This is Ourselfs
Narrado por James Potter.
Enfeites prateados e brancos cobriam a maior parte do Salão Principal. Grandes panos brilhantes pendiam no teto, dando a impressão de ser um céu estrelado, como o que podia ser visto pelas janelas. Cadeiras para os formandos cobriam a pista de dança, e os instrumentos estavam em um canto do palco. A mesa de bebidas a um canto só esperava os primeiros bêbados da noite, o que na minha opinião seriam muitos.
Lily e Lene estavam desesperadas arrumando os últimos detalhes; não importa o quanto eu disesse que está tudo perfeito, elas sempre achavam um problema, como por exemplo a terceira faixa á direita está a um ângulo que não favorece o posicionamento das flores nas pequenas mesas.
–Você vai ficar parado aí ou vai ajudar? - reclamou Marlene.
–Vou ficar parado mesmo – respondi, observando o teto. Uma fresta da porta abriu e Remus entrou.
–Está na hora – avisou – E McGonagall lembrou que se alguma coisa der errado esta noite, a culpa vai ser totalmente nossa.
–Obrigado, Remus, por nos transmitir esse adorável aviso – desdenhou Lily – Estou bem mais confiante agora.
Revirei os olhos.
–Tá, vamos começar logo com isso.
Narrado por Sirius Black.
Se eu não estivesse ansioso para tocar para grande parte da escola, eu dormiria na cerimônia. Nomes e mais nomes vinham um atrás do outro, os setimanistas subiam no palco, pegavam o diploma, e depois de uma rodada de aplausos, sentavam com a família. Garotos com roupas formais demais e garotas com vestidos minúsculos e sapatos que mais pareciam instrumentos de tortura.
Para mim, as formaturas não tinham que ser formais. É uma comemoração, não? Deveríamos fazer do nosso jeito. Mas o tempo era curto, e quando eu sugeri que jogássemos espuma em cima dos convidados no meio da festa, já tínhamos terminado de organizar.
–E agora, para iniciarmos a nossa comemoração – anunciou Dumbledore, aparentemente satisfeito pela lista ter chegado ao fim - School of Rock!
Subimos ao palco ao som de uma rodada de aplausos. Pessoas como vovózinhas perdidas e tias irritantes só aplaudiram por educação, mas a maioria dos formandos ficou de boca aberta. Imagino que eles pensaram que a School of Rock era uma banda de rock formada por um grupo de Brad Pitts, e não por um bando de estudantes. Pela primeira vez, fiquei um pouco envergonhado por ser um dos mais novos da festa.
Narrado por Lily Evans.
Não sei se foi por causa da minha experiência da noite passada, ou por causa das palavras ameaçadoras de Lene, “Se você não arrasar eu te mato”, me senti à vontade em cima do palco. Para mim não importa quem estaria assistindo, rock é rock. Embora cantar para dezenas de colegas mais velhos que possivelmente já falaram pelas nossas costas seja um pouquinho estranho. Mas tenho que admitir que é divertido. É tipo: “Ha-ha, olhem onde eu cheguei, imbecis!”.
Remus começou a tocar, e eu acompanhei o ritmo com palmas. Muitos me seguiram.
Pressure
(Pressão)
Pushing down on me
(Me colocando para baixo)
Pressing down on you
(Derrubando você)
No man ask for
(Ninguém pede por isso)
Under pressure - that burns a building down
(Sob pressão – que incendeia um edifício inteiro)
Splits a family in two
(Divide uma família em duas)
Puts people on streets
(Põe pessoas nas ruas)
Olhei para Marlene e Dorcas, no fundo do Salão, e elas indicaram alguma coisa que podia ser tanto “Você está ótima” quanto “Sei seio está de fora”.
It's the terror of knowing
(É terrível saber)
What the world is about
(A que ponto chegou o mundo)
Watching some good friends
(Observando alguns bons amigos)
Screaming 'Let me out'
(Gritarem “Deixem-me sair”)
Pray tomorrow - gets me higher
(Rezo pare que o amanhã me deixe mais animado)
Pressure on people - people on streets
(Pressão sobre as pessoas – Pessoas nas ruas)
Ri quando Sirius cantou o “Let me out”. Ele definitivamente não servia para cantor, mas precisávamos de uma voz... diferente. Ou seja, parecida com a de um alienígena.
O.k.
Chippin' around
(Dando pontapés)
Kick my brains around the floor
(Chutando meu cérebro pelo chão)
These are the days it never rains but it pours
(Esses são dias que não chove mas transborda)
James, Sirius e Remus faziam um coro enquanto eu cantava o vocal principal.
People on streets
(Pessoas nas ruas)
People on streets
(Pessoas nas ruas)
It's the terror of knowing
(É terrível saber)
What this world is about
(A que ponto o mundo chegou)
Watching some good friends
(Observando alguns bons amigos)
Screaming 'Let me out'
(Gritarem “Deixem-me sair!”)
Pray tomorrow - gets me higher high
(Rezo para que o amanhã me deixe mais animado)
Pressure on people - people on streets
(Pressão sobre as pessoas – Pessoas nas ruas)
Fechei os olhos, deixando o som me mover levemente. Tinha a sensação que se eu exagerasse e começasse a jogar os cabelos não ia combinar muito com a situação.
Turned away from it all like a blind man
(Afastei-me disso como um homem cego)
Sat on a fence but it don't work
(Sentei em um muro mas não funcionou)
Keep coming up with love
(Continuo fornecendo amor)
But it's so slashed and torn
(Mas está tão rachado e despedaçado)
Why - why - why ?
(Porquê? - Porquê? - Porquê?)
Love - love – love - love
(Amor – Amor - Amor)
Insanity laughs under pressure we're cracking
(A insanidade sorri, sob pressão estamos desmoronando)
Eu e James cantávamos. Ele provavelmente superou o fato de não conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo. Mas o fato de ele não precisar tocar quase nada também ajudou.
Can't we give ourselves one more chance
(Não podemos dar a nós mesmos outra chance?)
Why can't we give love that one more chance
(Porque não podemos dar ao amor outra chance?)
Why can't we give love
(Porque não podemos dar amor?)
O garoto veio para o meu lado e dividimos o microfone, ambos cantando como se fosse um pedido de socorro. Sorri ao notar que o público gostava da música, e que McGonagall dava uma reboladinha ocasional, quando pensava que ninguém estava assistindo.
'Cause love's such an old fashioned word
(Porque “amor” é uma palavra for a de moda)
And love dares you to care for
(E o amor te desafia a importar-se)
The people on the edge of the night
(Pessoas no limite da noite)
And loves dares you to change our way of
(E o amor desafia você a mudar nosso jeito de)
Caring about ourselves
(Nos preocuparmos com nós mesmos)
This is our last dance
(Essa é nossa última dança)
This is ourselves
(Isso somos nós mesmos)
James olhou intensamente para mim quando cantou sua última parte.
Under pressure
(Sob pressão)
Under pressure
(Sob pressão)
Pressure
(Pressão)
Narrado por Remus Lupin.
–Vocês foram ótimos! – algumas garotas elogiavam.
–Obrigado – respondia.
Dorcas me fuzilou com os olhos. Provavelmente ela pensa que eu devia ter mandado elas à merda.
–Hey, Remus – chamou Sirius, se encostando no balcão de bebidas para falar comigo – Tem uma garota que não para de olhar para você. Naquela última mesa – espiei por cima do ombro – Não! Não aquela velha solteirona! Atrás dela.
Espiei de novo, dei uma risadinha e me voltei para o garoto.
–Ela é bem mais nova do que eu!
–Mas tem a mesma altura – ele resmungou, escondendo o rosto no copo.
–Isso foi um insulto, Sirius Black? - brinquei. Ele resmungou algo inaudível.
–Hey, gente – Lily e James chegaram, os dois carregando vários copos de suco. Por insistência deles, resolvemos não tomar algo mais pesado, mas fizemos eles buscarem as bebidas – Peguem aqui, se não eu vou deixar cair. Pelo visto nosso inovador recipiente de suco está fazendo sucesso.
Simplesmente prendemos uma torneirinha na pele do bumbo da bateria de Sirius e colocamos para servir. Foi hilário a cara das pessoas ao verem, mas a maioria achou criativa. Menos alguém que comentou que era tóxico e se recusou a beber. Com parentes não se discute.
–Eles gostaram da nossa apresentação – comentou James – Mas uns quatro me perguntaram se o Sirius caiu de propósito.
–O Sirius caiu? - perguntou Lily incrédula.
–Bem no final – respondi – Acho que ele tentou fazer uma acrobacia com as baquetas e se perdeu no caminho.
–Ah, então foi por isso que eles riram – suspirou Lily – Achei que eu tinha feito careta.
–Sua cara é uma careta, Lily – resmungou Sirius – Cadê a Lene?
O garoto procurou-a por cima do ombro, ao mesmo tempo que Marlene chegava pelo outro lado.
–Mas que saco – ele continuou – Essa maluca deve estar se agarrando com um sons... Ah, oi Lene.
–Vou ignorar completamente o que você acabou de dizer – disse ela – Mas só hoje, e porque eu estou muito feliz.
–Feliz? - desdenhou Sirius – Porque perdemos a Batalha das Bandas?
–Não – Marlene respondeu, fazendo força para conter um enorme sorrisso – Mas porque eu estava no telefone esse tempo todo.
–Você sabe que a conta vai vir alta, não é? - perguntou Dorcas, mas Lene a ignorou.
–E eu estava falando com Damian Woods, da Fueled by Ramen.
–O quê? - Lily e James exclamaram ao mesmo tempo. Ela continuou – E aí?
–Eles nos adoraram! Acharam a música “Não Tenho Mais Tempo” digna de ser um sucesso! - Lene de pulinhos de alegria, literalmente – Vamos ao estúdio semana que vem para conversar!
Comecei a rir de alívio. James e Sirius gritaram e se abraçaram, e Lily ficou de boca aberta.
–Mas – começou – Não vencemos...
–E o que isso importa? - perguntei – Somos uma banda, estaremos unidos não importa o que aconteça!
Ela soriu, e pedimos uma rodada de bebidas para comemorar. Mas nada com álcool. Aquele sonserino idiota tirou Dorcas para dançar quando começou a tocar uma música legal. Se ele tivesse demorado quinze segundos, eu a teria chamado.
Aquela garota está vindo em minha direção?
Narrado por Marlene McKinnon.
Com o tempo, as pessoas começaram a se soltar e migraram em bandos para a pista de dança. Todos em casais, o que era o mais irritante. Carl e Dorcas, Remus e uma garota estranha e até James e Lily dançavam juntos! Com uma distância segura um do outro, obviamente. Se não é tão difícil assim conseguir um par, porque não arranjo um logo?
Sirius estava ao meu lado, e não falávamos uma palavra. Achei que ele estava bêbado, mas depois de contar que eu arranjei um teste, descobri que era só tristeza mesmo. Tenho a impressão que eu não sou uma péssima agente, afinal de contas.
–Então – começou Sirius. Me virei para ele – Hum... Nem tenho assunto, só queria quebrar esse silêncio.
Eu ri.
–Ora, ora , ora – falei – Sirius Black sem assunto? O baterista de uma banda de rock? Normalmente você fica horas falando de si mesmo.
–Então temos isso em comum – Ele retrucou. Ficamos um tempo em silêncio – Mas, fala sério, quando eu toco as garotas se arrastam aos meus pés!
–Provavelmente tentando se matar com o cadarço dos seus tênis.
–Eu nunca tinha pensado nisso. É possível.
–Eu sempre estou certa.
–”Eu sempre estou errado, mas você nunca está certa” - Sirius citou. Olhei confusa para ele – A música. Looking Up. Tocamos ontem.
–Ah, é mesmo – falei, lembrando-me – Tinha esquecido.
–Amnésia? - ele perguntou sorrindo.
–Não, acho que é porque estou com você.
Percebi tarde demais o erro. Corei e olhei para o outro lado.
–Então – Sirius continuou, depois de um tempo – Você quer dançar?
Olhei para ele.
–Você sabe que eu ainda estou com raiva de você, não é?
–O quê? Ah, qual é, Lene! - ele exclamou – Ainda por causa do pudim?
–Aquela era a minha meçhor calça.
–Vamos fazer uma trégua, então? - sugeriu – Só por esta noite.
Pensei por um segundo. Não seria tão mal aproveitar um pouquinho.
–Ok, então. Só não pise no meu pé.
Narrado por Lily Evans.
–No fim tudo deu certo – disse James. Por mais improvável que isto seja, estávamos dançando. Perto demais um do outro. Mais do que meu eu de duas semanas atrás acharia aceitável. A música era lenta, mas a conversa fluía animadamente – Aquele é o Sirius? Dançando com a Lene?
Me virei para onde ele olhava.
–Acho que é – respondi – Pelo o visto as surpresas da noite ainda não terminaram.
–Queria que Zac estivesse aqui – comentou James. No final das contas Zac teve que contar o que tinha feito. E provavelmente eles não acreditariam que ele tem um irmão com o mesmo nome do que ele. Mas as reações não foram tão terríveis quanto tínhamos imaginado. Ele foi expulso, mas por sorte a polícia não se meteu no assunto. Ainda não contei para eles sobre Ariclenes, com medo das reações. Ronei não estava na festa, e eu realmente espero que não sirvam bacon no café da manhã.
–Eu também.
–Ele continua amigo da sua mãe? - o garoto perguntou. Suspirei.
–Eles saíram ontem à noite, mas eu não sei de mais nada.
–Quem é aquela com Remus?
Me virei de novo, impaciente pelas interrupções.
–Não faço ideia.
–É a prima do Sirius! - exclamou James – O que ela faz aqui? Será que ele sabe?
–Acho que sim, porque ele meio que empurrou Remus para cima dela – respondi – Ouvi que ela tem um amigo que está se formando, ou coisa parecida.
–Ainda bem que a mãe dele não veio – comentou James.
–Ah, ela nem deve ser tão ruim.
–Você não faz ideia.
–Você tem mas medo dela do que de McGonagall? - perguntei. Ele riu, mas não respondeu.
–Tivemos bons momentos – disse depois de um tempo – Essas últimas semanas foram incríveis.
Sorri.
–E continuarão sendo.
Ver James sorrindo naquela hora fez tudo valer a pena. As brigas, confusões, as risadas. Mas nossa história não termina assim, nem aqui. Merecemos um final espetacular.
Estamos apenas começando.
Comentários (1)
Awwwwwwwwwwwwwwww *-* espero que eles estejam apenas começando mesmo! Amei o capitulo, Lene e Six são demaiiiis *--------------------------------* Ahhhhh Dorcas e Remus estão muito lerdos, como assim eles dançaram com pessoas diferente ? Muiiiito lerdos - estão pior que eu , e olha que segundo meus amigos eu sou super lerda. Awwwwwwwwwww eu amooo essa fanfic, tipo assim muiiiiiiiiiiiiiiiiito mesmo *-------------------*beijoos!
2012-07-10