Capítulo 30

- Lilian! Prima! Você não sabe!

- Não sei o que Dominique?

- O Will me pediu em namoro!

Engasguei com o suco, juntamente com as outras garotas.

- Como assim, sua sortuda? – perguntou Nina, olhando para a mesa da sonserina. – Não deixem o Lucas saber disso, mas o Will é um...

- É um partidão, caramba. – Carol concordou com ela.

- Então, me deixem contar. – Dominique estava exasperada. – Ele veio falar comigo ontem e pans, dizendo que estava gostando de mim de verdade, mais do que ele já tinha gostado de qualquer garota. E então, me pediu em namoro.

- Own, que lindo. Agora sou a única solteira. – Roxanne fez bico.

- Que nada. Eu disse não pra ele.

- O QUE? POR QUE SUA LESADA LOIRA OXIGENADA?

- Calma, Rox. É que, tipo, mesmo ele sendo um gato do capeta e tudo o mais, eu sei que ele não gosta de mim. É só pra fazer ciúmes. Ele gosta mesmo da Patrícia.

- Eu? Gosto mesmo. – Thiago sorriu.

- Não to falando de você.

- EPA. – ele começou a ficar vermelho. Era incrível o sentimento de posse que ele nutria por ela. – Quem tá dando em cima dela, posso saber? Quem vai ser o próximo cadáver da história de Hogwarts? Hein?

- Nas, como é ciumento. Meu Deus. – Roxanne se levantou quando um garoto a chamou e os dois saíram do salão. Mas antes deles saírem, eles se beijaram. E eu juro que pensei que ele fosse engoli-la.

- ROXANNE! – Fred gritou antes deles desaparecem.

- RESPONDE DOMINIQUE!

- Calma Thiago. – ela estava adorando a atenção que estava recebendo. – É o Will.

- WILL? – e dizendo (gritando) isso, ele saiu do salão batendo os pés, chamando pela Patrícia.

- Lilian, o que aconteceu? – Carol perguntou.

- Nada. Por que?

- Está quieta. E não adianta falar que não é nada. Nós sabemos que aconteceu alguma coisa.

- É. Aconteceu. Briguei feio com o Escórpio ontem. – falei, tentando ao máximo evitar que as lágrimas caíssem dos meus olhos.

- Brigou? Por que? Vocês estavam tão bem.

- Ele me xingou. Me disse que eu achava que mandava em tudo, que tava sempre certa. Ele me acusou de assustar a Laysa com o meu ciúmes. – foda-se o controle, as lágrimas já estavam caindo. – Então, eu disse pra ele que ele também assustava o Zabine. E então, nós discutimos por mais um bom tempo, e fomos dormir brigados.

- Ah, minha putinha. – Carol me abraçou. – Não gosto de ver você assim.

- Lilian. – a voz masculina me chamou.

- Que foi? Vai me xingar de mais alguma coisa? – a raiva estava brotando dentro de mim.

- Não. – ele suspirou. – Vim te pedir desculpas.

Me levantei para poder olhar em seus olhos.

- Não desculpo.

Ele arregalou os olhos: - Como?

- Isso mesmo que você ouviu. Não vou te desculpar. O que você fez ontem foi inadmissível. Imperdoável. – as lágrimas teimavam em cair.

- O que você quer dizer com isso então? – ele estava começando a ficar vermelho.

Peguei a aliança que estava no meu dedo, a tire e coloquei na mão dele.

- Acabou.

- Então é isso? Vai por um fim em tudo?

- Já coloquei. – e dizendo isso, saí do salão correndo para evitar que todos pudessem ver o quanto eu estava chorando.

Como era domingo, corri para a sala comunal e entrei no meu quarto. Chorei, chorei. Chorei muito. Até que ouvi barulho da porta se abrindo, mostrando Patrícia e Thalita.

- Não fala nada. Estamos aqui para te ajudar. Só isso. – Patrícia se sentou ao meu lado, passando o braço pelo meu ombro.

- Tá doendo tanto. – falei entre soluços.

- A gente sabe, Lilian. E vai doer mesmo. Muito. Mas vai passar. – Thalita se sentou na cama, me dando uma caixa de chocolates da Dedos de Mel.

- Vou engordar desse jeito. – reclamei.

- Esquece isso, Lilian. Um dos lados positivos de se estar sofrendo por amor é esse. Poder comer a quantidade de chocolate que quiser. Ficar em baixo do cobertor chorando durante 24 horas por dia. – Patrícia sorriu.

- VOCÊS NÃO SABEM COMO É! – gritei me levantando.

- Sim, nós sabemos. Somos dois anos mais velha que você. E olhe só quem são os amores da nossas vidas. Thiago Potter e Fred Weasley.

- Sim, os maiores galinhas. – Thalita concordou.

- MAS VOCÊS ESTÃO NAMORANDO COM ELES!

- Só detalhe. O importante é que o Escórpio, sendo ou não seu namorado, te ama.

- Duvido.

- Ama sim, Lily. E muito. – Thalita me fez sentar na cama de novo. – Agora, desabafa vai.

Então, as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse impedir.

- Eu amei, respirei, vivi o Escórpio. O mundo dele passou a ser o meu mundo e vice-versa. Eu comecei a viver a vida dele e ele a minha. É como se, de repente, ele fosse o ar que eu respirava. – mais lágrimas. – Mas agora, está tudo acabado. E o buraco aqui dentro tá doendo demais. Mas do que doeu quando eu descobri que nunca poderia ir no show dos Mamonas Assassinas, dos Beatles ou do Nirvana.

- Calma. Vai passar, acredite.

- Vai demorar? – fiz bico.

- Depende de você. – Patrícia sorriu, igual o meu irmão fazia.

- Como assim?

Thalita explicou:

- Se você resolver que vai demorar, então vai demorar. Agora, se você resolver que vai ser rápido. – ela sorriu pra Patrícia.

- O que eu preciso fazer pra passar rápido? – perguntei, secando as lágrimas.

- Vou te dar um conselho que uma garota muito forte me deu um dia – Patrícia sorriu. – “Você tem que parar de correr atrás dele como se fosse uma cachorrinha no cio. Ele só vai te dar valor, quando perceber que te perdeu.”

- Isso, Lilian. Ignore-o.

- Como se fosse fácil, Thalita.

- Pode não ser, mas ele não precisa saber disso. Mostre que você é mais. Se arrume. Fiquei linda, leve e solta. Mostre pra ele que os garotos te desejam. Faça juz ao nome que tu tem, garota. Honre Lilian Evans.

Sorri.

- Vou honrar. Prometo. – parei do sorrir e o sorriso deu lugar as lágrimas. – Depois que eu curtir a minha fossa.

Pegue a caixa de chocolate e fiquei chorando, rindo, lembrando os momentos e chorando mais um pouco.

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