Seja bem vinda
A porta se abriu, Emma ouviu um resmungo e depois a porta se fechou, dando lugar à escuridão.
Não demorou muito para que a pessoa que havia entrado, acendesse um lampião a gás fazendo com que a luz iluminasse um bom pedaço do lugar. A garota conseguiu ver Aberfoth através da fraca claridade, e soltou um suspiro aliviada.
Ele iluminou as escadas e subiu, ignorando a menina caída ao lado. Procurou em meio a um molho de chaves, até que encontrou uma que encaixava no buraco da fechadura. Abriu a porta e a pequena escadaria se iluminou por completo, e Emma percebeu que estava em uma despensa.
Aberfoth entrou e ficou parado no meio da sala, como se esperasse que a garota entrasse.
-Entre.
-Não posso.
-Por quê?
-Meu tornozelo. Eu caí, e ele dói muito. Não sei, mas acho que quebrei.
-O velho foi até ela e sentou-se ao seu lado, passou uma das mãos no tornozelo dela e torceu o nariz.
-Acho que você não torceu nada grave, não se preocupe. Venha. – ele a ajudou a levantar e a levou até uma poltrona, onde ela se sentou. – Vou pegar algo para comermos, acredito que esteja com fome.
A garota concordou com um aceno de cabeça, enquanto massageava o tornozelo machucado.
Ele saiu por uma porta de madeira, - que provavelmente dava para a cozinha, imaginou Emma.
Emma fitou a sala ao seu redor, analisando o ambiente, era uma sala simples. Com um sofá, duas poltrona, uma mesinha de centro, uma lareira simples. Mas o que mais chamou a atenção da garota foi um enorme quadro pendurado na parede. Nele havia uma garota, ela sorria de modo simpático e seus cabelos balançavam com o vento, ela era bonita.
Ela levantou e foi mancando ate o quadro, com dificuldade, apoiou-se na parede.
Um barulho a assustou, o que a vez se virar abruptamente, era Aberfoth que havia colocado uma bandeja na mesinha.
-Não sabia muito bem o que trazer, então trouxe bolinhos de amora e de cereja, e também tem suco de abóbora.
-Obrigada, eu gosto de tudo o que o senhor trouxe!
Emma foi até a mesinha e pegou um bolinho de amora, deu uma mordida voraz e reprimiu uma careta, a comida não era muito boa, mas era melhor do que nada. Pegou um copo de suco e deu longos goles.
Depois de dois bolinhos de amora, um de cereja, e dois copos de suco, Emma sentou-se em uma das poltronas, e Aberforth já ocupava a outra.
-Desculpe a pergunta, mas quem é ela? – a garota apontou curiosa para o quadro.
-Minha irmã.
-Ela é bonita.
-Ela era bonita. – o velho deu um suspiro triste.
-Oh! Desculpe-me, eu não sabia.
-Ora, não se desculpe, isso acontece com todos.
Eles ficaram em silêncio por um tempo, fitando o nada.
-Senhor Dumbledore, como chegarei a Hogwarts?
-Já ia me esquecendo, ainda bem me que lembrou Emma.
Aberforth levantou-se e foi ate o quadro de sua irmã, sussurrou algo e ela deu as costas para ele, saindo, caminhando.
-Aonde ela foi?
-Você já vai ver Ariana não ira demorar muito.
E logo ela voltou, mas não estava sozinha, havia algo ou alguém com ela, eles se aproximavam rapidamente. O quadro desgrudou-se da parede e abriu uma passagem. Emma deixou escapar um “Uau” e tampou a boca com as mãos, do buraco na parece saiu um menino. Ele era loiro de olhos azuis, pele branca e cabelos enrolados, não muito, mas tinha alguns cachos caídos e desgrenhados. Usava vestes da grifinoria, na verdade só a gravata, e apesar dos arranhões no rosto, ele sorria. “Ele é bonito” – Emma não pode deixar de pensar, mas logo afastou esse pensamento.
-Olá! – disse o garoto, pulando para fora do buraco.
-Olá Dennis. Essa é Emma, ela chegou hoje e quer chegar a Hogwarts.
-Prazer Emma, eu sou Dennis. – ele estendeu a mão para ela.
-Prazer. – ela sorriu e retribuiu o aperto de mão.
Ele a observou como se estivesse analisando-a e retirando informações, um leve rubor tomou conta das bochechas de Emma, pois ela as sentiu ficarem quentes, quando ela percebeu o olhar do garoto.
-Você vai querer levar comida? – perguntou Aberforth.
-Sim, nosso estoque já esta acabando. – ele respondeu.
O velho saiu novamente pela porta da possível cozinha, deixando os dois sozinhos. Eles ficaram se observando, sem falarem absolutamente nada. Aberforth voltou com uma cesta e entregou-a para Dennis, Emma ajeitou a mochila nas costas e despediram-se do velho.
-Adeus crianças, e diga a Simas que não é para ele soltar fogos no túnel.
-Eu direi, tchau, e obrigado.
-Obrigada senhor Dumbledore.
-Cuidado com o tornozelo Emma.
-O que houve com seu tornozelo?- perguntou Dennis.
-Eu apenas o torci, nada sério.
-Venha, eu te ajudo.
Dennis pegou-a no colo e colocou-a sentada no buraco, depois, subiu facilmente, e estendeu a mão para ela, ela aceitou a ajuda, e ele levantou-a. Assim que adentraram o túnel, o quadro fechou a passagem.
-Apoie-se em mim.
-Obrigada, mas acho que consigo andar.
-Não queremos que esse machucado piore.
Ela aceitou a ajuda, passando o braço em volta do pescoço dele para se apoiar, enquanto ele a ajudava segurando-a na cintura.
-Onde conseguiu os machucados? – ela perguntou.
-Os Carrow, irmão e irmã. Não queira conhecê-los.
-Não quero, acredite.
Ele sorriu e ajeitou os cachos, que caíam no olho, com a mão livre, a garota retribuiu o sorriso.
Caminharam mais um pouco pelo túnel escuro e logo Emma pode ver uma abertura também tampada com um quadro. Dennis empurrou o quadro cuidadosamente.
-Bem vinda!
Ele retirou o braço da cintura dela e pulou para fora do buraco, estendeu uma das mãos para ela, que segurou em sua mão, aceitando novamente a ajuda.
-Pule, eu vou te segurar.
Ela fez que sim com a cabeça e pulou, ele a segurou com firmeza, e amenizou a queda, detendo-a novamente pela cintura.
Estavam em uma sala enorme, com varias redes, almofadas, tapetes e colchões, nas cores das casas de Hogwarts. Crianças estavam por toda a parte, jogando xadrez de bruxo, praticando vários tipos de feitiço, jogando conversa fora, comendo ou dormindo. No fundo a sala havia uma mesa, onde estava um rádio, microfone e outros aparelhos, atrás da mesa estava sentado um garoto muito parecido com Dennis, só que mais velho.
-Venha, vou te apresentar para algumas pessoas.
Ele fez sinal para que ela se apoiasse de novo, o que ela concordou, e eles foram caminhando ate a mesa onde o menino estava. Ele a soltou e o menino abraçou-o bem forte, dando tapinhas nas costas.
-Esse é meu irmão Colin. Essa é Emma, ela acabou de chegar. – ele disse.
-Prazer. – disse Colin, e estendeu a mão para um comprimento.
-Prazer. – Emma aceitou o comprimento sorrindo.
Ela voltou a se apoiar em Dennis e os três seguiram para um canto, onde alguns garotos praticavam o feitiço do Patrono. Colin puxou dois garotos, um moreno de pele branca e cheia de sardas, e um negro, alto e com sorriso simpático, eles estavam ajudando dois garotos com o feitiço, mas pararam assim que Colin os puxou.
-Emma, esses são Dino – ele apontou para o negro, - e Simas – o sardento.
-Ela é nova? – Perguntou Dino.
-Sim.
-Prazer. – disseram em uníssono.
-Ela já assinou? – perguntou Simas.
-Ainda não, queria que um de vocês ou Neville fizesse isso com ela.
-Eu faço. Simas, tudo bem continuar sozinho com os garotos? – perguntou Dino.
-Sem problemas.
Ele voltou a ajudar os garotos e Dino fez sinal para que o seguíssemos, ele foi ate um espelho, que parecia servir de mural. Nele havia uma foto, com varias pessoas que se mexiam, em cima da foto havia um pergaminho com vários nomes, também havia outras fotos, uma delas de Harry Potter. Em um dos cantos, havia um enorme pergaminho escrito à sigla “AD”, com muitos nomes assinados em letras diferentes, Dino pegou uma caneta em seu bolso e entregou-a a Emma.
-Você gostaria de fazer parte da Armada de Dumbledore? – perguntou.
-Sim, - ela disse, enquanto se soltava do apoio de Dennis.
-Jura que não ira revelar nossa localização para ninguém, e também não ira revelar nossa existência?
-Eu juro.
-Então assine o seu nome neste pergaminho e não quebre seu juramento.
Emma colocou a mão no ombro de Dennis para se apoiar enquanto assinava seu nome logo abaixo do último. A lista era grande, havia mais nomes nela do que pessoas naquela sala.
E em breve, Emma conheceria todas elas.
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