Back To The Room Where It All
Narrado por Zac Farro.
Não sei o que mais fedia: se era eu ou o beagle do vizinho. Ótima comparação. Cecê de beagle é terrível, mas eu não tomava banho há mais ou menos uma semana.
Sempre que estou triste, o espírito protetor dos porcos cai sobre mim, e me dá um aroma desagradável. Tenho certeza que isso não é de família, porque Josh chega a tomar nove banhos por dia. Mas ele também não mentiu nem decepcionou todos aqueles que ele mais gosta na vida.
Não fui trabalhar desde a semana passada, dizendo que eu estava doente. Na verdade é mais psicológico do que físico, mas eles não precisam saber disso. É quinta-feira, e eu não recebi nenhuma notícia dos garotos. Nem mesmo uma ligação de “Vai à merda” eu recebi. Ficaria até mais feliz se eles me apedrejassem logo, porque esse silêncio é terrível.
Tive que contar à Josh que fui descoberto, pois ele já estava desconfiando que eu não ia mais trabalhar. A reação dele, como é sempre que eu faço merda, foi de risadas, e de muitos “Eu avisei”.
Bem, ele avisou.
Narrado por James Potter.
-Lene, procura nos banheiros; Dorcas no pátio; Remus nas torres e Sirius... No que sobrou.
Eles se dirigiram aos seus respectivos locais de busca. Sirius, obviamente, foi para as cozinhas. Tenho certeza que a última coisa que ele vai fazer lá é procurar Lily.
Já estávamos começando a ficar desesperados. Era quase hora do jantar e nada daquela ruiva idiota. Fora da escola ela não deve estar, os portões ficam fechados a semana toda, e que eu saiba ela não conhece nenhuma passagem secreta para Hogsmeade.
Não avisamos nenhum professor sobre o seu sumiço. Se a encontrassem, iriam querer saber o porque dela ter ficado tão triste de uma hora para outra, e acabariam descobrindo sobre a banda e Zac. Isso está completamente fora de cogitação, pois ainda tem uma chance (mesmo que microscópica) de voltarmos com a School of Rock. Todos amavam música, e a banda era como uma escapatória da vida real para o mundo do Rock'n'Roll.
Uma escapatória...
De tanto correr, cheguei à sala de música ofegante. Parei uns instantes para recuperar o fôlego, e entrei.
-Lily? - chamei. E lá estava ela, sentada no chão do meio da sala, rodeada de papéis. Sua aparência estava normal, tirando o fato dela ter perdido peso – Isso é Lily Evans ou um esqueleto ruivo? - brinquei, sentando na sua frente – Sério, tem que dar essa sua dieta para minha mãe; vai ver ela para de nos obrigar a tomar sopa de ar sempre que acha que está gorda demais.
-O segredo é só tomar uma boa dose de tristeza e perder toda a vontade – ela responteu calmamente, sem tirar os olhos dos papéis em suas mãos. Ficamos em silêncio por alguns minutos.
-Ficamos preocupados – falei, mas ela não respondeu – Você está bem?
Ela suspirou.
-Na medida do possível.
Mais silêncio.
-O que está fazendo? - perguntei, notando que ela não parava de escrever.
-Escrevendo...
-Isso eu percebi.
-Músicas – ela continuou. Olhei esperançoso para ela.
-Então quer dizer que você não desistiu? - perguntei.
-Não.
-Não de “não, eu não desisti” ou de “não, eu desisti”?
Ela deu um sorriso milimétrico e olhou para mim.
-Isso só o tempo vai responder.
-Bem – começei – Tomara que esse tempo seja rápido. Não sei se você percebeu, mas a Batalha das Bandas é daqui a dois dias.
Ela deu de ombros, murmurando algo sobre ter tempo. Olhei em volta e vi que Ariclenes não estava por perto. Perguntei a ela se sabia onde ele estava.
-Não – respondeu – Mas se ele tivesse ido longe, ouviríamos os gritos.
Mais silêncio.
-Olha, sei que está triste pelo que aconteceu – comecei – Mas não acha que está exagerando? Sei lá, desistindo de um sonho por causa de um babaca?
-Não é só por causa desse babaca que eu estou desse jeito – ela falou. Então suspirou e colocou seu caderno de lado – Você nunca pensou no que os outros vão pensar disso?
-Que? De novo com essa história de sua mãe, Lily? Achei que ela já tivesse entendido...
-Não é isso! Nem falei mais com ela. Mas você não pensa sobre o que... Nossos colegas vão pensar? Somos apenas estudantes, e nem somos tão bons assim.
-Somos apenas estudantes, mas temos sonhos – falei.
-Eu nunca fiz isso! - ela falou, com a voz esganiçada – Me objetivo de vida é ser invisível, e eu acabei de entrar para uma banda de Rock! Isso foge totalmente das minhas intenções. Você sabe que não vai ter volta, né? Se fizermos sucesso, fizemos. Mas se não... Vamos ficar para sempre com a fama de perdedores.
Finalmente entendi o que ela queria dizer. Lily não estava preocupada se isso era certo ou não. Mas sobre o que os outros irão pensar.
-Hey, é só na sua cabeça que você se sente rejeitada. Leva um certo tempo, mas faça tudo que puder. E não se preocupe com o que os outros dizer pelas suas costas. Viva o agora, seja você mesma... Porque no fim tudo vai ficar legal - Ela me observou por alguns segundos, mas logo voltou a escever em seu caderno – Eu acabei de falar uma coisa digna de Shakeaspeare, e tudo que você faz é voltar a escrever nessa droga?
-O que foi que você disse mesmo? - ela perguntou – Algo sobre tempo...
-Hum... “Leva um certo tempo, mas faça o que puder”?
-Isso! - ela escrevia loucamente – Isso forma uma incrível música! Dá uma olhada.
E me estendeu o caderno.
-Uau – exclamei – Isso é bom mesmo... - Virei as páginas, e vi que estavam lotadas de letras – Viu, é por isso que devemos continuar. Imagina se você parasse de escrever.
-Eu acho que explodiria – falou.
-Então! Não seja burra. Essa é uma oportunidade única.
Lily olhou pela janela e ficou em silêncio. Por um instante fiquei com medo de ter exagerado chamando ela de burra, mas ela olhou para mim e sorriu.
-É melhor chamar os outros. Temos muito que organizar.
Narrado por Remus Lupin.
-Você quer que eu faça o quê?
Tive uma manhã relativamente normal, pelo menos para os padrões de Hogwarts. Assisti ás aulas. Minha amiga desapareceu. Levei um tombo no banheiro e meu traseiro ainda está doendo. McGonagall veio pedir minha ajuda.
-Não é tão difícil – ela dizia – Só a decoração e a parte técnica. Ontem eu fou ver o progresso deles, e não estava nada pronto. Por isso vim pedir sua ajuda.
-Então você quer que eu planeje a formatura do sétimo ano? - perguntei, só para confirmar – Que é, tipo, daqui à três dias?
-Exatamente. Você pode pedir ajuda para seus amigos. E os setimanistas vão ajudar em algo, com certeza.
-Então tá bom – concordei, apenas porque estava com medo da reação dela se eu recusasse.
-Perfeito! Vocês tem permissão para ir à Hogsmeade sábado para comprarem os materias. A escola vai bancar uma parte, mas os alunos conseguiram um bom dinheiro com as rifas. Conversamos mais tarde, tenho reunião.
E ela se foi, me deixando com um problemão. Parece que quando estamos mal vem mais uma coisa para piorar.
Ok, vamos resolver isso aos poucos. Sem pânico.
Primeiro: TENHO QUE ORGANIZAR UMA FORMATURA EM TRÊS DIAS. Ótimo motivo para ficar em pânico.
Antes que eu conseguisse me atirar da janela, Lene apareceu correndo pelo corredor deserto e parou ofegante em minha frente.
-Que foi? - perguntei – Ataque alienígena?
-Qu-Não! - ela respondeu. Ela sorria tanto que parecia que sua boca ia rasgar – James achou a Lily! A banda voltou!
O que aconteceu a seguir... Foi muito estranho. Talvez não tão estranha para pessoas como Dorcas, mas para mim foi uma experiência nova. Nós dois começamos a gritar, pular e se abraçar. Até que não é tão chato ser louco. Vou pensar no caso.
Mas no meio de um de nossos abraços, Dorcas apareceu. Sua expressão era indecifrável.
-Hum... Hey – comecei, me separando de Marlene – James achou Lily. Ela...
Parei de falar ao notar seu olhar. Engoli em seco.
-Bem, ela vai aparecer para jantar – fiz um gesto para Lene me acompanhar, e sai do corredor, deixando a garota plantada lá.
-Vocês deviam conversar - disse Lene, quando ficamos à uma distância segura de Dorcas.
-Eu não acho – respondi, friamente – Se ela quiser ficar me encarando com essa cara de bunda, ela que fique. Onde eles estão?
Narrado por Lily Evans.
É tão bom voltar ao trabalho. Pela primeira vez na vida, estava fazendo o que eu gosto, ao lado de quem eu gosto, e sem me preocupar com o que os outros vão pensar. Eu devia ter feito isso antes.
-Sobe uma oitava – disse James. Toquei como ele pediu – Não, não, volta. Isso, agora repete. Uma bateria – ele fez o som com a boca – E daí você começa a cantar.
Parei para descansar. Meus dedos estavam doendo.
-Acho que vai ficar legal – comentei – Mas tem certeza que vai dar certo?
-Claro que vai – ele falou – Queremos audiência, não? Milhares de pessoas acompanham nosso canal no YouTube, e olha que só tem uma música lá. Só ainda não passa nas rádios porque ninguém sabe quem somos. E essa música vai ajudar a promover a banda, e vamos mencionar que estaremos na Batalha das Bandas com uma música nova. Imagine quantas pessoas virão apenas para nos assistir.
-Eu acho que você está sendo otimista demais – falei – Olha, nosso porco chegou.
Sirius acabara de entrar na sala de música, segurando Ariclenes nos braços. Acredito que ele achou que eu estava falando do porco.
-Achei ele perto da cozinha – disse Sirius – Por sorte ninguém o viu. O que estão fazendo?
-Nova música – falei, estendendo a letra para ele, e contando nossos planos para conseguir público – Tomara que dê certo.
-Só temos que esperar Lene e Remus chegarem para podermos tocar. Vocês sabem que só temos dois dias, não sabem? - disse Sirius.
-Claro, como poderíamos esquecer? - respondi – É muita pressão. Vamos ensaiar?
Peguei o microfone o coloquei em um pedestal perto do piano. Comecei a tocar.
Back to the street where we began
Feeling as good as lovers can, you know
Yeah we're feeling so good
Picking up things we shouldn't read
Looks like the end of history as we know
It's just the end of the world
Back to the street where we began
Feeling as good as love, you could, you can
Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it too
‘Cause it's nine in the afternoon
And your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good
Back to the street, down to our feet
Losing the feeling of feeling unique
Do you know what I mean?
Back to the place where we used to say,
"Man it feels good to feel this way"
Now I know what I mean
Back to the street, back to the place
Back to the room where it all began
Back to the room where it all began
'Cause it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Narrado por Marlene McKinnon.
Você não faz ideia de como é difícil planejar a apresentação de uma banda de rock. Iluminação, figurino, lista de palavrões que é permitido falar... Isso sem falar da formatura do sétimo ano que teremos que planejar.
Sério, Lily quase desmaiou quando soube. Nós tinhamos tentado aproveitar nossa felicidade momentânea, mas parece que um maluco veio com um martelo e a quebrou em um milhão de pedacinhos.
-Remus, ó gênio da computação – falei – Você pode fazer o favor de editar esse vídeo até ele estar aceitável?
Remus riu.
-Claro. Vou agora – e saiu da sala.
-Espero que faça sucesso – suspirei - Agora só falta os figurinos.
-Por que não podemos usar roupas normais? - reclamou Lily, deitada no pequeno palco, de olhos fechados.
-Talvez porque é idiota? - respondi. A garota gemeu.
-Só, por favor, não me coloque em um corpete igual aquele da Cherie Currie.
-É para você parecer uma roqueira, não uma prostituta – falei, no que ela fez uma careta.
-Eu acho aquela roupa sexy – falou Sirius, se metendo na conversa alheia.
-Garotos acham tudo sexy – respondi, revirando os olhos – Você diria a mesma coisa se ela estivesse vestida de batata frita.
-Boa – James riu. Ele estava organizando algumas letras de Lily, o que para mim era uma coisa totalmente inútil, pois aquelas coisas estavam incrivelmente amassadas e riscalhadas – Tem uma música boa aqui, dá para aproveitar...
-Diz um pedaço – falou a ruiva.
-”Desconfio de quem anda sempre sorridente, o mal que não incomoda, é o mal que mata a gente”. - o garoto citou.
-Essa daí não tem nome – falou Lily – Não sei se vai dar para aproveitar, nem completa está.
-Acho que é incrível – James peguou uma caneta e começou a fazer anotações – Já pensei até em um ritmo.
-Então vai lá, Kurt Cobain, salva o mundo – respondeu a garota desdenhosa, se virando para o outro lado, tentando dormir. Mas quando ele começou a tocar guitarra, ela se levantou de um salto e já foi gritando – Isso está muito bom!
-Ficaria ótima no casamento de vocês, também – resmungou Sirius, mas os dois não pareceram ouvir.
Eu ri.
-Pronto, galera – disse Remus, entrando na sala – Tá postado.
-Não relaxa muito, daqui a pouco vai vim outra – falei, pegando a câmera de vídeo – Eles estão em um processo criativo.
-Gostei dessa – ele disse, chegando perto de James, que tocava – Prontos para detonar?
Narrado por Zac Farro.
-Não tenho mais tempo pra pensar – cantava Jenna, rebolando estranhamente pela cozinha - O que eu não quero e tenho que aceitaaar!
Eu costumo adorar sextas-feiras. Mas esta está sendo terrivelmente péssima. Primeiro, tenho que aguentar essa maluca sozinho. Na minha opinião, de louco nessa casa já bastava eu.
Josh ia se atrasar para o almoço, e Jenna cozinhava cantando e dançando sem parar. O que ela fez fora incrível: transformara uma música legal em um show de horrorres.
-Quando eu me cortei, eu não tive a quem culpar, nada que eu fizesse poderia estancaaar... Ta na na esqueci o resto – ela suspirou, e voltou a picar cebolas. Como eu era a única pessoa na casa além dela, tive que dar uma de escravo e descascar as batatas.
-Que música é essa? - perguntei.
-Sei lá. Uns garotos estavam cantando hoje de manhã na aula. Tive que aguentar uns vinte minutos de discussão sobre a vocalista gata. Parece até que nunca viram uma ruiva na vida.
Quase tirei um naco de carne do meu dedo com a faca.
-Você sabe mais sobre essa banda? - perguntei, tentando parecer despreocupado.
-Não muito – ela respondeu – Alguns alunos levaram umas fotos hoje, e deu para dar uma olhada quando eu as recolhi. Só lembro que o guitarrista tem o cabelo azul. E que eles vão se apresentar amanhã.
-Se apresentar?
-É, acho que em uma competição de gente doida. Havia vários com ingressos para assisti-los passeando pela sala.
-E você recolheu?
-Não! Se eu fizesse isso, ou morreria pelas mãos dos alunos ou eles abririam um berrero que me faria ser demitida; não, melhor deixar quieto... Onde você vai? Ainda não terminou de descascar!
Corri para o notebook pré histórico de Josh, e depois de uns bons vinte minutos, finalmente consegui entrar onde queria: na página da School of Rock do YouTube. Havia duas novas músicas, aquela que Jenna estava cantando, outra chamada Nine in the Afternoon e também um anúncio da participação da Batalha das Bandas.
Isso foi postado ontem à noite.
Eles não desistiram.
-Meus bebês vão tocar! - exclamei.
-Seus bebês? - estranhou Jenna, que apareceu silenciosamente por trás do meu ombro – Como assim, você nem conhece esses garotos.
-Hum, é que...
Josh entrou pela porta da frente, e logo percebeu que eu estava encurralado pela víbora da sua mulher.
-Jenna – ele começou, colocando sua pasta na mesa e suspirando – É melhor você se sentar. Tem uma coisa que você precisa saber.
Comentários (1)
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH *-* Eles voltaram com tudo conquistaram até a bruxa da Jenna. Sim, eu queria perguntar a fanfic vai acabar quando acabar o concurso das bandas ou você pretendente continuar com ela ??? * continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa* ia ser demais se continuasse pleaseeeeeee bem eu tô simplesmente amando issu tudo aqui e espero que continue mesmo \O/beijooos!
2012-07-04