Nasce Um Goleiro
Começam as detenções de Harry e Hermione, muito preocupada com o amigo, imaginava que poderia compartilhar suas apreensões com Ron. No entanto, sempre que Harry se dirige para sala de Umbridge, Ron se afasta dela, dizendo que está cansado, precisa ver alguma coisa com os gêmeos ou simplesmente que vai dar uma volta para pegar um pouco de ar. A menina estranha a reação do rapaz sem sequer imaginar que ele está treinando secretamente para goleiro.
Logo assim que Harry saiu da torre de Grifinória, para a quarta noite de detenção, Ron desceu do dormitório silenciosamente. Como das outras vezes, Hermione está sentada lendo na sala. O ruivo tentou passar despercebido. Não queria mais inventar uma desculpa para as suas ausências. A menina, porém, que ficara na sala justamente para aguardar pelo amigo, não o deixaria escapar tão fácil assim.
- Ron? Você vai sair hoje também?! - perguntou a menina.
- Vou sim, Mione. Pode estudar à vontade – respondeu rapidamente, logo se dirigindo para a o retrato da Mulher Gorda com medo que a menina fizesse outras perguntas.
- Você tem certeza que não tem trabalho algum pendente? Nós dois podíamos estudar juntos – convidou.
- Obrigada, Hermione, mas tenho um assunto para resolver – respondeu o ruivo sem olhar para trás.
Hermione ficou intrigada. Agora não tinha mais dúvidas que Ron escondia alguma coisa dela. Mas o que podia ser? Teria se juntado a Fred, Jorge e Lino para divulgar as gemialidades Weasley? Não, o amigo não gostava daquelas brincadeiras dos irmãos. Estaria por acaso interessado ou mesmo namorando alguma menina e se encontrava todas as noites com ela? Pensar nisso fez a morena tremer, mas ainda assim achava que o amigo não guardaria tal segredo. Seja o que fosse tinha resolvido que esta noite não iria dormir enquanto o ruivo não voltasse.
Por volta das dez da noite, Ron entra no salão comunal acompanhado por Harry, que tem uma fisionomia mais séria que o normal. “Oi, Hermione! Ainda acordada?”, perguntou Harry. “Sim, eu estava esperando por vocês - disfarçou - Como foi na detenção?", questionou a menina. “Horrível, como sempre. Estou precisando descansar”, anunciou. “Eu também. Boa noite, Mione”, afirmou Ron, sem esperar pela reação da menina.
- Ron, espera! Quero falar com você – disse Mione.
- Eu estou indo então. Boa noite para vocês – se antecipou Harry antes que pedissem para que também ficasse.
A menina, porém, que desejava conversar a sós com Ron, não esboçou qualquer reação, se limitando a desejar boa noite ao amigo. Assim que Harry subiu as escadas, Ron voltou-se para a menina com um jeito um pouco impaciente.
- Você não vai me contar o que está fazendo todas as noites? – perguntou sem rodeios.
Ron olhou para Hermione, que trazia uma fisionomia serena, e sentiu tanta ternura por ela que decidiu falar a verdade. Sem tirar os olhos da amiga, sentou-se na poltrona ao lado e respondeu num tom de voz suave.
- Acho melhor contar. Não vou poder guardar segredo de você por muito tempo. Mas, por favor, prometa que não vai rir de mim – falou com firmeza.
- Claro que não vou rir de você, Ron. Agora pode falar – disse sem esconder a grande ansiedade que sentia.
- Eu estou treinando para disputar a vaga de goleiro no time de quadribol. Não quis contar para você e Harry porque acho que tenho pouca chance de ser selecionado. Mas agora que ele já descobriu, acho que também você precisava saber – contou um pouco envergonhado.
A menina não sabia como reagir. Nunca tinha sido fã de quadribol e temia que o amigo, que já não era muito chegado aos estudos, pudesse ficar ainda mais relapso se entrasse para o time. Ao mesmo tempo imaginava a felicidade dele, que gostava tanto daquele jogo, fazendo parte da equipe de Grifinória. Com essa certeza, tentou falar com o máximo de entusiasmo que conseguia.
- Não tenho dúvida que você vai ser selecionado, Ron! Mas vai precisar se organizar bastante para conciliar os estudos e os treinos.
Ron fica feliz com a reação da amiga que pergunta como ele vem se saindo no treinamento secreto. O rapaz diz que está voando cada vez mais veloz e que Harry deve ajudá-lo agora. Logo começa a falar de táticas do jogo e Hermione procura demonstrar o máximo interesse. Afinal, mesmo se não gosta de quadribol, ama a companhia daquele ruivo de olhos azuis.
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Hermione achou melhor não assistir ao teste para goleiro. Ficava nervosa demais nessas ocasiões e não ia ajudar o amigo assim. Ao mesmo tempo, tinha deveres demais para colocar em dia. Desejou boa sorte ao ruivo, que parecia mais tenso que o normal.
A menina não conseguiu se concentrar no estudo como gostaria. Qualquer barulho externo a atraia, ficava imaginando como Ron estava se saindo no teste. Depois de uma espera que considerou longa demais, escutou vozes animadas no corredor. Ron entrou sorridente, abraçado aos irmãos gêmeos.
- Mionizinha, que bom encontrar você - falou Fred.
- Temos uma ótima notícia para lhe dar – completou Jorge.
- Eu já sei qual é. Ron conquistou a vaga de goleiro! – disse Hermione com um lindo sorriso, olhando para o amigo.
- Isso mesmo! Eu estou na equipe de quadribol – confirmou Ron feliz.
A menina não resiste ao impulso que a leva diretamente ao ruivo, para um abraço desajeitado, mas sincero.
- Esse momento merece cerveja amanteigada para todos – disse Fred – que faz surgir duas garrafas num passe de mágica.
Hermione, que poucas vezes bebe cerveja amanteigada, não pode recusar. Senta-se próxima ao amigo com um copo na mão e pergunta mais detalhes da seleção.
A porta se abre mais uma vez e chegam Gina, Dino e Lino Jordan, que logo se aglomeram ao redor do novo goleiro da Grifinória. “Você precisava ver como Ron defendeu bem, Mione”, falou Gina. “Acho que foi um pouco de sorte. Espero que ela continue me acompanhando também nos jogos”, afirmou o ruivo. “Se você ficasse mais tranquilo, teria defendido mais goles”, ponderou Jorge. A conversa seguia cada vez mais animada e Hermione aproveitou para se afastar um pouco do grupo. Queria ir ao dormitório apanhar alguns chapéus que havia confeccionado para os elfos.
Quando Hermione desceu as escadas, todos continuavam conversando animadamente ao redor de Ron. Fred a alcança para oferecer mais um copo de cerveja amanteigada. Ela aceita e senta-se mais distante do grupo, tentando acompanhar a conversa e sentindo-se alegre com a felicidade do amigo. A menina, que havia ficado acordada até tarde na noite anterior, tricotando mais chapéus para os elfos, em pouco tempo adormece, com o copo na mão.
Lino, Dino e Gina sobem para os seus dormitórios e, quando Harry chega, Ron procura por Hermione e fica decepcionado em ver que ela está cochilando.
- Deixe-a dormir - disse Jorge apressadamente, chamando o irmão mais novo à parte para conversar um pouco mais sobre quadribol.
Hermione, que acorda com o impacto da mochila de Harry na cadeira ao seu lado, cumprimenta o amigo, mas está tão cansada que logo se levanta e vai para o dormitório.
Ron fica um pouco chateado por ela ter ido deitar sem se despedir dele. A menina, porém, não queria magoar o amigo. Simplesmente foi vencida pelo cansaço.
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Hermione esperava Ron com certa expectativa. Era o primeiro treino dele e a menina preferiu não assistir para deixá-lo mais à vontade. Além do mais, como sempre, acredita que precisa estudar.
Experimenta sentimentos contraditórios. Ao mesmo tempo em que acha quadribol uma perda de tempo, especialmente naquele ano que teriam que fazer os exames dos Níveis Ordinários de Magia – NOMs, sabe o quanto o jogo é importante para o ruivo. Ele, que sempre se comparava aos irmãos, todos excelentes naquele esporte, com exceção de Percy, tinha agora a oportunidade de mostrar o seu valor. A morena sabia que isso, com certeza, melhoria a autoestima dele.
Ron chegou desanimado, na companhia de Harry, e, sem olhar para a amiga, se jogou na poltrona ao lado dela.
- Como foi o treino? - perguntou Hermione.
Harry começou a responder, mas foi Ron que completou dizendo que havia sido “completamente abominável”. “Ah, não – pensou a menina – Ele vai se sentir péssimo novamente”. Sensibilizada, tentou consolar o amigo.
- Bom, foi apenas o seu primeiro. Costuma levar um tempo para...
- Quem disse que fui eu quem o tornou abominável? – a repreendeu Ron.
- Ninguém - disse Hermione, parecendo embaraçada - Eu achei...
- Você achou que eu estava restrito a ser uma porcaria? – a questionou de forma inquisitória.
- Não, é claro que não! Olhe, você disse que foi abominável então eu apenas...
- Eu vou começar a fazer alguma lição de casa - disse Ron que, irritado, andou até a escadaria que dava ao dormitório masculino e desapareceu de vista.
Hermione sentiu-se péssima. Estava sinceramente preocupada com o amigo, mas ele tinha interpretado mal as palavras da menina. Teve vontade de ir atrás do ruivo, dizer o quanto acreditava nele e conhecia o seu valor. Mas não podia fazer isso e continuou conversando com Harry.
Ron, que já estava arrasado com a sua atuação no treino, ficou ainda mais chateado. “Hermione disse que estava feliz com minha seleção para goleiro, mas na verdade não acredita na minha capacidade. Acha que eu sou um fracasso”, pensou.
No café da manhã, Hermione senta ao lado do amigo e aproveita para desfazer o mal-entendido da noite anterior.
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Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo:
Count On Me
http://irpra.la/m/1059742
If you ever find yourself stuck
In the middle of the sea
I'll sail the world to find you
If you ever find yourself lost
In the dark and you can't see,
I'll be the light to guide you
Find out what we're made of
When we are called to help
Our friends in need...
You can count on me like one, two, three
I'll be there
And i know when i need it
I can count on you like four, three, two
And you'll be there
Cause that's what friends are suppose to do
Oh yeah!
(…)
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