"Você foi aceita..."





Annelise Waldorf, uma menina de olhos azuis, pele clara e cabelo liso dourado, acordou na manhã de segunda-feira, 23 de agosto, exatos nove anos depois de ter sido deixada naquele orfanato, em seu décimo primeiro aniversário.


Eram nove horas da manhã. O quarto estava vazio. Sua cama, a primeira, à direita da porta, era a única desarrumada. Todas as outras cinco, três camas dispostas a de cada lado, estavam postas com edredons vermelhos e lençóis brancos, para combinar com a parede branca. À frente de cada cama, um malão de madeira escura, exatamente como os demais móveis do quarto.
Em sua cama havia uma pilha de presentes. Entusiasmada, começou a abri-los às pressas. O primeiro era um livro velho de contos, de Anabeth, o segundo, uma caixinha de bombons, de sua diretora, Dona Marta, outro, um par de sapatilhas pretas, novas, sem remetente, outro livro de contos, de Lily, uma miniatura de um unicórnio (pelos quais ela era fascinada), de Henry, um colar com um pingente de coração escrito "A e J, melhores amigos", e por ultimo, de baixo de tantos embrulhos, um envelope meio pardo em tinta roxa.
Seu coração disparou. Nunca recebera nenhuma carta antes, a não ser dois anos atrás quando sua professora mandara uma carta para Dona Marta dizendo que seu nível de inteligência era muito mais alto do que os das outras crianças de sua idade, e que ela poderia pular para quinta série se quisesse. Também mencionara na carta que algumas vezes coisas estranhas aconteciam ao seu redor, como quando ela fizera brotar do nada um girassol no meio do pátio, enquanto passava a mão sobre a grama mal cuidada. Ou quando ela transformou olhos olhos negros de seu coelhinho branco em olhos azuis, e logo depois para roxo e em seguida para rosa.
Ela virou a carta, lacrada com um brasão, um Leão, uma Águia, um Texugo e uma Cobra circulando um grande H, para ter certeza de que ela era o destinatário e leu:
"Srta. A. Waldorf
Orfanato St. Helena
Quarto número 23"
Quem saberia o número do seu quarto? Por um momento pensou que fossem seus pais, mas depois lembrou-se de que a senhora que a trouxera para ai disse que seus pais já haviam morrido. Seus pais, quem foram seus pais, ela se perguntava. Se sentia como se fosse a única pessoa que nunca conhecera seus pais, mas não era verdade, pois a maioria das crianças nesse orfanato haviam sido abandonadas ou tiveram os pais mortos.
Abriu o envelope e leu.
"Prezada Srta. Waldorf
Você foi aceita na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1º de setembro.


Atenciosamente,
Rodolfo Lufpump
Diretor Substituto"
Dentro do envelope também havia outra carta e um bilhete. Ela puxou a carta e leu:
ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS


Uniforme:
Os estudantes do primeiro ano precisam de:
1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)
2. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário
3. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)
4. Uma capa de inverno (preta com fechos prateados)
As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.
Livros:
Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:
• Livro padrão de feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk
• História da magia de Batilda Bagshot
• Teoria da magia de Adalberto Waffing
• Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Ewitch
• Mil ervas e Fungos mágicos de Fílida Spore
• Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger.
• Animais fantásticos e seu habitat de Newton Scamander
• As Corças das trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble.
Outros Equipamentos:
• 1 varinha mágica
• 1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)
• 1 conjunto de frascos
• 1 telescópio
• 1 balança de latão
Os alunos podem ainda trazer uma coruja ou um gato ou um sapo.


LEMBREMOS AOS PAIS QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR VASSOURAS PESSOAIS.
Depois puxou o bilhete e leu-o: "Dentro de duas horas o diretor irá encontrá-la no saguão de entrada no Orfanato St. Helena. Por favor, esteja no local, se puder."
Escola de magia? Por alguns instantes, pensou que fosse alguma brincadeira dos meninos mais velhos. No entanto, seu pensamento foi interrompido por alguém batendo na porta, e sem esperar resposta, entrar.
_ Annelise! Olha só o que eu recebi! - disse Jake erguendo a mão em que segurava um envelope igual ao que acabara de abrir. Jake era um menino alto e magro, cujos cabelos castanhos e lisos caiam em seus olhos, quase tampando toda sua visão. Olhos castanho-dourados e pele quase tão clara quanto a sua. - Você também recebeu? Deixe-me ver.
Ele pegou o envelope aos pés da cama de Annelise, se sentou e leu com atenção.
_ Puxa vida! Que legal, né? Ah! Quase me esqueci! Feliz Aniversário!
_ Obrigada. Então, quem mais recebeu? - quis saber Annelise
_ Acho que só nós dois. Não é o máximo! Não vejo a hora de ir!
_ É, eu também não. Quer dizer, acha mesmo que é verdade? Essa coisa de magia e tudo?
_ Bom, deve ser. É meio difícil inventar tudo isso, não é mesmo? Ah, gostou do meu presente? Eu que comprei. Até que não foi caro. Também comprei um broche pra mim. - ele tirou do bolso um objeto de prata redondo gravado as palavras "J e A, melhores amigos". Antes que ela pudesse dizer as palavras "Gostei muito" e disse: - Hum, é melhor você se arrumar. Acho que a Sra. Bethy fez um bolo de aniversário para você. Sem mencionar que daqui a uma hora e meia nós dois vamos receber uma visita, não é? Bom, te espero lá embaixo.
E dizendo isso, saiu do quarto, fechando a porta com cuidado.



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