Capítulo 26



Depois que a Layla nos incriminou falsamente para a diretora, digamos que os nervos e os atritos em Hogwarts só pioraram. Minerva nos deu uma detenção de dois dias limpando os restos dos vermes do Hagrid. Coisa mais nojenta. Depois que esses dias torturosos passaram, nós encontramos o seguinte aviso no quadro de recados da sala comunal:


“O concurso de beleza começou. Todas as garotas de Hogwarts, a partir do quinto ano, estão participando. A primeira prova será hoje, dia cinco de setembro. Todas as garotas deverão estar presentes no salão principal, às oito da noite.”


- Caramba. Vocês vão? – perguntei, me dirigindo as meninas que estavam atrás de mim.


- Tem que ir, ué. Estamos sendo obrigadas. – Nina fez cara de brava.


Descemos as escadas e fomos para o jardim, perto do lago. Era um sábado e o sol estava infernal.


- Os meninos estão treinando quadribol não é? – Carol perguntou.


Rose ergueu os olhos do livro que estava lendo e concordou com a cabeça.


- Vamos lá?


- Pra quê Lily?


- Ah, sim. Vaaaamos.


- Tá bom, tá bom. – nós nos levantamos e fomos pro campo de quadribol.


Chegando lá, bem, a vista ficou meio embaçada. Imaginem. Escórpio, Hugo, meus irmãos, Fred, Gabriel, Lucas e Pedro. Treinando quadribol. Sem camisa. Era um sonho. Excluindo o fato de que todas as coisinhas lindas da escola estavam sentadas nas arquibancadas, gritando e dando risinhos. E os garotos, é claro, se aproveitavam do momento, passando perto delas e sorrindo, fazendo com que algumas se desequilibrassem e caíssem.


Nós nos sentamos, em um lugar estratégico, que nos permitisse olhar para os garotos. Patrícia também estava treinando, e em certos momentos, seus movimentos deixavam Thiago distraído. Tão distraído, que um balaço quase o acertou e quase o derrubou da vassoura.


- O seu lerdo. Dá pra prestar atenção no jogo? – Fred gritou do outro lado do campo.


- Parabéns, Lilian. – Roxanne disse.


Olhei para ela: - Pelo o quê?


- Seu namorado.


- Ann. O que tem ele?


- Tem uma máquina de lavar.


Me virei para olhá-lo. Era verdade. Tinham, seilá, uns doze gomos?


- É verdade, prima. Mas aquilo é só meu.


- Conheço seus ciúmes, Lily. – ela sorriu.


- Bom mesmo. E outra coisa, é verdade que ...


Fui interrompida por um estrondo. Olhei para o campo e vi que meu irmão havia sido acertado por um balaço. Bem na perna. E agora ele estava no chão, com os olhos cheios de lágrimas, apesar de que o orgulho as impedia de cair.


- THIAGO! SEU FILHO DA PUTA! COMO VOCÊ FOI DEIXAR ISSO ACONTECER? VOCÊ É MUITO LESADO!! PUTA QUE PARIU. THIAGO? – Patricia havia descido da vassoura e agora estava sacudindo meu irmão. – FALA COMIGO, PELO SANTO MERLIN. FAAALA.


- MINHA PERNA TÁ DOENDO. ESSA PORRA AQUI. – ele arranjou forças para gritar, não sei da onde.


Nesse momento, eu e as meninas já tínhamos descido da arquibancada e ido até o campo.


- Ele quebrou a perna. – Escórpio disse, olhando para a cara do Thiago. As garotas das arquibancadas fingiam cara de espanto.


- AH, VÁ. Achei que os ossos que tivessem se partido. – Patrícia o fuzilou enquanto Alvo, Hugo, Fred e Escórpio levantavam o Thiago e o levaram até a enfermaria. Sim, ele era pesado.


Como era de se esperar, várias garotas, com risinho bobos e cara de choque nos seguiram até a enfermaria. Elas sussurravam coisas do tipo “coitadinho, será que ele vai ficar bem?”


Assim que chegamos na enfermaria, Patricia fechou a porta na cara das pobres garotinhas. Escórpio me abraçou.


- Ele vai ficar bem.


- Eu sei que vai. Ele é um Potter.


- Convecida.


- Bobo. – sorri.


- Então, dona enfermeira. Ele vai ficar bem? – Patricia estava sentada ao lado do Thiago, segurando as mãos dele. Pude perceber que ele suava frio, enquanto a enfermeira enfaixava sua perna.


- Vai. Foi apenas uma fratura. Grave, sim. Mas nada que não possamos consertar. – a enfermeira sorriu. Tive a impressão de que ela estava flertando com o meu irmão.


- Ai, Guinho! Que dó de você! – Alvo estava sorrindo.


- Viado, me respeita em meu momento de leito. Pode ser a ultima vez que você me verá assim, com as duas pernas. Vai que eu tenha que amputar. Nunca se sabe. – dramático e convencido. Sim, ele estava bem.


- Para de drama. – Patrícia estava a beira das lágrimas. – Eu fiquei preocupada com você.


Thiago a olhou nos olhos.


- Eu sei. A culpa é sua por ser tão linda, sabia?


Ela soltou a mão dele, bruscamente.


- Vocês não muda, não é mesmo? Não tem nem um pingo de humildade.


- Mas, amor...


- Deixa quieto, Thiago. Os homens são assim mesmo. Um pior que o outro. – e dizendo isso, ela saiu batendo os pés. TPM eu acho.


Assim que nos certificamos de que Thiago ficaria bem, só precisaria passar algumas horas na enfermaria, nós o deixamos descansar um pouco. Afinal de noite, ele seria jurado.


Estávamos andando em direção ao salão para o almoço, mas Escórpio me puxou para dentro de um armário de vassouras.


- Que isso, seu maluco. O que você tá fazen... – fui interrompida com um beijo.


Só nos separamos quando percebemos que o ar estava faltando.


Ele me olhou nos olhos e disse: - Sabe o que nós vamos comemorar daqui a dois dias?


Eu sorri: - Nosso aniversário. Dois meses de namoro. Dia sete.


Ele sorriu de volta e me deu um selinho.


- Sim. Mas agora vamos, antes que eles nos procurem e me matem.


- Nossa, medroso.


- Não, não. O nome disso é cautela. – ele abriu a porta para nós sairmos.


- Só se for no meio desse seu cabelo loiro.


- Que você ama, não é? – ele sorriu, maroto.


- Não. Eu odeio. – sorri marota de volta.


Entramos no salão e nos sentamos, na mesa da sonserina. Nina, Carol, Pedro, Lucas, Rose e Gabriel estavam na mesa da Grifinória.


- Porque nós nos sentamos aqui? E não na mesa da Grifinória junto com o povão? – perguntei, me servindo de torta de carne.


- Você já tem passado muito tempo junto com seus priminhos, não acha?


Olhei para ele, incrédula.


- São meus primos!


- Certeza? – ele ergueu a sombrancelha. – Sempre tive a impressão de que o Hugo quer ser mais que isso.


- Escórpio, você ainda não esqueceu aquilo?


- Nunca vou esquecer nenhum detalhe da sua vida, Lily. Nem nada do que você já tenha feito.


- Mas foi só um beijo! – eu estava começando a estressar.


- Nunca é só um beijo, minha Lily. – Zabine exclamou me dando um beijo demorado na bochecha.


- Epa, ainda não aprendeu Zabine?


- O quê, Malfoy?


- Ela é minha, não sua.


Começou. Não aguento mais esse Zabine, com essa mania de que eu sou dele.


Ele me olhou nos olhos e disse, saindo logo depois: - Veremos.

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