Como Tudo Começou



POV Hermione Granger


 


Eu estava encostada em uma árvore no começo da floresta negra. Não podia acreditar naquela carta, o que seria de mim agora?! Tudo bem, eu sei que é um pouco de exagero, mas ele era parte de mim, meu melhor amigo, meu irmão... Não sei como é a vida sem ele desde aquele primeiro ano em Hogwarts.


Bem, uma leve respectiva dos acontecimentos nesses últimos dias: Faz dois anos que me formei e hoje sou uma auror. Recebi o envelope há dez minutos e agora estou aqui desesperada. Eu sempre tive essa mania de me encostar na mesma árvore quando estava triste, e lembro das incontáveis vezes que ele veio me consolar. Simplesmente
nao sei o que fazer, não posso sequer me mexer... Eu só consigo chorar
sem parar... Sabe aquela sensação de querer respirar e não poder? Juro que não é drama, é só que... Bem, eu sempre fui um pouco sensível demais, ninguém pode me culpar por isso. Ele achava até engraçado...
- Ora, ora, o que temos aqui! Se não é a senhorita Granger, que mandou toda minha família pra Azkaban. - ouvi uma voz venenosa a poucos metros de distância de mim.


Ah não! Tomas Norton? Não pode ser! Não agora...
- Como você chegou aqui? - perguntei com a voz fraca, como se estivesse falando sozinha. Acho que nem pareceu uma pergunta direito.
- Aah, eu soube da notícia trágica. Que peninha... Cheguei em um momento ruim?
- Na verdade, o momento ruim começou agora. - retruquei impertinente. Sabia que dificilmente poderia me defender ali, pois estava sozinha e fragilizada pelo momento, e ele estava com seus cãeszinhos de guarda, mas nunca fui dada ao papel de princesinha da Disney. Sempre disse que se fosse uma, seria a Bela, da Bela e a Fera, porque pelo menos ela é corajosa.
          - Vejo que você nunca perde seu bom humor, Granger.


- Vejo que você nunca para de falar coisas estúpidas, Norton.


- Crucio! - ele disse de repente.


MERDA! O filho da mãe me pegou desprevenida! Mas o que é uma torturazinha pra quem já tá em frangalhos emocionalmente?


- Te peguei de surpresa Granger?


- Expelliarmus! - gritei quando o vi mover a varinha em minha direção mais uma vez.


Expelliarmus? A primeira coisa que vem à minha cabeça é um feitiço pra jogar a arma dele longe? Que tipo de anta eu sou?


- Finit Encantatem! - lembrei de quebrar a maldição. Um pouco tarde, devo dizer, já sentia meus ossos esfarelados!


Dois segundos e eu estava lutando contra os cinco capachos, enquanto o senhor chefão admirava o espetáculo. Nocauteei três deles, mas era demais pra mim naquele estado. Segundos depois e eu era jogada contra uma árvore. Senti que beirava a inconsciência, vi Norton rir e levantar a varinha em minha direção. Lembrei da carta e senti uma estranha esperança naquele momento, uma sensação reconfortante pela morte já próxima. Resolvi curtir o momento, soltei a varinha e deixei minha vista escurecer.Me assustei com uns gritos e estrondos, me esforçando novamente para enxergar. Vi alguns vultos caindo e luzes de cores diferentes. O último vulto de pé correu em minha direção, minha visão escureceu, ele me pegou nos braços e me disse alguma coisa...


Aquela voz! Eu conheço aquela voz... Eu... Eu não lembro de mais nada.

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