Propostas

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Hogwarts

Noite da Final do Tri Bruxo

Local: Cemitério

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- Pegue sua varinha. Tem algo errado. – fala Harry tentando firmar-se em suas pernas, mas sentindo sua perna esquerda doer horrivelmente.

- O que você acha que está acontecendo? – pergunta Cedrico ao lado de Harry.

- Não estamos sozinhos aqui. Pegue sua varinha. – fala Harry sério levantando sua varinha e apontando para frente. – Tem mais alguém aqui.

- Mate o Outro!  – veio a ordem e Harry viu o feitiço verde vindo direto para o peito de Cedrico.

Harry pulou para o lado e atingiu Cedrico que caiu para o lado, atingindo com sua cabeça, uma das sepulturas. Desmaiou imediatamente.

Seus olhos se recusavam a ficar abertos. Apenas por alguns segundos e depois se fechavam novamente.

Ele viu Harry ser amarrado a uma das Sepulturas. E seus olhos se fecharam.

Ele viu Harry ter seu braço cortado e ter seu sangue retirado à força. E seus olhos se fecharam.

Ele viu um grande caldeirão jogando faíscas para todos os lados. E seus olhos se fecharam.

Ele viu um homem saindo do caldeirão e dizendo para o outro que queria seu braço. E seus olhos se fecharam.

Ele ouviu muitos sons de Aparição e uma conversa sobre “...fui mais longe do que qualquer um...” E seus olhos se fecharam.

Acordou finalmente, quando o discurso havia acabado e o homem que havia saído do caldeirão estava à frente de Harry que continuava amarrado a Sepultura.

- ... e agora, nós duelamos, Harry Potter. – fala a voz sorrindo. – Acredito que saiba duelar, não é mesmo? Soltem-no e entreguem sua varinha para ele.

Cedrico viu que Harry olhou para ele antes de dar um sorriso cansado. Viu Harry ser libertado e cair no chão. Era óbvio que seu braço cortado ainda sangrava e que ele estava com a perna quebrada.

- Pronto para morrer, Harry Potter? – pergunta o renascido olhando para Harry e sorrindo.

- Na verdade... sim. – fala Harry calmo. – Mas tenho um pedido simples, antes de morrer.

- Mesmo? – pergunta Voldemort sorrindo. – O que você quer?

- Você conhece algum feitiço que permita que apenas eu, você e Cedrico falemos em privacidade? – pergunta Harry calmo.

- Sim. – responde Voldemort desconfiado. – Por que?

- Por que eu preciso conversar com você. E não quero que seus homens ouçam. – fala Harry calmo.

- E o que você quer conversar comigo? – pergunta Voldemort curioso.

- Eu vou te dizer depois que fizer o feitiço. – fala Harry sorrindo e jogando sua varinha aos pés de Voldemort, mostrando estar desarmado. – E então?

Com um olhar desconfiado, Voldemort fez o feitiço que os isolou em uma bolha de silêncio.

- E então? – pergunta Voldemort sério. – O que você quer?

- Vou te fazer uma pergunta. Quero que pense bem na resposta. – fala Harry mancando bastante enquanto caminhava para Cedrico que estava jogado ao chão amarrado. – A pergunta é: Quantas vezes nós já lutamos? Pense bem na resposta.

- Três vezes. – fala Voldemort sério vendo Harry erguer Cedrico do chão e o colocar sentado, com as costas firmes na sepultura enquanto olhava para o ferimento na cabeça dele.

- Você está enganado em sua resposta. – fala Harry rasgando um pedaço de sua camisa e a colocando ao redor da cabeça de Cedrico,como uma bandagem improvisada, parando o sangramento da ferida. – Quer tentar novamente?

- Nós lutamos na casa de seus pais. – fala Voldemort.

- E eu venci. – fala Harry calmo enquanto ajeitava o corpo de Cedrico para que ele ficasse mais confortável, embora ainda estivesse amarrado.

- Sua mãe usou um feitiço de Magia Antiga e... – fala Voldemort, mas Harry o interrompe.

- Besteira. Nunca ouve feitiço algum. – fala Harry com desprezo. – Havia somente eu e você. Ou você acha que minha mãe foi a única que se jogou na frente da morte para salvar seus filhos???

- Mas... – fala Voldemort e pára por alguns instantes enquanto pensava furiosamente.

- Nunca ouve ritual. Nunca ouve feitiço algum. Era somente eu. – fala Harry calmo enquanto olhava para Voldemort. – Somente uma criança furiosa, com pouco mais de um ano, que havia acabado de testemunhar a morte de sua mãe. Somente isso. Lembra-se de nossa luta seguinte?

- Na câmara da Pedra Filosofal. – fala Voldemort apertando seus dentes com raiva.

- Não. Antes disso. Na Floresta Proibida. Quando você atacava os Unicórnios, lembra? – pergunta Harry. – Você me atacou, mas falhou novamente.

- Um Centauro me interrompeu! – protesta Voldemort seco.

- Mas você me atacou com sua mente, e falhou. – fala Harry sério. – Eu o expulsei de minha mente e só depois você tentou me atacar fisicamente. Lembra do que veio depois? Na Câmara da Pedra Filosofal?

- Ser queimado vivo deixa uma lembrança eterna, Potter. – rosna Voldemort.

- Sim. Eu imagino que sim. – fala Harry dando um sorriso cansado. – E depois, você lembra de nossa próxima luta?

- Nós nunca mais lutamos, Potter. – fala Voldemort sério.

- É claro que lutamos. – fala Harry sorrindo. – Ou melhor, eu lutei contra um “você mais jovem”.

- Explique. – fala Voldemort seco.

- Um diário seu, que estava em posse de Lucio Malfoy, foi contrabandeado para Hogwarts. – fala Harry dando de ombros e vendo que Voldemort entendeu o que tinha acontecido.

- E? – pergunta Voldemort rangendo os dentes de raiva.

- Malfoy colocou o diário no meio dos livros de Gina Weasley. – fala Harry dando de ombros. – Ela escreveu no diário. O diário a possuiu. Ela abriu a câmara. Libertou o basilisco. E eu, como sou um ofidioglota, fui culpado, é claro. Ganhei um nome interessante. Novo Lorde das Trevas.

- Você é ofidioglota? – pergunta Voldemort surpreso.

- Sou. – fala Harry sorrindo. – Estranho, não é mesmo? Deve ser algo a ver com a linhagem de minha mãe.

- O que aconteceu depois? – pergunta Voldemort muito interessado. – Com o diário?

- Eu tive que encontrar a entrada da Sala Secreta de Salazar. Deu muito trabalho, mas por fim, eu consegui. Tive um pouco de ajuda em forma de pistas, mas somente isso. A briga final foi entre eu e você... digo, outro de você. Um mais jovem. Ele tinha cabelo e nariz, mas era bem parecido com você atualmente. – fala Harry sorrindo. – Fawkes apareceu e cegou o basilisco. O chapéu seletor me deu a espada de Godric e eu matei o basilisco com a espada. Ele me mordeu. Fawkes me curou. Eu cravei uma presa no diário e Gina sobreviveu.

- Interessante história, Sr. Potter. – fala Voldemort curvando a cabeça num cumprimento. – Feito notável.

- É mesmo. – fala Harry com ironia. – Feito notável. Ninguém jamais me pediu desculpas por terem me ofendido. Ninguém se preocupou em fazer nada para mudar coisa alguma. Se quiser saber a verdade, eu acho que deveria ter deixado o basilisco vivo!

- Manter o basilisco vivo poderia ser um item de barganha interessante. – fala Voldemort sorrindo. – O que nos trás até aqui. E agora.

- Sim. – fala Harry sentando-se numa sepultura, ao lado de Cedric  e esticando sua perna esquerda que doía muito. – Diga-me, Voldemort, você notou um padrão nessas lutas?

- Que padrão? – pergunta Voldemort seco.

- Sempre que eu luto contra você e me aplico apenas um pouco, eu sempre venço? – pergunta Harry sério. – Notou isso?

A seqüência de palavrões foi contínua por 30 segundos. Até que Voldemort se acalmou.

- ... Presunçoso. – termina Voldemort enquanto Harry dá de ombros.

- Talvez eu seja. – fala Harry dando de ombros. – Mas mesmo você reconhece que isso é verdade.

- O que você está dizendo, Harry? – pergunta Cedrico pela primeira vez entrando na conversa.

- O que eu acabo de provar, Cedrico, é que se eu lutar contra ele, eu tenho uma chance muito grande de vencer. – fala Harry sério. – De novo!!

- Você teve sorte! – rosna Voldemort apontando sua varinha para Harry. – E ela termina hoje.

- Talvez. – fala Harry dando de ombros. – Mas eu sei que se eu lutar contra você, hoje, eu venço de novo. E você sabe que 90% da magia, é baseada na capacidade de acreditar que você pode fazer algo. Mas eu tenho uma idéia diferente.

- Que idéia? – pergunta Voldemort sério.

- Eu deixo você me matar, sem lutar, sem reagir. – fala Harry calmo olhando para Voldemort. – Eu me rendo sem luta, desde que você me conceda alguns desejos. E eu quero isso num Voto Perpétuo.

- A sua presunção não tem limites. – fala Voldemort sorrindo. – Por que eu não te mato agora mesmo?

- Tem bilhões de meteoros voando no sistema solar. – fala Harry calmo. – Alguns tão pequenos como grãos de areia. Outros tão grandes como Hogwarts. Tenho certeza de que um deles vai te matar, antes que você me mate. Ou, um terremoto vai acontecer. Ou um raio vai cair. Ou uma dezena de situações absurdas irá ocorrer, garantindo minha vitória e sua morte. De novo! Basta eu querer lutar. Basta eu querer me defender. Mas eu não quero que isso aconteça. Eu quero morrer. Hoje á noite. Quero que você me mate.

- Você quer morrer? – pergunta Cedrico espantado. – Você está louco??

- Todo mundo morre um dia, Cedrico. Eu... estou escolhendo o momento e a forma da minha morte. Quem mais pode fazer isso??  – fala Harry calmo. – Eu não queria morrer hoje, mas é uma realidade que eu tenho que enfrentar. A questão é: Enfrentar a morte de cabeça erguida e conseguir minha vingança contra aqueles que me ferraram, ou me debulhar em lágrimas e perder o pouco respeito que tenho por mim mesmo?? Eu vou morrer hoje. E vou deixar você me matar, Voldemort. Ajoelhado a seus pés, pedindo por minha morte. Não é o que você quer??

- Sim. – fala Voldemort lambendo seus lábios e ouvindo a conversa dele. Ele sabia que muitas... Coincidências já tinham acontecido antes entre ele e Potter. Se ele podia resolver isso sem mais... Coincidências acontecendo... – O que você quer, Potter?

- Bom... – fala Harry sorrindo. – Quero que você me responda algumas perguntas com a verdade. Quero que Cedrico seja permitido ir embora, sem nenhum ferimento, ou qualquer tipo de dano. Quero que permita que Cedrico exiba esta memória e que todos possam testemunhar esse encontro na íntegra, inclusive minha morte em sua varinha. Quero que você me mate usando o Avada Kedavra, ainda na noite de hoje. Quero que meu corpo seja enviado imediatamente após minha morte, sem maiores ferimentos ou danos, diretamente para um beco qualquer em Londres trouxa onde nenhum bruxo o encontre. Não quero que meu corpo seja usado para qualquer ato político. Não quero funeral nem enterro. Os trouxas vão me enterrar em um cemitério qualquer, como um indigente.

- Somente isso? – pergunta Voldemort em dúvida.

- Bem... se você souber de algum feitiço de cura... – fala Harry apontando para sua perna quebrada. – Isso dói um pouco.

- Muito bem, Potter. – fala Voldemort sorrindo. – Vou lhe conceder isso. E em troca?

- Eu me ajoelho em tua frente e peço por minha morte. Sem truques. Sem enganações. Sem resistência.  E respondo todas as suas perguntas, com a verdade. – fala Harry sério. – Você aceita esses termos?

- Eu aceito esses termos. – fala Voldemort sorrindo. – Quem será nosso Bonder?

- Peter Petigrew. – fala Harry sério. – Quero olhar na cara do traidor.

- Que assim seja. – fala Voldemort sorrindo. – Rabicho! Venha até aqui.

- Harry! – protesta Cedrico. – O que está fazendo? Você não pode deixar ele te matar!! Está louco??

- Cedric. – fala Harry olhando para ele e sorrindo. – Eu não tenho motivos para viver. Não tenho amigos, nem parentes, nem ninguém. Sou um cara solitário e sem vontade de lutar mais. Não tenho lugar algum para ir. Sou o cara mais odiado do mundo bruxo, por algo que eu já cansei de dizer que eu não fiz. Mas isso não adianta, não é mesmo?

- Harry... eu não sei como você enganou o Cálice, mas isso não é motivo para se matar. – fala Cedric irritado.

- Potter não colocou o nome dele no cálice. – fala Voldemort divertido. – Eu mandei um dos meus servos fazerem isso por mim.

- Quer dizer que... você falou a verdade... o tempo todo? – pergunta Cedrico espantado.

- Sim. – responde Harry sério. – E todos vocês me humilharam, por um ano inteiro, sem motivo. Agora eu quero saber algumas coisas. Algumas verdades. E Voldemort sabe as verdades, portanto, ele vai me dizer antes de me matar.

- Ele vai mentir para você, seu idiota. – grita Cedrico.

- E violar o Voto Perpétuo?? – fala Harry sorrindo. – Além disso, há uma regra entre os trouxas. Do tratamento honroso entre inimigos que se entregam sob rendição.

- Como é que é? – pergunta Cedrico espantado.

- Nunca humilhe um adversário que se rendeu. – fala Voldemort sério voltando junto a ele e trazendo Rabicho com ele. – Regras de Guerra. Harry Potter se rendeu, portanto será tratado como um Prisioneiro de Guerra, até que seja executado. Mas até que isso aconteça, eu o tratarei com respeito. Existe honra numa guerra, Sr, Digorry. E apesar do que Dumbledore e o Ministério lhes contaram, eu não sou um animal irracional. Potter, pronto para o voto perpétuo?

- É claro. – fala Harry sorrindo.

Com o voto perpétuo feito, Harry olhou para Cedrico que estava sentado no chão. Voldemort, com um movimento de sua varinha, curou a perna de Harry que estava quebrada e depois seu braço. Em seguida, conjurou duas cadeiras frente a frente. Sentando-se em uma, apontou a outra para Harry que se sentou de forma calma.

- O que quer saber, Potter? – pergunta Voldemort.
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