Amor, Medos e Pesadelos
Harry estava em sua casa em Godric’s Hollow, ele pela primeira vez se sentia culpado pela morte de alguém, uma morte que ele mesmo havia provocado, diferente de Voldemort a quem derrotara há vinte anos, ele se lembrou que na época não se sentira culpado, não sentira nada era apenas o fim de um pesadelo, uma liberdade lhe veio ao peito por saber que a partir daquele dia tudo seria normal não só para ele como para todos, o mal se fora por enquanto. Voldemort... Há quanto tempo não pensava naquele que um dia fora seu pior inimigo desde sempre, e agora tudo parecia a retornar a loucura dos seus tempos em Hogwarts, a cada ano acontecia algo para fazer de sua vida escolar algo a mais que provas, trabalhos, detenções e visitas a Hogsmeade, ele não tivera anos escolares normais, mas queria que seus filhos tivessem. Era algo que começara a se tornar apenas uma ilusão frente ao fato que no ano que se passara Alvo fora seqüestrado e torturado por comensais, Tiago fora acusado de ataques a alunos em Hogwarts e enfrentara Rodolfo Lestrange de igual para igual, Alvo ao lado de Scorpio enfrentara um lobisomem para salvar Rose, por Merlin, as coisas de uma hora para a outra haviam virado de cabeça para baixo, tudo por causa de uma pedra pensou, uma pedra que fora destruída por seu filho mais velho, uma pedra que ele devia ter destruído no passado, se houvesse feito nada do que se passara teria acontecido.
Harry limpara os óculos nas vestes e tornara a encarar o fogo da lareira que crepitava, ele então olhara para suas vestes e via que não as havia trocado desde então, respingos de sangue ainda existiam ali, pequenos fragmentos do que havia acontecido naquela manhã, quando torturara Rasbatan Lestrange até a morte, as ultimas palavras do comensal ainda ecoavam em sua cabeça, palavras sem sentido, de alguém que estava morrendo.
Flashback on:
_ você tem mais do Lord das trevas do que imagina Potter... Mesmo morto... Ele conseguiu deixar uma marca em você – disse Rasbatan rindo quase sem fôlego – e não é a cicatriz... Bem lá no fundo... Você pode sentir não pode? Pode sentir que você e ele ainda estão ligados, e que a morte dele, será vingada... Pelo próprio sangue... Pelo próprio sangue você caira, pelo sangue do mestre vira o novo império... Um novo Senhor da Morte surgira, e com ele... A destruição dos trouxas... A submissão dos mestiços e a extinção dos sangues-ruins... O mundo como conhecemos não será o mesmo... Não, não será... Quando ele tiver as três... Quando ele tiver as três... o ritual será feito, e a grande profecia dos fundadores... a grande profecia... Realizara-se... Mas não haverá heróis dessa vez... Ele não substimara os inimigos, no momento certo os matara... Seus filhos Potter morreram... Seus filhos Potter, irão cair... E você não estará aqui, pois vai morrer antes deles... – Rasbatan rira tentando se levantar para ai cair nos braços de Harry – meu irmão ira vingar minha morte... Morro, mas o propósito de tudo continua...
Flashback off.
Pelo sangue do mestre vira o império, Voldemort não poderia ter tido filhos, não, ele não poderia ou será que poderia? Quem seria a mulher louca o bastante para engravidar dele, Harry sacudira a cabeça, com uma imagem que se formara em sua mente. Senhor da morte, que ridículo, para se ser o senhor da morte teria que uma pessoa possuir as três relíquias e uma havia se destruído, a outra estava com ele, e a ultima estava enterrada junto de Dumbledore. E não existia nenhuma profecia que ele saiba, uma profecia dos fundadores? Seria os fundadores de Hogwarts? Teria que ver com Mcgonagall se aquilo existia. Ele só sabia de uma coisa, não deixaria mais nenhum comensal da morte ameaçar sua família, ninguém mataria seus filhos, ele não permitiria isso.
Harry tirara a rolha de uma pequena garrafa de cerveja amanteigada, virando metade de um só gole e se recostando em sua poltrona, queria tanto poder esquecer aquele dia, como queria, ele falara com Kingsley sobre o que acontecera, fora a primeira pessoa que procurara quando deixara Draco sozinho com o corpo, o ministro falou que resolveria as coisas, Harry havia cometido um erro grave mas não deveria pagar por ele, era injusto para alguém que tanto havia ajudado a comunidade bruxa acabar em Azkaban. Sobre a mesa a sua frente repousava um jornal, o Profeta Diário com suas fotografias animadas tinham uma manchete estampada na primeira capa com o titulo de “Comensal da morte capturado comete Suicídio” e uma foto de Rasbatan Lestrange, a mesma dos cartazes de procurado.
Gina aparecera e se sentara no colo de Harry, o marido a abraçara pela cintura e lhe beijara no pescoço, repousando sua cabeça sobre o corpo dela, sentindo seu cheiro, ela era a única que poderia acalmá-lo, a ruiva acariciava os cabelos dele.
_ sabe que de hoje em diante as coisas tendem a piorar, eles ainda estão ai fora Gina, e estão querendo se erguer novamente, teremos uma guerra daqui a uns anos, e eu temo o dia em que ela chegue – disse Harry – temo pela família que construi ao seu lado, temo por você, pelos nossos filhos... o dia em que a guerra estourar, sabe que terei de lutar, lutarei novamente por vocês, as pessoas que realmente são importantes para mim – ela o cariciara o rosto e ele a beijara – mas caso eu... Não venha a voltar vivo, quero que seja feliz, que encontre alguém que te ame tanto quanto eu e que faça tão bem quanto eu, você mais que ninguém merece ser feliz Gina... – a ruiva tentara se pronunciar mas ele a impedira - e peço que, não deixe nossos filhos buscarem vingança, não quero que eles envolvidos nisto, não quero eles lutando, dedicando a vida deles algo desse tipo, quero que tenham vidas normais, que estudem, trabalhem, casem e construam uma família, a guerra se aproxima... Mas isso não impede deles terem uma vida normal, não quero soldados, quero apenas homens honrados e de bem, que sei que se tornaram, e que a Lily seja feliz ao lado do homem que escolher... quando começar a guerra, quero que você e nossos filhos vão para a os Estados Unidos – Gina tentara impedi-lo de continuar mas Harry não deixara – Duda mora lá com a esposa, eles os receberam na casa deles em Nova Iorque, sei que ficaram bem se deixarem o país.
Gina não agüentara e dera um tapa em Harry, o Auror parecia não acreditar naquilo, fora quando notara lagrimas a se formarem nos olhos da esposa, um aperto se formara em seu coração, ele sabia que a ruiva não gostava quando ele falava de morte, a anos atrás quando se tornara Auror ele fizera um discurso parecido, falando que caso ele morresse em alguma missão ela deveria seguir sua vida, e na época se lembra de quanto a ruiva ficara zangada com aquilo. Ele estava prestes a se desculpar mas Gina o impedira.
_ Nunca mais senhor Harry Potter fale que você vai morrer, nunca ouviu? – disse Gina – como eu poderia seguir minha vida e me casar com outra pessoa? Como faria uma coisa dessas se o único homem que já amei foi você? E quanto aos nossos filhos, também só quero o bem para eles, assim como você, mas pelo que sei deles, assim como você, eles tem a maldita mania de quererem salvar todo mundo, serem herois, não poderá afastá-los dessa guerra, não é você que decide isso e sim eles, quando ela chegar eles terão a idade para decidir o que é melhor para eles, não podemos decidir os futuros de nossos filhos Harry, nem o que irão ou não fazer, isso depende deles próprios.
_ só não quero que eles morram em batalha – disse Harry – já perdi muitas pessoas aquela noite na batalha de Hogwarts, pessoas importantes para mim, não suportaria perder meus filhos em uma guerra idiota.
_ nenhuma guerra é idiota se você luta pelo que acredita – disse Gina – e morrer lutando, é a morte mais honrada que alguém pode ter – ela para um pouco, desviando o olhar vagamente, uma lagrima rolara por sua face, Harry sabia que ela estava lembrando de Fred, seu irmão morto em batalha – mas não quero mais ninguém que amo morrendo, não desta forma, eu quero você e toda minha família ao meu lado.
_ você é meu maior tesouro Gina, não sabe o quanto te amo, você é a mulher que escolhi para viver ao meu lado para sempre – disse Harry – como fui tolo de não ter percebido que quando te conheci você seria minha? Ainda me lembro da irmãzinha do meu melhor amigo que ficava toda envergonhada quando me via, que foi apaixonada por mim desde sempre, a garota que seria a mais importante para mim? Estávamos destinados um ao outro desde o inicio Gina... E eu agradeço todos os dias por isso, por nossos caminhos terem se cruzado Anjo.
Gina beijara o marido, um beijo que esquentara Harry e afastara de seus pensamentos todos aqueles que poderiam lhe preocupar com o que aconteceria amanhã, o que apenas importava agora era a mulher que estava em seus braços, Gina envolvera o pescoço do marido com um dos braços e o outro acariciava seu tórax, lhe desabotoando a camisa, Harry sorria em meio ao beijo, uma de suas mãos se mantinha na cintura da mulher e a outra descera até sua coxa, Gina agora lhe beijava o pescoço, Harry acariciava seus cabelos ruivos, ela lhe tirara a camisa, ele se levantara ainda a beijando, ele a repousara sobre o tapete em frente a lareira, ela o encarava deitada com um sorriso no rosto, ele a beijara enquanto as suas mãos levemente retiravam sua blusa, deixando parte do belo corpo da mulher a mostra, logo retornara a beijara mais intensamente. O fogo da lareira parecera aumentar de repente, ele que estava quase se extinguido, as labaredas cresceram gradativamente tomando tons fortes de um vermelho vivo, enquanto um casal se amava frente a ela.
Enquanto isso, Draco Malfoy retirava assustado a cabeça de uma penseira, seu rosto estava mais pálido que o natural e uma expressão de medo em seu rosto, com a respiração acelerada, ele ainda encarava a bacia de pedra que a momentos atrás ele observava as lembranças de Rasbatan, ele se voltara para um espelho que cobria toda uma parede da sua sala de treinamento, onde no geral praticava feitiços e ensinava Scorpio algumas coisas, membros do ministério como Aurores ou Inomináveis tinham a autorização para ensinar seus filhos em casa, e Draco ensinara aos filhos muitas coisas, levando em conta que todos os três entraram em Hogwarts sabendo duelar como profissionais. Ele olhara seu reflexo no espelho, estava cansado, não parecia o mesmo Malfoy de sempre, parecia abatido como se tivesse batalhado durante mil anos, a verdade era que, as lembranças que obterá era algo que o havia feito temer ainda mais pelo que estava por vir.
Draco encarara a penseira, agora a pegando em mãos, ele não sabia direito o que tinha para fazer, ele vira os planos dos comensais, ele vira o que eles tinham planejado para o Potter e para sua família, vira quem era aquele que os comensais denominavam mestre, e sabia o quão perigoso era, vira coisas que seriam importantes para a Ordem da Fênix, e que ajudariam muito, mas também viu uma coisa que o impedia de entregar aquilo a eles, algo que lhe partira o peito, ele não podia entregar aquilo. Draco agora retorcera a face em puro ódio, estava com uma raiva imensa a lhe consumir, ao mesmo tempo que o seu peito estava machucado pela dor, e que pelo seu rosto uma lagrima solitária corria. O loiro levara o braço para trás e arremessara a penseira contra o espelho, que se quebrara assim como o recipiente de pedra, Draco agora andara até próximo a parede, tocando o local onde a penseira atingira, o impacto deformara o espelho, fazendo com que agora ele visse vários reflexos seu, certa de oito ou dez rostos idênticos, com a mesma expressão, de medo e raiva, as memórias se espalharam pelo chão agora desaparecendo aos poucos, logo deixando apenas no chão os cacos do espelho.
Draco encostara sua cabeça contra a parede, apoiando sua mão nela, não se importando com os cortes que ia ganhando devido as pontas que haviam se formado com o choque, lagrimas vieram então, o choro lhe invadira desesperado, e ele se deixara escorregar pela parede caindo no chão ajoelhado, ele virara ouvira um barulho vindo da porta, encarara o reflexo do espelho quebrado o rosto de sua esposa, vários rostos reflertidos com uma mesma expressão preocupada. Draco se voltara para ela, e Astoria andara a passos leves até ele, se ajoelhando em sua frente preocupada. Ele encostara na parede, se sentando no chão ao lado da esposa, Astoria limpava as lagrimas de Draco, nunca ela vira ele daquele jeito, seu marido sempre fora um homem forte agora se entregava ao choro como uma criança assustada.
_ o que aconteceu Draco? – disse Astoria – me conte, o que aconteceu para você ficar assim? Você está chorando, a tempos não te via assim... acho que nunca te vi nesse estado.
_ Amor, me prometa que sempre estará ao meu lado, sempre... – disse Draco – eu preciso de você e de meus filhos ao meu lado para ser forte, pois vocês são o que tenho de melhor, prometa, que não importa o que eu decidir fazer, que não importa as decisões que eu tome se forem certas ou erradas, me prometa... prometa que estará ao meu lado.
_ você está me assustando Draco, por favor, me diga o que está aprontando – disse Astoria seria e com um pouco de temor na voz – eu te amo Draco Malfoy, você sabe disso, sabe que sempre estarei ao seu lado, e que quando estiver para tomar uma decisão errada estarei ali para te mostrar o certo.
Draco beijara Astoria docemente, lhe acariciando o rosto e ajeitando uma mecha do cabelo da esposa atrás da orelha, ele lhe encarava nos olhos, e ela repousara a cabeça contra seu peito, Draco lhe beijara a testa, envolvendo-a com os braços em um abraço.
_ nunca me deixe... – disse Draco – por favor, fique ao meu lado sempre...
_ sempre – disse Astoria beijando o marido – nem a morte poderá me separar de você.
Eles ficaram ali por um tempo, em silencio.
Uma tempestade caia do lado de fora, os vidros da velha casa estavam embaçados pela chuva, e os relâmpagos pareciam assustar o falcão que repousava sobre um poleiro, um homem encarava pela grande janela, o pequeno vilarejo que se localizava aos pés da colina onde ficava a mansão, aquele lugar que a muito tempo estava abandonado, e que no passado fora a cena de um crime horrível envolvendo a morte de uma família trouxa pelas mãos de um bruxo, na época o acusado pelo crime fora alguém inocente, um bruxo que teve a mente alterada pelo próprio Lord Voldemort. A mansão Riddle perdera o charme do passado e sua gloria, não passando agora de uma construção esquecida pelo tempo, que antes dele chegar ali servia de refugio para mendigos e bêbados, ele sorria frente a lembrança do que Greyback fizera com eles, ele odiava aquele lugar, só ele sabia como era repugnante ficar num lugar como aquele, que lhe lembrança a impureza do seu sangue, e que tinha o maldito cheiro de trouxas, ele levara um gole de seu Fire Whisky a boca, era um pequeno gosto do seu verdadeiro mundo, mundo ao qual conquistaria, e seria seu em um futuro muito breve.
Os seus olhos então encararam três figuras a aparatarem em seus jardins, ele andara até uma velha poltrona de frente a lareira e a acendera com um aceno de varinha, o falcão voara até ele, um sorriso leve brotou em seus lábios e ele deixou que a ave bebesse um pouco de sua bebida, logo alguem se rompera pela porta, e um homem todo molhado surgira, sua feição era furiosa, e seus olhos traziam um olhar assassino. Um relâmpago cortara o céu iluminando o rosto de Rodolfo Lestrange.
_ Rodolfo o que o trás aqui? Disse que não gosto de se incomodado quando estou descansando – disse o homem – mas já que está aqui, me deixe dar os pêsames pela morte de seu irmão.
_ pêsames? Rasbatan não deveria ter morrido, ele não podia morrer, não agora que estamos prestes a reerguer o império – disse Rodolfo – o Ministério o matou, aqueles Aurores malditos disseram que foi suicídio, mas duvido que meu irmão fosse dar um fim na própria vida, ele morreu pela mão deles que eu sei... Rasbatan não me deixaria desse jeito, não ele não me deixaria desse jeito... – sua voz era fraca e descrente – agora ele está morto... e o único culpado é você – ele apontara a varinha – você disse que o libertaríamos, você disse que o tiraríamos de Azkaban quando tivéssemos a chance, e já faz alguns meses desde que ele foi preso... você não se importa com nada, somos meros piões em seu estúpido jogo de xadrez.
Ele se erguera da poltrona agora encarando Rodolfo com um olhar frio, ele encarara a varia e soltara um leve riso, caminhando até o comensal tocara com a ponta dos dedos a varinha de Rodolfo.
_ quer duelar comigo Rodolfo? – disse ele rindo – não esperava que o tempo fosse deixa-lo tão patetico... se esquece que eu sou seu mestre, seu novo Lord, aquele que você deve servir? Não sou qualquer um ao qual você pode apontar a varinha e esperar que não faça nada, se você não fosse importante em meus planos já estaria morto nesse momento, pois se há uma coisa que sei Rodolfo, é como matar uma pessoa... – com um estalar de dedos Lestrange fora jogado contra uma estante de livros que se desmontou de tão violento que foi o impacto – Agora... você acha que pode vir até mim dessa forma sem esperar que não aconteça nada... – ele retirara a varinha do bolso e começara a analisa-la como se ela fosse a mais bela de todas que existiam.
Os olhos do homem tomaram uma cor de um azul frio e gelido, e Rodolfo pode sentir uma sensação horrivel a lhe invadir, por mais que quisesse se levantar dali não conseguia, o medo lhe dominava, era como se houvessem dementadores ali, pois um desespero lhe dominava, era como se a propria morte estivesse proxima, ele podia sentir um arrepio a lhe invadir a nuca, e sua respiração ficar acelerada, ele tentara se levantar mas algo o prendia ao chão, suas pernas estavam tremendo e fracas, o seu mestre caminhava em sua direção, mas ele parecia não sentir o mesmo que Lestrange, talvez pelo fato dele ser o causador daquilo, todo o medo e desespero que o invadiam vinha daquele homem a sua frente, ele se ajoelhou ao lado de Rodolfo, e recolhera sua varinha que estava proximo a ele, o mestre agora lhe apontava a sua propria varinha, e o comensal não pode deixar de recuar um pouco para trás, sua face empalidecera, e seus olhos agora haviam tomado uma feição de panico, dentro da cabeça de Rodolfo um emaranhado de pensamentos, por que ele não o atacava? estava proximo a ele, o bastante para pegar a varinha, para ataca-lo, por que não fazer isso? Ele era mais velho que ele, mais velho e experiente que aquele garoto que pensava ser o Novo Lord, o porque então de teme-lo daquela forma, ele estava ali, era só derruba-lo e tomar sua varinha, e com um simples feitiço tudo estaria acabado, mas o porque de não faze-lo ainda não sabia, era como se algo naqueles olhos lhe fizessem despertar um medo que nunca vira, um medo nunca sentido por ele, o medo do proprio mal. O homem a sua frente sorrira, lhe estendendo sua varinha, ele a aceitara.
_ me mate Lestrange, vamos eu o desafio a fazer isso, um feitiço e estara tudo acabado não é mesmo? – disse o homem, Lestrange agora parecia nervoso com a varinha em mãos, seu mestre havia lido sua mente, sabia que desejava-lhe a morte – ah... mas você não fará isso, é fraco o bastante para me deixar vivo, é muito fraco... e patetico, oh... Rodolfo, só não lhe mato agora, pois sem você não teria descoberto a minha verdadeira origem, devo muito a você...mas, se me desafiar novamente dessa maneira, esquecerei tudo que fez por mim, tudo que você, seu irmão e Lucio me ajudaram, graças a vocês três tomei minha posição como lider, meu posto como o verdadeiro herdeiro do Lord que sou – ele se levantara – agora... quanto ao fato de ser apenas um peão em meu tabuleiro de xadrez, se engana, é uma das peças principais, você meu caro, é meu bispo negro, assim como seu irmão, mas ele infelizmente se perdeu, o que me deixou em aberto a decisão de quem poderia substitui-lo.
Rodolfo finalmente pudera se erguer, o medo que lhe dominara ia se esvaindo aos poucos, ele se recumpusera aos poucos, sua voz ainda vacilante pronunciara fracamente algumas palavras que sairam falhadas.
_ obrigado meu Lord – disse Rodolfo com uma voz armagurada se curvando – farei meu dever para que o senhor não se descepcione comigo, serei seu fiel seguidor meu Lord, assim... como segui seu pai.
_ meu pai não lhe dava muito valor Lestrange, se fosse ele em meu lugar já estaria morto – disse o homem – agora se levante, deixe de se rebaixar dessa forma e me siga, quero lhe mostrar uma coisa, que talvez lhe faça esquecer um pouco a perda de Rasbatan.
Rodolfo seguira o homem até proximo a uma porta aos fundos da sala, ao entrar notara se tratar de um escritorio, com uma lareira de pedra, estantes de varios livros cobriam as paredes, e um pesado tapete de urso proximo a lareira, assim como a cabeça de um cervo e armas trouxas, conhecidas como espingadas, nas paredes, davam um ar selvagem aquele lugar, havia um grande quadro sobre a lareira, Rodolfo encarou por uns segundos, havia um rapaz ali retratado, um rapaz belo de cabelos negros e olhos de um azul profundo, ele possuia o rosto fino e delicado, e possuia um ar arrogante, estava vestindo roupas trouxas antigas, e ao seu lado um belo cavalo negro, algo naquel trouxa era muito familiar, mas não sabia dizer o que era.
Rodolfo se sentara em uma das poltronas frente a uma grande mesa escura, o homem se sentara a sua frente de costas a uma janela e retirara de uma das gavetas uma caixa de prata, e empurrara ao comensal, Rodolfo a pegara em mãos sem saber ao certo o que faria com aquilo, o homem lhe fizera um sinal para que abrisse, e assim o fez, dentro da caixa, sobre uma almofada de veludo negro estava um belo anel de prata, e com uma pedra esverdeada, os olhos do comensal quase sairam das orbitas, seus dedos vacilantes pegaram o anel e ergueu-o a altura dos olhos podendo ver o simbolo das Reliquias da Morte gravados nele. Lestrange encarara seu mestre que parecia sorrir da surpresa do comensal.
_ co-co-como isso pode ser possivel? – disse Rodolfo – eu vi Tiago Potter destruir essa pedra, ela destruiu a pedra da ressureição, como ela pode estar assim intacta? Sem nenhum arranhão?
_ Rodolfo... as Reliquias atravessaram seculos sem que alguem as destruisse, são objetos muito poderosos, não seria um garoto de quinze anos que iria destruir a pedra da ressureição, muito menos com uma simples faca – ele rira – ela se destruiu temporariamente, mas após isso se reconstruiu sozinha, tolos... como pensaram que poderiam destrui-la? Agora... ela me pertence, e comigo ficara... logo as outras duas lhe farão companhia e a antiga profecia estara se realizando, mas até lá, use a pedra, quero lhe dá a chance de se despedir de seu irmão.
Rodolfo encarara seu mestre, ele lhe sorria, Voldemort e ele não possuiam muitas coisas em comum, apenas as mesmas ambiçoes, o mesmo desejo por poder, aquele garoto, parecia mais humano, não era pela sua aparecia normal em comparação ao antigo Lord, mas nas ações, e isso lhe assustava, Voldemort era previsivel em suas ações, mas ele... era uma icognita, não sabia o que faria a seguir, e isso o deixava inseguro. Lestrange pegara o anel na palma da mão e a fechara, olhara para seu mestre que já havia se erguido da mesa se retirando do escritorio.
_ onde o senhor vai? – disse Rodolfo.
_ vou para a sala, tenho uma garrafa de fire whisky para terminar – disse o homem com um sorriso amigavel – fique a vontade em usar a pedra, sei o quanto a familia é importante, mesmo não tendo conhecido a minha de verdade.
_ obrigado... meu Lord – disse Rodolfo com um leve aceno de cabeça – é muito gentil.
_ não tem de que, Rodolfo – disse o homem – tenho de ir agora, fique a vontade.
Rodolfo respirara fundo, pegara a pedra e a girara na palma da mão mentalizando o irmão, derá a primeira e segunda, logo uma nevoa começara a cobrir a sala e um frio gelido, na terceira uma figura se formara a sua frente da grossa camada branca, um homem muito semelhante a ele se não fosse por este que surgira ser um pouco mais novo, e não possuir a grossa e grande barba negra, ele vestia roupas bruxas, uma grande capa sobre uma camisa branca larga e calças e colete negros, Rasbatan Lestrange se parecia muito como era antes de ir para Azkaban, cerca de trinta anos atrás, antes mesmo do assassinato de Tiago e Lily Potter. Rodolfo tentara toca-lo, mas a imagem ocilara em nevoa, voltado a se recompor em seguida.
Pela fresta da porta os olhos azuis do Lord encaravam o servo, e um sorriso zombeiro se formara em sua face, ele andara até a poltrona da sala, e se sentara nela, se servindo de mais fire Whisky e o falcão peregrino voara até seu braço esquerdo onde ele pousara, o homem lhe acariciara as penas da cabeça. E rira, a ave lhe encarara.
_ sabe Salazar, é tão facil o manipular, mamãe sabia muito bem o que fazer para engana-lo... – disse o homem – Rodolfo é patetico, fraco e tolo... mas mesmo assim se mostra util, o que ele não sabe é que em um jogo de xadrez, até mesmo as peças de xadrez mais valorosas tem sua hora de serem eliminadas. Rodolfo servira ao seu proposito assim como todos eles, todos os seguidores terão o que merecem, e os que me desafiarem como Rodolfo fez, receberam o que é a eles digno, isso é claro quando chegar a hora.
O Falcão soltara um grito agudo, como que concordando, o mestre lhe acariciara o bico lhe colocando sobre o braço da poltrona e lhe deixando beber novamente o seu fire Whisky, ele se levantou andando até a janela, a chuva caia fortemente ainda, ele se voltara ao espelho que repousava sobre a lareira e encarara seu reflexo. No espelho, um garoto baixo de seus onze anos, cabelos negros bagunçados e olhos verdes, o garoto vestia as suas vestes, um sobre tudo negro sobre um terno da mesma cor, ele sorrira e o garoto fizera o mesmo, estavam parados na mesma posição, no mesmo
lugar como se fossem a mesma pessoa.
Alvo gritara, se sentando eu sua cama, acordara assustado, ofegante olhara para a escuridão embaçada que estava seu quarto, procurando angustiado pelos seus oculos, e aos encontrar colocara rapidamente no rosto pegando sua varinha que estava sobre a mesinha de cabeceira. A ponta dela se acentera com um movimento de varinha e ele pronunciara a palavra lumus.
_ foi apenas um sonho... – disse Alvo esfregando a tempora – mas, parecia tão real...
_ Al? – disse Tiago que entrava no quarto do irmão, Alvo inluminara seu rosto com a luz da varinha, o rosto do ruivo se contorcera em uma careta, e ele buscou proteger os olhos da luz – vira isso para lá... quer me deixar cego? – Alvo desviara a luz do rosto do irmão – melhor assim, então, eu acordei de noite e fui a cozinha comer alguma coisa, quando estou voltando para a cama eu ouço você gritar, o que foi teve um pesadelo?
_ desculpa – disse Alvo – sim, tive um pesadelo, mas foi apenas isso, um pesadelo...
_ tem certeza? Não estou gostando da sua cara, parece que esse sonho foi agitado. – disse Tiago – quer falar com o papai sobre ele? Ou comigo mesmo...
_ papai está dormindo Tiago, não vou acordar ele... só por causa de um pesadelo – disse Alvo – e você devia fazer o mesmo... Boa noite Tiago.
Alvo se voltara para a cama deitando nela e se combrindo até a cabeça com o cobertor, Tiago sorrira levemente, para tentar afastar a preocupação, tambem acordara com um pesadelo, um pesadelo estranho envolvendo Rodolfo Lestrange, e a pedra da Ressureição. Uma figura se formara das sombras, uma mulher vestida com um vestido negro estava ali, proximo a uma janela no final do corredor, iluminada pela lua, uma mulher ruiva de longos cabelos se mantinha ali, a pele branca da mulher parecia brilhar com a luz da lua, era muito semelhante a sua mãe, se não fossem os olhos, seus olhos eram iguais aos de Alvo, de um verde intenso, ela lhe sorrira, e Tiago pode sentir algo estranho a lhe percorrer o corpo. Tentara dizer algo mas de sua boca nada saira, fora a mulher que falara.
_ uma grande guerra se aproxima, e desta vez, cabe a você e seu irmão a lutarem... – disse a mulher – seja forte, e se mantenha do lado do bem, pois se um de vocês se deixar cair, ou atravessar para o lado do mal, ou simplesmente deixarem de lutar... o mundo como conhecem estara perdido.
A imagem da mulher desaparecera do nada, e Tiago então parecera recuperar sua voz, ele agora sabia quem era aquela mulher, a reconhecia de fotos antigas. Ele tivera de se encostas na parede para que suas pernas não lhe fizessem cair, tremia muito com o que acabara de acontecer, o ruivo finalmente se deixara cair de joelhos frente ao corredor escuro. E de sua boca saira apenas algumas palavras.
_ vovó? Era... era minha avó Lilian... – disse Tiago que sentira os olhos se fecharem e ele caira ali no corredor, desmaiado indo acordar apenas na manhã seguinte, pensando que tudo se tratava apenas de um sonho.
Continua....
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