Explicando o inexplicável
Notas iniciais do capítulo
Será que é possível explicar em palavras, o que se sente? Ron e Hermione tentaram...vamos ver se conseguiram.
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Após a briga, todos se sentaram na grande mesa e entreolhavam-se, calados e imóveis.
– Okay, vamos abrir logo o jogo. - Disse Cedric.
– Que jogo? - Perguntou Harry.
– Você sabe qual é, afinal, me ajudou a perceber o que estava acontecendo... - Respondeu Cedric. Ginny, Hermione e Ron fitaram excessivamente Harry, que envergonhado, encolheu-se na cadeira.
– Bom, mas eu não sei. Dá para explicar? - Pediu Cho.
– De forma mais claro, eu e você fomos traídos, indiretamente. - Afirmou Cedric,que observou o sorriso sarcástico e o gesto negativo de Ron.
– Isso é realmente necessário? - Perguntou Hermione.
– Não é óbvio? - Disse o ex namorado.
– O que é óbvio, é a sua vontade extrema de fazer intrigas. - Respondeu friamente.
– Entenda como quiser!
– Não fale desse jeito com ela, não vou admitir a sua grosseria! - Advertiu Ron, que encarou-o.
– Percebeu Cho? A proteção que seu "noivo" estabelece para a minha namorada?
– Ex - Lembrou Hermione.
– Tanto faz.
– Percebi, Cedric. E não entendo o porquê dessa proteção toda...
– Não é proteção, é questão de respeito...moral, que pelo percebi, você não tem nenhuma. Não é mesmo Cedric?
– É melhor ficar quieto, Weasley.
– O que você vai fazer, Diggory?
– Dá para termos uma conversa civilizada? - Perguntou Hermione.
– Parece que a duas caras quer dar uma de sabe tudo... - Alfinetou Cho.
– Só dei a minha opinião..
– E como você deve ter notado, ninguém deu a mínima...
– Meninas parem também? A Hermione tem razão. - Interviu Ginny
– Que novidade... - Ironizou Cho.
– Certo. Vamos então, conversar "civilizadamente". Que tal você, Weasley, explicar o que está havendo entre a minha namorada e você?
– EX - Ressaltou Hermione cansada.
– Exatamente a minha "EX" e você?
– Não há nada...
– Nada?
– É..
– É só isso que vai dizer? "Não há nada"?
– É a verdade, o que mais quer saber? Por Merlin, esse interrogatório no natal é ridículo.
– Concordo com o Ron - Disse Hermione. - É um dia festivo, não um julgamento.
– É claro que você concorda. São cúmplices.
– Isso já está passando dos limites. - Criticou Hermione, levantando-se - Eu vou para o quarto e dormir, essa discussão me deixou exausta.
– S-E-N-T-A - Ordenou Cedric.
– Como é que é?
– O que ouviu, só vai sair, quando tudo estiver resolvido. - Respondeu friamente, e Hermione encarou-o horrorizada.
– Pode ir Hermione. - Disse Ron se levantando - Ele não manda em você!
– RON - Gritou Cho - Deixe que eles resolvam os problemas deles. São namorados.
– EX - Gritou Hermione.
– Que seja. Não é só porque ela tem namorado, noivo, marido... eu não vou defende-la quando for preciso. Poderia ser qualquer pessoa, eu iria ajudar.
– Mas nesse caso, é diferente e você sabe disso. - Cedric encarou-o.
– É melhor todos nós irmos dormir. - Sugeriu Cho - Estamos cansados.
– Dormir? Agora? Por que? - Indagou Harry.
– Estamos estressados com tudo que está acontecendo, Harry. - Disse Ginny.
– Mas a conversa está tão boa.
– Conversa? Estamos discutindo. O que há com você, Harry? - Perguntou Hermione.
– Acho que estou ouvindo o som do meu coração, e não da razão... - Disse, piscando para Hermione, que ficou pasma.
– Cho está certa - Concordou Ginny, constrangida com a situação. - Como estamos com um probleminha provisório, as meninas em um quarto e os meninos em outro.
– Então, vamos. - Disse Ron.
Harry, Ginny, Cedric e Cho enquanto subiam, Hermione apanhou seu cachecol de cima do sofá e sentiu uma mão relando na sua, quando virou-se, deu de cara com Ron e seus olhos azuis.
– Você está bem? - Perguntou.
– Sim. E obrigada por ter me ajudado com o Cedric.
– Ele foi ignorante, não respeitou seu espaço.
– Mesmo assim,obrigada pela força. - Agradeceu ruborizada - É melhor eu subir. Boa noite, Ron. - O garoto a puxou pela mão, fazendo-a ficar encostada em seu corpo. Ele aproximou-se de seu ouvido.
– Eu estou realmente interessado e não consigo mais resistir. Não aguento mais esconder, a minha vontade foi de levantar e dizer tudo. - Cochichou. Hermione arrepiou-se e sentiu o hálito de pasta de dente de hortelã. - Sente.- Pegou e colocou a mão da garota em seu peito - Ele acelera cada vez mais, quando estou perto de você. Isso não é uma cantada... - Hermione riu - ...é um sentimento torturante.
Ao mesmo tempo que sentia um certo aconchego e proteção, Hermione sentia-se aflita e culpada pelo seu sentimento por Ron, não queria magoar Cedric e muito menos a noivairritante do ruivo. Por um impulso, Hermione afastou-se de Ron e andou um pouco para trás.
– O que houve? - Perguntou contrariado.
– N..Na..Nada...
– Você... se afastou como se eu fosse um prisioneiro de Azkaban ou um trasgo... ou sei lá o que...
– É que eu tenho que ser sincera com você. - Disse Hermione, que não percebeu que Cedric estava ouvindo debaixo da escada. - E..Eu menti.
– Mentiu? Sobre o que?
– Sobre tudo. O que eu sentia, por quem eu sentia...
– Não estou entendendo. - Disse Ron, Hermione mordeu o lábio inferior e sentiu uma dor insuportável em seu peito.
– Eu menti que gostava de você...
– O que? Porque?..
– Eu tive que fazer isso, me desculpe. - Hermione engoliu seco. - Eu queria dar um tempo no meu namoro tinha que ter um bom argumento para isso acontecer, mas percebi que eu ainda gosto... - Hermione fez uma força absurda para conseguir dizer - ...muito dele. Me desculpe. - Cedric ficou pasmo, todavia contente com o que tinha ouvido e entrou na pequena porta que tinha embaixo da escada, que o levaria para o quarto.
– E..Eu n..não sei o que dizer...
– Eu sinto muito.
– Me sinto um idiota... - Confessou arrasado, passando a mão no rosto.
– E..Eu não queria te magoar...
– Me desculpe...mas não deu certo. - Disse Ron, sentando-se no sofá, emotivo.- Ainda bem que eu não disse nada na frente de ninguém.
– Eu realmente..
– Não precisa se desculpar... fui movido por sentimentos, não por juízo. Me desculpe pelo desentendimento. - Lenvantou-se do sofá, em direção à escada.
– Ron...
– Bo..Boa noite, Hermione.
– Boa noite...Ron. - Respondeu sentando-se no sofá. As lágrimas caiam sob sua face descontroladamente. A dor era insuportável, parecia um que um buraco havia sido aberto dentro de seu peito. "É por uma boa razão"; "Não posso prejudicar as pessoas desse jeito, mesmo que Cedric havia mostrado um lado seu que eu não fazia idéia que existia", pensava, na tentativa de amenizar o que sentia. Em vão...
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