Aquela noite no lago



Haviam brigado outra vez, era impressionante para Harry como Cho continuava a reclamar de sua amizade com Hermione. Aquele ciúme exagerado já estava deixando-o louco. Entrou pelo retrato da mulher gorda e encontrou uma Sala Comunal quase deserta, o que era de se esperar, já passava das 23:00. Rony e Hermione estavam lá como ele havia pedido, esperando que ele voltasse.



- Finalmente Harry! Pensei que tinham se matado dessa vez – disse Rony ao vê-lo.

- Por favor, Rony não comece – Hermione o repreendeu de imediato - o que foi que aconteceu Harry? – perguntou calmamente.

- Ela disse que não quer falar comigo até eu deixar de andar com você. Se ela pensa que vou perder a sua amizade por causa dela, Hermione, ela está muito enganada.

- Calma Harry, tenho certeza de que se eu falar com ela... – Hermione tentou acalmá-lo, o que foi inútil.

- Não Hermione, nunca mais eu quero saber da Cho, pra mim já chega.



Sem saber para onde seus passos o guiavam e com os nervos á flor da pele, Harry saiu pelo retrato da mulher gorda chutando tudo que aparecia em sua frente. Os corredores desertos, iluminados pelo luar que penetrava pelas grandes janelas o acalmaram um pouco, deixou sua mente vazia, e seus passos o guiaram até a beira do lago. Sabia que era perigoso para ele ficar ali, não tinham nem ao menos sua varinha para defender-se, mas nada lhe importava naquela hora, queria apenas paz. As águas do lago agitavam-se com o vento fresco da noite e cintilavam com a luz da lua naquele céu estrelado, nunca havia visto uma noite tão linda.



Pensou em Cho, e chegou á conclusão de que realmente ela não lhe servia, já era a segunda vez que tentavam, e a segunda que falhavam, e as duas tentativas frustraram por causa do ciúme dela. Harry estava cheio de tentar, se ela o procurasse outra vez, diria que estava tudo acabado, e pediria para ela não procurá-lo mais. Lembrou-se do primeiro beijo deles, tinha sido um momento tão novo e confuso, se pelo menos tivesse sido com outra pessoa, ele não estaria ali agora, sozinho á beira do lago querendo sumir.



Voltou sua mente confusa para o futuro, o ano mal havia começado, notícias de mortes, assassinatos e seqüestros, tanto no mundo bruxo, quanto no trouxa eram anunciados todos os dias nos jornais, Voldemort e seus comensais estavam agindo, e a Ordem estava sem saber o que fazer, vinham de todos os lados, cada vítima era cuidadosamente escolhida, mas nenhum deles, sequer tentou colocar as mãos em Harry durante as férias de verão e até agora.



Fechou os olhos, sentindo os cabelos ao vento e o silêncio agradável. De repente ouviu um som estranho, parecia um lamento distante, vindo de um grande carvalho não muito longe de onde ele estava. Foi até lá. As folhas da copa se agitaram quando ele se aproximou, havia algo ali.

- Quem está ai? – ouviu uma voz vinda das folhas.

Harry, nada disse, não sabia o que fazer, tateou as vestes em busca de algo para defender-se, caso precisasse.

- Já que não vai responder, eu mesma vou ver quem é.

-

Um vulto saltou para o chão, parando bem ao lado de Harry, quase o derrubando. Sentiu um buraco no estômago e a respiração afobar-se quando viu de quem se tratava.

Era uma garota, mas não como as que Harry conhecia A primeira coisa a ser considerada eram os olhos. Profundos e obscuros, como se fossem mais velhos que o rosto e o corpo. Essencialmente belos e estranhamente escuros. Algo próximo dos olhos de uma víbora. Depois destes seres de vida própria e escuridão profunda, o quê mais fantástico eram os cabelos negros e extremamente brilhantes, tão perfeitamente rebeldes. Escorriam do topo da cabeça até abaixo da cintura. Estavam soltos, quase tocavam as cochas, emolduravam o rosto que não continha nenhuma espécie de pigmentação aparente, a não ser nos lábios, delineados e carnudos, parecendo terem sido pintados com pétalas de rosa em seu vermelho opaco e apetitoso.

- O que você faz aqui garoto, já passou da sua hora – Harry estava chocado, seus pulmões pareciam cortar as costelas e seu coração batia muito rápido, estava sem reação. - E quem é você?

- Eu...eu, eu...sou o Harry – gaguejou, seu corpo estava oculto nas sombras da árvore, e ela não conseguia vê-lo bem.



Com um olhar mais detalhado pelos trajes da garota, destingiu o brasão prateado da Sonserina, e em uma das mãos, queimava um cigarro; nunca a tinha visto antes em Hogwarts, pelo menos não se lembrava, mas certamente não era alguém confiável.



- Então Harry, se você me der licença, vou terminar de fumar o meu cigarro. – Disse se afastando.

Ela já estava longe quando Harry pareceu despertar do transe causado pela beleza dela, algo o fez chamá-la.

- Hei você, espere! - Ela parou e voltou-se para ele – Me diga ao menos seu nome!

Sentia uma certeza enorme de que deveria vê-la outra vez, e não deixaria sua timidez estragar tudo como já acontecera antes.

- Meu nome não é importante, me chame do que você quiser.



Ela deu-lhe as costas e andou rumo ao castelo, seu andar era masjestoso, como o de uma mulher adulta, segura e sensual o que certamente ela não era, mas vê-la naquela noite, deixou em Harry um marco profundo, sabia que nunca encontraria ninguém igual a ela, mesmo não sabendo seu nome.

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