Amores Imperfeitos

Capitulo 27 Amores imperfeitos

As histórias de amor começam onde termina o medo, as tristezas e todas as inseguranças. Ela começa quando você menos espera, quando dois corações descobrem um no outro , seu lar!

 

–Sente–se Rose.

–Porque não me contou... Quer dizer...Você é Elice Prewett ?

–Sou Rose.

–Agora não mais Prewett. Elice ‘Mirax’ Valentim.

–Porque não me falou antes Mira... ? –Eu perguntei e vi que Stela já estava sentada, perto de Mirax, deixando um espaço para mim no sofá. Eu me sentei entre as duas e cada uma delas segurou minha mão.

–Eu não estava preparada para lhe contar ainda. Nunca estive. Nem mesmo quando Scorpius morreu...Acho que isso fez com que eu me tornasse mais triste ainda. Fabian Prewett foi meu primeiro amor. Nos conhecemos em Hogwarts, ele Grifinório, e eu Sonserina. Eu havia virado amiga de Molly no expresso, mas não imaginava que ela fosse para Grifinória. O que acontece é que continuamos a nossa amizade, sem nos preocuparmos com tudo que acontecia. Até que conheci Fabian, irmão de Molly. E foi ai que comecei a me preocupar. Porque havia me apaixonado por ele. E sabia que isso seria mal visto por todos... Por isso escondemos das nossas famílias. Deixamos tudo debaixo dos panos... Mesmo quando eu fui obrigada aceitar Marco como meu noivo. É horrível ter que fingir que nem ao menos conhece a pessoa que ama... É horrível ser beijada por alguém que não é quem você ama. Isso causou tantas brigas entre os dois no colégio... Marco nem ao menos sabia o porque. Ele sempre foi um bom homem, nosso casamento foi marcado quando acabamos o sétimo ano. Eu estava tão nervosa... Eu estava tão arrasada e triste.

“Quando notei o que estava prestes a fazer me apavorei. Eu queria sair dali, eu não queria estar ali. Por isso não estive. Não sei como consegui sair sem que todos percebessem, aquele vestido era chamativo demais, todas as pessoas na rua me olhavam . Uma noiva fugindo no dia do seu casamento. Eu fui até ele. Fui até Fabian. Eu conseguir chegar a casa dos Prewett viva, a sra. Prewett me atendeu e ficou tão preocupada que não pensou duas vezes antes de chamar Fabian. E quando ele veio ao meu encontro nada mais importava. Quando ele me segurou nos braços eu soube que não precisava de mais nada. Ele segurou meu rosto entre suas mãos e disse que nunca mais me deixaria ir. Claro que meus pais quando souberam da fuga ficaram indignados. Mas, se quer saber, não houve grandes consequências. Marco também não estava feliz com o casamento e até nos mandou um cartão. Nos casamos alguns meses depois. Algo simples, apenas nossas famílias. Nunca houve um momento como aquele, quando se ama uma pessoa, saber que seu corpo, sua alma e seu coração pertencem a ela é a melhor sensação do mundo. E eu pertencia a ele. Sempre pertenci a Fabian Prewett. Éramos tão jovens, tínhamos tantos planos, nos amávamos. Ouso dizer que sempre o amarei, até no momento em que meus olhos se fecharem e eu não puder mais lembrar de nada, ainda assim o amarei. O tempo em que estivemos casados foi o melhor possível, nos amávamos, se não fosse aquele... Lord Voldemort e seus seguidores, talvez ele ainda estivesse aquilo. Foi tão horrível saber de sua morte. Saber que ele havia me deixado e então fiquei um pouco mais distante de tudo. Depois de algum tempo me casei com Lourenço Valentim. Tivemos filhos,  uma família feliz, mas nunca o esqueci. Nunca.”

–Oh Mira... –Eu estava chorando. –Eu sinto muito.

–Eu também querida, mas temos que seguir em frente...

Ficamos alguns minutos com aquele silencio confortável, porém triste.  Eu não sabia. Eu não imaginava. Vovó havia me dito algumas vezes...Havia me falado algumas vezes sobre seus irmãos. Principalmente os gêmeos. Fabian e Gildeon e como eles haviam vivido pouco. Ela disse também, que Fabian havia se casado com uma moça chamada Elice, a moça que havia o amado mais que tudo. As vezes vovó parava para nos contar algo, algumas boas histórias de amor e essa era a única que não sabia da minha cabeça.

“Como ela pode viver depois que ele se foi ?” eu perguntei uma vez a vovó e ela sorriu tristemente. “As vezes querida, não conseguimos viver. O mundo é feito de pessoas que sobrevivem. E foi isso que Elice fez. Talvez a melhor maneira de ter feito isso foi ter se afastado de todos nós, mas ela estava certa. Nunca me imaginaria perdendo Arthur, nos tornamos um só desde a primeira vez que nos beijamos e acredito que isso aconteça com todos que se amam”. Ela sorriu e eu retribui, agora, olhando Mirax assim, quieta, lembrando de tudo que aconteceu em seu passado eu soube que nunca, nem mesmo se todas as esperanças quanto Sebastian ser Scorpius fossem falsas, eu deixaria de amá–lo. Scorpius sempre faria parte de mim, de tudo que eu fizesse. Porque ele já havia se tornado parte de mim, há muito tempo...Havíamos nos tornado um só, desde a primeira vez que nos beijamos!

–O que acha de contar aquilo a Eli, Rose ? –Stela interrompeu o silencio na sala e eu assenti.

E mais uma vez contei tudo. Tudo sobre o que aconteceu na viajem...Morrendo de vergonha, mas Mirax apenas sorriu quando terminei de contar. E logo depois foi até a enorme estante cheia de livros no corredor que dava para a biblioteca. Nós fomos junto, a pedido de Mirax. Ela pegou um livro de capa verde e empurrou o de capa vermelha para onde estava o verde. Colocou o verde no lugar do vermelho e então a estante começou a tremer. A estante se ‘partiu’ ao meio e cada parte foi para um lado se enfiando nas paredes.

Eu olhei para Stela chocada e notei que ela também estava assim. Mirax entrou e pudemos ver uma enorme biblioteca secreta. Havia muitas prateleiras de livros, por alguns segundos fiquei de boca aberta. Apenas admirando aquele belo lugar. Stela resmungou ao meu lado algo como “Por isso que ela não tem uma biblioteca lá fora...”. E eu ri. Mirax andou até uma das prateleiras, e passou a mão por alguns livros empoeirados, de todos pegou um de capa preta com algumas estrelas.

–É isso Rose. Leia esse livro e depois encontre as respostas certas. Ele vai lhe ajudar...

–Como ?

–Leia o livro, aposto que vai entender o que eu quero dizer. –Ela disse misteriosamente e eu sorrir. Olhei para o relógio e tomei um grande susto.

–Eu tenho que ir.. Pegar Joe no colégio. Faz uns dias que não a vejo. Estou morta de saudades.

Me despedi das duas e dirigi até a escola de Joe. Havia aquele amontoado de mulheres como sempre, todas esperando seus filhos enquanto falavam mal de alguém. Era sempre a mesma coisa. Desci do carro e fiquei entre algumas delas, vi a minha pequena andando de cabeça baixa, provavelmente esperando mamãe vir buscá–la. Apesar de ser muito ligada a mamãe Joe sentia minha falta. Quando já estava mais perto eu sai de perto das outras mães e fui para mais perto, Joe que estava de cabeça baixa continuou andando assim, até um dos seus colegas de classe a cutucou e ela olhou para mim sorrindo.

–Mamãe! –O grito potente fez com que algumas pessoas ao redor parassem para olhar.

Ela saltitou até mim animada. Até finalmente chegar perto e me alcançar com um enorme abraço. A tirei do chão e apertei minha filha contra meu corpo. Estava com tanta saudades dela. Quando se é mãe, ficar um dia longe do filho é como se fossem anos, se é uma criança é pior porque estamos todo o tempo tentando protegê–los de tudo.

–Meu amor. –Acariciei seu cabelo enquanto suas pernas se prendia em volta da minha cintura –Estava morrendo de saudades!

–Eu também mamãe! –Comecei a andar enquanto analisava minha filha.

–Você está enorme querida –Eu a coloquei no chão e segurei sua mão.

–Estou mesmo mamãe. Vovó Mi disse que cada dia crescerei mais. Ela me levou para ver vovó As e o Vô D, Vovô Ron também foi e a senhora deve imaginar o que aconteceu... –Eu sorri para Joe abri a porta do carro a ajudei a subir e coloquei o cinto de segurança nela.

–Imagino sim. O que aconteceu dessa vez ? –Entrei no carro e liguei o motor.

–Vovô disse que eu parecia com vovó Mi, mas Vô D, disse que não. E os dois jogaram comida um no outro...Vovó Mi e Vovó As deixaram os dois sozinhos e nós fomos brincar no parque!

–Seus avôs sempre foram assim. O que mais fez enquanto estive fora ? –Eu estava ligada na estrada, mas ás vezes olhava para Joe.

–Antes de tio Hug viajar...Ele me ensinou a fazer biscoitinhos. Quer que eu faça mamãe ?

–Claro meu anjo, que tal me ensinar a fazê–los mais tarde?

–Sim mamãe... –Eu sorri para Joe e estacionei na frente de casa e a ajudei com o cinto.

–Agora a senhorita vai tomar um banho, se arrumar para que eu faça uma comida gostosa para nós duas... –Joe, que já estava abrindo a porta para sair, me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas e eu dei de ombros.

–Ok, eu vou pedi pra Hugo trazer pela lareira a comida gostosa. –O riso alegre me contagiou e me fez rir também. Joe saiu do carro e eu logo atrás. Entrei em casa.

Fui até a lareira pedir a Hugo que fosse bonzinho e nos trouxesse comida, subi para tomar um banho relaxante e antes escolhi uma roupa para usar. Na verdade um roupão e Lingerie. As duas verdes. Fui até o quarto de Joe e a vi terminando de escolher um roupa. Não entrei, ela estava naquela fase de “Eu sei me vestir sozinha mamãe!” que me fazia ficar tão preocupada quanto orgulhosa. Tomei um banho demorado e ouvi a voz de Hugo no primeiro andar.

–Estou aqui! –Ele gritou.

–Tô tomando banho Huguis! –Bastou isso para que ele não falasse mais nada. Fazíamos isso quase sempre.

Sai do quarto, vesti o que tinha separado e desci. Joe estava sentada na bancada da cozinha, Hugo usava um avental , o seu Toque Blanc e divertia Joe durante o preparo da comida. Hugo era o padrinho perfeito, ele e Joe tinham uma cumplicidade incrível, eu e Scorpius havíamos escolhido os padrinhos perfeitos para Joe.

–Nossa,o cheiro está maravilhoso...O que é isso ai Huguis ?

–Diz a ela Kate! –Hugo era a única pessoa que chamava Joe de Kate.

–Camarões refogados. Arroz frito e...

–Meu delicioso sorvete de camadas.

– Nada disso –Falei me sentando na bancada onde Joe estava. – o sorvete de camadas é invenção da vovó. Foi a mãe dela que passou para ela...Na verdade, nem sei como vovó faz esse sorvete. Segundo ela temos que ter cuidados com os dentes...

–Todo o tempo, o tempo todo! –Joe e Hugo completaram e eu ri.

–Isso está com uma cara ótima...

–Não só a cara, Rose. Você sabe que eu vou criar uma sociedade com Daniel não sabe ?

–Claro que não sei, você não me contou!

–Ah foi,que cabeça a minha... Mas agora está sabendo – eu arqueei as sobrancelhas. Hugo estava planejando algo. –Mas Daniel precisa ainda cumprir uns tempos de trabalho no restaurante...Então eu pensei , já que estou sem fazer nada, minha irmã é uma pessoa legal ...

–Direto ao assunto Hugo.Eu sei que você vai me pedir algo, não sou tão burra assim!

–Eu sei...Eu estava conversando com Kalshe...

–Claro. Você e Kalshe, ideias mirabolantes.

–Tia Kalshe está aqui ?

–Na casa dela, querida.

–Ah sim.

–Então, nós pensamos em algo...Eu poderia passar esses dias na escola, por causa da comida.

–Por causa da comida ? –Eu arqueei a sobrancelha e fingiu que não entendeu continuou a me olhar como se fosse inocente.

–Porque vocês precisam de um bom cozinheiro para a escola...E como eu estou disponível...

–Tramou tudo e agora quer parecer inocente. Você e Kalshe acham sou besta...

–Não só achamos, mas já que você pensa assim, continue pensando.

–Porque mesmo que você me comunicou se vocês já decidiram ?

– É porque quero carona amanhã para o trabalho! –Hugo sorriu genuinamente e lhe lancei um olhar mortal. –A comida está pronta irmãzinha ... Me ajude a colocar a mesa, por favor.

Eu e Hugo começamos a arrumar a mesa. Hugo, como sempre, mexeu a varinha e fez com que uma das musicas que ele amava começasse a tocar. Eu coloquei os pratos, na mesa enquanto ele despejava a comida em algumas vasilhas de vidro e levava a mesa. Quando terminamos ele desceu Joe da bancada e os dois foram dançando até a mesa. Aquilo era algo típico de nós três. Hugo gostava de sair de casa de vez em quando. Deixar papai e mamãe mais a vontade...

–Com foi seu dia hoje, querida ? –Hugo perguntou e Joe sorriu imensamente. Os dois amavam isso. Eu me sentia tão agradecida por tudo aquilo, Hugo sempre foi o melhor irmão do mundo e aquilo era provado cada dia mais, quando Scorpius morreu, a relação dele e de Joe, que já era maravilhosa, se tornou mais bonita ainda.

Eles dois cozinhavam sempre, o que era meio bobo, porque eu nunca fui boa cozinheira, já Joe era totalmente o oposto. Ela adorava cozinhar, voar, brincar e era tão animada com todos. E fazia a maioria dessas coisas com papai e Hugo, que agora, além eram os principais exemplos dela. Ela começou a responder animada a tudo que Hugo perguntava e eu apenas os olhava. E é claro, comia a comida divina que Hugo nos preparou.

–Agora a sobremesa especial... –Ele disse se levantando da mesa quando acabamos. Eu estava satisfeita e Joe parecia que também estava. Hugo voltou com dois potinhos, me deu um e deu o outro a Joe.

–Isso é o que ?

–Sorvete minha querida irmãzinha...Aquele que você adora.  – Eu já havia me esquecido.

–Ahhh Hududugo você lembrou! –Me levantei para abraçá–lo e Hugo revirou os olhos fazendo Joe rir.

–Rosalinda pare de me chamar desse apelido tenebroso... –Joe começou a rir, era sempre assim. Primeiro o jantar maravilhoso, depois uma penca de apelidos embaraçosos e uma seção de desenho animado no sofá que sempre terminava com Joe e Hugo dormindo.

–Hugatinho, acabou ?

–Rosenita nós vamos continuar com a palhaçada ?

–Huguito!

–Hey, não vale... Você sabe que não vale!

–Vale sim! –Dei de ombros e ele me fulminou com o olhar.

–Esse é o apelido da mamãe...

–Own bebê da mamãe... –Me levantei quase aos pulos e sai correndo. Hugo também saiu correndo. Ser chamado de bebê da mamãe fazia com despertasse o instinto maléfico dele.

–É MELHOR CORRER ROSALDINA PORQUE EU VOU TE PEGAAAR! –Hugo gritou e, como sempre, o “caos” começou.

 

 

Eu estava cansada. Morta de sono. Estava deitada na minha cama,Joe estava no quarto dela e Hugo no quarto de hospedes. Eles haviam pegado no sono de novo como faziam sempre quando assistiam rei leão. Estava lendo um livro que havia pego da biblioteca mais cedo quando ouvi aquele barulhinho irritante. A principio pensei ser alguma coruja, por isso me levantei e fui olhar. Mas não havia nenhuma coruja na janela. Me virei para ir embora, mas o barulhinho foi ouvido, por mim, mais uma vez.

Abri a janela antes mesmo que ele pudesse jogar mais uma pedra. Lá embaixo estava Sebastian, eu conseguia vê–lo como Sebastian, mesmo assim sorri. Eu sai da janela peguei meu robe e desci as escadas lentamente. Não havia sinal de ninguém em casa, porque as duas outras pessoas que estavam em casa dormiam profundamente. Abri a porta da frente e dei de cara com ele.

–Bella notte. –Eu sorri com o que ouvi e o abracei.

–Muito bela.

–Mais ainda que consegui te ver. –Ele disse sorrindo.

–Quer entrar ? –Perguntei e ele sorriu.

–Claro.

–Como chegou aqui ? –Perguntei quando estávamos sentados no sofá da sala.

–Como é mesmo o nome daquela sua amiga.... A morena...

–Nina ? Roxi ?

–Essa mesmo. Nina. Ela me trouxe aqui.

–Nina te trouxe aqui ? Sebastian... –Arqueei a sobrancelha e ele levantou as mãos se rendendo.

–Ok. Kalshe me trouxe aqui. Mas antes ela e as outras duas...Roxi e Nina, disseram que precisava de uma prova ... Falaram que eu precisava provar que podiam confiar em mim.

–Explique–se melhor...

–Elas pediram um pouco do meu sangue... Digitais, um pedaço do meu cabelo. Segundo elas era uma pesquisa completa sobre quem era “Sebastian” –Eu ri da desculpa besta que elas deram.

–As garotas costumam ser bem assustadoras quando querem...

–São mesmo... Então é aqui que você se esconde. –Ele disse olhando em volta e sorrindo.

–É aqui! – Eu estava o observando, ele se levantou, olhou algumas fotos e parou na maior de todas, uma minha de Scorpius e Joe, eu adorava aquela foto, Scorpius também.

–Sinto saudades –Ele disse ainda hipnotizado com aquela foto e eu senti uma lágrima deslizar pelo meu rosto.

–O que disse ?

–Eu disse alguma coisa ?

–Ah, acho que não. Desculpe.

–Essa é a Joe e Scorpius ?

–É sim. Acho que foi uma das últimas fotos que tiramos juntos.

–Vocês formavam uma bela família.

–Obrigada.

–Ei não chora. –Ele disse me abraçando e eu solucei mais alto. –Não chore querida... –Tentei fazer isso, apenas tentei. Ouvi alguns passos e logo depois um gritinho infantil.

–Papai! –Me afastei de Sebastian para ver o que estava acontecendo e vi apenas um pequeno borrãozinho de cabelos pretos se jogando em cima de Sebastian. Ele a segurou e abraçou Joe, e meu choro voltou, eu senti vontade de estar incluída naquela abraço e senti que meu coração poderia sair pela  boca a qualquer momento.

–Joe... –A voz dele parecia outra vez ter se tornado a de Scorpius e o corpo também.

–Papai você voltou... –Joe disse enquanto os dois ainda estavam abraçados. –Olha mamãe, ele voltou!

Me sentei no sofá chorando e Joe desceu do colo de Scorpius e veio até mim. Colocou a mão em meu rosto e o levantou. Estava com a testa franzida e parecia tão madura. Ela sempre foi, para ser mais sincera, mais madura que muitas crianças da sua idade, perder Scorpius só contribuiu para que isso acontecesse. Ela olhou para Scorpius, que mais uma vez havia voltado a ser Sebastian.

–Não chora mamãe! –Eu me sentia a filha naquele momento, Joe limpou uma lágrimas e beijou minha testa. – Papai nunca gostou de te ver chorar! Vai parar ? –Ela perguntou tirando as mãos do meu rosto e cruzando os braços, em uma típica pose de dona Hermione Weasley, eu acenei que sim com  a cabeça e ela virou para Sebastian.

–Boa noite! –Ela foi até ele, que estava abaixado e deu um beijo no rosto. –Volta logo papai!

Ela subiu nos deixando ali. Sebastian continuou olhando para a escada de onde ela havia subido e eu fiquei o olhando. Aquilo foi tão estranho...Mas me fez ter mais certeza de que era ele. Sebastian se sentou ao meu lado e passou sua mão por minhas costas.

–Ela é uma garota incrível.

–Puxou a Scorpius...

–Não, ela puxou a você. Eu sempre soube disso...Rose, está na hora de voltar. Tenho aula de manhã cedo.

–Eu te levo na escola...

–Não Rose...Não te darei trabalho ok ?

–Pode me dar trabalho, se você for o trabalho principal –Beijei seus lábios e ele segurou minha cintura delicadamente.

–Por favor, não me faça perder a concentração...–Os olhos de Sebastian encontraram os meus. Seu cheiro estava impregnando minhas narinas e eu, provavelmente, não o largaria tão cedo. Suas mãos tocaram meus cabelos e seus lábios tomaram os meus com carinho. –Agora preciso ir Rose. Ou não vou me controlar...

–Ok. –Me levantei e fui até a cômoda. – Sua moto ainda não chegou...Então pode usar meu carro.

–Ei não. Está louca Rose ? Não vou fazer isso! –Ele disse sério e eu dei de ombros.

–Então vamos para o carro. Vou te levar na escola. –Pisquei para ele. Me espere no carro, ok ? –Sebastian apenas assentiu, me deu um beijo e saiu.

Fiz alguns feitiços de proteção a mais e sai. Ele estava ouvindo uma musica internacional quando entrei no carro. Nem ao menos sabia quem estava cantando, mas ele parecia cantarolar lindamente. Entrei no carro e liguei o motor. Segurei no volante,mas não sai dali. Olhei para ele que parecia um menininho distraído na aula. Balancei a cabeça e dei a partida.  Algum tempo depois estávamos saindo de Valentim e indo para a escola.

–Rose... ? –Sebastian perguntou desligando o rádio.

–Fale...

–C–Como ele era ?  –Ele perguntou e eu soube imediatamente que estava falando de Scorpius.

–Incrível. O melhor pai do mundo. O melhor marido. O melhor homem. O melhor namorado. O melhor filho. O melhor amigo... Scorpius sempre foi tão maravilhoso que após sua morte eu me perguntei porque não havia sido eu ? Ele criou Joe sozinho por muito tempo, ele me deu o melhor presente da minha vida, que é a minha filha e se eu pudesse escolher entre viver e deixar que ele vivesse, pode ter certeza de que escolheria que ele vivesse.

–Sabe de uma coisa ? –Ele perguntou, mas nem por isso tirei meus olhos da estrada.

–Diga...

–Sempre que ouço o nome Scorpius, sinto uma dor de cabeça terrível e acho que não é ciúmes ou algo do tipo.

–Então não direi mais o nome dele perto de você. –Eu falei e o silêncio caiu sobre nós. Ficamos assim até chegarmos a escola. Haviam algumas luzes acesas ainda e parecia que nenhum deles descansava.

–Obrigada pela carona Rose...

–De nada...Mas se quiser me agradecer melhor...
–Nem precisei falar duas vezes.

Ele me puxou delicadamente e beijou meus lábios carinhosa e lentamente. Minhas mãos bagunçavam seus cabelos e eu senti meu corpo se arrepiar quando ele plantou alguns beijos leves em meu pescoço. Ele voltou a traçar o mesmo caminho e beijou meus lábios com ardor. Quando nossos lábios se separaram ele sorriu e beijou minha testa.

–Boa noite Rose.

Fiquei ali por algum tempo esperando que ele entrasse e logo depois voltei para casa. Nem notei que estava chorando. Cheguei em casa cansada mentalmente. Subi e olhei Hugo no quarto, ele dormia quase caindo da cama, sempre foi tão parecido com papai... Olhei  o quarto de Joe e dormia quietamente. Minha pequena. Voltei para o quarto, tirei o robe e me deitei na cama. Queria apenas fechar os olhos e abrir quando tudo estivesse melhor, quando todas as duvidas fossem sanadas.

Estava tão nervosa com o primeiro dia de aula. Que assim que fechei os olhos peguei no sono...

Eu estava em uma sala de interrogatório, mas que era mais parecida com a minha sala de aula da AD do que qualquer outra coisa. Havia uma enorme luz em meu rosto e eu estava sentada em uma mesa enorme que havia saído de não sei onde. Em minha frente quase não podia enxergar ninguém, coloquei a mão na frente do rosto , a luz estava quase me cegando. Eu olhei ao redor, mas tudo estava tão escuro que a única coisa que eu reconhecia  era que estava mesmo em minha sala de aula da AD.

 –Quem está ai ? –Tentei me levantar, mas não consegui. Respirei fundo tentando me manter calma, eu odiava aquilo, me sentir encurralada...

–Você está sendo interrogada senhora Malfoy... –Ouvi a voz de Sebastian e revirei os olhos.

–A justiça merece respeito! –Ouvi a voz doce de Joe e tentei enxergar mais uma vez, mas nada daquela luz incomoda sair do meu rosto.

–Ok querida, mas o que está acontecendo aqui.

–A senhora está sendo interrogada. –A voz de Sebastian se pronunciou mais uma vez. –Quem é esse homem senhora Malfoy ? –A foto de Joshe foi jogada em cima da mesa de metal e eu fiquei meio indecisa sobre dizer ou não.

–Joshe...

–E o que Joshe é da senhora ?

–Meu noivo... –Disse envergonhada.

–E esse senhora Malfoy, quem é ? –A foto era de Scorpius e olhei para ver se não era uma pegadinha mesmo...

–Meu marido ? Quer dizer...

–Era o que precisamos saber senhora! E quem é esse ? –E essa foto de quem é ?

–Sebastian... –Eu falei olhando atentamente para a foto. –Mas que droga é essa ? –Eu perguntei mais confusa que nunca e a luz foi ficando mais fraca, porem não se desligou.

–Quem sou eu Rose ? –A voz era de Scorpius, mas o corpo era de Sebastian. –Você sabe quem sou eu Rose ? –E então tudo mudou, o corpo de Joshe e a voz de Sebastian. –Agora sabe ? –A voz de Joshe estava no corpo de Scorpius.

Abaixei  a cabeça e a apoiei na mesa de metal... “Isso é um pesadelo, se controle, se controle, se controle...” e eu realmente tentei me controlar, mas aquilo era surreal demais, até pra mim. Tentei respirar fundo mas ouvi a risada dos três ao mesmo tempo. E aquilo estava me enlouquecendo.

–PAREM COM ISSO! –Eu gritei com eles. –Porque estão atormentando assim a minha cabeça em ? Eu não fiz nada demais...

–Poderia pegar um café Joe ? –A voz de Scorpius disse e Joe saiu da sala cantarolando sua música predileta de A bela e a Fera.

–Porque mandou ela sair ?

–Não queria que ela ouvisse como a mãe dela é uma mulher mentirosa...

–Ei, eu não sou mentirosa –Agora já poderia ver o rosto dele por completo, Sebastian arqueou as sobrancelhas como se não acreditasse no que eu estava falando e provavelmente ele não acreditava mesmo. –Ok, talvez eu seja um pouco... Eu falo a verdade, mas as vezes eu omito... Mas não sou uma mentirosa.

–Ah Rose, fale a verdade ao menos uma vez na vida. Você se acha mesmo verdadeira com tudo e com todos ?

–Acho!

–Pois não é... Me diga uma coisa, você contou a Joshe que só se casaria com ele porque ele é o homem perfeito, par ideal para você esquecer Scorpius ?

–Eu não...Eu não diria algo desse tipo a Joshe, ele é incrível, é um cara maravilhoso e ...

–Você o ama ?! –Ele riu e eu senti raiva.

–Ele é meu amigo! Eu gosto dele, mas não o amo, mas não acho que não dizer isso a ele me torna uma mentirosa. Eu só não quero...

–Magoá–lo ? –Ele perguntou rindo e eu senti a irritação tomar conta de mim.

–Não fale assim comigo, porque você está fazendo isso comigo ? –Quando eu perguntei isso em minha frente os outros dois apareceram.Scorpius e Joshe, só que Scorpius estava no meio dos dois. Com vestes brancas, senti minhas lágrimas caírem e mais uma vez abaixei a cabeça.

–Nós estamos fazendo! –Os três disseram ao mesmo tempo.

–Porque ?

–Rose olhe pra você –Joshe quem disse –se não a ajudarmos a tomar a decisão correta você vai passar a vida dessa maneira, nos enganando. Me enganando achando que pode ter um relacionamento comigo amando Scorpius...

–Comigo, achando que sou Scorpius e que ele vai voltar para você a qualquer momento...

–E se enganando quando a mim Rose, você sabe, estou morto. Não vou voltar para você meu amor... Siga em frente...

–Parem... Por favor .. . Parem com isso... –Minha voz já não era a mesma, estava chorando desesperadamente por causa daqueles três...

–Só tome uma decisão Rose. Quando você souber o que fazer, você fará com que todos nós tenhamos um final feliz... –Quem disse foi Scorpius – Deixe que minha alma descanse... Rose, cante para mim,minha querida, cante e tudo será como antes.

–Scorpius... Não posso... Não posso cantar para você... –Eu os olhei. Sebastian olhava com pena e Joshe não estava melhor que ele.

–Pode sim Rose! Termine comigo, quando você terminar comigo deixará meu caminho livre e poderá fazer as coisas da maneira certa com Sebastian...

–Se não terminar com ele, continuará me enganando ... E isso é ruim, porque você é a mulher maravilhosa que conheço.

–Eu...

–Sabe o que tem que fazer...Joe está voltando. Se elam e ver aqui, ficará pior que você! –Scorpius disse e então desapareceu.

–Também vou embora... –Joshe disse e apenas Sebastian ficou ali comigo.

–Voltei! –Eu ouvi a voz radiante de Joe e quis sorrir.

–Está tudo bem mamãe ?

–Está querida...

 –Papai...O senhor ainda está ai ? –A pergunta me deixou desconcertada, mas Sebastian sorriu.

–Estou querida, mas logo logo voltarei para meu corpo...

–Mamãe!

–Mamãe! –Ouvi Joe gritar e notei que havia dormido demais.

–Oh querida, que horas são ?

–Não sei, mas tio Hugo disse que a senhora tinha que acordar.

–E onde ele está agora ?

–Fazendo o café...

–Ótimo, precisamos tomar um banho...

–Tomei sozinha! –Ela disse sorrindo e fazendo com que seu rosto se tornasse mais belo ainda.

–Então eu tenho que tomar banho. Vá tomar café enquanto eu tomo o meu ok ?

–Sim mamãe...–Ela saiu saltitando do quarto.

–Não corra pela casa Joe! –Gritei e rumei para o banheiro.

Tomei um banho rápido com os gritos de Hugo lá embaixo e a música que eu e Joe sempre ouvíamos pela manhã. Coloquei a roupa que havia escolhido para minha primeira aula e desci. Sentei o cheiro do café assim que desci as escadas. Encontrei Hugo e Joe sentados na mesa.

–Bom dia família.

–Bom dia mamãe!

–Bom dia Rosinha...

–Ah, me erra Hugo!

–Eu estou feliz...

–Motivo ?

–Eu começo meu trabalho hoje na Accio Dream...

–Eu jurava que isso tinha sido um sonho estranho e não meu irmão tentando conquista uma das nossas alunas.

–Você é tão engraçada, Weasley!

–Disponha, Weasley...

–O que você fez aí em... ? –Olhando toda aquela comida na mesa eu imaginava se Hugo ia alimentar um batalhão. Mas ele sorriu orgulhoso e eu soube no mesmo instante que ele estava tramando alguma coisa.

–Não é tudo para você não Rosita, depois dizem que eu puxei ao papai...

–Se não é para nós três, para quem é ?!

–Para todos os seus alunos da AD. Kalshe já os informou que teremos um grande café da manhã antes das primeiras aulas. Vou empacotar tudo isso e iremos pra lá.

–Nossa... Você já está bem a par de toda a situação da escola, não é mesmo ? Hugo posso te perguntar uma coisinha, maninho ?

–Claro Rose! –A animação de Hugo estava invejável, mas eu sabia  que o motivo tinha nome e sobrenome, e nesse exato momento deveria estar acordando na casa dos Schakelbot.

–Você está fazendo isso pela Naya ? –Hugo parou de fazer algo no fogo, o desligou, jogou em um prato e eu notei ser seu omelete. Hugo sempre amou comer omelete pela manhã. Ele se sentou a mesa, pegou os talheres e olhou para mim, sorridente.

–Esse é meu intuito, maninha.

–Poderia ser mais claro ?

–Desde que revi a Naya naquele restaurante não paro mais de pensar nela... E em quando tínhamos 10 anos e aquilo que eu disse...

–Você não poderia saber Hugo.

–Mas falei. E por isso ela tem raiva de mim, não quero que ela sinta raiva de mim Rose, quero que ela sinta qualquer outra coisa, menos raiva. Talvez eu e ela pudéssemos nos falar normalmente, ela não precisa se tornar minha amiga, mas falar comigo já está de bom tamanho.

–Sabe o que eu acho ?

–Não. E tenho até medo de perguntar...

–Você gosta dela Hugo. Muito. –Hugo não riu, afinal, porque riria da sua própria desgraça ? Ah sim, “desgraça” porque Hugo sempre odiou essa “coisa de paixão”. – Nunca o vi preocupado com uma garota assim, você sempre foi cavalheiro, mas não pensando em como quer que ela se sinta, nem ligando sobre o que ela sente por você. É irmãozinho, você finalmente foi fisgado.

 

 

Chegamos na escola antes das nove, havíamos deixado Joe no colégio e seguido para a AD. Hugo pediu a ajuda de alguns dos rapaz que estavam lá para descarregar o carro e eu segui para dentro procurando as garotas. As encontrei no escritório da AD. Nosso escritório é enorme, tem uma mesa enorme e quatro cadeiras. Havíamos demorado quase seis meses para escolher a mesa, entre discussões e negativas conseguimos uma de madeira escura e brilhosa.

–Bom dia meninas!

–Bom dia professora Rose –Nina brincou e eu ri.

–Bom dia Rose.

–Bom dia Rose! –Kalshe falou um pouco chateada e eu olhei para Roxi e Nina interrogativamente.

–Ela não está nada bem desde que chegou...

–E não quero falar sobre isso Nina!

–Que bicho te mordeu Kal ?

–Eu acho que foi o bicho que chamamos de primo, Alvo Severo...

–O que Alvo fez... ? –O olhar Kalshe fez com que eu congelasse e arregalasse os lhos.

Eu me sentei na cadeira tentando respirar direito. Havia me esquecido totalmente de Alvo e do filho que ele havia me dito que tinha. E Kalshe, naquele momento, parecia também saber daquilo. Eu a olhei para tentar entender o que estava acontecendo, mas ela estava olhando alguns relatórios, olhei no relógio e vi que já estava na hora da minha primeira aula.

–Eu vou dar aula agora, poderíamos conversar mais tarde na magia do amor, o que acham ?

–Ótimo Rose! –Roxi respondeu por todas, eu deixei minha bolsa ali, tirei meu casaco e fui para a primeira aula.

Me lembrei do sonho estranho que tive durante a noite. E esperava não dançar com Sebastian, ou deixaria evidente a todos, que sentia algo por ele. A sala um tinha meu  nome, foi a primeira sala projetada, a decoração havia sido por minha conta. Por isso era algo que me lembrava a sala em que beijei Scorpius pela primeira vez. O lugar era praticamente uma copia da Sala de Stela. Eu respirei fundo, olhei pela porta de vidro e entrei.

–Bom dia turma –Ouvi um bom dia bem humorado de todos eles –meu nome é Rose Weasley e eu sou uma das professoras de dança de vocês! Eu vou falar sobre teoria da dança e exemplificar os exemplos de dança aqui na sala. Alguma pergunta ?

–Sra. Weasley como a senhorita escolherá os pares de dança ?

–Podem me chamar de Rose ok ? E eu farei um sorteio no fim da aula e vocês saberão quem são seus pares até o final das minhas aulas.

–Quantas aulas teremos com você Rose ? –Amorella perguntou.

–Não sei ainda, depende de como vocês se adaptarão as aulas dos outros professores. Como eu disse anteriormente, eu vou falar sobre as teorias de danças e vocês provavelmente vão precisar de mais tempo com os professores que ensinarão as danças na prática. A teoria será dada e exemplificada na sala, eu os prepararei para o momento em que um professor de dança pratica lhes pedir para fazer algo, algo que tenha sido base aqui, entenderam ?

–Sim ! –A maioria falou e eu assenti.

–Então que tal começarmos fazendo uma apresentação ? Pra vocês conhecerem seus futuros colegas e para que eu os conheça. Posso começar se quiserem –Ao não ouvir nenhuma objeção eu tirei meu casaco e fiquei apenas com longo vestido branco, e por baixo dele minha roupa de balé. Sempre achei adorável até já enfiei Joe em aulas de balé na escola, mas queria primeiro dançar tango e o vestido possibilitava aquilo. –Meu nome é Rose Weasley, eu tenho 26 anos, eu amo cantar, fiz alguns anos de dança em um salão cultural para garotas e um ano de dança profissionalmente, minha dança preferida é o tango com toda certeza e eu estou aqui para ensiná–los teoria da dança. Quem se habilita ? –Amorella levantou o braço e eu assenti.

–Meu nome é Amorella Albuquerque, tenho 22 anos, fiz dança por 8 anos e agora estou aqui para tentar uma carreira, minha dança preferida é o balé.

–O próximo ? –Perguntei e então Naya levantou a mão.

–Meu nome é Naya Schakelbot, eu faço dança desde os 11 anos, dançar é minha vida. Eu fui chamada para a escola porque meu avô é amigo das diretoras da escola, talvez não por talento ou merecimento...

–Naya! Você é incrivelmente talentosa! –Eu falei um pouco aborrecida. –Não se preocupe com o fato do seu avô ter ajudado. Você teria sido aceita de qualquer jeito. Querem sabe ? Acho que sei o que vou fazer... Que tal paráramos a apresentação e irmos de cara para algo mais emocionante ? Naya minha querida, quero que dance com Sebastian, vocês são da mesma altura, ficarão ótimos juntos. Amorella com Piter... –Eu comecei a perguntar o nome de todos e juntando os pares.

–E agora... ? –Alguns perguntaram.

–O que pensei foi o seguinte. Eu, irei dar as noções básicas de cada dança enquanto vocês dançam. Não importa se seja balé, ou tango, ou samba... Vocês continuarão dançando. A música vai ser alternada pelos músicos que estão aqui –Apontei para a banda em um dos cantos da sala –Obrigada a todos vocês por estarem aqui! Eu sei que todos se sairão muito bem, eu vi um pouco da apresentação de cada um de vocês e sei que todos tem potencial, não ouçam o que os outros disserem, não ligue se cair, porque você vai levantar. Não se apeguem demais aos passos, vocês podem fazer passos novos e isso os tornarão mais criativo que nunca. Sejam apenas os bons dançarinos que eu sei que vocês são e tudo será fantástico.

Ouvi uma salva de palmas e fui pegar uma lista que estava no armário da sala. Havia o nome de algumas músicas que eu queria que tocassem na aula e que estavam incluídas na pequena playlist que estava fazendo para aquela parte com as trocas de músicas. Esperava que todos dançassem ao mesmo tempo, com 30 alunos, 15 pareces ficaria perfeito. Ouvi alguém bater na porta e imaginei que pudesse ser algum aluno atrasado.

–Entre...

–Foi daqui que pediram um médico bonitão... ? –Eu bati na cabeça e fui até meu amigo.

–Dominic! –Ele me abraçou e virou–se para a turma que olhava intrigada, na verdade quase toda  a turma olhava intrigada, Sebastian não parecia nada feliz com a visita de Dominic.

–Desculpem atrapalhar a aula de vocês, mas eu tinha que estar aqui nesse primeiro momento...Quero aprender a dançar Roselinda, quem me ensina ? –Sorri e lhe dei um tapa de leve no ombro.

–Nunca mais interrompa minhas aulas ok ? –Perguntei e todos riram quando ele fez uma careta –O que houve ? –Sussurrei.

–Nada.

–Dominic!

–Ah, a não ser a minha vontade de participar da aula mesmo...

–Você só pode estar brincando...

–Tenho um casamento pra ir com Mandy e não sei como dançar.

–Mas você dançou no seu próprio casamento...

–Não senhora! Eu não dancei no meu casamento...Mandy que me perdoe, mas eu dei um jeito de parecer que era eu... –Ele confidenciou e eu tentei não rir.

–Ótimo. Então, já que está na minha aula siga as minhas regras e se apresente aos meus alunos.

–Bom dia turma! Meu nome é Dominic... O que eu digo mais Rose ?

–Nome e Sobrenome Nic! Idade... O que faz da vida, se é casado, solteiro...

–Engraçadinhas! Meu nome é Dominic Batist. Tenho 30 anos, sou casado, sei que é desperdício... Mas tudo bem. Sou médico, inclusive fui médico da Rose...

–Dominic você não pode ficar contando essas coisas para todos...

–Ei! Eu fiz o parto de Joe, merece crédito por ter trazido aquela garota maravilhosa ao mundo...

–Dominic!

–Me comportarei.

–É bom mesmo. Turma, esse é Dominic, meu amigo, que precisa desesperadamente de umas aulinhas, ele vai estar na turma, mas não vai atrapalhar nenhum de vocês ok ? Eu mesma dançarei com ele.

A sala não tinha cadeiras, só bancos perto das paredes então facilitou bastante a ida de todos os casais para o centro da sala. Eu puxei Dominic para perto de mim enquanto os outros se posicionavam em seus lugares. Vi que Naya e Sebastian estavam conversando, mas sempre que podia ele olhava para onde eu e Dominic estávamos.

–Vamos começar com uma valsa ok ? –Falei e os rapaz começaram a tocar Danúbio Azul. –A valsa é uma dança que surgiu nas regiões da Alemanha e da Áustria no início do século XIX e a palavra significa 'dar voltas'/'girar'/'deslizar'. Buscou referências em danças como o laendler e o minueto. Primeiramente, ela era conhecida como uma dança vulgar e depois foi transformada em algo nobre e das altas classes. Entrou de vez nas altas sociedades após uma festa dos nobres na Áustria, na cidade de Viena, em 1776. E é isso que eu quero que vocês façam agora. Deem voltas, girem, deslizem...

Quando falei isso todos começaram a dançar e por consequência da visita de Dominic, nós dois também. Olhei para ver se Dominic estava dançando e recebi de primeira um pisão no meu pé. Reprimi um xingamento alto e o olhei meio irritada.

–Que droga Dominic!

–Desculpe, falei que não sabia dançar...

–Eu não sou burra o suficiente pra achar que você está aqui porque não sabe dançar. Pode ir desembuchando.

–Eu trai Amanda. –Dominique disse olhando para o chão, mas não estava com vergonha... Ele queria não pisar mais em meu pé.

–Que droga Dominic!

–Você fala bastante isso –Eu ri, mas queria mesmo dar um tapa no braço dele.

–Porque ?

–Ela está distante... Sei que isso não é motivo para traí–la, mas eu não gosto mais do jeito que Amanda está agindo. Ela parece ser outra pessoa, não tem mais paciência com Charles e isso não me agrada Rose... Ele é meu filho, mesmo não tendo meu sangue. E Amanda está se tornando uma péssima mãe...

–E... ?

–Estou apaixonado por outra mulher! –A voz de Dominic saiu alta demais e eu notei que a música havia acabado.  Todos nos olhavam até Sebastian que estava tão curioso quanto irritado.

–Vamos falar agora sobre o bolero...Esse tipo de dança surgiu na Europa e chegou a Cuba ainda no século XIX. A base desse ritmo é o dois pra lá, dois pra cá; porém, ocorrem também os giros, as caminhadas e evoluções durante o bolero. O significado do nome da dança é explicado por causa dos vestidos usados por algumas bailarinas. As peças continham bolas (chamadas de boleiras). –Falei alto a música voltou a tocar todos voltaram  dançar.

–Preciso de ajudar Rose...

–Para... ?

–Quero me separar de Amanda e levar Charles comigo. Preciso provar que sou um bom pai, não quero que ela fique com o nosso filho. Tem algo de errado com ela e preciso descobrir o que é!

–Quem é a mulher... ?

–Não posso te contar agora, mas pode ter certeza de que é uma ótima mulher.

–Se você diz eu acredito Nic, você é meu amigo, confio no que diz. Só espero que Charles fique bem. Adoro meu afilhado e quero o melhor para ele...

–Obrigada Rose.

–Agora, me diz uma coisa... Dominic, não sei se já falei a você, mas não lembro de Amanda ter estado em Hogwarts, já perguntei a ela... Mas não lembro mesmo. Você sabe de algo ?

–Não. Pra ser sincero nunca havia ouvido falar dela antes de vê–la no hospital. Você está suspeitando de alguma coisa ?

–Não...Só acho estranho que ninguém saiba quem ela era antes de trabalhar no hospital.

–Se quiser posso fazer uma pesquisa, seria até bom para saber quem ela é de verdade. Sinceramente esses últimos tempos tem sido insuportáveis pra mim, não quero magoá-la, mas ela está fazendo isso sabe?

–Afinal o que ela tem feito de tão ruim ?

–Eu vou saber em breve! Coloquei algumas câmeras lá em casa... Algo totalmente trouxa, ela não vai descobrir. Tenho desconfiado de coisas horríveis Rose... –Ele disse se inclinando para sussurrar em meu ouvido –Suspeito de magia negra...

–O que ? –Eu me afastei dele de boca aberta. –Não pode ser Nic, uma coisa é ela estar estranha, mas daí a fazer magia negra ? Você está apaixonado por outra mulher, que se livrar logo do casamento e levar Charles, por isso está pensando assim, ela provavelmente está nervosa,  mas duvido que fazendo algo assim.

–Duvida ? Não duvide. Se lhe contar o que ela tem feito Rose... Ela está se comunicando com alguém, ela está...

–Já pensou na possibilidade de ela estar te traindo também ? –Perguntei me separei dele e falei alto para que todos ouvissem –Mudando para o tango argentino.  O tango surgiu nos bairros mais humildes da Argentina e se tornou uma das danças mais admiradas no mundo. Assim como a valsa, o casal de dançarinos dançam bem próximos e pode-se improvisar mais do que as outras modalidades. Apesar do surgimento no país portenho, o tango argentino sofreu influências de países como Itália, França e Espanha. Uma das origens é que a dança e a música do tango estão ligadas aos homens argentinos, que faziam filas nos bordéis e, para que não ficassem esperando tanto, os donos desses estabelecimentos contratavam músicos de tango. E agora, eu quero troca de casais no começo da segunda música!

–Você acha que ela está me traindo ? –Dominique perguntou quando eu e ele voltamos a dançar, agora um tango. Eu estava dividida entre conversar com Dominic e proteger meus pés.

–Não sei... Mas se ela está tão estranha assim, talvez esteja sim. Você mesmo não está fazendo isso ?

–É estou. Até preferiria que fosse isso. Mas não posso deixar Charles com ela...

–Você não vai mesmo me contar quem é ela... ? –Perguntei e Dominic riu fazendo com que uma ou duas alunas errassem os passos por causa dele.

–Não Rose.

–Porque eu a conheço ? –Arrisquei e ele riu.

–Isso mesmo...

–Opa, isso é uma dica... Quer dar mais alguma ?

–Não, mas eu proponho uma coisa... Você pode acertar. Não vou mesmo dizer quem é ela, você dirá.

–Ótimo! Acordo feito... –Falei notando que a música estava acabando coloquei um sorrisinho malicioso no rosto –TROCA DE CASAIS!

Dominic me olhou de boca aberta. Continuei com o sorriso malicioso  no rosto, vi muitos dos alunos trocando com a pessoa do seu lado e me virei para ver quem seria meu parceiro e quem seria a garota que teria o azar de dançar com Dominic. Me deparei com Naya e Sebastian, ela foi até Dominic e eu o esperei vir até mim.

 

–Jones! –Eu chamei um dos músicos que ficava na sala –Toca aquela brasileira que eu te disse que usaria... –Falei da musica que eu havia me apaixonado.

–É pra já Rose!

As batidinhas inconfundíveis da musica me fizeram olhar para Sebastian que agora parecia concentrado demais para me fazer alguma “acusação” sobre quem era Dominic. Me concentrei na musica e olhei para ele que agora também me olhava seriamente. Pela primeira vez na manhã fui repara no que ele estava vestindo, uma sapato preto lustroso, uma calça de malha preta e uma regata também preta. Eu estava usando vestido de saia longa, a saia do vestido era cheia de babados e ele vinha reto só até a cintura, por baixo dele minha meia calça, e o body que eu usava pra fazer balé.

Eu quero me esconder debaixo

Dessa sua saia prá fugir do mundo.

Pretendo também me embrenhar

No emaranhado desses seus cabelos.

Eu não acreditei no que vi. É claro que eu havia começado aquela dança, mas não imaginava que ele fosse levar tão a serio a letra da musica – que eu nem imaginava que ele sabia, por ser em português. Assim que a musica começou a tocar Sebastian se escorreu até onde eu estava de joelhos e levantou a saia do meu vestido a balançando e se enfiando em baixo da minha saia. Saiu dela tão rápido quando entrou e se levantou para me fitar nos olhos e me segurar pela cintura me fazendo segurar seus ombros com força. Suas mãos tocaram meu cabelo e logo depois estavam em minha cintura. Em senti uma arrepio fora do normal quando ele fez aquilo e senti meu rosto corar.

Preciso transfundir teu sangue

Pro meu coração, que é tão vagabundo.

Me deixe te trazer num dengo

Prá num cafuné fazer os meus apelos!

Me deixe te trazer num dengo

Prá num cafuné fazer os meus apelos!

Ele me puxou para mais perto e eu tirei minhas mãos do seu ombro para espalmá–la em seu peito. E desci deslizando quando estava em baixo ele me puxou para cima e ficamos em posição de dança. Minhas mãos estavam nas suas, Sebastian deu alguns passos para trás e eu o acompanhei, sem quebrar o contato visual. Não queria que seguíssemos um tipo de roteiro, queria apenas que dançássemos sem passos marcados e com espontaneidade. Foi isso que fiz eu dei um passo para trás e ele para frente, nos afastamos e então ele me puxou de volta com as mãos ainda entrelaçadas.  O contado visual não havia sido perdido por nenhum instante.

Eu quero ser exorcizado

Pela água benta desse olhar infindo.

Que bom é ser fotografado,

Mas pelas retinas dos seus olhos lindos.

Eu me soltei dele e dei alguns passos pela sala e Sebastian fez o mesmo, só que para o outro lado. Todos os alunos agora estavam prestando atenção na nossa dança. Ninguém mais estava dançando, todos estavam se afastando para que pudéssemos “reinar” pelo salão. Estávamos dançando cada um em um canto da sala, eu agitei meu vestido enquanto rodopiava estávamos encenando o casal da musica, nossos olhares se encontravam a todo momento. Ele me olhou por um momento enquanto dançava e me chamou com as mãos. Eu dei alguns passos para trás como se negasse e voltei a dançar ele também, mas deu alguns passos para frente. Eu comecei a chegar mais perto dando passos curtos enquanto parava e voltava um pouco, ele fazia o mesmo minhas mãos dançavam, na frente do meu rosto enquanto nossos olhares se encontravam.

Me deixe hipnotizado prá acabar de vez

Com essa disritmia.

Vem logo! Vem curar teu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar teu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Finalmente chegamos um até o outro e começamos a dançar realmente. Com passos firmes as mãos seguras uma nas outras e deslizando suavemente. Aquilo era pra ser algo envolvente e aquele par de olhos azuis estava me deixando completamente envolvida.  Um passo para trás e volta, outro passo para trás e volta, os passos decididos e sensuais, ele me rodopiou e me pegou forte de novo. Eu segurei suas mãos ao contrário ficando de costas para ele. Enquanto deslizávamos juntos, cada passo era espontâneo. Ele me virou de volta e voltamos a dançar para frente para trás sempre dando uma volta e meia. Entrelacei suas pernas em uma das minhas jogadas.

Vem logo! Vem curar teu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar teu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Enquanto dançávamos meu olhar era somente pra ele e mais uma vez eu vi Scorpius. Aquilo me fez lembrar aquele sonho mais uma vez, era sempre tudo tão confuso, tão confuso que por alguns segundos deixei que ele me guiasse enquanto eu deslizava até o chão segurando suas mãos e ele me arrastava pelo salão. Um dos passos que eu mais amava, quando eu deslizei de volta para cima, voltamos aos nossos passos simples de frente para trás, só que mais lentamente, nossos corpos se juntavam e se separavam lentamente, nossos olhares ainda estavam conectados e suas mãos faziam minha pele formigar.

Eu quero ser exorcizado

Pela água benta desse olhar infindo.

Que bom é ser fotografado,

Mas pelas retinas dos seus olhos lindos.

Me deixe hipnotizado prá acabar de vez

Com essa disritmia.

Nosso braços se cruzaram e ele me rodopiou, paramos de dançar por um momento, mas voltamos logo depois. Eu levantei uma de minhas pernas e coloquei em sua cintura, meu olhar parecia diverti–lo, para mim aquilo não estava sendo nada divertido, eu o queria, mas não ali, no meio da minha classe. Ele me segurou e fez com que eu passasse por suas pernas abertas e voltasse e mais uma vez rodopiamos pela sala, só que juntos e no ritmo da batida da musica. Quando paramos no centro fizemos alguns passos e eu deslizei em um espacate pelo chão, logo sendo puxada de volta por ele. Minhas mãos deslizaram pelas suas costas enquanto eu descia mais uma vez sendo erguida por ele novamente.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Nos separamos e ficamos frente a frente, dançávamos juntos e deslizávamos para o mesmo lado, mas sem estamos colocados ou com as mãos entrelaçadas para a dança. Eu girei despreocupadamente. Voltamos a ficar juntos enquanto dávamos passos deslizados e ágeis e focávamos no nosso olhar. Aquilo me faria arfar. Não queria, não podia, nem devia enlouquecer por ele... Não na sala de aula. Em mais uma de nossas paradas sua mão tocou meus cabelos e por um momento, apenas um, eu vi Scorpius ali, nos olhos dele, como se ele quisesse se libertar de algo para voltar a ser ele mesmo. Eu não sorri, mas senti meu coração palpitar.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Vem logo! Vem curar seu nego

Que chegou de porre lá da boemia.

Seus braços me prenderam em minhas costas enquanto ele me rodopiava. Voltamos a dar os passos simples e ritmados juntos, ele segurou minha cintura enquanto eu virava meu corpo confiando nele em não me deixar cair, quando ele me puxou de volta nossos olhares se encontraram e eu me afastei dei passos para trás me soltando dele, estávamos em uma distancia considerável, a musica estava acabando e seus olhos brilhavam e sorriam, como os de Scorpius...

Me deixe hipnotizado prá acabar de vez

Com essa disritmia.

Me deixe hipnotizado prá acabar de vez

Com essa disritmia.

Eu o olhei parado ali e fui até ele rápido. As mãos fortes e ágeis pegaram as minhas e ele me rodopiou pela sala e quando me colocou no chão minhas pernas deslizaram em outro possível espacate, mas ele me puxou para cima e rodopiamos mais uma vez. Então paramos com a batida. A cada palavra nossos passos se tornavam mais lentos como se estivéssemos entrelaçados com a musica e quando Jones falou finalmente a ultima nota fomos rápidos e Sebastian me rodopiou mais uma vez, e paramos em uma posição nem um pouco agradável. Ele estava me segurando inclinada, seus lábios estavam no meu pescoço e suas mãos em minhas pernas.

Palmas. Foi isso que ouvimos. Eu sai da posição imediatamente, ouvi um assobio alto de Dominic que agora sorria abertamente. Todos os alunos também, eu me senti envergonhada, mas adorei aquela sensação. De, que mesmo por alguns instantes, como a música, eu podia voar.  

–Você arrasou –Dominic veio até mim me abraçar, pensei que Sebastian sairia de perto, mas Dominic estendeu a mão para ele – você também cara!

–Obrigada –Sebastian disse e voltou para o lugar dele.

–Desde que Scorpius foi ‘aurorar’ em outra freguesia nunca mais te vi tão viva quanto hoje –Nic disse beijando meu rosto e eu ri. Ele nunca disse que Scorpius morreu, talvez tenha sido a única pessoa a não acreditar nisso, pra ele Scorpius havia se cansado de algumas coisas e por isso foi dar uma volta... Adorava ouvir o ‘aurorar’, me deixava aliviada, como ser alguém, além de mim, no mundo, soubesse que ele ainda estava vivo.

–Tomarei como elogio...

–Claro. Rose, eu vou voltar para o hospital ok ?

–Tudo bem... O que acha de ir na Magia do amor  hoje ? As garotas chamaram...

–Ótimo. Não levarei Amanda...

–Então leva a morena que você está namorando –pisquei e ele riu.

–Como sabe?

–Estava chutando... Mas como você confirmou, riscarei todas as louras que conheço da minha lista de possíveis futura senhora Batist.

–Eu te amo Rose... –Ele gritou da porta e eu ri alto.

–Também me amo Nic!

–Assim me magoa morena... –Foi a última coisa que ouvi antes que ele saísse pela porta.

–Então turma, o que acharam da primeira aula ? –Perguntei e todos bateram palmas animadas. –Queria dizer, que apesar da interrupção do Nic eu adorei a aula, adorei estar com vocês aqui pela primeira vez e aposto que adorarei todas as outras vezes porque vocês são maravilhosos, são especiais e alunos incríveis, obrigada pela oportunidade, fico grata de estar aqui os ensinando e... –A porta se abriu abruptamente e por ela entrou uma pequena garotinha chorando.

–Mamãe! – Me abaixei para poder pegá–la no colo. Sua voz estava chorosa e ela me abraçou forte.

–O que houve meu amor ? –Na porta Hugo estava olhando um pouco... Aflito ?! Assim como Roxi, Nina e Kalshe.

–Acho melhor acabarmos a aula... –Hugo falei e os alunos começaram a sair.

–Joe, o que aconteceu meu anjo ?

–Mamãe –ela tentou falar, mesmo com a voz chorosa.

–O que aconteceu ? –Perguntei aos outros.

–Ela quase foi atropelada...

–O que? Como ? –Eu apertei minha filha contra mim enquanto olhava para os outros ali.

–A professora ligou... –Roxi começou –Ela disse que estava procurando Rose ela estava do lado de fora conversando com uma garota...

–Uma garota ? Quem foi essa garota ? Ela empurrou a Joe na frente de algum carro, foi isso ? –Eu perguntei impacientemente e todos negaram.

–Não Rose –Nina se apressou em dizer – a professora disse que elas estavam conversando e então ela gritou Joe para que voltasse para dentro, ela se despediu as pressas e quando foi atravessar algum louco jogou um carro em cima dela... Mas a garota a empurrou para o passeio...

–Então, essa garota salvou Joe ?

–Sim Rose... Mas tem um algo mais na história –Roxi olhou para Nina antes de continuar –A professora de Joe disse que assim que o carro passou ela não viu mais a garota... Ela disse “Parecia que ela havia sumido no ar...”.

–Uma bruxa... –Acariciei as costas de Joe –Querida, quem estava conversando com você ?

–Não sei mamãe... –Joe disse se agarrando mais a mim.

–Tem certeza Joe ? Ela não era conhecida ? Alguém que você já viu antes ?

–Não mamãe... –Bateram na porta e eu notei que era Sebastian, todos olharam para ele, mas logo depois voltaram a olhar para mim.

–Posso entrar ? Esqueci minha sapatilha de balé, para a aula... –Ele disse nervoso e eu assenti.

–Claro! –Hugo piscou pra mim.

–Eu vou fazer o almoço dos alunos... –Hugo deu tchauzinho e saiu.

–E eu vou no colégio da Joe, analisar a fita de segurança e ver se conheço a tal garota... –Nina disse olhou para Roxi que parecia estar preparando uma desculpa.

–Estamos indo para a nossa sala... – Kalshe falou por ela e todos eles saíram da nossa sala.

–Está tudo bem ai... ? –Sebastian perguntou e Joe se virou para vê–lo.

–Joe quase foi atropelada... –Falei a colocando no chão e ele veio até nós com as sapatilhas nas mãos.  –Mas felizmente ela foi salva por uma estranha...

–Tudo bem com você Joanne ? –Ele agachou um pouco para ficar da altura dela e Joe o olhou por alguns segundos antes de abraçá–lo. Sebastian não hesitou em abraçá–la. Senti algumas lágrimas caírem e me virei de costas. Não queria que nenhum dos dois me visse assim, limpei as lágrimas e depois me virei.

–Joe, acho melhor irmos pra casa querida...

–Porque não a mostra outras aulas?  Para distraí-la ? –Sebastian perguntou e Joe olhou ansiosa.

–É uma boa ideia. Que aula você terá agora ?

–Balé...

–Então vamos para a aula de balé, Joe é uma ótima bailarina sabia ? –Brinquei e ela sorriu me dando a mão.

–É mesmo Joanne ?

–Joe. Só Joe. E eu sou uma boa bailarina...Puxei a mamãe. –Eu ri e continuei andando e conversando com os dois, aquilo me deu a sensação de estar de volta aos velhos tempos, onde eu, Scorpius e Joe estávamos sempre juntos.

 

 

Eu estava observando Joe e Sebastian dançando. Eles estavam dançando juntos na aula da professora Esperança. Esperança havia me dito que Joe tinha um grande talento, eu estava apenas os olhando quando senti meu celular vibrar. Me levantei do banco e fui atender lá fora. Vi o numero desconhecido e atendi mesmo assim.

–Alô ?

–Rose Weasley ?

–Sou eu, quem deseja ?

–Letícia Melling.

–Oi sra. Melling...

–Me chame apenas de Lethy, Rose.

–Lethy, obrigada  por ligar, imagino que tenha algo pra me falar sobre o livro que Mabi mandou para Haniel ?

–Isso mesmo Rose. Eu descobri algumas coisas, queria saber se pode passar amanhã de manhã na mansão Melling ? Meu laboratório foi montado aqui, porque logo voltaremos para o Brasil... Pode vir amanhã ?

–Claro, Lethy! Obrigada.

–De nada , querida. Até logo.

–Até.

Fiquei sentada do lado de fora. Olhando tudo aquilo quando o vi se aproximar. Eu estava prevendo que aquilo aconteceria, olhei para a porta fechada atrás de mim, saquei minha varinha, a tranquei e escondi minha varinha. Joshe nunca gostou de vê–la, na verdade é uma das únicas coisas que ele não gosta. Ele sempre aceitou o fato de eu ser uma bruxa, mas ver a magia acontecer é algo demais, até mesmo para Joshe.

–Meu amor... –Eu senti os lábios dele tocando os meus e logo depois o abraço apertado –Não sabia que havia voltado...

–Cheguei ontem, estava tão cansada que nem consegui desfazer as malas ainda.

–Estava morrendo de saudades... –Ele disse sorrindo e eu não consegui dizer nada, Joshe voltou a me abraçar – Ainda bem que voltou, porque nós temos um assunto pendente...

–Que assunto pendente ?

–O nosso casamento, oras...

–O nosso casamento Joshe... –Tentei arranjar forças para falar –Também queria falar sobre nosso casamento.

–Que bom. Porque quero adiantar a data, pra que esperar mais ? Poderíamos casar em Maio... O mês em que nos conhecemos... –Respira. Respira. Respira. –O que acha ? E pensei que poderíamos jantar hoje, para falar melhor sobre o assunto... Rose ? Rose querida está se sentindo bem ? –Ouvi a voz de Joshe e a única coisa que pude fazer foi assenti.

–Sim. Joshe, amanhã conversamos ok ? Tenho mais algumas aulas, Joe está ai e preciso olhá–la...

–Joe está ai? Ela não deveria estar na aula... ?

–Houve um contratempo bruxo... –Falei na esperança de que ele esquecesse o assunto.

–Foi ... O sinal de magia dela ? –Ele perguntou ansioso e eu sorri tristemente. Estava me sentindo péssima. Joshe sempre foi um cara legal comigo e eu estava não só o traindo, como o fazendo de bobo. Estava alimentando os sentimentos dele, o iludindo.

–Não. Ela foi quase atropelada na frente do colégio... E foi salva por uma bruxa. Mas estamos tentando descobrir quem fez isso.

–Ela está bem ?

–Ótima, está até dançando com a professora de balé... –Respirei fundo –Joshe, vou entrar ok ? Para minha aula.

–Sim querida. –Ele veio mais uma vez até mim e beijou meus lábios. –Eu te amo Rose...

–Eu...

–ROSE ? –Ouvi alguém atrás da porta que eu havia trancado.

–Tenho que ir Joshe. –Ele sorriu e andou até o carro dele. Eu voltei para a sala a ponto de ver Sebastian, Joe e a professora de balé conversando.

–Ei, você sumiu. –Ele disse.

–Estava atendendo o telefone... –Sorri e deixei que eles voltasse a falar sobre o que estavam conversando antes de eu voltar.

 

 

–Está pronta ? –Dominic falou e eu tomei um susto. Joe riu e eu coloquei a mão no peito.

–Que susto Nic!

Estávamos na AD. Joe estava comigo o dia todo, depois do que aconteceu no colégio não me senti bem o suficiente para levá–la de volta pra lá.        E por isso ela estava ali, no nosso escritório,  no colo de Nina, que estava trançando seu cabelo, Kalshe que estava impaciente e Roxi estava analisando alguma coisa em seu computador. Eu estava tentando meditar, estava com os olhos fechados e a mente em outro lugar, por isso Dominic me assustou.

–Você estão prontas ?

–Sim, pelo menos eu estou... –Falei me levantando e procurando minha bolsa.

–Eu também –Nina disse –e agora a senhorita Malfoy, mais nova, também! –Ela piscou para Joe e se levantou também. –Já que James vai ficar com as crianças, vamos nos divertir!

–Estou pronta.... –Roxi também se levantou e Kalshe fez o mesmo, ainda calada.

Nos dividimos no carro. Nina pediu para ir com Joe, Kalshe foi com Roxi e eu fui com Nic. Estava louca pra descobrir sobre sua namorada nova, mas também estava nervosa porque estava com a idiotice de Alvo na cabeça. Saímos da escola calados, eu porque estava pensando demais em tudo e Nic porque estava tentando abrir meu diário.

–Qual é a senha desse negocio ? –Ele perguntou enquanto tentava abri–lo.

–Caso não saiba meu caro amigo, isso é um diário... –Eu falei fazendo com que sua atenção se voltasse pra mim –E diários são para ser secretos, pelo menos os segredos contidos neles.

–Quase me pegou Rose, se eu descobrir a senha posso ler ? –Ele perguntou e eu dei de ombros.

–Pode! Se eu descobrir o nome da sua namorada você diz quem ela é ? –Nic deu de ombros também.

–Digo! Agora me diz uma coisa... ? –Ele perguntou interessado.

–O que ?

–Não acha que a senha ser Scorpius é meio clichê ? –Eu o xinguei e ele riu alto e jogou o cadeado mágico no meu colo.

–Como conseguiu descobrir tão rápido ?

–Você nunca o esqueceu. Então a senha só podia ser ele... Joe estaria mais na cara que a sua paixão pelo garoto da escola.–Eu me virei por um segundo para retrucar e ele balançou a cabeça –Não negue. Não dançaria assim com alguém que não gostasse. E eu sou médico, não burro.

–Opa, isso foi uma ofensa pessoal Batist... –Eu disse ele sorriu –Mas está certo. Preciso lhe contar algo sobre Sebastian...

Eu não esperava que Dominic acreditasse. Mas ele nunca faz o que espero e sorriu. Eu tive que encostar o carro na estrada e chorar. Ele segurou minha mão, levou aos seus lábios e sorriu. Limpou minhas lágrimas e desceu do carro. Eu fique apenas olhando até ele voltar. Abriu a porta se sentou ao meu lado outra vez. Não perguntei o que ele foi fazer lá fora, porque estava evidente, apenas liguei o motor e dei a partida.

–Se Scorpius lesse esse seu diário minha querida... Não te deixaria sozinha nunca.

–Eu espero que um dia ele possa ler...

–Lerá! –Ele afirmou eu sorri. Estacionei no Magia do amor. Nic recolocou o cadeado no diário, e o deixou ali.– E nunca mude essa senha... Ele nunca foi muito inteligente mesmo...Vai demorar um século pra abrir...

–Já entendi Nic! –Eu disse sorrindo. –Vamos lá.

–Antes de ir lá... –Dominic me parou e eu o olhei –Preciso te dizer duas coisas.

–Poderia falar sem rodeios, eu conheço Nic, te conheço!

–Ela vai estar aqui...

–Sua... Namorada ?

–Sim. Eu a convidei.

–Isso é maravilhoso... Mas qual é a segunda coisa ? –Eu estava prestes a abrir a porta quando ele falou.

–Você tem que escolher Rose. –O olhei para tentar o que ele estava fazendo e seu olhar foi diretamente ao diário. –Você sabe como os livros  acabam, mas sabe que não vivemos em livros. Quando erramos não conseguimos o perdão imediato, nem há alguma pessoa para passar a mão na nossa cabeça e nos dizer que temos mais uma chance. Se você não contar, se não fizer a coisa certa já sabe como vai terminar a história não é mesmo ? Não o perca mais uma vez, Joshe curará o coração dele, encontrará alguém que possa amá–lo de verdade e terminar agora será o melhor a fazer. Scorpius sempre te amou e você a ele, não deixe que a história da vida de vocês se acabe assim. –Eu o abracei deixando que as lágrimas rolassem. –Agora é a hora em que entramos e você deixa que eu te apresente minha namorada.

–Ok, vamos lá. Ver quem sofrerá caso o coração do meu melhor amigo seja quebrado...

–Você as vezes é tão...

–Linda ? –Eu perguntei e Nic sorriu.

–Você é linda sempre.

–Obrigada meu querido Dominic.

–Mas agora parecia uma assassina daquela serie trouxa que eu adoro...

–CSI!

–Isso mesmo. –Eu ri e nós entramos no bar.

As garotas estavam sentadas em uma mesa com Joe e Caio. E do lado da mesa delas estava ela. Não sei porque eu soube, talvez pelo olhar que ela lançou ao me ver entrar no bar rindo com Dominic, ou por ter desviado o olhar assim que notou que eu estava a olhando. Ou talvez pela forma com que Dominic a olhou... Só sei que notei naquele momento que ela era a namorada dele. Me fingi de séria e fui até ela.

–Então você é a destruidora de lares que roubou meu amigo da maravilhosa esposa dele ?

 

***

–Não está curiosa pra saber quem é a namorada do Dominic ? –Perguntei quando notei que a árvore continuou calada.

–Para sua informação eu sei quem é ela...

–Ei, como você sabe ? –Eu estava interessada.

–Talvez eu te conte quando você deixar de ser lerda e terminar de contar a história!

–Você tem uma língua ferina para uma árvore, sabia ?

–Você ainda não viu nada meu bem!

 

Fim do capitulo 27

N/a : Depois de muita enrolação, eu voltei. Perdoem-me pelo sumiço, primeiro eu fiquei sem internet, depois foi a semana de provas da faculdade pra fechar com chave de ouro a entrega de muitos trabalhos que valem pontos pra média. Eu tô maluquinha ainda aqui, hoje passei a noite fazendo trabalho, fui dormir 10 da manhã, acordei 12 e tô animada então resolvi postar. Espero que gostem garotas, prometo que logo vai acabar e que muitas coisas vão se resolver. 

 
 Crédito as informações sobre dança. Foram tiradas desse site : http://tipos-de-danca.info/mos/view/Estilos_de_Dan%C3%A7a/

Carolzinha Gregol: Sebastian é tipo um Scorpius 2.0 ? kkkkkkk Essa sua confusão será resolvida em um capitulo mais pra frente. Todo mundo quer saber o que é que tem Sebastian, algo vai acontecer e Rose vai ter suas respostas. Tudo isso pode ser verdade. Acho que esse sonho da Rose só complica as coisas né ?  Mas vamos saber logo quem é quem. Também tô louca que as coisas re resolvam pra ela, Rose sofre bastante, mas ela vai encontrar uma solução para todos os problemas, o fim está próximo kkkkkkkkk. Elice é a Mirax, Rose não sabia que ela era casada com o irmão da avó dela. Joe é bem inteligente, você vai ver  o que ela fará em breve. Essa menina puxou a inteligencia da avó. Eu espero que aos poucos você vá sanando sua curiosidade. Espero que goste do capitulo flr, obrigada por acompanhar e comentar na fanfic. Beijoos!

Maah Malfoy : kkkkkkkkkkk Hey Maah, eu demorei mais uma vez, mas tive probleminhas mesmo, dessa vez tenho desculpas boas. Não, eu não quero te matar, e fico feliz que esteja gostando esse capitulo e o próximo são bem mais tensos. Espero que goste desse também, obrigada por comentar e por acompanhar, flr. Beijoos!

Luhna: Hey Luhna, Joe acorda no meio da noite, então tem essa cena que deixa a Rose louquinha da vida. kkkkkkk entendo, o mistério de Sebastian e Scorpius será resolvido em breve. Agora queria falar mesmo de Mirax. Você deu uma teoria outro dia, sobre ela ter tido algo com Arthur e eu estava seriamente indecisa sobre isso, mas ai escolhi Fabian, só que quando vi seu comentário fiquei de queixo caído, porque eu estava mesmo pensando em colocar o Arthur que rolaria um pequeno conflito. Stela é bem inteligente e Molly não é flor que se cheire... Ela ainda fará mais uma aparição, mas não por meio da Rose. Você verá. Realmente o nome Elice nunca tinha sido citado, mas a história do amor secreto da Mirax sim, pensei logo em dizer quem era pra deixar a Mirax mais proxima da Rose de alguma forma e pra trazer a Stela de volta. Eu tinha uma vilã em outra fic que se chamava Amorella também, não me pergunte de onde surgiu esse nome kkkkkkkkk Também não sei pra quê pisar em uvas, mas é o que eles gostam. Os corações seráo quebrados daqui pra frente e com toda certeza não é o de Joshe. Vou dar a Dica, a árvore é alguém próximo de Rose , ou deveria dizer que são algumas pessoas próximas ? Porque esse negocio da árvore tem toda uma estrutura. Bem, fico feliz que esteja acompanhando, espero que goste do capitulo e obrigada pelos comentários flr. Beijoos!


Trechos do próximo capitulo: 

–Acho que eu julguei mal seu caráter Rose Weasley. Eu  descobri que não é preciso apenas estar apaixonado para estar com alguém. Não quero suas explicações, e porque deveria querer, não é mesmo ? Eu sei que você não as tem. E eu não senti raiva quando seu noivo veio na sala animado, falando sobre a mulher que ele amava, a mulher que ele acha que conhece o suficiente para adiantar a data do casamento. Eu senti pena dele, porque assim como eu, foi enganado por você. Eu estava te dando meu coração, mas você apenas usou meus sentimentos, como achou que isso acabaria ? Quando estivesse no altar dizendo sim ? Ou quando eu finalmente estivesse com o coração estraçalhado ?

–Ben...

–Não me chame mais assim. A partir de agora sou apenas mais um aluno dessa escola. Só fale o estritamente necessário comigo, porque depois disso você perdeu qualquer chance que poderia ter comigo! –Depois disso ele saiu da sala. Levando consigo, meu coração.

Beijoos, Lana!
 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.