Sobre estrelas e o convite

- Esse lugar é lindo – eu disse, sentindo que tudo aquilo que passei há dois dias atrás valeu a pena, ao olhar para o céu estrelado e para o homem deitado ao meu lado, com os olhos cinzas viajando pelo céu.

- Eu sei – respondeu.

Sirius levantou-se e montou seu telescópio, quieto e concentrado, como sempre ficava quando estava aprontando alguma.

- Amor?

Pegou então sua mochila, e tirou alguns pergaminhos de dentro, depois voltou para o telescópio, direcionando-o para algum ponto específico.

- Lene, vem cá.

Obedeci, e me juntei a ele.

- Olha aqui, tá vendo aquela estrela ali?

Eu estava vendo um monte de estrelas, mas não quis estragar o romantismo da noite.

- Uhun... – menti.

- Não tá vendo coisa nenhuma.

- Sirius, são estrelas, são todas iguais.

- Engano seu. Olha. Aquela, a mais brilhante, perto da constelação de Órion.

- Não faço ideia da onde fica a constelação de Órion, mas estou vendo a estrela mais brilhante. Linda. – desse vez não estava mentindo.

- Claro que é linda. O nome dela é Sirius.

- Sério?

- Não acredita em mim?

- Claro que acredito, só que você nunca me disse nada sobre ter o nome de um estrela desde quando nos conhecemos.

- Eu achava meio gay – respondeu, jogando so ombros.

A estrela podia ser observada a olho nu, e continuava completamente linda, ofuscando todas as outras a sua volta. A mesma reação que Sirius provocava em mim.

- Agora – meu namorado interrompeu meus devaneios – olha aquela outra, do lado de Sirius.

- É quase tão bonita quanto. Como ela chama?

- Marlene.

Olhei para ele, vendo seus olhos brilharem.

- Está brincando, né?

- Não. Fui até o Centro de Astronomia, verifiquei se ela não tinha um nome, e dei o seu a ela. Papel passado e tudo – seu olhar divertido passeava por meu rosto.

Fiquei paralisada por alguns segundo e então o abracei. Ficamos ali por mais um bom tempo, namorando, conversando, rindo um da cara da cara do outro. O tempo parecia parar sempre que estávamos juntos. Parece algo tão clichê para se dizer, mas eu realmente me sentia segura ao seu lado. Era como se, depois de tanto tempo, o céu nublado que era minha vida finalmente voltasse a ter suas cores. Ali com Sirius, o mundo voltava a ganhar seu brilho.

 

Estávamos abrindo a porta do apartamento dando uns amassos quando finalmente lembrei que eu não morava sozinha e seria muito constrangedor entrar em casa e ser pega numa cena dessas pela Lily assistindo Dr. House na sala. Destranquei a porta de casa e entramos. Infelizmente, Lily não pensava do mesmo jeito que eu. House estava passando na TV, mas no sofá de casa estava ela e Jay, ao beijos.

- Aaaah, que falta de respeito – brincou Sirius  - Chegar na casa da minha namorada e me deparar com uma cena dessas.

- Sabe como é né, é o instinto – disse Jay, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

Foi quando então reparei em minha amiga, estranhamente quieta e com lágrimas nos olhos.

- Lily, você tá chorando? Aconteceu alguma coisa? – então apontei para James – James Potter!

- Calma Lene, aconteceu sim – disse ela, levantando-se.

- Antes de você me matar, temos uma novidade pra contar – James tinha um sorriso bobo estampado no rosto, assim como o de Lily.

- Lily finalmente vai para o exército botar ordem nos machos? – brincou Six.

- Para o exército não, mas vou colocar ordem em um macho sim – riu, olhando divertida para Jay.

Olhei para seus dedos e vi entre eles a aliança fina e brilhante que acabara de ser colocada.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCÊS VÃO CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!

-SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMM – gritou Lily, pulando no meu pescoço, as lágrimas caindo em meus ombros.

-Aeeeee, finalmente parou de enrolar ela, Jay? – disse Sirius, abraçando o amigo.

- Uma hora a gente tem que tomar vergonha na cara né – riu James.

-Como é, Potter? – Lily fingiu-se de brava.

- Nada amor, nada.

- Awwwwwwwwwn, eu sabia que ia viver pra ver essa cena – brinquei.

-Graças a nós, Lene – disse Sirius.

- Pensando nisso – James interrompeu – temos um convite a fazer.

- Sim, já que vocês foram os nossos cupidos e estiveram com nós por todo esse tempo, o Jay quer falar uma coisa.

- Eu quero? – ele enrolou.

- AAAAAAH GENTE, FALA LOGO.

- Se eu falar vou começar a chorar – disse Lily.

- Mais? – foi a vez de Sirius.

-  Ok. Anuncio nesse dia 27 de dezembro de 2012,  às 23h48 minutos, que Sirius Black e Marlene Mckinnon estão oficialmente convidados e obrigados a aceitar o convite de serem a madrinha e o padrinho de nossa união matrimonial –anunciou James, fazendo uma reverência.

-AIMEUDEUS! – gritei. Olhei para o lado e vi que até Sirius parecia a beira de um ataque.

- Que que foi Almofadinhas, vai dizer que não esperava por isso?- disse Jay.

- Eu não esperava que você fosse casar, cara – Sirius disse, rindo, demonstrando estar emocionado.

- Milagres acontecem – eu disse, com a voz abafada pelas lágrimas e o rosto enfiados nas mechas vermelhas de Lily – Eu estou muito feliz por vocês.

- Então vocês aceitam? – o casal perguntou, juntos.

- É claro, pergunta idiota – falei, emocionada.

- Estamos juntos até na loucura, amigo.

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