Cap 8
Snape não se sentia à vontade com Walkyria. Ficava constrangido só de lembrar o que acontecera na festa. Passou a evitar jantar no salão principal, pois teria que sentar ao lado dela. Cada vez que ele lembrava daquelas cenas entre os dois... aquele momento que foi só deles.... ele sentia seu corpo vibrar.... pedir... implorar pelo dela...
Passou uma semana e Dumbledore chamou Snape para uma conversa em sua sala.
- Sente-se, Severus. Aceita um chá?
- Não, obrigado. – Ele sentou na cadeira próxima à mesa de Dumbledore. – Algum problema, Albus?
- Eu gostaria que você me respondesse... – ele ajeitou os óculos – tenho notado a sua ausência na hora do jantar...
- Bem, eu... – O diretor olhou para ele por cima de seus óculos de meia-lua – estou ocupado corrigindo os trabalhos dos alunos.
- Você parece um pouco tenso....Tem dormido bem à noite, Severus? Alguma coisa está perturbando sua mente? Se quiser, podemos conversar a respeito....
- Não se preocupe, Albus, está tudo bem.
Snape não queria falar nada para Dumbledore. Não queria expor nem sua vida pessoal, muito menos a de Walkyria. Também, nem tinha certeza do que exatamente estava sentindo, só sabia que queria mais uma vez poder sentir o corpo dela...
***
À noite, Snape foi até o Salão Principal para o jantar. Não poderia continuar inventando histórias para Dumbledore.
Ele, quando o viu, deu um sorriso.
Snape sentou-se no lugar de sempre, ao lado de Walkyria.
- Boa noite.
- Olá Snape. Há quanto tempo!
Ele olhou para ela e não disse nada.
- Você trabalha demais, Snape. Precisa...relaxar um pouco – falou com um sorriso discreto nos lábios.
- Talvez. – Ele respondeu meio sem pensar.
***
Era uma noite agradável de outono. Walkyria resolveu aproveitar. Colocou um vestido leve e, por cima, uma capa e foi passear pelos jardins da escola.
Caminhou até o lago e sentou-se numa pedra. Ficou ali contemplando a lua, o céu estrelado, sentindo o vento frio bater em seu rosto. Ela gostava de escutar os sons da madrugada, o cheiro da grama molhada...
Não demorou muito e ela começou a sentir um outro aroma e pensou: “eu conheço esse cheiro...”. Subitamente virou-se para trás e confirmou o que seu olfato aguçado de vampira já havia lhe informado:
- Snape!
- O que faz uma vampira no jardim da escola a essa hora da noite? Será que procura....alimento? – disse com um sorriso sarcástico.
Ela se levantou e fitou-o nos olhos.
- E o que será que um comensal da morte faz numa hora dessas no jardim da escola? Será que está voltando de algum ataque?
Ele ficou sério. Seus olhos pareciam estar pegando fogo. Ela sorriu e se aproximou dele.
- Sabe, Snape... – ela falou num tom suave, com seus lábios bem próximos do ouvido dele – eu já matei um bruxo por muito menos que isso que você disse... – Afastou-se e virou de costas.
- E....por que não o faz agora?
Ela se voltou e disse:
- Bem...primeiro porque isso estragaria meus planos e...segundo porque... – olhou para ele de cima a baixo e sorriu maliciosamente – bem, deixa prá lá... – e virou-se – vou voltar para o castelo.
Ela seguiu andando, deslizando sua capa pela grama úmida do jardim. Snape foi logo atrás dela. Ela logo percebeu a presença dele, mas não olhou para trás. Chegando à masmorra...
- Snape, está me seguindo? O que quer?
- Primeiramente, gostaria de lhe dizer que não estou seguindo-a, mesmo porque meus aposentos também se localizam na masmorra. – Mas....aproveito para lhe perguntar qual seria o segundo motivo pelo qual não quis me...matar? – sorriu friamente – Bem, acredito que...talvez...não tenha coragem... Teria que enfrentar depois o Lord das Trevas...
- Você não deixa mesmo de agir como um comensal...é ridículo! – sorriu – Bem, existe sim outro motivo, só que não falarei agora....talvez...
- Talvez? – levantou uma sobrancelha.
- Uma outra noite conversaremos. Você vem aqui, tomamos uma taça de vinho, eu lhe falo o que quer saber e você me diz que comentários houve entre os comensais e o Lord a meu respeito após a festa, certo?
- E quando pode ser?
- Qualquer outra noite que você não esteja com um humor tão insuportável. Boa noite!
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