Olhares e Discussão
- Srta Green, devo dizer-lhe que está se recuperando muito bem e relativamente rápido, acredito que em cinco dias poderei dar-lhe alta – Falava a enfermeira, madame Pomfrey, enquanto enrolava ataduras em Perséfone.
Perséfone usava uma calça larga e uma blusa de pijama jogada à cintura, enquanto a enfermeira terminava de passar uma poção em seu abdômen, conversando animadamente. Nesse momento, a porta da enfermaria foi aberta e ambas dirigiram seu olhar e atenção para a entrada, de onde pudera ver Sirius Black passar com um pequeno embrulho em suas mãos.
Sirius estacou assim que visualizou Perséfone desnuda, coberta apenas pelas ataduras que lhe desciam do pescoço à barriga.
- Sr Black, já lhe atendo, só estou terminando os curativos da srta Green. Se quiser, pode sentar-se aqui – disse, apontando uma cama vazia ao lado da que Perséfone ocupava.
Sirius caminhou lentamente até a cama e sentou-se de modo a ficar de frente para Perséfone. A garota percebeu os olhares que lançava para seu corpo e se incomodou com isso, ruborizando-se, porém Madame Pomfrey continuou agindo como sequer houvesse sido interrompida e a demora em terminar os curativos começou a impacientá-la.
Passados alguns minutos, talvez menos que cinco, mas Perséfone diria que foram mais que trinta finalmente a enfermeira exclamou que terminara:
-Pronto!! Pode vestir-se agora e trate de descansar, não pode agitar-se muito, pois o ferimento é recente. Agora vejamos o que o traz aqui, sr Black – Disse e virou-se para Sirius, que mantinha o olha fixo em Perséfone, que agora abotoava seu pijama.
-Hã?! Ah, bem...eu...vim conversar com a Green. Não estou doente!
-Oh! Uma visita! Finalmente! Mas não a deixe agitada, pois não é bom para os ferimentos.
“Não a deixe agitada? O que a enfermeira estava pensando que fora fazer ali?” Sirius inquietou-se com o comentário da Madame Pomfrey, de modo que esperou alguns segundos para falar, o suficiente para a mesma entrar em sua saleta mais ao fundo da enfermaria. Mesmo com a distância, preferiu executar o feitiço “Abafiato” em direção à porta da saleta, não queria que ouvisse o que viera conversar com Perséfone.
-Vim em má hora?
- Não, de modo algum! – Perséfone tentava aparentar calma diante da situação, no entanto, ainda guardava a sensação de ter sido observada. Além disso, não estava à vontade com o comentário da enfermeira, para não “deixá-la agitada”.
-Você está bem?
- Sim, obrigada! – Respondeu timidamente. A essa altura, já se perguntava o que Sirius fora fazer lá.
- Vim lhe agradecer. Eu já peguei muitas detenções, mas é a primeira vez que pego uma sem ter culpa pelo que aconteceu – Sirius disse, com ar arrogante.
- Como assim não teve culpa?
- Ora vamos, Green, que história ridícula foi aquela de que eu tentei te agarrar no trem? Por que você falou isso? Pra proteger o Snape ou por que queria que acreditassem que eu me interessei por você? – Nesse momento, Sirius mantinha a voz bem mais elevada do que a enfermeira teria permitido, mas devido o feitiço, possivelmente não seriam interrompidos.
- Ah, então é por isso que você está bravo, por que não vai ser o Snape que ficará em detenção! Veja se cresce, Black! Você tem tanta culpa quanto o Snape nessa história, só com a diferença que os dois poderiam ter sido expulsos caso eu contasse a verdade! Sabe por quê? Por que nem o Dumbledore acreditaria que teria sido em legitima defesa!
-Ah, com certeza! Sendo assim, é bem mais fácil assumir a culpa pelos outros! Quer saber? Você é maluca! E não tinha nada que aparecer no trem para atrapalhar! – As últimas palavras foram ditas já perto da porta, que foi fechada bruscamente por Sirius, fazendo um estrondo.
Madame Pomfrey vierá verificar o barulho e Perséfone pediu-lhe desculpas. A enfermeira afastou-se dizendo algo ininteligível, do qual Persefone só conseguiu discernir “namorados”. Era inevitável, após a história que contara para o Diretor, quantos não estariam pensando isso? Com os olhos marejados, apagou o pequeno abajur ao lado da cama e deitou-se, imaginando se conseguiria dormir.
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