Capítulo 6
— Ele não gosta mesmo de mim — Gina suspirou.
— Não é nada pessoal. Harry tem um problema sério com as mulheres em geral. Ele teve muitas namoradas, mas só uma foi levada a sério... e essa foi a pior. Ela o tornou amargo e ressentido contra o sexo feminino como um todo.
— Não se pode julgar todas as mulheres pelo comportamento de uma só!
— Bem, tivemos nossa mãe como outro bom exemplo. Ela abandonou meu pai com cinco filhos pequenos e nunca olhou para trás. Não temos motivos para confiar nas mulheres, entende? Por outro lado, Neville, Simas e Colin fizeram bons casamentos, apesar disso.
— Também tive um irmão... — Gina murmurou distraída.
— Eu sei. O nome dele era Ronald Weasley. Ele trabalhava para a polícia de Houston.
Choque. Espanto. Medo.
Os olhos de Gina refletiam uma mistura de emoções intensas.
— Como... como soube sobre meu irmão?
— Lembra-se de Dino Thomas?
— Sim. Dino era o melhor amigo de Rony.
— Ele é nosso primo. Também conheci Rony e ... sinto muito.
Gina cerrou os punhos e tentou conter as lágrimas.
— Os outros... também sabem?
— Não. Meus irmãos nunca foram muito próximos de Dino, e nenhum deles conheceu Rony. Não disse nada a eles e nem pretendo dizer.
— O que mais sabe sobre mim?
— Tudo.
Ela respirou fundo.
— E não contou nada a Harry?
— Sei que não teria gostado se eu falasse. Harry é meu irmão, mas tem sido arrogante, preconceituoso e injusto. Espero que, na hora certa, ele sofra alguns choques e recupere a razão.
— Escute, não quis guardar meus segredos como trunfos ou armas. O problema é que ainda sofro muito com as lembranças, e por isso prefiro não falar sobre o passado.
— Dino me contou todos os detalhes. A culpa não foi sua. Nem de seu pai. Imagino que ele beba por culpa.
— Sim, é isso. Nós dois cansamos de pensar em como poderíamos ter agido para evitar a tragédia. Sei que nada teria feito diferença, mas é impossível não pensar.
— E inútil atormentar-se com o que não se pode mudar.
— Não sofro porque quero.
— O primeiro passo era providenciar ajuda especializada para seu pai. Tirá-la de Houston também foi uma boa medida, porque aqui não precisa conviver com as lembranças. Notei como mudou nesta última semana.
— Deve ser a paz deste lugar.
— Quando voltar ao normal, sei que encontrará muitas oportunidades de emprego por aqui.
— Não me apresse. Ainda é muito cedo para pensar em mudanças definitivas. — Além do mais, não queria viver perto de Harry, um homem sempre pronto a pensar o pior dela.
— Tudo bem, vamos esquecer tudo isso por enquanto.
— Já tomou algum analgésico?
— Não. A anestesia antes dos pontos me fez esquecer a dor, mas agora ela está voltando. Se piorar, tenho sempre alguns comprimidos no armário.
— Ah... Sabe que os fazendeiros e rancheiros são os campeões nas estatísticas de acidentes de trabalho?
— Qualquer ofício pode ser perigoso.
— Seu irmão é um fator de risco ambulante.
— Oh! É mesmo? Em que sentido?
— Ele é abrasivo. Aposto que não me quer aqui.
— Já notei a atitude de Harry. Espero que não se deixe perturbar por tão pouco. Meu irmão é apenas um homem desiludido.
— Ele a amava muito?
— Ele pensava que sim, mas seu orgulho sofreu mais do que o coração. E eu não colaborei muito com a situação. Promovi uma situação para mostrar a Harry quem era a mulher com quem ele pretendia se casar, e ele nunca me perdoou por isso. Depois dela, sempre que dou alguma atenção a uma mulher, ele tenta competir comigo. É claro que não estou dizendo que com você seja...
— Draco, por favor! Harry não está interessado em mim. E caso tenha medo de que eu me apaixone por ele, isso também não vai acontecer. Eu... ouvi aquela conversa que tiveram no escritório. Não foi de propósito, mas Harry falava alto, e acabei ouvindo tudo. Não vou me apaixonar por um homem como ele.
— Oh Gina! Cheguei a temer que você pudesse ouvir aquelas bobagens que...
— Tudo bem. Foi melhor assim. Caso contrário, eu poderia ter me apaixonado, e não vim para cá procurando por uma alma gêmea.
— Ótimo, porque Harry está longe de ser o parceiro perfeito para uma mulher. Sei que algum dia ele vai superar o trauma, mas até lá... Bem, não deixe que ele a faça de tola.
— Não vou deixar.
Quando Draco voltou ao trabalho, Gina saiu para ir recolher os ovos. Era uma atividade simples. Só precisava entrar no galinheiro, inserir a mão no ninho e ir apanhando os ovos, alguns ainda quentes do corpo emplumado da galinha.
Mas dessa vez foi diferente. Depois de ajustar os olhos à penumbra do galinheiro, ela notou que em um dos ninhos havia um ser que não possuía penas. Aquela criatura tinha escamas e uma longa língua fina e bifurcada. Sentindo a presença ameaçadora, ela estreitou ainda mais os anéis formados por seu corpo em torno da presa, três ovos.
Gina, uma mulher da cidade sem nenhuma experiência com criaturas escamosas, agiu de forma muito previsível: gritou, jogou o cesto na direção da serpente e saiu correndo do galinheiro.
Minerva McGonnagal, que ainda a ajudava com as roupas, saiu da lavanderia para verificar o que estava acontecendo.
— Há uma... uma enorme... uma imensa... uma cobra lá dentro! — Gina gaguejou tremendo de pavor.
— Ah, ela quer os ovos! — Minerva exclamou furiosa. — Vou buscar um pedaço de pau e resolvo esse problema num instante!
— O quê? Não pode entrar lá sozinha e matar aquela coisa! Ela deve ter pelo menos um metro e meio de comprimento!
— De que cor ela é?
— Preta e branca.
— Bem, pelo menos sabemos que não é uma cascavel. E não vou matá-la. Vou pegá-la com um pedaço de pau e levá-la para o celeiro, onde ela poderá comer os ratos, as serpentes venenosas e outros insetos peçonhentos. As cobras também são úteis, sabe?
— Não vai matá-la?
— Só matamos as cobras venenosas. As outras são inofensivas aos seres humanos, mas indispensáveis ao equilíbrio ecológico.
— Ah... eu não sabia.
— Agora já sabe. Termine de lavar a roupa, meu bem, enquanto vou cuidar da cobra.
— Tome cuidado, por favor!
— Fique tranquila. Estou acostumada a...
Harry chegou e parou a caminhonete bem perto das duas mulheres.
— O que está acontecendo? — perguntou ao saltar do veículo com uma caixa de medicamentos para o gado.
— Há uma cobra no galinheiro! — Gina exclamou.
Ele parou para encará-la com ar curioso.
— E daí?
— Já vou tirá-la de lá, Harry — disse a sra. McGonnagal. — Pela descrição, trata-se de um animal inofensivo. Vou deixá-la no celeiro.
— Eu cuido disso. — Ele devolveu a caixa à caminhonete. — Tem medo de cobras?
— Nunca havia sido apresentada pessoalmente a uma — Gina respondeu irritada.
— Há uma primeira vez para tudo — opinou o caubói. Depois entrou no galinheiro, de onde saiu um minuto depois com a cobra enrolada em um braço. A cabeça do animal estava entre seus dedos. — Vejam só isto! É Bandit! Eu reconheceria esta marca em suas costas mesmo no escuro! Lembra-se de quando ela ficou presa no descascador de milho?
— É claro que sim! — A sra. McGonnagal sorria fascinada. — Olá, minha amiga! — Ela tocou a cabeça da serpente.
— Como podem pôr a mão nessa coisa? — Gina perguntou angustiada. — É uma cobra!
— Uma amiga — Harry protestou. — Venha, Bandit, vou deixá-la em um lugar seguro.
Era horrível! Estava arrepiada, paralisada, gelada...
— Querida, não deixe que Harry perceba que sente medo daquelas criaturas, ou nunca mais terá um minuto de sossego. Vai encontrar cobras de borracha na geladeira, na sua cama, na máquina de lavar...
— Não!
— Volte ao galinheiro e recolha os ovos, antes que ele volte.
Gina respirou fundo, hesitou, mas acabou fazendo como dizia a velha governanta. Sabia que entrar no galinheiro seria sempre uma provação, um momento de ansiedade e medo, mas não tinha outra alternativa. Depois de recolher os ovos na cesta que havia atirado contra a cobra, ela saiu apressada e se deparou com Harry encostado na caminhonete, os braços cruzados sobre o peito e as pernas cruzadas na altura dos tornozelos.
— Parabéns! — ele exclamou. — Estou orgulhoso de você, Gina. Não é fácil voltar a um galinheiro onde uma cobra esteve escondida.
— Ninguém resolve um problema fugindo dele, não é?
— Tem razão. Do que está fugindo, Gina? Você e seu pai querem escapar de alguma coisa.
— Não é nada com que deva se preocupar.
— Você trabalha para mim.
— Por pouco tempo. Mais uma semana, e serei passado.
— Tem certeza? Ainda posso ver a sombra do hematoma em seu rosto, e você pediu um mês de licença. Por que a pressa?
— Porque não tenho de passar todo o tempo aqui.
— Devia ficar e ver o que acontece. Vai acabar gostando da vida no rancho, Gina.
— Não gosto de cobras.
— Prometo que vou protegê-la delas e de todos os outros perigos.
— E quem me protegerá de você?
— Acha que precisa desse tipo de proteção? E uma mulher adulta, livre...
— Sempre levei uma vida muito protegida.
— Bem, é hora de sair do casulo.
— Não estou interessada em relacionamentos.
— Nem eu, mas acho que pode me fazer mudar de ideia, se empenhar-se.
— Obrigada, mas não quero que pense que passo o dia todo olhando para você.
O tom irônico deixou claro que ela ouvira a conversa entre ele e Draco no escritório. Lamentava que alguém além do irmão tivesse escutado aquelas palavras odiosas e tolas, porque o único objetivo do discurso fora disfarçar a atração que sentia por Gina.
— Dizem que as pessoas que escutam atrás das portas nunca ouvem nada de bom sobre elas mesmas.
— É verdade. Com licença, mas tenho de ir guardar os ovos.
— Espere! Se ouviu a conversa, deve ter escutado também uma enorme mentira.
— Mentira?
— Sua inocência me fascina, Gina. Passo noites e noites acordado, pensando em maneiras deliciosas de livrá-la dela.
— Continue sonhando!
Chocada, Gina afastou-se com passos firmes e quase derrubou a porta com a batida violenta. As gargalhadas de Harry do lado de fora só aumentaram sua irritação.
Harry a seguia com os olhos. Não a assediava nem tentava promover aproximações, mas estava sempre atento aos seus movimentos. Os olhares penetrantes a deixavam nervosa, tanto que estava sempre ofegante e trêmula.
— Por que não quer fazer outra coisa além de cuidar da casa? — Harry perguntou certa noite, quando ela servia o jantar. Draco estava atrasado, como sempre.
— Cuidar da casa provoca menos stress do que outros empregos.
— Mas paga menos que outros trabalhos, e você pode passar por situações constrangedoras, especialmente se for trabalhar para homens solteiros.
— Homens como você?
— Não. Apesar de tudo, eu nunca sonharia desrespeitá-la. Estou dizendo que esse tipo de trabalho não é seguro. Existem outras profissões cujas leis protegem os trabalhadores.
— Profissões que exigem diplomas, preparo, dedicação... Estou velha demais para isso.
— Ninguém é velho demais para estudar.
Gina encolheu os ombros.
— Gosto de cozinhar e limpar a casa.
— Tem muita habilidade no trato com pessoas feridas, não é? Deve ser muito útil em caso de emergência.
— Estou praticando para quando tiver filhos.
— Gosta de ser misteriosa, não é?
— Enquanto dura, um bom mistério é sempre divertido.
— Que segredos obscuros está escondendo?
— Nenhum que possa prejudicá-lo, mesmo que acabe por descobri-los. E enquanto não os desvenda, terá biscoitos frescos todos os dias — Gina concluiu sorrindo.
— Confesso que é uma excelente cozinheira. Mas não gosto de mistérios.
—Que pena...
Sentado à mesa, Harry fitou-a em silêncio por alguns instantes, como se estivesse refletindo.
— É estranho — disse. — Há algo de familiar em seu sobrenome, como se já o houvesse escutado em algum lugar.
— Realmente? — Tinha de manter a calma, ou acabaria por confirmar suas suspeitas. Ainda não se sentia pronta para falar sobre o passado.
—Sim, mas... Ah, não importa. Um dia desses vou acabar lembrando.
A chegada de Draco encerrou o assunto, e Gina sentou-se para jantar com os dois irmãos.
Na manhã seguinte, Harry entrou na cozinha carregando uma caixa de metal prateado e brilhante. Gina reconheceu o estojo de revólver deixado sobre o balcão, longe da mesa onde eles tomavam café.
— Vai caçar? — perguntou.
— Vou praticar a pontaria. A temporada já acabou, mas gosto de manter-me em forma.
Harry conquistou duas medalhas no campeonato mundial em San Antônio este ano — contou Draco. — Ele é um atirador de primeira!
— Em que calibre? — ela perguntou sem pensar.
O rosto de Harry tornou-se desconfiado.
— Todos. O que sabe sobre armas de fogo?
— Também sou atiradora. Meu irmão me ensinou a empunhar um revólver, e depois incentivou-me a participar de campeonatos de tiro. Infelizmente, não tive mais tempo para isso depois de me form... depois de concluir o ginásio — improvisou. Se dissesse que havia desistido do esporte depois de concluir o curso universitário, estaria revelando demais.
— Sabe atirar? — A pergunta soou debochada, como se ele não acreditasse no que ouvira.
— Sim, eu sei.
— Não quer participar de uma pequena disputa? — Harry sugeriu rindo. — Tenho uma arma calibre 28 que seria perfeita para você.
Ele oferecia uma arma no menor calibre existente por julgá-la incapaz de empunhar algo mais pesado.
— Que tipo de arma leva na caixa?
— Uma 12 — Harry respondeu orgulhoso.
— Se não se incomodar de dividi-la comigo, prefiro atirar com esse tipo de arma. Quero dizer, se o impacto não for muito forte... — Era difícil conter o riso, mas queria manter a encenação. Preferia fingir-se de inocente a revelar a verdadeira extensão de sua habilidade.
— Oh, não! — Se olhasse para Draco, explodiria em gargalhadas. — Ela nem provoca impacto! — O coice de uma 12 era o pior de todos, mas pretendia desmascará-la. Gina estava tentando enganá-lo, e faria com que ela se arrependesse disso.
— Ótimo. Quer mais geléia de maçã?
Harry aceitou o pote aberto e espalhou a geléia sobre um biscoito.
— Obrigado. Draco, quer ir conosco?
Ele também tentava não rir.
— Acho que vou aceitar o convite, desta vez. — Não perderia a disputa por nada! Sabia que Ronald Weasley havia sido um campeão de tiro. Se ele havia sido o professor da irmã, Gina deixaria Rey sem fala quando começasse a disparar.
— Quanto mais espectadores, melhor — Harry anunciou com um sorriso sarcástico.
— Engraçado... Eu estava pensando a mesma coisa, meu irmão.
Gina não disse mais nada. Depois de colocar a louça na lavadora, foi vestir uma jeans, camisa de flanela de mangas longas, um colete acolchoado, e também calçou botas de couro e colocou um boné na cabeça. Depois foi ao encontro de Harry para que ele pudesse lhe mostrar como disparar uma arma.
A pista estava cheia para uma tarde de sexta-feira em novembro. O dia era frio, e Gina se sentia bem com o colete. Um casaco sempre prendia os movimentos e prejudicava uma boa pontaria.
Harry e Draco pararam para cumprimentar dois atiradores mais velhos, e eles a cumprimentaram com sorrisos afetuosos.
— Estes são Jack e Billy Joe. — Harry fez as apresentações. Somos companheiros de equipe e representamos nosso clube de tiro nos campeonatos municipal, estadual e nacional.
— Mas nós ficamos com a menção honrosa, enquanto Harry leva todas as medalhas — disse Billy Joe. — Mas não importa. Pelo menos temos o orgulho de contarmos com um recordista em nosso clube!
Gina sorriu para o homem, notando as faces coradas demais para uma pele tão pálida. Billy Joe suava, e nem estava calor! Conhecia os sintomas, porque os vira com frequência assustadora.
— O que estamos esperando — disse Jack, o outro atirador. — Billy, onde deixou nossas armas?
— Bem ali, na entrada para a pista. Vou buscá-las.
— É melhor ir com ele, Jack — Gina opinou ao ver o homem afastar-se correndo.
Antes que Jack pudesse dizer alguma coisa ou seguir conselho, Billy Joe parou, levou a mão ao peito, dobrou-se ao meio e caiu para a frente.
— Alguém tem um celular? — Gina perguntou enquanto corria para o homem inconsciente.
Draco tirou o aparelho da cintura e entregou-o enquanto ajoelhava ao lado do conhecido.
— Eleve os pés dele. Encontrem alguma coisa para cobri-lo — ela orientava enquanto ia discando. Mantendo o telefone entre o ombro e a orelha, usou as mãos para desabotoar a camisa do doente e apalpar seu peito em busca do diafragma. — Pegue a carteira dele e leia sua idade e peso na carteira de motorista.
Draco seguia as orientações, enquanto Harry e Jack acompanhavam tudo com preocupação evidente.
— Quero falar com o residente de plantão na emergência. Agora! — Menos de dez segundos de silêncio. — Aqui fala Gina Weasley. Tenho um paciente de sessenta anos de idade e noventa e três quilos que acaba de sofrer um colapso. Sinais anteriores sugerem um provável infarto do miocárdio. O pulso... — Ela olhou para o relógio enquanto segurava o punho de Billy entre os dedos. — Quarenta batimentos por minuto, respiração superficial e forçada, tom azulado em torno dos lábios, suor profuso. Preciso de uma ambulância munida de UTI. Estou iniciando as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
Gina devolveu o telefone a Draco e começou a exercer movimentos de pressão sobre o diafragma de Billy, intercalando cada estímulo com sessões de respiração artificial.
Harry a observava fascinado, admirado com a eficiência e o senso profissional com que ela lidava com uma emergência potencialmente letal. Cinco minutos mais tarde, uma equipe de paramédicos transportava o homem desacordado para a ambulância estacionada na porta do Clube de Tiro Jacobsville.
— O médico de plantão me pediu para transmitir-lhe os parabéns — disse uma das integrantes da equipe. — Você agiu corretamente e em tempo recorde.
—É verdade. — Harry finalmente recuperava a fala. — É evidente que recebeu treinamento para oferecer primeiros socorros.
O comentário tinha a intenção de servir como elogio, mas Gina sentiu-se ofendida.
— Não, sr. Potter! — explodiu, extravasando a tensão acumulada durante os últimos minutos. — O que fiz foi uma faculdade. Cinco anos estudando para conquistar meu diploma com louvor e as maiores notas da sala. Sou uma enfermeira de alto padrão, Harry Potter!
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