No Alçapão
Lumus!
Juro solenemente não fazer nada de bom.
Olá leitores!
Estamos aqui no que é o penúltimo capítulo da primeira temporada... Quase encerramos essa primeira etapa da série e eu gostaria muito de saber o que vocês estão achando! Espero que aproveitem esse capítulo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo.
Boa leitura,
Gaby Amorinha
Depois daquele acontecimento na floresta as coisas mudaram drasticamente, especialmente para Harry e Ash que haviam presenciado o vulto encapuzado se alimentando. Os pesadelos tomavam conta de ambos o tempo todo, mas para Harry era pior, pois eles eram somados a fincadas constantes na cicatriz.
Harry jamais saberia explicar como conseguiu se concentrar nos exames com tanta tensão ao seu redor e mais as dores na cicatriz, esperava ver Voldemort irromper pelo salão a qualquer instante para matá-lo. Além de todas as provas escritas que eles tinham que fazer com penas especiais, equipadas com feitiços anti-cola, havia os exames práticos, que eram de longe bem mais complicados. É como se diz, é bem mais fácil dizer do que fazer.
O exame de feitiços exigiu que todos fizessem um abacaxi sapatear na mesa. Hermione foi perfeitamente bem, e Harry e Rony conseguiram uma média, mas Ash apenas vez seu abacaxi ficar de pé e cuspir espinhos para todos os lados. Agradeceu inúmeras vezes a Merlin por ter ido bem no exame escrito, pois ia precisar de uma nota muito boa para compensar aquela tragédia.
No entanto, no exame de Minerva onde tinham que transformar um camundongo em caixa de rapé as coisas foram diferentes. A caixa de Harry tinha um bigode e Rony só conseguiu criar um camundongo quadrado. Ambas Mione e Ash conseguiram uma caixa impecável com todo o estoque de rapé dentro, deixando McGonagall realmente impressionada.
O exame de Snape foi o mais irritante para eles, à exceção de Ash. Deviam todos se lembrar de como fazer a poção do esquecimento, o que era um absurdo em contradição na opinião de Rony, e apenas Ash conseguiu um resultado perfeito. Hermione se confundira com o último ingrediente, e Rony e Harry mal conseguiram começar. Deu para ver Snape espumar uma mistura de ódio e nostalgia ao analisar a poção de Ash, com os olhos brilhando de uma forma muito estranha. Rony disse que era raiva.
Por fim, o último exame foi o escrito de História da Magia. Harry não conseguia se concentrar, ficava com a cabeça na Pedra e em Voldemort. No entanto, os outros três pareciam certos de que enquanto Dumbledore estivesse lá estava tudo bem.
Depois do fim dos exames, o quarteto se assentou para descansar debaixo de uma árvore, curtindo a paz.
- Ah, isso não é ótimo! Nada de revisões, nada de desespero, nada de provas. Tudo o que temos que fazer agora é esperar o resultado dos exames.
- Estou apavorada... Fui tão bem em poções, e acho que vou reprovar em feitiços.
- Nem vai, se você fez uma prova escrita boa como me disse, suas notas vão compensar. – Hermione tranquilizou.
- Assim espero... – subitamente, a Potter olhou para seu irmão. O garoto estava tenso, pressionava a cicatriz com a palma da mão, esfregando a testa em movimentos circulares. – Tudo bem, Harry?
- Não, nada bem! Como poderia estar bem? Voldemort – Rony rangeu os dentes – pode aparecer a qualquer momento para me matar e eu só queria que a minha cicatriz parasse de doer o tempo todo, parece um mau presságio!
- Por que não procura Madame Pomfrey? – Hermione sugeriu.
- Porque não estou doente!
- Tudo bem Harry – Hermione disse – isso são os nervos por causa dos exames. Ontem eu já tinha revisado metade dos meus apontamentos de Astronomia antes de me lembrar de que já tinha feito à prova.
Harry sabia que não era nada com os exames.
- É a pedra? – Rony perguntou. – Dumbledore está no colégio, ele é o máximo! Nada vai acontecer enquanto ele estiver aqui!
Algo ainda parecia muito fora do lugar para Harry. Ele se virou de costas para os seus amigos um pouco e acabou ficando de frente para a cabana de Hagrid. Hagrid, um bom amigo leal, leal a eles e leal a Dumbledore. O tipo que sempre defenderia Dumbledore até com a própria vida.
É Hagrid nunca trairia Dumbledore em seu perfeito juízo.
Em seu perfeito juízo?
- Oh céus... Precisamos ver o Hagrid. – Harry se levantou e começou a descer o caminho correndo em direção à cabana.
- O quê? Por quê? O que aconteceu? – Rony perguntou, enquanto os três desciam atrás de Harry.
- Não é estranho que apareça um estranho num bar com um ovo de dragão e encontre justamente Hagrid que é louco por um? – Harry questionou.
A ficha caiu pra todos, e eles apertaram o passo.
- HAGRID! – Harry socava a porta da cabana com toda a força e gritava a plenos pulmões.
- Oh, são vocês! – o guarda-caça exclamou ao ver o quarteto à porta. – Querem entrar para tomar um chá?
- Agora não Hagrid, estamos com pressa. Precisamos lhe perguntar uma coisa. – Harry prosseguiu. – O estranho no bar, lhe perguntou sobre Hogwarts?
- Ah, não tenho certeza, ele não parava de me pagar bebidas... Mas acho que sim. Eu só falei algo sobre os professores e Dumbledore, nada demais. Não perguntou muita coisa, parecia doido para se livrar do dragão.
- Tão apressado assim?
- Sim, só queria saber se eu teria capacidade de cuidar dele ou não, e pronto. Aí eu disse que depois do Fofo um dragão ia ser moleza.
Harry abriu a boca, mas Ash interviu.
- Claro, não é Hagrid? Fofo é um cachorro enorme, deve ser invencível, você o criou muito bem!
- Oh, imagine... – o homem corou.
- Verdade! Toda aquela pelagem negra e brilhante...
- Ah, ele é forte, mas é meio bobo... Dorme só de ouvir música, imagine... – então Hagrid notou que tinha acabado de cair em uma tramoia de Ash. – Oh, eu não devia ter dito isso, não devia...
- Você disse isso para o estranho, Hagrid? – Harry perguntou.
- Eu não sei, talvez, como eu disse ele me pagou bebidas demais...
Foi o bastante. O quarteto começou a subir correndo de volta ao castelo e a ir em direção ao escritório de Dumbledore.
- Temos que contar para Dumbledore! Não interessa o quanto de explicação isso vai exigir, é uma emergência!
No entanto, assim que se viram no andar do escritório de Dumbledore, se deram conta de que não faziam a menor ideia de como entrar no escritório dele. Então apareceu McGonagall, com uma cara pouco amigável para os quatro.
- O que estão fazendo aqui?
- Precisamos ver o Dumbledore! – Harry disse em desespero.
- O Professor Dumbledore não está aqui, ele saiu faz cinco minutos.
- O quê? Não! Mas era urgente! – Ash exclamou.
- O que seria mais importante que o Ministro da Magia, Srta. Potter?
- A Pedra Filosofal! – ela respondeu. A professora deixou o seus livros caírem imediatamente, e começou a recolhê-los desconcertada.
- Oras como sabem disso? Sumam, vão para sua Sala Comunal, agora! E esqueçam esse assunto, não é da conta de vocês!
Os quatro não tiveram escolha a não ser subir correndo para a sala comunal enquanto remoíam o que fazer. No meio do caminho, a última pessoa que eles queriam ver apareceu: Severo Snape.
- O que estão fazendo dentro do castelo há essa hora? Não ficaria perambulando por aí se fosse vocês, podem ser advertidos, e Grifinória não pode se dar ao luxo de perder mais nenhum ponto pode? – então ele saiu com risadas de escárnio pelo corredor.
- Merda, isso é ruim, muito ruim... – Rony reclamou quando Snape sumiu de vista. Harry respirou fundo e se virou, ficando de frente para os três.
- O.K, isso é o que vamos fazer. Ash, Mione, fiquem na cola do Snape.
- Oh, mas como vamos fazer isso? – Hermione perguntou meio preocupada.
- Ah, não é tão difícil assim é? – perguntou Rony. – Vocês vão para a porta da Sala dos Professores e fingem que estão esperando o Flitwick para falar sobre a prova. Têm as desculpas perfeitas: - em seguida, ele as imitou em voz de falsete. – "Ah, professor, estou com medo de reprovar, a prova prática estava tão difícil..." e "Professor, estou preocupadíssima, acho que errei a questão 14 b...".
Obviamente, nenhuma das meninas ficou feliz com a imitação, mas aquele não era o melhor momento para discutir.
- Rony e eu ficaremos de olho no corredor do Fofo. Vamos!
As meninas foram andando o quão rápido podiam sem parecer que estavam fazendo algo suspeito, até chegarem à porta da Sala. Ficaram um bom tempo por lá até Snape aparecer.
- O que vocês duas estão fazendo aqui? – ele perguntou coma voz baixa e rancorosa. Ash engoliu em seco. Se ela realmente tinha aquele talento para manipular as pessoas, era hora de usar.
- Estamos procurando o Flitwick. – Ela disse. Assim que Hermione abriu a boca para dar explicações, Ash pisou discretamente no pé dela, ainda assim, Snape percebeu, mas fingiu não ver.
- Flitwick, claro... Vou chamá-lo.
Snape deu as costas.
- Por que me impediu de explicar?
- Ia dar muito na cara que é mentira.
- Legal, agora ele foi buscar o Flitwick, vamos sair daqui!
- NÃO! Temos que esperar e falar de verdade com o Flitwick, ou Snape vai saber que estamos tramando algo!
Hermione parecia prestes a um colapso nervoso. Ao contrário de Ash, ela não tinha o menor talento para mentir.
Alguns minutos depois, Snape voltou com Flitwick.
- Ah, professor! Preciso falar com você sobre o exame prático. – então Ash olhou nervosa para Snape como quem diz que é particular. Isso serviu para que Snape acreditasse que Ash tivesse pisado no pé de Mione para impedi-la de falar sobre a prova. Isso o fez entrar de volta na sala dos professores.
- Ah, sim... Não se preocupe, você foi bem no exame teórico, não vai perder nota. Já a Srta. Granger... Uuuu, que exame! 120%! Mas não diga a ninguém, ok?
Depois dessa, Hermione parecia bem mais radiante ao voltar para a Sala Comunal.
No corredor, os meninos não tiveram muito mais sorte que as meninas. Estavam vigilando há apenas cinco minutos quando McGonagall apareceu possessa:
- EU NÃO MANDEI VOCÊS PARA SUA SALA COMUNAL? SUMAM DESSE CORREDOR AGORA ANTES QUE EU DESCONTE 50 PONTOS DA GRIFINÓRIA! É WEASLEY, DA MINHA PRÓPRIA CASA!
Não houve solução a não ser voltarem para a sala, onde as meninas entraram alguns minutos depois.
- Desculpe Harry, Snape apareceu e buscou Flitwick e nós falamos com ele e depois não pudemos mais ficar lá, simplesmente não pudemos! – Hermione choramingou.
- Então é isso. – Rony expirou, se jogando na poltrona mais próxima. – Já era.
Harry olhou para a janela. Esse vinha sendo o melhor ano de sua vida, e estava tudo prestes a ser estragado por causa do maldito Snape... Pior que isso, quantas pessoas iriam morrer se Voldemort voltasse? Se houvesse alguma coisa que ele pudesse fazer, qualquer coisa...
- Não, não era. Vou entrar no alçapão, vou pegar a Pedra antes dele.
- Pirou? – Rony se pôs de pé. – Como pretende fazer isso?
- Tenho a capa! Sabemos como passar por Fofo e sabemos que há outras coisas lá embaixo. Posso fazer isso.
- Podemos fazer Harry. – Hermione disse. – Não vamos deixar que vá sozinho.
- Não precisam...
- Sem discurso. – Rony interrompeu. – Vamos junto, fim. Podemos ser expulsos, mas acho que perto de Você-Sabe-Quem isso não é um problema tão grande, é?
Minutos mais tarde, Harry estava assentado sobre a capa e a flauta que ganhara de Hagrid, esperando a Sala esvaziar. Quando por fim Lino Jordan foi se deitar, o quarteto se pôs de pé.
- Deveríamos experimentar a capa aqui, para ter certeza de que vai cobrir nós quatro. – sugeriu Hermione. – Não seria bacana Madame No-r-ra ver nossos pés andando pelo castelo.
Assim que Harry pegou a capa para seguir o conselho de Hermione, um monte disforme se levantou da poltrona mais próxima. Um monte que falava.
- Aonde vão? O que vão fazer? Vão arrumar problemas pra Grifinória!
Era ninguém mais ninguém menos que Neville Longbottom.
- Ah não... Péssima hora, cara redonda. – Ash sibilou.
- Não posso deixar que saiam a essa hora!
- Ah é? E vai fazer o que?
- Eu... Eu vou... – Neville subitamente ergueu os punhos. – Eu vou brigar com vocês.
- Ah, tenha paciência. – Ash bufou e se largou na poltrona mais próxima.
- Neville, saia da frente, você não sabe a dimensão disso tudo! – Rony advertiu.
- Sei que estão arrumando problemas para nós!
- Neville... – Rony grunhiu.
- Foi você que me disse para enfrentar as pessoas!
- Mas o Malfoy, não nós!
- Não vou deixar vocês estragarem mais as coisas!
- Chega. – Rony fechou os punhos, pronto para brigar, mas antes que isso acontecesse...
- Petrificus Totallus! – O feitiço de Hermione acertou Neville no peito. Ele caiu duro como uma estátua no chão, apenas mexia os olhos, os braços e as pernas grudados ao corpo. – Eu sinto muito Neville, sinto mesmo, mas nós precisamos.
- Brilhante! – Rony elogiou.
- Vamos logo. – Ash cortou.
O quarteto se cobriu com a capa e saiu da Sala Comunal. Caminharam lentamente, preocupados em vigilar se seus pés apareciam ou não, mas estavam bem cobertos. Quando quase chegaram ao corredor do terceiro andar, viram Pirraça vir flutuando acima do solo, olhando exatamente para onde estavam.
- Hm... Ouvi seus passos... O que é você? Um fantasma? Um aluninho nojento? Será que eu devo chamar o Filch? – o poltergeist começou a encher os pulmões de ar. Os quatro se desesperaram. Então Harry teve uma ideia genial. Enrouqueceu a voz.
- Pirraça! O Barão Sangrento tem seus motivos para andar invisível por onde quer.
Pirraça soltou o ar imediatamente. Então fez um monte de mesuras e começou a se desculpar.
- Oh, perdão! Desculpe-me vossa sanguinidade, vossa fantasmidade... Mil perdões...
- Tenho negócios a tratar. Fique longe desse corredor por hoje, fui claro?
- Oh, claro, mais que claro, claro como cristal! – nisso Pirraça sumiu voando rapidamente para longe.
- Genial Harry! – Rony murmurou, ao ver Pirraça suficientemente longe.
- Ok, vamos. – o garoto respondeu.
Mais rápido do que realmente queriam, chegaram ao corredor, Hermione destrancou a porta e lá estava Fofo, rosnando. Ao lado dele havia uma harpa.
- Opa, Snape já passou. Temos que nos apressar! – Harry tirou uma flauta do bolso. Fofo rosnou e babou ao mesmo tempo, fazendo o hálito quente se propagar pelo ambiente. Harry levou o instrumento à boca e soprou. À primeira nota, os olhos de Fofo começaram a se fechar. Harry manteve uma melodia inventada, fazendo Fofo ir caindo aos poucos. Ash resolveu ajudar e começou a cantarolar uma das canções que ouvira o coral de Flitwick ensaiar. Então, Fofo dormiu de vez.
Harry ainda tocando e Ash ainda cantando, Hermione abriu o alçapão. Não dava pra ver o fundo.
- E agora? – Mione perguntou. À exceção de Harry, nenhum dos outros três aprecia disposto a descer. Ash estava aterrorizada, quase indo embora. Mas seria chamada de covarde se fizesse isso...
Harry apontou para si mesmo.
- Vai primeiro? – Rony perguntou. Harry fez que sim com a cabeça, e passou a flauta para Hermione. Fofo ronronou nesses segundinhos sem a flauta. Harry passou as pernas pelo buraco. Respirou fundo. Então se jogou.
Sentiu um arrepio lhe subir à espinha enquanto caía, sentiu um medo de acertar um chão, um medo de não acertar... E quando já estava se arrependendo de pular, bateu em algo macio.
Suando de alívio, ele se pôs de pé e gritou para cima:
- Podem cair, é macio!
Ash fez um sinal afirmativo para os dois e continuou cantando para que eles descessem, pulando em seguida.
Passaram-se poucos segundos até que Hermione soltasse um gritinho desesperado.
- O que foi Mione? Algo errado? – Rony perguntou.
- Algo errado? Algo errado? Olhem para vocês!
Então ficou claro o que Hermione queria dizer. Aquilo macio sobre o qual haviam caído era uma planta. Uma planta que agora enrolava gavinhas fortes nos tornozelos dos quatro.
- Ah! – Ash soltou um gritinho esganiçado.
- O que infernos é isso? Hermione faça alguma coisa! – Rony reclamou, tentando se desvencilhar das gavinhas. No entanto, quanto mais ele se mexia, mais as gavinhas se enrolavam, e com mais força.
- Eu... Eu... Eu sei o que é isso! Já li em algum lugar! É Visgo do Diabo!
- Ah, ótimo que você saiba como se chama! – Harry retrucou, também se mexendo.
- Parem de se mexer, só vai se enrolar mais!
- ENTÃO SE VOCÊ SABE O QUE É, FAZ ALGUMA COISA!
- Ok, ok! É Visgo do Diabo... Visgo do diabo, visgo do diabo, é uma gracinha, mas no sol definha! É isso, o Visgo do Diabo detesta claridade!
- ENTÃO ACENDE ALGUMA COISA! ANDA LOGO! – Rony berrou, com gavinhas enroladas até o pescoço.
- Não tem madeira!
- MADEIRA! HERMIONE GRANGER VOCÊ É UMA BRUXA OU O QUE? – Foi a última coisa que Rony falou antes que as gavinhas cobrissem também sua boca.
- Ah, ah, claro! Lumus Solem!
A varinha de Hermione emitiu um raio forte de luz, todos fecharam os olhos para se proteger. As gavinhas começaram a recuar e logo toda a planta estava grudada na parede.
- Uau, essa foi por pouco! – Ash comentou, esfregando os pulsos. – A Sprout pegou pesado.
Harry viu uma porta no fundo da sala e se aproximou. Colando o ouvido na madeira, ouviu um chiado parecido com o chilrear de pássaros somado ao bater de asas.
- O que será que tem aí? – Rony perguntou. Harry deu de ombros e abriu a porta.
A sala fervilhava de pássaros. Havia tantos que não era possível visualizar o teto ou o outro lado da sala.
- E agora? – Hermione questionou. – Será que vão nos atacar?
- Não sei. Vou passar correndo.
Harry cobriu a cabeça com os braços e foi correndo, mas não chegou nem à metade da sala. Não fora atacado. Ao perceber isso, os outros três entraram e foram com ele até a porta do outro lado, mas a maçaneta não cedeu.
- Está trancada. – Rony comentou. – O que faremos?
- Deve ser algo com os pássaros. – Hermione concluiu. Os quatro fitaram os pássaros no ar e então perceberam. Não eram pássaros. Eram chaves aladas!
- Flitwick!
- Ah, é óbvio não? Uma das chaves abre a porta! – Hermione soltou. Harry correu até a maçaneta.
- Estamos procurando uma chave grande, antiga e de prata. Alguma assim?
Os quatro começaram a fiscalizar o espaço em busca da chave. Levaram alguns minutos nisso até Rony se manifestar:
- Ali, está até com a asa amassada!
- Legal! Como chegamos até ela?
Então Harry bateu os olhos no outro lado da sala: vassouras! Ele pegou quatro e distribuiu.
- Seguinte, Ash, você fecha por cima. Eu vou por baixo. Rony, Mione, laterais. Prontos?
- Eu não... – Hermione começou.
- Consegue sim. Não tem uma coisa que você não possa fazer Mione. – Ash disse. Hermione pareceu mais segura depois disso.
Ao sinal de Harry, as vassouras foram ao ar. Levaram apenas um minuto chegando até que Harry, como exímio apanhador que era, agarrasse a chave na mão direita. Hermione se mostrou inteiramente agradecida ao pisar no são outra vez. Harry abriu a porta e se viram em outra sala.
Agora a porta estava do outro lado, e o chão era ocupado por azulejos preto e branco e enormes estátuas dispostas em um padrão. Rony estreitou o olhar.
- É um xadrez gigante! – o garoto correu até o rei branco e o cutucou. – Com licença, precisamos jogar para passar? – o rei fez que sim com a cabeça.
- Você resolve essa Ron, é melhor em xadrez. – Ash disse.
- Certo. Harry pegue o bispo da rainha, Mione a torre da rainha e Ash a rainha. Eu vou ser o cavaleiro. – As peças citadas saíram e o cavaleiro desmontou seu cavalo, dando lugar a Rony. – As brancas sempre começam primeiro, então são eles antes.
Um peão branco se moveu. E a chacina começou.
Foi aterrorizante ver o modo como às peças iam caindo uma a uma, à base se esmurradas. A pedra se partia, mas se um deles fosse atingido, o estrago não seria pior? Vez ou outra Rony sacrificava uma peça em prol da estratégia e isso começou a assustar os outros. Por fim, o campo estava reduzido a poucas peças, e Rony pensando...
- É, é o jeito. Preciso me sacrificar. – Rony expirou.
- NÃO! – Mione quase saiu do lugar, mas lembrou-se de que isso significaria perder a vez.
- Mione, você quer parar Voldemort ou não? Vou me sacrificar, a Rainha vai se mover para me capturar e aí Harry fica livre para dar o xeque-mate. Fui claro?
- Rony... Por favor... – Mione choramingou.
Ele apenas deu o comando. O cavalo se moveu lentamente. Então a rainha branca se virou e veio aos mesmos passos lentos até Rony. Levantou o trono de pedra e acertou a lateral do cavalo, fazendo o mesmo ruir e Rony voar a alguns metros de distância.
- RONY! – Mione quase saiu correndo, mas Ash que estava atrás segurou o pulso dela.
- Mione, não! – Harry rugiu. – Ainda estamos jogando! – Então o garoto deu seus passos em direção ao rei. Encarou a alta escultura branca. Hermione estava quase dando pulinhos no lugar. – Xeque-mate.
O rei jogou a coroa no chão. As peças abriram passagem. Hermione foi correndo até Rony com os gêmeos em seu encalço.
- Ele... Ele desmaiou... – ela parecia mais assustada que qualquer outra coisa.
- Ele vai ficar bem. Vem Mione, vamos!
Seguiram para a próxima sala. Um cheiro medonho invadiu o nariz do trio. Um cheiro reconhecido.
- Trasgo!
De fato. Parado ao outro lado da sala, de costas, bem maior do que o trasgo do banheiro estava um enorme, carregando um taco de madeira, balançando o corpo de um lado para o outro, vigiando a porta.
- Estamos fritos! Não tem como passar por isso!
Ash olhou para o chão. Suspirou.
- Não os três de uma vez.
- Do que está falando Ash? – Harry perguntou, já com medo.
- Trasgos são burros. Se um de nós puder distraí-lo...
- SEM CHANCE!
- Harry, é Voldemort! Quer pará-lo ou não?
- Mas...
Ash abraçou o irmão.
- Vai ficar tudo bem, eu juro. Vou estar de pé quando voltarem é uma promessa. E eu cumpro minhas promessas.
Harry relutou, mas conhecia a irmã o bastante para saber que ela não ia mudar de ideia.
- Ok...
Ash ergueu a varinha. Não conseguia usar muitos feitiços, então usou o da levitação no taco do monstro exatamente como Rony fizera, e o fez cair na cabeça do Trasgo. O trasgo olhou para ela. Ash correu na direção oposta à porta.
- Corram, vão! Agora!
Hermione agarrou o pulso de Harry e o arrastou até a porta. O trasgo fora de fato estúpido demais para notar. Então, como último ato de ajuda, Hermione lançou algumas daquelas labaredas nas calças do trasgo, fechando a porta atrás de si em seguida.
Ash engoliu em seco. Parou de correr. O trasgo bateu nas calças umas três vezes e o fogo apagou. Então ele foi correndo e brandindo o taco em direção à Ash.
Ela passou correndo por debaixo das pernas do bicho e rapidamente começou a escalar as costas do bicho, como quando escalara as árvores.
"Macaca!"
Agarrou-se à blusa do trasgo. Ia durar até o último segundo ali, afinal, ela não contara aos seus amigos o motivo real de ter ficado: estava morrendo de medo. Preferia muito mais ficar segurando nas costas de um monstro retardado do que dar de cara com Voldemort.
Na sala à frente, deram-se de cara com uma mesa e vários frascos.
- É o último. É do Snape.
Chamas roxas lamberam a porta às suas costas, e negras a porta à frente. Engoliram em seco. Havia um pergaminho ao lado dos frascos. Hermione se aproximou e o leu:
O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás, Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar, Uma dos sete o deixará prosseguir, A outra levará de volta quem a beber, Duas de nós conterão vinho de urtigas, Três de nós aguardam em fria para matá-lo, Escolha, ou, ficará aqui para sempre, E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas: Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno, Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas, Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado, Aliás, se você quiser avançar nenhuma é sua amiga, Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes, Nem a anã nem a gigante leva a morte no bojo, Quarta, a segunda à esquerda e a segunda a direita São gêmeas ao paladar, embora diferentes a vista.
- Ah, ufa. – ela soltou, ao terminar de ler. Harry, que lera por cima do ombro dela, não parecia aliviado tampouco.
- Ufa? Você entende isso?
- É pura lógica! Dê-me alguns minutinhos, ok?
E Hermione começou a pensar. Lia o papel, resmungava, analisava a lista, arredava garrafas para frente e para trás, media tamanhos e larguras. Harry começara a ficar nervoso quando a menina terminou.
- Consegui! Essa faz seguir. – Ela apontou uma garrafinha pequena com apenas um gole restante.
- Só dá para um. Qual faz voltar?
- Harry!
- Ash e Rony precisam de você mais do que eu! Ele desmaiou e ela está sozinha com um trasgo!
- E eu vou lhe deixar sozinho com Voldemort?
- Bem, eu escapei uma vez, não? Vai ver não escapo de novo?
- Ah, Harry... – ela começou a chorar e abraçou o amigo.
- Você é brilhante Mione! Vai dar tudo certo.
- Há, eu... Livros e inteligência. Há coisas mais importantes, como cavalheirismo, e gentileza e coragem... Harry, você sim é forte. Não eu.
Os dois suspiraram. Pegaram suas respectivas garrafinhas.
- No 3? – ele perguntou.
- No 3.
- 1...
- 2...
- 3!
Eles beberam suas poções e sentiram o gelo apoderar-se de seus corpos, mas não puderam se despedir demais. Cada uma travessou sua porta antes que passasse o efeito.
Harry então engoliu o ar. Engasgou. Atrás da última porta havia um espelho, o espelho de Ojesed. E havia um homem, mas não era Snape, ou Voldemort.
Era Quirrell.
E aí está! O próximo capítulo será bem emocionante, e veremos algo que pode dar spoiler da segunda temporada... Mas não vou falar mais nada aqui.
Espero que tenham curtido! Me deixem uma review para eu ver suas críticas e elogios, ok?
Beijos,
Gaby Amorinha
Malfeito feito,
Nox
NB/ Mais uma vez um ótimo capitulo que além de engraçado estava emocionante não é mesmo?! E a Mione esquecendo que pode usar magia? Eu ri... Espero que vocês estejam curtindo a fic que está infelizmente no finzinho da sua 1ª temporada.. Todos choram... Deixem seus comentários, pois eles são mega importantes tanto para Gaby (a autora) quanto pra mim a Beta. Beijos da Dri e até o próximo capitulo meus leitores favoritos!
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