"Eu também te odeio, Granger"
"Eu também te odeio, Granger
Draco não sabia dizer se havia se passado segundos ou horas até se dar conta do que estava fazendo e se desvencilhar do beijo, que até aquele momento, ele não sabia que também ansiava.
- Granger, o que te fez pensar que poderia me beijar desse jeito? - sua voz não demonstrava raiva, muito menos arrogância. Ele estava... assustado e completamente desarmado, nunca imaginou que poderia ser tão bom beijar aquela garota que ele tanto odiava, ou achava que odiava.
- Eu não sei o que deu em mim. Eu... eu... - Hermione tentou, mas não conseguiu falar mais nada
- Tudo bem. - ela olhou incrédula, “Eu achando que ia ser xingada e ele fala um simples 'tudo bem'?” - Eu disse que você ia se apaixonar, eu já estou acostumado com isso. Mas não pense que se você fizer isso outra vez, eu serei tão caridoso assim...
Hermione continuou sem acreditar, era preferível que que ele a xingasse do que falasse isso. “Caridade? Tudo aquilo foi... caridade?”. Completamente recomposto, ele continuou:
- Acho que hoje é a minha vez de falar “a nossa ronda acaba por aqui”!
- Idiota, nojento... eu te odeio, Malfoy! - foi a única coisa que ela conseguiu dizer antes de sair correndo e as lágrimas tomarem conta de sua face
- Eu também te odeio, Granger. - sussurrou enquanto tocava os lábios. Ainda podia sentir o gosto dela na sua boca, era doce... viciante, e ele queria mais – Eu também te odeio... - repetiu, indo embora e tentando se convencer de que aquilo era verdade
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A morena foi correndo para o dormitória da Gina, ia contar tudo o que tinha acontecido. Ela queria que tudo não passasse de um pesadelo, mas ainda conseguia sentir o perfume dele, o gosto e até mesmo o coração martelando contra o seu peito. Havia sido o melhor beijo de sua vida, não que ela já tivesse beijado muitos garotos, mas aquele foi tão intenso, parecia tão.... apaixonado.
- Gina, eu fui tão idiota. - começou aos prantos, assim que viu que a amiga estava sozinha no quarto – Eu beijei ele, Gina! Beijei!
- Calma, Mione! - a ruiva queria acalmar a amiga, mas já estava começando a ficar nervosa, queria saber logo o que tinha acontecido – Você beijou o Malfoy, é isso? Mas me diz logo o que aconteceu, porque pela sua cara, não parece que foi nada bom.
Um pouco mais calma, Hermione enxugou as lágrimas, sentou em uma das camas, respirou fundo e começou a contar tudo o tinha acontecido desde e a hora que saiu do Salão Comunal.
- Uau! - Gina abraçou a amiga e perguntou – Mesmo ele tendo feito isso, falado que foi caridade, parecia mesmo “caridade”? Quero dizer, parecia que ele não tava gostando, ou que não queria?
- Não… na verdade, eu não sei. Foi tão... tão... quente. E ele parecia tão sincero. - ela estaca completamente perdida
- Ele é o Malfoy, mesmo que fosse completamente apaixonado por você, ele jamais assumiria, assim, de uma hora pra outra. E ele, com certeza, ia falar alguma coisa pra te magoar, principalmente depois de ter se entregando desse jeito a um beijo.
- Talvez você esteja certa. Obrigada, viu Gi?! Só você mesmo. Não quero nem imaginar o que poderia acontecer se o Harry e o Rony descobrissem uma coisa dessas. - se levantou e deu mais um abraço na amiga – Vou pro meu quarto. To precisando de um banho e ficar um pouco sozinha.
Antes de fechar a porta, a ruiva disse:
- As vezes não é tão ruim seguir os impulsos.
Hermione deu um sorriso sincero e foi para o quarto.
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A grifinória deu graças aos céus por ser sexta-feira, assim, ela poderia ficar o final de semana todo enfiada na Torre da Grifinória e não precisaria ver Draco. Também aproveitaria para estudar mais. E já havia decidido: não iria na ronda de terça-feira. Quanto mais adiasse aquele encontro, melhor.
“Cadê a sua coragem grifinória?” gritava uma vozinha na cabeça da morena. “Dane-se a minha coragem, ela se foi toda junto com aquele beijo!”
O final de semana não foi como o esperado. Ela não conseguia estudar, não conseguia parar de pensar no beijo, no que ia fazer quando eles se encontrassem novamente e se ele realmente tinha feito aquilo por “caridade”. E para piorar, Rony ainda ficava irritado quando via a irmã aos beijos com Harry, que por sinal, não parava de olhar aquela droga de Mapa para saber onde o idiota do Malfoy estava.
- Vocês não acham isso estranho? - começou Harry, que estava sentado com a Gina em uma poltrona do Salão Comunal e com o bendito Mapa na mão – O Malfoy tava no Salão Principal agora a pouco tomando café e agora ele não tá mais em lugar nenhum.
- Harry, - Hermione suspirou, mal havia começado o domingo e ele já estava falando naquele garoto – pelo amor do meu santo Deus, você pode ficar pelo menos um dia sem falar nessa criatura imprestável?
- Não Mione, será que você não vê que ele pode tá fazendo alguma coisa perigosa? - Rony e Gina lançaram um olhar de “não adiante falar” para a morena, Harry continuou – E falando nele, sexta à noite eu procurei você, pra saber se ele estava mesmo na ronda, e vi que vocês estavam bem perto... quase “em cima” um do outro. O que aconteceu?
Hermione tinha certeza, não estava vermelha, mas sim roxa, de tanta vergonha. Lançou um pedido mudo de ajuda para Gina e tentou se explicar:
- Hum.. você, você viu é? - tentou parecer indiferente – É que eu... eu caí. É, foi isso... eu caí e ele me ajudou. Na verdade eu não cheguei a cair, mas se ele não estivesse lá, eu teria rachado a cara no chão.
Gina deu um sorriso maroto para a amiga e interrompeu o que Rony ia dizer:
- Já chega disse, né Harry. Guarda esse Mapa e vamos sair daqui, o dia está lindo lá fora. Rony, Mione, vocês vêm?
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