O Beco Diagonal
_ O Beco Diagonal! – disse o subdiretor, com um enorme sorriso no rosto. – E ali, - disse ele, agora apontando para um lugar que parecia um templo. Branco, com quatro pedestais na entrada, em frente a uma enorme porta com fechaduras de ouro – é o Gringotes, é onde vamos pegar seu dinheiro.
Eles seguiram pela rua movimentada – algumas pessoas pararam para cumprimentar Rodolfo – e entraram no Banco dos bruxos. Era um salão enorme, o piso e as paredes de mármore. Era lindo. Havia também mesas, e, atrás delas, pessoas pequenas, com nariz e orelhas enormes e pontudos, o que Annelise supôs que fossem duendes. Alguns bruxos conversavam com esses duendes, e, às vezes entregavam envelopes ou tiravam chaves de bronze de dentro da capa.
Lufpump conduziu-os até uma mesa vazia, onde, sentado em uma cadeira alta, havia um duende – uns sessenta centímetros de altura, uma enorme barba ruiva, olhos verdes por trás de óculos redondos, visivelmente, de ouro.
_ Boa tarde. Gostaria de fazer um empréstimo para esses dois novos alunos de Hogwarts. – disse Rodolfo, educadamente. O duende fixou os olhos verdes no subdiretor depois lançou um olhar de desgosto à Jake e Annelise.
Annelise notou que no terno marrom que o duende usava, havia uma plaquinha de ouro gravado Zipini Gric, o que provavelmente, seria o nome (um nome muito estranho em sua opinião) do duende.
Zipini abaixou-se e levantou-se em questão de segundos, agora, porém, trazendo em suas mãos dois sacos de pano bege, onde aparentemente continha moedas.
_ Trezentos e cinquenta galeões, cinquenta sicles e cinquenta nuques para cada um. – disse Zipini, com uma voz de profundo desgosto. Ele abriu uma gaveta e puxou duas folhas de papel e colocou-a sobre a mesa. – Pode preencher o formulário de empréstimo.
Rodolfo pegou uma pena branca, molhou-a na tina e começou a preencher. No final das folhas, ele pediu para que Annelise assinasse em uma e Jake em outra.
_ Bem, obrigado. – disse Lufpump ao duende, entregando-lhe os formulários preenchidos. E, assim, saiu do banco dos bruxos a passos longos, porém lentos. Annelise e Jake a seus calcanhares.
Agora, o subdiretor conduziu-os a uma loja grande, com uma grande placa prateada, oval, escrito em tinta verde “Madame Macwin trajes”. A loja não estava muito cheia. Havia algumas crianças experimentando trajes e adultos escolhendo roupas e chapeis.
_ Boa tarde, como posso ajudá-los? – perguntou uma mulher loira, cabelo cacheado, com mexas vermelha. Usava uns óculos quadrado preto, um traje verde-esmeralda e uma longa bota preta de salto alto.
_ Eu gostaria de vestes para esses novos alunos de Hogwarts, Madame Macwin. – disse Lufpump, com um leve sorriso. A mulher avaliou atentamente cada um dos garotos, depois foi em direção a um armário e pegou seis vestes pretas – três em cada mão - e duas capas pretas com fecho prateado – uma em cada mão. Caminhou de volta aos garotos e estendeu a mão direita para Annelise e a mão esquerda para Jake.
_ Experimentem. Mas eu tenho quase certeza de que peguei o tamanho certo. –disse Macwin, orgulhosa. Annelise estendeu a mão e puxou as vestes e experimentou uma por uma – Jake fez o mesmo – todas serviram. – Muito bem, são sessenta galeões e cinco nuques. Vocês vão comprar o chapéu pontudo e a luva aqui? As nossas são as melhores já fabricadas, com pele de dragão.
_ Sim. – disse Lufpump, olhando diretamente para Madame Macwin. Ela sorriu, satisfeita, e foi até uma estante e voltou trazendo consigo dois chapeis pontudos e duas luvas de couro de dragão.
_ Neste caso, então, são oitenta galeões e trinta nuques, para cada um. – disse ela, agora olhando de Annelise para Jake, como se ensinasse um bebê a falar.
Rodolfo abriu um saquinho e tirou varias moedas de ouro e um tanto a menos, de bronze. Depois repetiu o mesmo processo com o outro saquinho, e, com um educado “Obrigado”, saiu da loja, acompanhado de perto por Annelise e Jake.
Agora, seguindo à esquerda, ele os levou a uma loja ainda maior, e muito mais cheia também, com estantes cheias de livros e uma placa onde se lia “Floreiros e Borrões”.
_ Uau! – disse Annelise e Jake ao mesmo tempo, parando em frente a um pôster de um menino de cabelos pretos, lisos e bagunçados, olhos verdes, óculos redondos e uma cicatriz em forma de raio na testa. O estranho era que esse menino acenava para as pessoas e sorria.
_ Este, é Harry Potter, o homem que salvou-nos do maior bruxo das trevas que o mundo da magia já conheceu. – disse Lufpump, com tanto orgulho como se fosse uma realização sua. – Ah, é uma história interessante, você vão gostar; é, com certeza, um dos maiores bruxos que o mundo da magia já conheceu se não, o maior. Um pena que nunca o conheci pessoalmente. Nasci pouco depois de seu feito. Morreu há quinze anos, sua mulher morreu dois anos depois. Mas seus três filhos ainda estão vivíssimos, todos casados, e dois com filhos.
Embaixo do pôster havia uma pequena estante contendo vários exemplares de livros intitulados Harry Potter: O menino que sobreviveu. Annelise pegou e abriu um livro, e começou a ler.
Harry Potter: O menino que sobreviveu
Tenho a grande honra de ser a primeira a escrever a biografia do menino que salvou o mundo da magia. Devo também agradecer a Neville Longbottom, Luna Lovegood e Monstro, o elfo doméstico, por contribuírem com informações de primeira mão. Vivas ao menino que sobreviveu também conhecido como O Eleito.
Jane Skeeter.
Capitulo um
O menino que sobreviveu
Como todos no mundo da magia já sabem, Harry Potter foi o primeiro e único que sobreviveu a maldição da morte. Mas como aconteceu? Depois de muitas pesquisas, entrevistas com diversas pessoas, concluí que era noite quando esta tragédia aconteceu.
Os Potter estavam em sua casa, protegida pelo feitiço Fidelius. Mas, o fiel segredo dos Potter, Pedro Petigrew, não cumpriu com sua palavra. Revelou o segredo para aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Mas porque ele faria isso, se era um dos melhores amigos de James e Lilian Potter? Sim, o homem que durante muito tempo foi conhecido como um herói que foi morto por Sirius Black (saiba mais sobre ele no capitulo quinze, A relação entre Harry Potter e seu Padrinho), foi quem realmente traiu os Potter. A resposta é óbvia, ele era um covarde, que gostava de viver nas sombras dos fortes, e não queria sofrer a cólera do Lord das Trevas.
Aquele-que-não-deve-ser-nomeado foi até a casa dos Potter. Primeiro, enfrentou James Potter e logo após, Lilian Potter. No entanto, o seu verdadeiro alvo saiu ileso, exceto por uma cicatriz em forma de raio na testa. Como um bebê de apenas um ano de idade poderia ter sobrevivido à maldição do maior bruxo das trevas que o mundo já conheceu?
_ Annie? Vem anda, temos de comprar nossos livros! – exclamou Jake.
_ Eu já vou! – gritou Annelise em resposta. Fechou o livro e seguiu Jake no meio da multidão.
Lufpump estava conversando com um homem de estatura mediana, cabelos brancos até os ombros e uma barba um pouco abaixo dos ombros. Eles estavam ao lado de uma pilha de livros, contendo todos os livros requisitados na lista de material, dois exemplares de cada um.
Um outro pôster com a foto de um enorme castelo acima de uma estante contendo vários exemplares de livros – Hogwarts: Uma nova história – chamou a atenção de Annelise. Era um castelo lindo, o mais lindo que ela já vira (tirando os dos contos de fadas, era também o único castelo que ela já vira). Esticou a mão e começou a folhear o livro. Queria lê-lo todo. Assim como o outro livro que já estava em seus braços, mas com Jake chamando por seu nome a cada segundo, ela não conseguiu nem sequer começar. Levou-o consigo também.
_ São cento e um galões e dez sicles. – disse o homem que a pouco conversava com Lufpump. Seus olhos correram para Annelise. – Vejo que você se interessou pelos dois livros mais vendidos aqui. Vai levá-los, senhorita?
Annelise lançou à Lufpump um olhar de suplica. Ele retribuiu com um sorriso, que ela entendeu como um sim.
_ Quanto custam, senhor?
_ Harry Potter: O menino que sobreviveu são trinta galeões e Hogwarts: Uma nova história são vinte e dois galões e dez nuques. – disse o homem, suavemente.
Mais uma vez, Rodolfo abriu um saquinho. Porém, desta vez, tirou um pouco a mais de um do que de outro. Eles saíram da loja lotada e andaram pela longa rua cheia de vitrines, agora mais movimentada do que quando eles chegaram.
Rodolfo, Annelise e Jake entraram em uma loja, cujo nome era Sua Poção perfeita, onde compraram dois caldeirões, dois conjuntos de frascos e duas balanças de latão. Seguiram depois para uma loja onde continham varias miniaturas do universo, esculturas de planetas, telescópios, mapas de galáxias e outros objetos que Annelise não soube adivinhar o que eram. Compraram dois telescópios e, agora levando tudo em um carrinho de mão prateado, prosseguiram na rua até uma loja, aparentemente vazia, com uma placa onde se lia: Gregório Mitch Varinhas.
_ Boa tarde, professor. Novos alunos? – perguntou um velho com um rosto simpático. Seus cabelos loiros, quase brancos, presos em um rabo de cavalo baixo, olhos azuis, muito magricela.
_ Bom tarde Gregório. Como vão as coisas? – perguntou Lufpump, de um jeito simpático.
_ Muito bem, muito bem, obrigado. – respondeu o homem, sorrindo.
_ Estes são Jake – disse Lufpump apontando para Jake a sua esquerda, porém olhando para Gregório Mitch – e Annelise – agora apontando para Annelise a sua direita. Os olhos ainda fixos no homem.
_ Bom, vejamos... – Gregório saiu andando pela loja observando as estantes onde continham caixas retangulares, algumas azuis, outras pretas. – Tente esta aqui, senhorita. Sabugueiro e pelo de unicórnio, vinte e oito centímetros, bem flexível e maleável.
Annelise esticou o braço e pegou a varinha. Assim que tocou, sentiu seus pés deixarem o chão. Uma ótima sensação subiu pelo seu peito. Todos a olharam, curiosos e espantados. Flutuou no ar por alguns instantes e voltou ao chão, levemente como uma pena.
_ Bravo! Realmente, nunca vi uma ligação tão forte entre uma varinha e seu dono. Bem, esta varinha com certeza foi destinada a você, senhorita. Agora você, meu jovem rapaz – agora ele olhava para Jake – tente esta. – ele estendeu uma varinha, Jake a pegou. – Experimente.
Jake apontou a varinha para a mesa. Ouviu-se um estampido, e os papéis voaram.
_ Eu acho que não. Vejamos... – Gregório voltou a andar pela loja a procura de outra caixa contendo uma varinha. – Tente esta. – ele estendeu a mão direita, onde havia uma varinha um pouco maior que a anterior. – Carvalho e fibra do coração de dragão.
Jake apontou para uma estante onde continha menos caixas, prevenindo-se de um estrago maior. Desta vez, um jato de luz azul saiu de sua varinha e fez um circulo no ar.
_ Muito bom muito bom. Trinta e dois centímetros, pouco flexível...
_ Muito obrigado, Gregório. Veremos-nos em breve. – disse Lufpump alegremente. Gregório retribui-lhe com um sorriso.
O subdiretor abriu mais uma vez os saquinhos e tirou sete galeões de cada e depositou encima da mesa. Eles saíram da loja.
_ Jake, você ainda tem cinquenta e dois galeões e dois nuques, pode comprar o que você quiser. Annelise desculpe, mas já gastou seu dinheiro em livros. – disse o subdiretor, calmamente.
_ Não tem problema, senhor. Vou me divertir muito com eles. – disse Annelise, sorrindo.
_ Vocês vão passar o resto das férias no Caldeirão Furado. Já está combinado. Aguardo vocês dia 1º de setembro em Hogwarts! – e, dizendo isso, ele sumiu, com um breve sorriso
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