Seleção
2 - Seleção
Os primeiranistas chegaram no lago que eles atravessariam para chegar em Hogwarts. Alvo admirou o castelo. Era enorme, maior do que ele esperava. E era lindo.
- Não mais de quatro por barquinho! – o meio gigante avisou os alunos. Alvo, Roxanne, Rosa e Louis se acomodaram em um dos barcos, com o moreno ainda admirando a figura de Hogwarts.
- Isso tá pesado. - o menino parte veela reclamou, enquanto tentava remar com seus braços delicados. Escutando, Alvo tirou o remo das mãos do primo e começou a remar. O barco começou a ir mais rápido, porém ele sentiu um cansaço nas mãos.
- Pois é. - se viu obrigado a concordar o menino dos olhos verdes.
- Isso tá é balançando... – estremeceu Louis.
- Calma gente, o importante é que está andando. - Roxanne tentou os tranquilizar, mas Alvo reparou que ela tremia levemente. Ele sentiu o barco balançar mais forte e se agarrou na parte de fora do barco, o que o fez tombar. Alvo sentiu a respiração parar por uns minutos enquanto afundava. Depois de um tempo torturante, Alvo sentiu seus pés alcançarem o chão e se impussionou para cima, batendo os pés e balançando os braços que doíam desesparado, até sua cabeça sair da água. Mas ao conseguir o feito, ele sentiu uma coisa grossa e forte o puxando para baixo. Na escuridão da água, não pôde ver o que o puxava ou se seus amigos estavam a salvo. Sentiu os pés pousarem novamente na terra cheia de algas e a pressão afrouxar um pouco.
"Tenho que alcançar a superfície" alcançou a pensar o garoto, porém mais uma vez a pressão apertou. Ele reconheceu-a como um dos tentáculos da Lula Gigante.
"Meu pai não me disse que ela era inofensiva?" Alvo sentiu-se nervoso e começou a se debater cada vez mais forte. De repente, a pressão sumiu e ele pôde nadar até a borda. Quando enfim chegou aonde queria, cuspiu a água que tinha entrado em sua boca e procurou com o olhar os primos. Impossível de vê-los na escuridão da água.
- Nade até o barco! – ele ouviu a voz de Hagrid e percebeu que o guarda-caças iria buscar seus primos. Obedecendo ao que o meio-gigante disse, ele subiu no barco e mandou Hagrid ir salvar os primos. Caso ele fosse salvá-los, acabaria sendo novamente pego pela Lula Gigante ou podia não ter a sorte de alcançar a superfície. Torcendo para que o meio-gigante achasse seus primos, ele olhou ao seu redor. Todos olhavam supresos e curiosos para Alvo. Tendo uma ideia ousada e que poderia custar-lhe a vida, Alvo voltou para o lago e pronunciou o único feitiço que sabia:
"Lumus!" ele se esforçou para abrir os olhos e avistou o lago iluminado. Louis estava preso em um dos tentáculos, aparentemente desmaiado. Alvo, apesar do desespero, tentou manter-se calmo e nadou até onde o primo estava. Puxou em vão o tentáculo para fora do louro. Depois tentou de novo, com toda a sua força. Quando o moreno menos esperava, o tentáculo se afastou assim como tinha sido com ele. Alvo agarrou o primo e nadou para a superfície. Percebeu que Louis estava mesmo desacordado. Arrastou-o para o barco e botou-o lá dentro. Hagrid já tinha salvado as meninas, que ele notou estarem desmaiadas.
- Você é muito corajoso, Alvo. - elogiou Hagrid. O menino não pôde dizer se ele tinha sido irônico. - Mas agora eu cuido deles.
Alvo suspirou, mas percebeu que o guarda-caças tinha razão. Ele era apenas um menino, afinal. Subiu no barco novamente, com Louis em seus braços e atirou-o à Hagrid. A essa altura, o restante dos alunos começou a remar e Alvo fez o mesmo. Demorou minutos mas enfim os alunos chegaram, todos a salvo.
Os primos de Alvo não poderiam participar da Seleção junto com os outros já que estavam desmaiados. Foram levados para a enfermaria por Hagrid. Enquanto isso, Neville Longbottom dava as informações aos alunos que tinham subido em fila e parado em frente ao Salão Principal.
- As quatro casas são Corvinal, Lufa-Lufa, Grifinória e Sonserina. Cada uma delas fez bruxos brilhantes: Merlim era um Sonserino, Harry Potter um Grifinório, Ninfadora Tonks uma Lufana e Luna Lovegood uma Corvinal. Se quiserem saber mais sobre eles, recorram a Biblioteca ou aos outros alunos.
Gritinhos de excitação se ouviram entre as meninas. E então, na frente de Alvo, a porta para o Salão Principal se abriu. Alvo pôde admirar o céu estrelado que, segundo sua prima Rosa que leu Hogwarts: Uma História, era enfeitiçado para que assim parecesse.
- Quando eu disser seus nomes venham até o banquinho! – ordenou Neville Longbottom. - Agora parem.
O Chapéu Seletor, que tinha sua aba aberta, começou a cantar.
Mais um ano que se inicia
E os alunos vou selecionar.
Mas sintam-se preparados para lutar,
Pois as pessoas não podem deixar de lado o que acreditam.
Na Grifinória habitam os corajosos, de grande nobreza.
Estes irão seguir o que eu pedi, tenho certeza.
Na Sonserina habitam os ambiciosos, de sede de se provar.
O que esses astutos alunos querem é serem grandes.
Os Lufanos sempre são subestimados,
E além de serem leais, modestos e sem medor da dor,
Têm muita coisa para mostrar.
Os Corvinais têm na sua inteligência o seu esplendor,
São curiosos, sábios e vão mostrar que têm seu valor.
Bem vindos à Hogwarts!
Alvo refletiu na grande música feita pelo Chapéu Seletor. Lutar? Ele preferiu acreditar que o Chapéu estava apenas incentivando-os a lutar pelo que acreditam, a serem quem são.
- Battle, Brad!
Um menino de cabelo cor de areia e olhos azul piscina se encaminhou ao banquinho nervosamente.
- Lufa-Lufa!
Dando um sorrisinho amarelo de quem não gostou do anúncio, Brad foi trêmulo até a mesa amarela e preta.
- Conan, Renan!
Um garoto moreno de cabelo preto e encaracolado e olhos que conseguiam ser ainda mais negros foi lento e calmo até o banco.
- Grifinória!
Ele abriu um enorme sorriso e foi sentar-se junto aos outros na mesa dos leões.
Passaram Dollaganger, Farid, Four, House... Até que chegou a vez de um menino pálido e de cabelo preto liso que batiam aos ombros, além de olhos também negros.
- Lestrange, Cygnus!
O salão ficou em silêncio. Foi um verdadeiro baque. Devia ser filho de Rabastan Lestrange, pois Rodolfo já estava morto há mais de onze anos. E, mesmo assim, Rabastan estava preso... O garoto olhava nervosamente um lado e outro, e quando ele tentou subir os degraus tropeçou violentamente, caindo ao chão. O silêncio foi substituído por algumas risadas maldosas e ele se recuperou. Olhou raivosamente para os autores da risada e sentou enfim no banquinho, enquanto Neville colocava o chapéu em sua cabeça. Alvo olhou expectante, afinal, sabia que os Lestrange eram uma família de comensais.
- Sonserina!
Era óbvio, Alvo não pôde evitar pensar. Sem nenhuma expressão, o jovem pálido se direcionou para a mesa das cobras.
- Potter, Alvo!
Alvo engoliu seco. Adiantou-se uns quatro passos e parou. Olhou para os lados assim como Cygnus havia feito. Sem muita demora, ele voltou a andar. Tiago o olhava ansioso desde a mesa da Grifinória.
- Pode vir, eu não mordo! – brincou o chapéu. Foi o que precisava para o menino finalmente subir os degraus e sentar no banquinho. Sentiu sua visão virar apenas preta.
- Grande cabeça. Brilhante! - a voz do objeto soou e Alvo sabia que era apenas para ele. - vejo de forma exatamente o mesmo que vi no seu pai.
- Grifinória, então? - Alvo perguntou em dúvida. Sabia que seu pai tinha escolhido mas Rosa havia dito que era por causa da parte de Voldemort dentro dele.
- Não. Você sabe que não...
Ele sentiu-se tremer.
- Mas não se preocupe, você pode escolher.
- Me põe na que combine comigo. – pediu o moreno. – Até porque meu pai disse que não vai se importar.
- Existe vários tipos diferentes de coragem, meu caro. – o chapéu começou. - E essa é uma. Parabéns.
- Sonserina!
Após o anúncio, o Salão ficaria um completo silêncio se não fosse a mesa da Sonserina aplaudindo e ovacionando. Alvo deu um sorriso amarelo para o irmão e sabia que ele devia estar realmente satisfeito de sua previsão do irmão indo para a Sonserina se cumprir.
- Vai! – incentivou Neville, dando duas palmadas nas costas de Alvo. Ele se levantou e foi tentando aparentar tranquilidade. Sentou-se ao lado do louro que seu tio Rony havia apontado como sendo Escórpio Malfoy.
- Interessante. – o menino comentou e Alvo pôde reparar que seus olhos azuis acinzentados estavam franzidos. – Um Potter na Sonserina.
- Pois é... Já não é tão interessante um Malfoy na Sonserina...
Ele pareceu se sentir ofendido.
- De qualquer jeito, bem vindo. Só não espere ter muitos amigos. Se eu sou odiado por causa de um ato de minha avó ou pelo passado do meu avô, você deve ser mais.
Alvo engoliu outro seco. Se um legítimo Sonserino como Escórpio não era bem vindo, imagina ele...
A Seleção enfim pareceu ter terminado quando a porta do Salão se abriu novamente. Eram seus primos. Alvo abriu um largo sorriso ao vê-los e torceu para que ao menos um fosse para a Sonserina.
- Weasley, Louis! – chamou Neville após um momento de surpresa. O louro foi até o banquinho calmo e com um sorriso. Não demorou muito para que o chapéu anunciasse:
- Corvinal!
Alvo deu um pequeno gemido e pôde perceber que, no outro lado do Salão, Tiago fez o mesmo. O selecionado não pareceu se importar, porém, afinal era a casa que ele queria... Em vez disso, continuou com o sorriso e se juntou aos Corvinos.
- Weasley, Rosa!
A menina ruiva foi até onde Neville estava e esperou sua seleção. Rosa, Alvo tinha certeza, não seria Sonserina.
- Grifinória!
Alvo alcançou a olhar a mesa da Grifinória e avistou os Zonzóbulos dando pulinhos. Riu baixinho.
- Aquele é o palhaço do seu irmão?- perguntou Escórpio e apenas recebeu um olhar gélido por parte do menino dos olhos esmeraldas.
- Weasley, Roxanne!
A morena alcançou o banquinho e logo o chapéu foi enfiado. A casa de Roxanne Alvo nunca poderia decifrar. Mas, no fim, foi a que ela queria.
- Grifinória!
Dessa vez, Rosa se juntou aos Zonzóbulos nos pulinhos. Pareciam cinco retardados, mas não pareciam se importar nem um pouquinho.
- Quero avisar. - disse a diretora McGonagall. - Que a Floresta Proibida está, como o próprio nome diz, proibida para a entrada dos alunos. Também quero alertar que qualquer um que desrespeitar as regras desse castelo receberá punições severas. Qualquer dúvida em relação a isso, perguntem a Tiago Potter e seus amigos. Agora, comecemos o banquete.
O citado deu um sorriso amarelo e então as mesas das quatro casas se encheram de comida.
- Ei, Lestrange, você viu o Potter? – Alvo ouviu um moreno que tinha a mesma altura de Tiago falar. – Acho que você devia dar uma liçãozinha, afinal, seu pai foi para Azcabam por causa dele.
- Odeio meu pai. – ele respondeu e Alvo suprimiu um sorrisinho.
- E você, Potter, como se sente sendo um Sonserino? Não legítimo, é claro! – ele perguntou para o menino de olhos verdes, que sentiu seu rosto avermelhar de fúria.
- Se o chapéu me pôs aqui, eu sou um legítimo Sonserino.
- Na verdade, qualquer Potter deveria passar bem longe dessa mesa. – ele continuou. – A propósito, sou Jason Flint. E vejo que já ficou amigo do Malfoy. Um traidor e outro Potter, bem que se merecem.
- Ele não é meu amigo. – Escórpio interferiu.
- Que seja. – Flint disse por baixo. – Meu pai foi um exímio Comensal. Se não fosse pelo seu pai, Potter, ele não estaria em Azcabam.
- Sinto muito se seu pai foi burro o suficiente como para seguir Voldemort! – Alvo retrucou e ouviram-se algumas risadas ao redor da mesa.
- Tudo bem, já chega! – ordenou um garoto alto e de cabelo castanho claro, que devia ser setimanista, com a insígnia de monitor. – Vou levar os primeiranistas até o Salão Comunal! Façam uma fila!
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