Merry Christmas, Darling (bônu

 

Merry Christmas, Darling

 

N/a: Esse capitulo é um momento entre o capitulo 21 e o 22. Quando Rose e Scorpius não estavam mais juntos, mas onde tiveram um breve momento de Natal...


O Natal sempre foi a melhor parte do ano para mim, mesmo com todo o momento conturbado que eu e Scorpius estávamos vivendo. Ele estava saindo com muitas garotas, mas quando chegou dezembro, ele deu uma pausa. Eu estava indo cada dia mais ficar com ele e Joe, mas não sabia se poderia passar o Natal, seria nosso primeiro Natal como uma família se eu não houvesse abandonado o barco. Joe faria 2 anos em fevereiro e agora Scorpius havia novamente recuperado minha confiança.

Eu estava com medo de pedir para assar o Natal com ele e não sabia se podia chamá–lo para passar o Natal comigo, mamãe, Papai e Hugo... Não sabia como me comportar, nem o que dizer. Aquela tarde eu, Scorpius e Rose estávamos em casa, eu ajudava Joe com um dever da creche e Scorpius fazia uma lista imensa. Eu estranhei, mas não disse nada. Voltei a ajudar Joe e ria a cada palavra nova dita por ela.

–Rose. –Scorpius me chamou depois que havíamos terminado.

–Oi, Scorps.

–O Natal está perto e ainda não... Nós não fizemos nada. – Scorpius apontou para a casa, sem enfeite algum de Natal. –Gostaria de saber se pode nos ajudar com isso...

–Claro, seria um prazer. –Sorri um pouco envergonhada e recebi como brinde o sorriso de Scorpius.

–Eu queria fazer uma reunião aqui em casa –Começou ele. –Acha que tem espaço suficiente para Weasleys, Malfoys e agregados ? – Não consegui conter as palminhas de animação.

–Sério mesmo que vai fazer uma festa, para todos ?

–Foi o que eu acabei de dizer... Acha que isso pode acontecer sem que nossos pais destruam nossa casa ? – Não consegui falar por alguns segundos. O nossa casa fez com que minhas estruturas balançassem por alguns segundo até notar que ele deveria, provavelmente, estar se referindo a “nós”, como ele e Rose.

– Não. Acho que vai ser legal reunir toda a família... Nunca vi minha família passar o Natal longe da Toca, mas acho que farão isso... –Olhei para Scorpius em minha frente e senti aquele friozinho na barriga, que eu sempre sentia quando estava perto dele. – Precisamos de uma árvore, enfeites legais... Acho que pedirei ao tio Jorge pra fazer isso. Precisamos de muitas luzes, comida, presentes... Meu Deus, Scorpius, eu vou falir. Como vou comprar presentes pra todo mundo...

–Relaxa, Rose.

–Sério. Ano passado não participei das comemorações... Pedi que ninguém me desse presente, você sabe por quê... –Ele assentiu e eu dei de ombros. –Mas não planejei o que faria esse ano.

–Daremos um jeito nisso, o que acha de irmos às compras ?

–Já ?

–Anda, Rose.

Depois de chamarmos Nice e deixarmos aquela enorme lista de regras de Scorpius, nós partimos para as compras. Eu queria dar presentes trouxas a todos, mas Scorpius me convenceu de que nem todos gostariam de presente trouxas. Primeiro fomos ao shopping, eu estava com uma lista em mãos, das pessoas que eu daria presentes trouxas e as que eu daria presentes bruxos. Minha primeira parada foi na livraria.

–Presentes para Hermione e quem mais ?

–Mamãe, Audrey e Saroaise. As três que mais amam ler na família. Ah e acho que poderíamos achar algo aqui para sua avó...

–Claro. Que tal você escolher os seus e eu escolher os meus e nos encontrarmos ali, –ele apontou para um sofá confortável da livraria. – quando terminarmos ?

–Boa ideia. – Sai de perto de Scorpius e fui fazer uma busca entre os livros que queria presentear. Havia um livro de Jane Austen, Persuasão, o peguei para dar a Audrey. Para Saroaise peguei ‘A menina que roubava livros’, gostava muito dele. Para Narcisa, comprei um exemplar de “Chanel - Seu Estilo e Sua Vida”, achei que Narcisa gostaria.

E para mamãe foi um pouco complicado. Olhei para todos aqueles livros e lembrei–me de todos os livros que ela já havia lido para mim, nem tinha ideia de que livro comprar... Quando já estava desistindo de escolher um livro pra ela, bati o olho nele. O livro. Peguei ‘Um dia’, um dos livros que mais havia gostado na vida quase dei pulinhos animados pela loja. Havia outra coisa que queria dar a mamãe, mas não daria na frente de ninguém.

Risquei o nome das quatro da minha lista e sentei–me para esperar Scorpius. Ele chegou um pouco depois de mim, com um sorriso enorme nos lábios. Olhei para ver se havia alguma garota acenando, mas era apenas um daqueles sorriso que damos quando acertamos o presente.

–Quem serão os próximos ?

–Quero comprar um presente para as crianças. Presentes trouxas que eu mesma enfeitiçarei.

–Parece bom. Alguma loja em mente ? –Apontei para uma loja enorme onde muitas crianças pareciam animadas em procurar seus presente de Natal.

Caminhei por corredores e mais corredores. Peguei alguns bonecos para os meninos e carros para as meninas. Não demorei tanto porque Scorpius me ajudou a escolher tudo. Risquei o nome de todas as pequenas crianças da família.

–Posso escolher agora ? –Ele perguntou e eu assenti. Acho aquela ali a cara de mamãe...

Olhei para a loja a frente e assenti. Scorpius disse que queria entrar sozinho na Joalheria e eu assenti. Era um belo lugar, fiquei apenas sentada esperando que ele voltasse, com algumas sacolas na mão. Fomos para a loja seguinte eu consegui achar algumas coisas, uma bolsa para Sara, um perfume para Nina, um vestido para Lily e o salto perfeito para Victorie. Scorpius também estava comprando, mas eu nem imaginava o que e nem para quem.

–Isso é cansativo, não acha?  –Perguntou ele enquanto tomávamos um sorvete.

–Concordo, mas é tão bom entregar o presente as pessoas e notar os olhos delas brilharem. –Scorpius apenas sorriu para mim, como se concordasse que o esforço valia a pena –Posso comprar o presente de Astoria sozinha, também ?

–Vai fundo. – Sorri para ele, joguei o resto do meu sorvete fora, virei um corredor e encontrei a loja que estava procurando. Uma loja bruxa dentro do shopping.

Entrei e quase enlouqueci. Aquela loja era uma das minhas preferidas por diversos motivos. Além de ser encantada contra homens e trouxas, era uma mistura de tudo que uma mulher poderia querer. Eu havia encomendado o presente de mamãe desde outubro. Achei uma anel perfeito para Astoria, peguei um perfume que Roxi amava, um sapato para Kalshe e para tia Angelina peguei um vestido longo e vermelho.

Peguei uma cesta para Ana, mãe de Nando e Sara. Para Rita eu peguei um grande porta retrato–espelho. Ele se transformava em espelho, mas um espelho tão bajulador, que Rita iria se apaixonar por ele. Para tia Fleur, comprei um colar espetacular que havia visto e havia achado a cara dela. Para vovó  Molly peguei um Jarro inquebrável. Para Mirax comprei a caixa das lembranças. Era um objeto que fazia com que todas as melhores lembranças da pessoa fossem capturadas e guardadas para serem assistidas a hora que ela quisesse.

Para Andrômeda eu comprei uma cesta também. Para tia Minerva eu achei um colar simples e que me fazia lembrar dela. Para Lucy peguei um anel bonito. Para Dominique uma câmera, para Mabi que estava noiva comprei um véu maravilhoso que a faria entrarem surto. Para tia Gina eu comprei um espartilho. Peguei o que eu havia encomendado para mamãe, uma pulseira com uma replica de um objeto que fizesse lembrar sua família. O meu era uma rosa, o de Emma um livro, de Hugo um chapéu de chef, o de papai era um coroa e entre esta coroa e o objeto de mamãe, que era uma lâmpada, havia um coração.

O presente de Emma decidi procurar em outro lugar...Sai do lugar com tantas compras que quando cheguei onde Scorpius estava ele quase tomou um susto.

–Você comprou a loja toda ou deixou algo para as outras pessoas ?

–Tão engraçado, Malfoy.

–Faltam quanta pessoas ?

–A maioria dos homens da família e Emma...

–Então vamos naquela loja ali. –Ele me mostrou uma loja masculina E entramos nela.

Comprei um perfume para James. Para tio Harry comprei algumas gravatas. Para Alvo um sapato bonito. Não consegui achar nada naquela loja para Fernando, mas na seguinte consegui achar um diário masculino e comprei para ele, comprei uma replica de espada para Haniel. Para Dec comprei relógio. Para vovô Weasley comprei um celular, que faria vovó enlouquecer... Para Hugo, não foi exatamente um presente, eu consegui um encontro para ele. Com o Chef que ele admirava.

Não sabia o que comprar para Lucius e Scorpius me ajudou, uma bengala, ele riu quando eu disse que o presente seria estranho. Para Draco comprei um relógio que havia achado a cara dele.

–Que tal irmos para o Beco Diagonal ?

–Mas Scorpius...

–Sem mas. –Ele riu da minha expressão emburrada e então cedi.

Eu comprei para Fred uma replica do Expresso Hogwarts, ele amava trens. Para tio Jorge o presente havia sido ideia de Scorpius, faríamos um logro para a loja, algo que primeiro, fizesse nosso tio Jorge cair... Um espelho que se quebrasse enquanto a pessoa olhasse e logo depois voltasse ao normal e começasse a rir do seu dono. Para tio Percy escolhemos uma pasta com milhares de divisórias.

Para tio Carlinhos um dragão que se transformava em um cachorro de três cabeças e em um Hipogrifo. Para Teddy comprei um relógio de sentimentos, ele dizia o que a pessoa que o usava estava sentindo. Para Louis comprei um pomo de ouro. Para tio Gui entradas para o jogo que ele queria. E para papai além dos ingressos direto no camarote, consegui uma ida ao vestiário dos jogadores do Chudley Cannons e uma pequena replica que eu sabia que ele gostaria de ter em sua coleção.

 –Agora preciso comprar o de Emma e o seu! –Dissemos ao mesmo tempo.

–Prefere no shopping, ou aquela loja que você vai sempre ? –Scorpius perguntou e eu assenti.

Eu não havia dito a Scorpius, mas o presente dele era uma mistura. De um colar que com a ajuda de Mabi eu havia projetado para ele, algo que eu estava escrevendo e uma lembrança que eu havia capturado dele e de Joe, há um bom tempo atrás. Quando chegamos ao shopping, mai uma vez aquele dia, Scorpius parou perto de um banco.

–Acho que é aqui que nos separamos, o que acha de me encontrar aqui, daqui há uma hora ? Tenho mais alguns presentes para comprar.

–Tudo bem.

Deixei Scorpius ali e fui até a loja onde pegaria seu relicário. Peguei também o presente de Emma, uma pulseira com alguns símbolos de Hogwarts que provavelmente ela amaria. Andei um pouco voltei para o banco. Scorpius chegou exatamente depois de uma hora, com mais sacolas na mão.

–Agora podemos ir ?

–Podemos. Estou morta de cansaço... Se lembre que temos uma enorme comemoração para fazer, até o dia 25.

–Daremos conta.

 

 

Os dias que se seguiram foram cansativos e maravilhosos. Estar preparando a festa de Natal em casa, havíamos comprado uma árvore e estávamos a decorando. Na Sala todos os enfeites estavam em diversas caixas, eu e Scorpius estávamos revezando. Joe estava sentada no sofá enquanto batia palminhas para todos os enfeites que colocávamos através de magia.

–Ve Melho, Mãe! – Joe gritou mais uma vez e riu alto. Apontou para o enfeite de Natal que eu havia acabado de tirar da caixa.

–Aqui, querida. – Fiz com que o enfeite levitasse até a árvore e ouvi mais palmas animada de Joe.

–Mandei alguns cartões, para falar sobre a festa, não sei se todos eles vem... – Ele pareceu um pouco preocupado, mas eu sorri.

–Virão, se acalme. Falei com meus pais e com vovó Molly. Ah sim, com vovó Granger também... Isso vai ser diferente, Scorps.

–Vai sim... –Scorpius colocou mais uma enfeite e sorriu para Joe.

–Azul, Papai.

–Claro, querida.

–Vai convidar alguém para a festa... ? –Perguntei pendurando mais um enfeite e tentando parecer indiferente. Ele me olhou por alguns segundos tentando entender o que eu dizia, mas apenas sorriu e balançou a cabeça.

–Não, Rose. É um Natal em família... Mas você, tem alguém para convidar ?

–Não. – Senti meu rosto esquentar, algo que raramente acontecia e então resolvi me focar na árvore. – Acabei aqui... A estrela, só falta a estrela.

– Vem cá, Joe. – Scorpius falou pegando Joe no colo e ela foi sorrindo, com suas bochechas redondas coradas.

–O que está pensando em fazer ?

–O que acha de colocarmos a estrela juntos? –Ele perguntou e eu sorri. Scorpius segurou minha mão e fez com que Joe segurasse conosco a varinha. A estrela dourada foi flutuando até o topo da árvore e os olhos da minha pequena estavam brilhando de encantamento.

Com uma das mãos ela agarrou o meu pescoço e eu cheguei mais perto para abraçá–lo. Joe não se soltou de Scorpius e nós dois dividimos aquele pequeno espaço, seus olhos encontraram os meus e nós dois sorrimos. Senti as borboletas se revirando em minha barriga e a respiração dele tão próxima. Ouvi a batida na porta e isso fez com que eu me afastasse, mas não antes de pegar Joe no colo.

Fui atender a porta, um rapaz havia trazido um enorme embrulho para ser entregue, deixei que ele colocasse dentro de casa e o analisei quando ele foi embora. Scorpius veio até nós, pegou Joe no colo e sem esperar abriu o embrulho com a varinha.

–O que é isso ? –Perguntei encontrando apenas um baú trancado.

–Algo para Joe, quando eu levá–la para fora, você pode abrir... Pensei no que disse sobre tradições natalinas trouxas e já que seus avós são trouxas, achei que poderíamos fazer isso.

Scorpius saiu me deixando com o baú e a chave dele. O abri e vi uma bela roupa de papai Noel. Sorri quando a toquei, Scorpius estava se saindo melhor que encomenda. E eu esperava que aquele Natal trouxesse tudo de bom que precisávamos. Que eu precisava...

 

A música alta fez com que eu fechasse meus olhos para apreciá–la. O cheiro do assado na cozinha e as conversas faziam do momento único. Malfoys, Weasleys, Grangers, Potters, Mellings, Craig, Black e até mesmo uma Skeeter. Nunca soube como todos haviam aceitado o convite. Papai ainda torcia o nariz para Draco, mamãe nunca gostou de Rita e juntar todos em uma mesma casa parecia algo incrível de ser fazer.

Scorpius estava com Joe na porta, como anfitrião, e eu estava cuidando de tudo na festa. Pedindo que os elfos que havíamos contratado servissem a todos. Indo conferir se o assado estava pronto... O piano da sala estava sendo tocado por Astoria e Nina cantava uma canção de Natal que eu sempre gostei “Last Christmas”.

As crianças brincavam no jardim, sobre a supervisão de alguns elfos. As luzes piscavam e a árvore parecia algo de outro mundo tamanha sua beleza. Estava recheada de presentes. Mamãe e papai dançavam ao som de Astoria e Nina, meus avós, Granger e Weasleys, conversavam entre si. Os avós de Scorpius conversavam com Mirax e com Rita.

Sara, Fernando, Emma e Ana conversavam com Minerva. Meus primos mais jovens conversavam perto da escada e Mabi estava com Dec do lado de fora. Tio Carlinhos estava sozinho entre todas aquelas pessoas. Apenas bebendo um pouco de vinho e olhando para os pares. Fui até ele e lhe estendi a mão.

–Quer dançar comigo? –Meu tio sorriu e se levantou para me levar até onde mamãe papai dançavam. Demos alguns passos e eu não consegui resistir. –Está com saudades de Romena?

–Estou Rose. Ela não pode vir e tudo parece tão sem graça sem ela. –Confessou titio e eu sorri.

–Eu sei o que é isso... –Suspirei e foi ele que sorriu.

–Não tem chance de consertas as coisas com ele? – Tio Carlinhos mostrou Scorpius com a cabeça e eu neguei.

–Não acho que ele me mereça, tio. Nem Joe.

–Ele está recebendo sua família na casa dele, acho que isso prova bastante coisas.

–Minha e de Joe. Eu tenho medo que ele arranje alguém incrível ao mesmo tempo em que quero que isso aconteça.

–Sei que dizem que se amamos a pessoa, temos que deixá–la partir, mas não acredito nisso. Se você o ama e ele a ama, vocês devem ficar juntos e não fingir que tudo acabou. –Olhei para o chão e depois para titio.

–Também não sei se concordo muito com essa teoria... Mas eu... Tio, eu não mereço Scorpius.

–Não diga isso. Você, no fundo, sabe que merece ele tanto quando ele merece você. Não faça isso ok? Não finja que não o merece, eu sei que no final os dois ficarão juntos.

–Quanta confiança tio! –Tio Carlinhos apenas sorriu para mim e me deu uma volta. Quando a música acabou, meu tio deu um beijo nas minhas mãos e voltou para seu lugar. Tentei dar ouvidos ao que ele dizia, mas eu simplesmente não conseguia.

Não me sentei, precisava olhar o jantar mais uma vez. Os elfos trabalhavam na cozinha e Emma comia um pedaço de torta. Peguei um copo de água para mim e me sentei ao lado dela.

–O que faz aqui, sozinha?

–Fugindo de toda aquela bagunça lá fora, estou cansada. E vovó não para de me de dizer que estou magra.

–Molly ou Helena?

–Molly. Helena está me perguntando sobre quando terei mais filhos.

–Ainda bem que não parei para conversar com as duas ainda. Pare de comer essa torta, o jantar está pronto. –Emma pegou mais alguns pedaços e fechou os olhos em contentamento.

–Tem fez a torta? Nem adianta tentar me convencer que foi você...

–Hugo e um amigo dele, ele trouxe para toda a família, por isso ela é enorme.

–E gostosa.

–Vamos lá, Em. –Chamei me levantando e Emma levou o prato até a pia e veio até mim.

–Ross... – Abriu a porta e deixou que eu passasse por ela.

–O jantar está pronto. – Falei assim que Astória e Nina pararam de tocar piano e cantar.

–Já era sem tempo... –Papai falou e Draco revirou os olhos.

–Ele nunca muda!

–Ah, para de...

–Por favor, não comecem! –Mamãe falou e Astória assentiu.

–Se eu presenciar mais um barraco de vocês dois, você dorme no sofá, Draco!

–Tá vendo, Malfoy, vai dormi no sofá... –Papai debochou e mamãe lhe deu um olhar de alerta.

–Não ria, Ron. Você acha que vai dormir onde, caso isso se repita? –Papai deu um sorriso sem graça e ficou quieto.

Todos seguimos para a enorme mesa que havíamos colocado no jardim. Havia todo tipo de comida e bebida. Eu me sentei perto de Scorpius e ao lado de Nina. Em minha frente estava Roxi e do lado dela Haniel. Todos estavam muito bem acomodados e logo começaram o jantar de Natal. Eu estava gostando de ver todos reunidos. Mamãe conversava com Astoria que estava sentada ao lado dela enquanto papai devorava toda a comida que via pela frente.

Draco estava conversando com vovó Molly e vovô Arthur estava conversando com vovó Helena e vovô Allan. Hugo estava entre as gêmeas e parecia que a qualquer momento poderia enlouquecer. Tia Gina e tio Harry estavam dando um sermão em Alvo por algo que ele fez.  Tio Jorge e tia Angelina estavam brincando com Marlene – a filha de Fred e Sara –, Sara estava conversando com Ana. Dominique estava conversando com Victorie, Teddy e Fred.

Kalshe e Dec, que estavam mais perto, rindo de Mabi que estava vermelha por Kalshe ter dito que ela e Dec precisavam de uma cama. Narcisa estava conversando com Minerva, Mirax e Lucius e os todos estavam bem a vontade. Rita estava comendo e falando algo para meu tio Carlinhos o vi rir e logo relaxei. Tio Percy estava atormentando – só conheço essa palavra para descrever o que ele estava fazendo – Nando, que parecia um pouco perdido na conversa dele.

Olhei para Scorpius na cabeceira da mesa e ele estava concentrado em sua comida. Sorri para ele e senti medo de nunca mais poder tocá–lo, ou beijá–lo, ou... Senti alguém chutar minha perna e vi Roxi com aquela expressão dizia que eu estava fazendo alguma besteira. Ela falou sem som “Está quase babando” e riu. “Eu tentei me controlar”, falei de volta e nós duas rimos.

–Está gostando? –Dei um pulo em minha cadeira quando ouvi Scorpius falando aquilo tão perto de mim.

–Estou sim e você?

–Muito. –Ele sussurrou, estávamos tão perto eu apenas lhe sorri. –O que acha de colocarmos o plano em prática depois da sobremesa?

–Acho ótimo. –Roxi riu alto em minha frente e eu tentei não ficar envergonhada.

O jantar estava indo bem, todos estavam conversando animado e elogiando a comida dos elfos. As crianças estavam até quietas e Scorpius estava contando os minutos para fazer a surpresa para as crianças... Alvo se levantou todo desajeitado e segurou sua taça, bateu nela com um talher e todos pararam de conversar para que ele pudesse falar, não antes, é claro, de Kalshe dizer em alto em bom som “Ai Merlin...Vai começar”.

–Boa noite a todos. –Ele sorriu ouvi todos os “boa noite” e logo depois Fred lhe jogou uma uva.

–Anda logo, manézão.

–Cala a boca, Fred. – Alvo fulminou Fred com o olhar. – Eu queria fazer um brinde a todos que estão aqui, o Natal é o tempo de reunir a família, fazer com que os laços se estreitem ainda mais. Eu gostei da ideia do Scorp, fazer uma festa com toda essa família, um monte de gente, algumas que se odeiam – Ele apontou para Draco e Papai – outras que simplesmente não se suportam. –Depois para mamãe Rita. – E todos os outros. Gosto desse momento, onde todas as brigas são esquecidas, onde todos passam a conviver bem. Onde passar a salada não mata ninguém. Queria brindar a nós. E que todo ano as pessoas se aturem mais, se tornem mais amorosas e saibam o significado do perdão... A nós!

–A nós! –Ouviu–se um coro de pessoas. Todas com suas taças para cima e um sorriso brincando nos lábios.

–Até que ele não fez besteira... –Kalshe deu de ombros e voltou–se para sua comida.

–Ah, Kal, quer casar comigo?

–Me erra Potter. Moramos juntos! –Ela disse enfaticamente e segurou a língua para não falar nada ofensivo na frente de todas as pessoas presentes na mesa.

–Pelo amor de Merlin, quando eu te pedir em casamento, não seja igual à Kalshe. –Dec falou e Mabi sorriu para ele, mesmo com as bochechas coradas.

–Não serei.

–Queria fazer um brinde também... –Scorpius se levantou e mais uma vez todos fizeram silencio. – Queria agradecer primeiramente a todos por estarem aqui, por aceitarem o convite, fico feliz que tenham vindo e espero que estejam gostando. Eu estou adorando ter a presença de todos e queria brindar ao espírito Natalino, a Joe e a Rose... – Mamãe me olhou com aquele sorriso sugestivo dela, Roxi também, Kalshe deixou escapar um “Finalmente”. E Scorpius sorriu. – Ao espírito Natalino, Joe e Rose. –Scorpius se sentiu envergonhado quando disse isso e todos riram na mesa.

–Ao espírito Natalino, Joe e Rose. –Todos brindaram e o jantar voltou ao seu normal.

 

–Está pronto? –Perguntei a Scorpius e ele assentiu. Estávamos fora de casa, lá dentro todo mundo dançava ao som de Dec e Mabi. Eu e Scorpius havíamos planejado tudo desde que ele me convidou para ajudá–lo a planejar o Natal. Eu havia lhe lançado um feitiço que havia aprendido dias antes e agora ele estava totalmente irreconhecível. Os adultos, com toda certeza, saberiam quem era antes que o feitiço terminasse, mas as crianças...

–Estou Rose.

–Vamos lá, você vai descer como planejamos, depois que eu começar a contar a história. E então todos vão se assustar quando você chegar... Ótimo, vou entrar. –Falei me afastando para a porta dos fundos.

–Espere! – Me virei para saber o que Scorpius queria. – Muito obrigado, por tudo. Por ter ficado conosco esse Natal, por estar perto de Joe, por ficar aqui, comigo... –Eu me inclinei para beijá–lo. Beijei sua bochecha e sorri.

–Estou aqui para isso, Scorps, agora vamos lá. Temos um Natal para animar. –Ele assentiu e eu voltei para dentro de casa.

 

–Tenho uma história para contar. –Falei pegando Joe no colo. As crianças estavam sentadas na frente, perto da lareira, e eu estava sentada em pequeno banco. –É sobre um bom velhinho... Dizem os trouxas, que ele traz presente para as crianças na noite de Natal, que ele realiza o desejo delas e traz aquilo para todos que foram bons durante o ano todo. Ele usa uma barba branca enorme... Um gorro vermelho, roupas vermelhas também... Usa uma bota preta para andar na neve e um cinto segurar sua enorme roupa. O papai Noel é grande e grande também é seu coração, ele vem, com seus saco de presentes pela lareira e dá a todas as crianças um pouco mais de esperança... –Um barulho na lareira fez com que eu parasse de falar e as crianças começassem a apontar. Coloquei Joe e no chão e ela ficou sentadinha ao lado de Arthur e Meg.

–O que foi isso? –Nina perguntou e as crianças ficaram olhando atentas.

–Apaguem as luzes. –Mamãe mandou. –É o papai Noel. – Alguns olharam confusos, mas Astoria apagou as luzes enquanto todos cochichavam.

As crianças ficaram quietinhas, os adultos tentaram também. Mas Nina ficou até mais animada que Meg e deu alguns pulinhos. Eu encostei-me a uma das cadeiras fiquei olhando para a lareira. Ouvimos mais alguns barulhos até que um saco vermelho caísse no chão E logo depois um velho barbudo e gordo aterrissasse sobre ele. Os gritinhos de surpresa das crianças fez com que os adultos também começassem a se animar.

–HOU HOU HOU – A voz de Scorpius preencheu o ambiente e alguém acendeu a luz. – Feliz Natal a todos. – A gritaria foi imensa. Todos mundo começou a falar ao mesmo tempo, as crianças estavam de pé, indo até o papai Noel e os adultos pareciam tão animadas quanto as crianças. Scorpius sorridente como papai Noel me fez sorrir também.

–Feliz Natal. – O coro de pessoas desejando Feliz Natal a ele foi enorme.

–O que faz aqui, papai Noel? –Perguntei

–Vim trazer presentes a todas as crianças...

–E os adultos? –Nina perguntou e Scorpius riu acompanhado de todos na sala.

–Os adultos também, Nina. – Papai Noel disse Nina sorriu satisfeita. Ele enfiou a mão no saco, depois de abri–lo ele pegou um dos presentes – Onde está jovem Mirax? –Mirax sorriu, depois de um risinho, e foi até Scorpius pegar seu presente.

Depois de Mirax, Minerva, Rita, Dec, Mabi e mais metade da família, Scorpius chamou o nome de Astória e lhe de um belo bracelete que a fez abraçar o filho com animação de dizer “Obrigada meu bebê”. Todos riram disso. Scorpius continuou a chamar todos e Kalshe deu um gritinho animado quando viu os brincos que havia ganhado. Ele chamou a maioria das crianças e todas gostaram dos presentes que haviam ganhado.

Depois de ter dado o presente de quase todos os presentes, ele pegou o de Joe. Ela foi ao colo dele com um sorriso nos lábios e tocou sua barba. Scorpius beijou a testa de Joe e deu a ela seu presente, um enorme livro que Joe havia cobiçado por boa parte do ano. Ela o abraçou e depois desceu de seus braços. Todos estavam mexendo em seus presentes quando Scorpius pegou um pequeno embrulho e me chamou com o dedo.

Me senti tão Baby – Jennifer Grey  – quando Johnny Castle – Patrick Swayze – a tirou para dançar... Eu fui até Scorpius e peguei o pequeno embrulho. Era um relicário em formato de livro, abri e vi a foto de Scorpius e Joe. Olhei para ele e esperei que ele me dissesse o que aquilo significava, mas ele apenas o pediu de volta e pediu que eu virasse para que ele pudesse colocá–lo. As mãos de Scorpius em meu pescoço me fizeram arrepiar e lembrar–me de coisas que não deveria pensar.

Ouvi uma agitação e então me virei para ver tio Jorge, com aquele olhar sapeca que dizia que ele estava prestes a apontar, com a varinha virada para mim e Scorpius. Nós dois olhamos para cima ao mesmo tempo em que ele fazia com que um visco aparecesse sob nossas cabeças. Todos pararam para olhar e tio Jorge riu alto. Olhei para Scorpius e ele sorriu, mesmo parecendo papai Noel ele continuava tão... Sexy.

–Vamos logo, acabem com isso. –Fred disse rindo e eu resolvi não olhá–lo.

–Não precisamos fazer isso... –Sussurrei para Scorpius, mas ele apenas se aproximou com sua pança falsa.

–É uma tradição de Natal, Rosie... –Eu assenti e deixei que suas mãos tocassem minha cintura e me puxassem para perto de si.

Fechei os olhos enquanto esperava que seus lábios encontrassem os meus. E eles encontraram, sentir o gosto dos lábios de Scorpius depois de tanto tempo fez com que eu quase sorrisse. Toda vez que eu beijava Scorpius sentia aquilo, aquele momento mágico que as pessoas descreviam penas nos filmes e nos livros... Ele fazia com que eu me sentisse assim e aquele beijo veio apenas para mostrar que ele sempre conseguiria me fazer sentir especial.

Nos separamos e eu sorri para ele. Joe veio até nós dois e olhou estranhamente para Scorpius. Ela apontou o dedo para ele e falou toda séria:

–Não pode, Papai ‘el’, mamãe só pode beijar papai.

A sala explodiu em risos e Scorpius pegou Joe no colo e a beijou. Depois começou a se despedir de todos. Papai Noel saiu de cena e Scorpius voltou, todos trocamos presentes, ganhei muitos livros, como mamãe, um vestido maravilhoso feito por Caio, um par de brincos, dois diários e mais um monte de coisa. Depois que havíamos trocado os presentes Scorpius veio até mime sussurrou em meu ouvido. “Seu presente vem depois...”.

Aquilo fez com que eu esperasse ansiosamente até que todos fossem embora, algo que não demorou muito para acontecer. Levei Joe para a cama e esperei que ela pegasse no sono para descer. Encontrei a sala a meia luz e algumas setas feitas por magia guiavam o meu caminho até o jardim.

 

Cartões postais foram todos enviados

A correria de Natal acabou

Mas eu ainda tenho mais um desejo de fazer

Um especial para você

Eu andei incerta até o jardim. Seguindo as setas e tentando descobrir o que Scorpius estava planejando. Cheguei até a porta de vidro e a abri esperando encontrá–lo, mas havia apenas um bilhete flutuando. Quando eu o peguei, mais setas apareceram no chão, às setas brilhantes me mandavam ir para o lugar especial que Scorpius havia feito para mim e para Joe.

No bilhete havia um pedaço de uma música... “Não temos que nos apressar, você pode demorar quanto tempo quiser, estou aguentando firme, meu coração está em casa. Com a minha mão atrás de você, vou te segurar se você cair, Yeah, vou te amar como a mulher que amo”. Eu senti meu coração bater mais forte dentro do peito... Não queria criar expectativas porque sabia que Scorpius não faria nada... Não me diria nada... Nada que nos comprometesse novamente.

Feliz Natal, querido

Nós estamos separados, é verdade

Mas eu posso sonhar e nos meus sonhos

Eu estou passando o Natal com você

A cada passo eu me tornava mais nervosa e sentia um nervosismo fora do normal. Como a primeira vez que tive Scorpius em meus braços... Ou quando finalmente pude carregar Joe no colo, depois de sair da clinica. Quando as setas acabaram eu estava na frente do lugar que Scorpius havia construído para mim e Joe. O lugar estava mais bonito do que nunca, não havia visto Scorpius arrumar aquilo, na verdade nem ao menos sabia o que ele estava planejando...

Ele apareceu em meu campo de visão, com um sorriso lindo nos lábios e um mais lindo ainda nos olhos. Não havia mais setas para me indicar se eu devia seguir em frente, mas eu sabia o que fazer. Andei até ele tentando descobrir qual seria o meu presente. Meu coração estava martelando dentro do peito. Me sentia como uma adolescente em seu primeiro encontro, aquilo era tão... Forte.

Feriados são alegres

Há sempre algo de novo

Mas a todo dia é um feriado

Quando estou perto de você

Suas mãos seguraram as minhas e de algum lugar que eu desconhecia uma música começou a tocar. Ele deu alguns passos comigo em seus braços e me deu uma volta. Eu voltei para ele e apenas tentei escutar a música. Meu coração continuava daquela maneira, parecia que a qualquer momento poderia saltar pela boca. Scorpius segurou forte em minha cintura enquanto dançávamos.

–Scorp...

–Oi Rose.

–O que estamos fazendo aqui?

–Dançando... –Ele disse depois de mais uma volta e eu apenas sorri quando segurei–me nele.

As luzes da minha árvore

Eu queria que você visse

Eu gostaria que todos os dias

E que as madeiras no fogo

Enchessem-me de desejo

Para te ver e dizer

Scorpius parou a dança no meio e foi até um baú antigo que estava no canto do lugar especial. Ele foi até lá, pegou uma caixa enorme e me entregou... Eu abri e encontrei uma enorme foto minha e de Joe, comecei a chorar do nada, ela estava tão linda naquela roupa e eu estava me sentindo tão feliz naquele dia... Olhei para Scorpius e sorri. Coloquei a caixa no canto e o abracei. Nós havíamos tido a mesma ideia.

Eu havia dado a Scorpius, como presente de Natal, uma foto dele e de Joe que eu havia tirado há um tempo e agora estava tão maravilhada quanto ele, quanto ele quando eu recebi o presente. Nem ao menos sabia o que faltava...

Que eu te desejo um Feliz Natal

Um feliz Ano Novo, também

Eu tenho apenas um desejo

Nesta véspera de Natal

Eu queria estar com você

E que as madeiras no fogo

Enchessem-me de desejo

Para te ver e dizer

–Eu amei seu presente... –Falei sorrindo. –Obrigada por tudo Scorpius... Preciso ir. –Falei tentando me recompor.  Não queria deixá–lo. Mas eu o fiz. Sorri. Dei–lhe um beijo no rosto, peguei minha caixa e sai. Não esperei que ele dissesse nada... Eu andei pelo Jardim sem saber o que fazer... Eu.

Não soube como fiz, nem porque o fiz. Mas dei meia volta quando soube que não poderia ir pra casa sem beijar Scorpius mais uma vez. Ele estava no mesmo lugar que eu havia o deixado quando eu entrei tão rápido quanto sai. Segurei sua nuca e olhei em seus olhos antes de encostar seus lábios nos meus.

Que eu te desejo um Feliz Natal

Um feliz Ano Novo, também

Eu tenho apenas um desejo

Nesta véspera de Natal

Eu queria estar com você

Feliz Natal, querido

Feliz Natal, querido

 

Scorpius segurou minha cintura e eu senti que todos os meus desejos de Natal estavam se realizando. Eu estava ali, o beijando, depois da reunião de família e de estarmos tão perto um do outro eu sabia que só queria mais e mais aquilo... Quando nossos lábios se separaram eu sorri e dei alguns passos para trás.

–É Natal... –Falei e ele assentiu.

–E esse é o meu presente? –Ele perguntou e eu assenti. –Obrigada... –Dei mais alguns passos para trás e antes de sair, apenas sorri para Scorpius e disse...

– Feliz Natal, querido...

Deixei Scorpius, mas senti o gosto de seu beijo durante todo o tempo. E então a minha casa não parecia mais tão vazia... Não mais.

Fim.

 

 

Oi Sweets, como estão ? Espero que gostem... Resolvi fazer um capitulo bônus para o Natal... Vou responder os comentários do outro capitulo, no próximo. Espero que gostem...  Feliz Natal a todos, desejo tudo de bom, paz, amor, saúde, carinho... E Feliz Ano Novo (porque provavelmente só vou postar agora em 2014). Espero que gostem... 

Beijoos Sweets, Lana! 

 

 

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