Garoto Ensanguentado.
Ele caminhou, seguro em seus passos, ate o corpo inerte no chão, olhou nauseado para o rosto deformado, nariz quebrado e hematomas, devia ter perdido três dentes, o jovem, que não tinha mais do que 20 anos, os cabelos negros, espaventados, sujos de lama e sangue. os olhos que estavam semi-serrados, eram verdes.
- Precisa ter muita coragem para matar um garoto desses...Ele não tinha nem seis messes como Auror... - suspirou o detetive Gray - Pobre homem..
- O que sabemos dele? - se virou para seu ajudante.
- Bom, o de sempre, a idade, que era Auror, o nome na certidão de casamento esta meio borrado, não conseguimos ler nada, senhor..
- O nome não?
O ajudante balançou negativamente a cabeça. O Detetive Gray olhou ao redor, haviam dez corpos na igreja. Um verdadeiro massacre, uma mancha na historia de Hogsmeade.
- Que horror..-disse o ajudante - Todos mortos...O Juiz, os convidados,
a noiva..
O detetive Gray cutucou de leve o rosto do garoto e este cuspiu nele.
- Quase todos mortos, Nelson...-Disse Gray, limpando os óculos - Chame uma ambulância, este aqui esta vivo...
Numa noite chuvosa de outono, no Stut. Mugus, a chuva fustigava a janela da quarto, uma enfermeira passava verificando os pacientes, haviam três, ao todo. Todos os três em coma. Uma jovem, que havia
começado naquele dia, parou de fronte a terceira cama. Nela havia um homem, não devia ter mais do que 20 anos tinha cabelos negros, um par de óculos estava colocado na mesa de cabeceira ao lado, tinha uma
cicatriz disforme, apagada, ela pode definir um raio.
- Este é..
- É..- Disse a enfermeira, olhando com pena o jovem - Tem idade para ser meu filho..
- A quanto tempo ele esta aqui? assim neste estado?
- Quatro messes..tivemos que reconstruir todo o seu rosto, colocar próteses no lugar dos dentes que ele perdeu..Ate tivemos que colocar uma placa de metal nele sabia? Não havia mágica que desse jeito nele...agora ele esta melhor..parece ate um anjinho..
A jovem fitou aquele rosto, é, agora ele estava melhor.
- Esta na hora dele tomar os remédios..- a enfermeira puxou um carrinho, de onde tirou duas ampolas de uma poção roxo berrante, ia se preparar para aplicar no paciente quando.
- Será que eu poderia? - perguntou a jovem, segurando o pulso da colega.
- Claro! - ela lhe deu passagem e se dirigiu para porta.
A jovem sorriu para o garoto, não um sorriso de pena, mas um sorriso maléfico.
- Não achou que fossemos deixar você viver, não é?
Ela tirou do bolso, uma ampola com um liquido verde berrante, que quase imitia uma luz.
- Bellatrix..
- Cala boca! - ela se virou para porta - Como sabia que era eu?
- Eu sempre soube..você não me engana com esse disfarce..
- Ótimo, mas o hospital eu engano..
- Eu sei que você tem a melhor das intenções..e como eu, você quer acabar com esse garoto, mas não vamos fazer isso...não entrando sorrateiramente em seu quarto, enquanto ele dorme e lhe dando veneno..como ratos, isso nos rebaixaria..Nos destruímos a vida dele..
- E o que você sugere?
- Sugiro, que venha embora comigo, e deixe-o definhar..por que quando ele acordar..Poderemos fazer muito mais mal para ele, do que com ele dormindo..não é mesmo?
- É..
- Vamos?
- Vamos..-Ela guardou a ampola de veneno e deu uma ultima olhada no jovem.
- Quer um conselho? Nunca saia do coma..por que nos viremos atrás de você!
E saíram.
Foi numa noite, igual aquela, cinco anos depois, que como um trovão, aquele par de olhos verdes se abriram, sozinho, naquele quarto enorme de hospital. Com muito esforço, se ergue e colocou os óculos,
estava no Stut.Mugus, sozinho, devia ser tarde da noite e o hospital estava no mais absoluto silencio.
Um turbilhão de imagens vinha em sua mente, e foi ai que ele se lembrou, de onde estava a cinco anos atrás, e de uma voz, estranha, mas que por mais desconhecida que fosse, ele sabia de quem era.
Quer um conselho? Nunca saia do coma..por que nos viremos atrás de você! Era isso que a voz dizia.
Tinha de sair de lá. Se virou para sair e caiu com um baque surdo no chão, cinco anos deitado numa cama de hospital e ele ainda esperava sair andando como se nada tivesse acontecido. Olhou a sua volta e encontrou um par de cadeiras de rodas, precisava encontrar suas coisas, pelo que se lembrava do incidente, sua varinha fora quebrada, ou pelo menos ele achava que tinha sido quebrada, com muito esforço, se arrastou ate a cadeira, e se colocou sentado nela, exausto. Era mais difícil andar de cadeira de rodas do que ele previa, abriu a porta dupla de seu quarto e saiu, em um corredor iluminado por
lâmpadas brancas, os quadros dormiam em suas molduras, andou o mais rápido que podia pelo hospital, tinha de achar seus pertences, ou pelo menos novos pertences, precisava sair dali..Precisava se vingar.
Como ele saiu do hospital, até hoje, é um fato inexplicável, Se sabe que horas depois, ele saiu andando, com suas coisas, e de outras pessoas, roubou um carro estacionado por alguem em frente ao hospital e foi direto procurar alguém que ele sabia que podia contar, alguém que o havia alertado dos perigos, e não estava morta, ele tinha que achar The Porpoise, ele tinha que achar Aws Al-Farghani.
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