Escórpio fechou a boca e olhou sério para o meu pai, acenando afirmativamente com a cabeça.
- Oh, Harry. Você estragou o barato delas! Vai dar uma de Rony agora, é? – minha mãe chegou com as mãos na cintura, olhando feio para o meu pai.
- Pois é, Harry. A função de ser chato é do meu marido. – tia Hermione apareceu ao lado de minha mãe e tio Rony nos olhou, cheio de linguiça na boca.
- Não falem de quem não pode se defender! – ele disse com a boca cheia.
- Pai, coma de boca fechada. – Rose se enroscou com Gabriel no sofá.
Estávamos todos conversando, quer dizer, quase todos, quando ouvimos uns gritos no andar de cima.
- FUJAM PARA AS COLINAS! – Alvo desceu as escadas exasperado, com Hugo em seu encalço.
- OS MAIAS ESTAVAM CERTOS! O MUNDO VAI ACABAR! AHH! SALVEM AS SUAS VIDAS! – Hugo berrava, correndo em círculos pela casa.
Todos estavam quietos, olhando-os e segurando o riso. Menos tio Jorge. Este estava rolando no chão de tanto rir.
- ESPERE! – Alvo parou puxando Hugo pela gola da camisa.
- O QUE? O QUE?
- SALVEM AS CAMISINHAS!!!!!!!!!!
E os dois recomeçaram a correr, em círculos. E todos rindo da cara deles, que não perceberam que estavam fugindo de mais um dos truques do tio Jorge.
- POSSO SABE QUE BAGUNÇA É ESSA NA MINHA CASA? POSSO ATÉ SER VELHA, MAS EXIGO ORDEM! – minha vó entrou, soltando fogo pelas orelhas. Nesse momento, todos ficaram em silêncio. Minha vó era, digamos assim, meio brava. – ALVO POTTER E HUGO WEASLEY ARRUMEM A CASA AGORA!
- Calma vó, foi só uma brincadeira e... – Alvo tentou argumentar.
- AGORA!!!
Os dois apenas abaixaram a cabeça e foram arrumar a casa, que eles haviam bagunçado. Minha vó nos olhos, balançou a cabeça e entrou na cozinha, para começar a preparar o almoço. Tia Hermione e minha mãe a seguiram, enquanto meu pai e tio Rony, que ainda estava comendo linguiça, foram para o jardim, jogar quadribol.
- Tio Jorge, o que você fez?
- Nada demais, Dominique. – ele ainda estava rindo, mas de repente parou e começou a ficar vermelho.
- Tio, tiozinho, fale comigo. – comecei a sacudi-lo.
Mas então, segui o olhar dele e percebi o motivo da vermelhidão. Roxanne estava descendo as escadas, com uma camisa maior que ela, e com alguns botões abertos e um garoto ao seu lado, bonito por sinal, mas ele estava apenas de cueca.
- Ops. Pensei que estávamos sozinhos. – ela se agarrou no menino e começou a subir as escadas de novo.
- ROXANNE! SEU QUARTO. CASTIGO. UM MÊS. – ele respirou. – AGORA!!!!
Ela subiu correndo, com o garoto atrás, mas tio Jorge foi mais rápido. Correu atrás deles e puxou o garoto pela cueca, escada abaixo.
- E agora, meu querido rapaz, nós iremos conversar. – o pobre do garoto estava branco. – RONY! HARRY! GUI! VENHAM CÁ AGORA!
Os três entraram correndo na sala e olharam para o garoto. E depois para tio Jorge. E depois para a escada, onde Roxanne estava tentando parecer preocupada e segurar o riso, sem sucesso. Sim, ela era cruel. Metia as pessoas em incríveis roubadas e depois ria da cara delas.
- Crianças, por favor. Vão brincar lá fora. – disse tio Jorge, calmo.
- Mas Jorginho... – Dominique estava doida para ver o show.
- LÁ FORA, AGORA!
Nós saímos correndo da sala e quando chegamos lá fora, tentamos espiar o que estava acontecendo lá dentro. Mas então, tio Rony (estava quase tão vermelho quanto tio Jorge) percebeu e fechou as cortinas. Nós nos sentamos na grama. Eu do lado de Escórpio, Thiago do lado da Patrícia, Dominique, Alvo (que estava abraçando-a, mesmo que ela tentasse se soltar) e Hugo, segurando o castiçal.
E foi então que eu percebi que mesmo com todos esses barracos, todos esses problemas, eu iria sentir uma falta tremenda de todos eles. Sem exceção.
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