Prometa-me

- O que há aqui? O que há? – Argo abriu passagem entre os alunos, atraído, sem dúvidas, pelo grito de Draco. Quando viu Madame Norra, recuou, espantado, aterrorizado, chocado. – Minha gata? Minha gata! O que aconteceu com minha Madame Norra? – Perguntou Filch acotovelando Joanne para se aproximar da gata.

Os olhos saltados e assustados percorreram todo o corredor e cruzavam de Harry para Joanne.

- Vocês! – Gritou. – Qual de vocês matou minha gata?! Ahn?! Qual de vocês a assassinou? Vou matá-los! Vou esquartejá-los.

- Argo!

Dumbledore chegara à cena, seguido de vários professores. Passou pelo quarteto e soltou Madame Norra do suporte de tochas.

- Venha comigo Argo. – Pediu Dumbledore firmemente. – Os senhores também. Sr. Weasley, Sr. Potter, Srta. Granger e Srta... Fiamma.

Lockhart deu um passo à frente, chamando a atenção da maioria.

- Senhor, minha sala fica mais próxima, logo aqui em cima, por favor, fique à vontade.

- Agradecido Gilderoy. – Disse Dumbledore.

A cada passo que Dumbledore dava os alunos mais se afastava, fugindo dele e da ira incontrolável do zelador Filch.

Chegaram ao escritório e Dumbledore não se importou com os Gilderoys nos quadros e fotografias, simplesmente colocou Madame Norra sobre a superfície polida da escrivaninha. O diretor pôs-se a examinar a gata.

Harry e Rony pareciam nervosos e tensos. Enquanto, por outro lado, Joanne confortava Hermione impecavelmente, dizendo que a gata não estava morta. Não estava.

Vários minutos se passaram, Dumbledore murmurava coisas e cutucava a gata com a varinha. Lockhart dava sugestões de como a gata foi morta, e os soluços de Argo cortavam o ar.

Dumbledore se endireitou e deu um sorrisinho reconfortante para Filch dizendo em seguida:

- A gata não está morta, Argo. – Disse Dumbledore.

- Não? – Disse Argo indeciso, soando como uma pergunta com esperança. Dumbledore balançou a cabeça. – Então... Então por que ela... Por que ela está assim?

- Está petrificada. – Disse Joanne, ainda com Hermione abraçada contra o peito, como se pudesse protegê-la de todo o mal do mundo.

- Mas de qualquer forma. – Dumbledore disse, tirando a atenção da garota. – Eu não sei dizer...

- Pergunte a eles! – Berrou Argo, virando o rosto manchado em lágrimas para o quarteto de alunos.

- Nenhum aluno do segundo ano poderia ter feito isso. – Os olhos de Dumbledore hesitando em Joanne, que parecia entretida em acalmar Hermione, para depois voltar à Argo.

- Foi um deles. Foi sim! – cuspiu Filch, o rosto balofo congestionado. – O senhor viu o que eles escreveram na parede! O Potter encontrou... No meu escritório... Ele sabe... Ele sabe que eu sou... – O rosto de Filch contorceu em uma careta. – Ele sabe que sou um aborto! – Berrou por fim.

- Jamais encostei um dedo em Madame Norra! – Defendeu-se Harry, assim como Rony que o apoiou. Porém, os olhos de todos na sala estavam presos no quarteto. Hermione não parecia em condições de falar e Joanne parecia completamente distante.

- Se me permite, diretor. – Disse Snape, interrompendo o drama momentaneamente. – Talvez Potter e os amigos estivessem apenas no lugar errado, na hora errada. – disse, um tom ligeiro de desdém. – Mas temos um conjunto de circunstâncias suspeitas neste caso. Por que estavam no corredor do andar superior? Por que não estavam na Festa das Bruxas?

Harry deu-se como porta voz e começou a falar sobre a festa de morte de Nick Quase Sem Cabeça.

- ...Vários  fantasmas estavam na festa, podem confirmar.

- Por que depois não foram para a Festa das Bruxas? – Perguntou Snape acidamente. – Por que subir àquele corredor?

Rony olhou para Harry.

- Porque... Porque... – O coração de Harry estava disparado e as engrenagens do seu cérebro iam a toda a busca de alguma desculpa. – Estávamos cansados e queríamos dormir, só isso.

- Sem jantar? – Snape perguntou, um sorriso vitorioso no rosto. – Eu não sabia que em festas de fantasmas ofereciam comida aos vivos.

- Não estávamos com fome. – Disse Rony com desdém, sendo contrariado pelo próprio estômago que gemeu.

- Suspeito, diretor, que Potter está nos escondendo algo. Talve— A voz de Snape foi interrompida por Joanne.

- E está. – Disse. Seus olhos fechados enquanto sentia todos os olhares sobre si. Dois deles temerosos. – Foi minha culpa. – Sussurrou, apertou os olhos com mais força, sentindo Hermione abraçar sua camisa. – Eu pensei ter ouvido algo... Um sibilar. – Disse, não era de todo mentira. Passou a mão, suavemente, pelas costas de Hermione. – Eles me seguiram até o andar superior... – E então ela deu um suspiro. Ela não continuou, parou quando ouviu Hermione pedindo que o fizesse.

- Poderia me dizer do que se trata? – Perguntou Dumbledore apontando a gata.

- Petrificação de alto nível. – Disse Joanne dando de ombros. – Apenas alunos do sexto ou sétimo poderiam fazer algo de tão alto nível, mas ainda assim... É Magia Negra, ou então usaram alguma espécie de poção ou ser mágico para fazer isso com ela. São as três opções.

Dumbledore dispensou-os pouco depois. Hermione caminhava abraçada à cintura de Joanne que lhe afagava o ombro.

- Eu vou ter de... Ahn... Viajar por um tempo. – Disse Joanne enquanto chegava à Sala Comunal. – Volto antes do final de semestre. – Disse e deu um sorriso amarelo para o trio que apenas acenou. Hermione parecendo meio aterrorizada.

Minutos depois, no quarto da castanha Joanne se levantou e trocou de roupa, ouvindo o ressonar que ecoava pelo dormitório.

- Aonde vai? – A voz ecoou pelos ouvidos da morena que se virou de imediato. Estava a dois passos da porta, quase uma hora desde que levantara.

- Vou viajar. – Respondeu simplesmente.

- Não vá. – A resposta foi um murmúrio fraco.

- Preciso que me faça um favor. – Joanne se aproximou de Hermione e segurou-lhe o rosto nas mãos. – Por Godric Griffyndor, prometa-me que vai fazer o que lhe pedirei agora.

Hermione se aterrorizou com o tom sério e trágico de Joanne, mas nem ao menos imaginando o que ela pediria, assentiu.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.