O Herdeiro reaparece
Capítulo 71 – O Herdeiro reaparece
A ceia de Natal se aproximava como sempre, as pessoas correndo para arrumar as coisas, compras de última hora.
Os Weasley chegaram mais cedo, já que Molly iria ajudar na cozinha. O que não deixou alguns muito felizes, já que a primeira coisa que Gina fez quando chegou foi pular no pescoço de Harry, como se não se vissem há anos. Claro que a ruiva fez isso para irritar os meninos.
Os Black chegaram depois. Com Sirius aparentando ainda precisar de tempo para terminar de se arrumar.
- Ninguém mandou me apressar. – disse ele rindo. – Eles ainda não chegaram.
- Como íamos saber. – disse Fernanda.
- A culpa é sua se não temos poder de ver o futuro. – disse Flavia.
- Esse não é um poder interessante. – disse o animago.
- Estranho. – disse Tiago. – Não foi você que veio atrás de mim para saber se a Mary ia aceitar casar com você?
- Eu não podia receber um não. – disse ele. – Não sou como você que gostava de receber um todo dia.
- Nem vem Sirius. – disse Lilian. – Uma das características que admirava no Tiago antes de perceber que gostava dele era justamente a sua persistência.
- Como se você não risse dos foras que o Pontas levava. – disse Remo acabando de chegar.
- Vai me dizer que não eram legais. – disse Sirius.
- Os primeiros eram principalmente aqueles que abaixam a bola do nosso amigo, mas depois perdeu a graça, especialmente quando deprimia ou revoltava ele. – disse o lobisomem. – Eu sempre sofria mais quando o cervo estava revoltado, nas noites de Lua cheia.
- Isso não é momento para discutirmos esses assuntos. – disse Molly da porta da cozinha. – Se querem comer ainda hoje, aconselho a arrumarem a mesa. Meninas se não se importarem, precisa de umas varinhas por aqui, tenho que cozinhar para um bando de grifos.
A mesa já estava quase posta quando os brasileiros chegaram.
- Isso é injusto. – disse Fred.
- Ele é quem vai entrar pra família e nós que temos que trabalhar. – disse George.
- Não reclamem. – disse Sirius, bufando. – Nunca dá certo. E só vamos ter que trabalhar mais.
Os recém-chegados se aproximaram dos anfitriões.
- Desculpe a demora. – disse Cláudia, entregando uma torta para Lilian. – Mas o Gabriel precisou para matar uma mortalha-viva.
- Sei como é. – disse a ruiva. – Tenho um auror assim em casa.
- Eu não tenho culpa se os desordeiros resolvem aprontar justamente quando tenho compromisso. – rebateu Tiago.
- Reclamem, não. – disse Tonks. – Vocês ainda podem ter um encontro na lua cheia.
Esse argumento fez a discussão se encerrar, e todos foram tomando seus lugares na mesa para a ceia.
Depois da sobremesa eles continuaram a conversar ainda na mesa.
Logan estava quieto brincando com uma mecha do cabelo de Cris.
- Nunca vou entender a fixação de alguns por esses cabelos vermelhos. – disse Remo.
- Eu que o diga. – disse Cláudia. – Várias vezes quando amamentava o Tiago, ele transformava meu cabelo para ruivo.
- Eu não tenho culpa se eles têm um brilho especial. – disse o caçador.
- E melhor o Pontas, Arthur e o Harry tomarem cuidado. – disse Sirius com uma gargalhada.
- Só eles? – perguntou Gabriel, e todos perceberam que as mulheres estavam ruivas.
- Nem se pode mais brincar nessa casa. – reclamou o auror.
- Não se preocupe. – disse Mary. – Você sabe que eu gosto de cachorros, e dos bem comportados.
A volta para Hogwarts foi tranquila, ninguém nem ao menos chegou perto dele para tentar alguma coisa, mesmo assim, Tiago e Rafael ficaram confinados em uma cabine, com Lilian. Recebendo as visita das namoradas. Apesar de não acharem necessidade, aceitaram fazer isso.
Rafael não moraria no castelo, por precisar realizar ainda o terceiro desafio, lutar com um monstro da profundeza dos mares foi fácil e rendeu um belo jantar com frutos do mar para o QG. Além de treinar os gêmeos, Arthur, Molly, Alice e Frank. Então ele ficaria em Hogsmeade, de onde ele poderia visitar Fernanda.
Se havia algo de errado no castelo os estudantes pareceram não perceber, ainda mais que a partida entre Grifinória e Corvinal se aproximou rapidamente.
Os sonserinos mais radicais ficaram quietos depois da vitória dos Filhotes de Marotos no torneio. Então as coisas ficaram em paz, e somente o quadribol era motivo para conflitos, seja por causa da Copa das Casas, seja por causa dos times profissionais.
- Fiquei sabendo que a Chang quer vencer de qualquer jeito. – disse Flavia.
- Ela está mordida pela derrota para Mione e para vocês dois. – disse Fernanda. – E parece que o Corner também vem babando.
- Então é melhor alguém comprar um babador pra ele. – disse Harry. – Esse jogo é nosso.
O moreno tinha razão, pois com meia hora de jogo já tinham uma ampla vantagem.
A Chang era mais esperta que Malfoy e tentava encontrar o pomo por ela mesma, mas a bolinha dourada teimava em não aparecer.
Mas quando apareceu, Harry logo a percebeu e acelerou a sua vassoura, mas a apanhadora adversária vendo que não teria condição de capturar o pomo antes dele, já que ele já estava em alta velocidade e ela não sabia onde o pomo estava, entrou na sua frente, o fazendo ter que frear e perder a bolinha de vista.
- Desculpa. – disse ela com um sorriso que dizia que ela não estava arrependida.
- Dá próxima derrube ela. – disse Gina para ele.
- Se eu o fizesse, seriamos os dois presos na enfermaria. – disse ele.
- Nunca mais repita isso, independente do cômodo. – disse ela emburrada.
- Só tem uma mulher que eu quero ficar preso em algum lugar, minha ciumentinha. – disse ele voando para longe.
Isso só deu maia animo para a ruiva que destruía a defesa azul.
Em dado momento, Harry percebe que o pomo está fazendo um voo rasante, e para distrair a Cho ele acelera para cima.
- Se ele vai fazer o que eu estou pensando, ele vai se ver comigo. – disse Lilian.
- Sim, ele vai. – disse Tiago. – Pelo menos desta vez você não via ser surpreendida.
- Eu queria que ele nunca fizesse isso. – disse a ruiva. – Saber o que ele vai fazer não alivia em nada a coisa.
Harry chegou bem alto e percebeu que Cho o seguira, imaginando que o moreno estava seguindo o pomo. Deu um tchau para a menina e desceu soltando a vassoura.
Todo o estádio parou de respirar quando perceberam que Harry não estava mais sustentado pela vassoura. Com exceção daqueles que presenciaram isso anos atrás, ou como os professores que tinham conhecimento disso.
Tiago e Dani olhavam aquilo como se fosse normal.
Poucos metros acima do chão, Harry monta novamente na vassoura e dá um rasante, levantando poeira. Quando parou levantou o braço, indicando que tinha pego o pomo e encerrado o jogo.
O estádio veio abaixo com os gritos da torcida que ficou alucinada com a manobra dele.
O resto do time posou perto dele, e ele ficou esperando pelos abraços, mas ele teve que se desviar da goles que Gina lançou contra ele.
- Nunca mais. – disse ela começando a bater nele.
- Faça isso de novo. – disse Cris se juntando à cunhada.
- Seu irresponsável.
- Exibicionista.
- Doido.
Elas continuaram a bater nele, até que Cris sente que é levantada pela cintura e colocada de cavalinho nos ombros de alguém.
- Depois vocês batem nele, agora é momento de festa. – disse Logan.
- Mas... – disse a ruiva sobre ele.
- E sem contar que Lírio vai dar uma bronca nele. Ela já planejou tudo.
- Além do que vocês podem pegar uma detenção por isso. – disse Mione.
- Então vamos pra festa. – disse Rony.
- Não pense que escapou, Potter. – disse Gina. – Eu vou estar ao lado da sua mãe quando ele falar com você.
Harry preferia estar em detenção com o Seboso que escutar novamente um sermão das ruivas. Ele ainda podia escutar as vozes delas o recriminando pela manobra, mesmo depois de uma noite de sono. O moreno ainda queria entender como Logan aguentava tanta mulher dando bronca nele, toda vez que ele fazia algo errado, o que era frequente. Pelo menos Molly não ficou sabendo.
- Harry. – disse Hagrid o interceptando depois do café da manhã. – Preciso falar com você um instante sozinho. Desculpe meninos.
- Vai. – disse Gina. – Eu tenho que fazer meus deveres de Aritmancia mesmo. A Mione ou o Logan me ajudam.
- Sorte a sua que eu ia pedir isso. – disse Cris.
O apanhador seguiu o professor até a sua cabana , mas eles não entraram.
- Eu só tenho um recado. – disse o gigante. – Os centauros querem falar com você.
Ele apontou para uma trilha da floresta.
- Eu não queria falar nada na frente dos outros, pois eles deram permissão apenas a você, e com certeza eles iam querer te acompanhar, e você sabe que os centauros não são muito tolerantes.
Harry olhou em volta e não viu ninguém. Como ainda era inverno eram poucos os que se aventuravam fora do castelo, e menos ainda os que tiveram pique para algo diferente de ficar em seus salões comunais naquele dia.
No começo a trilha dava a impressão que ia acabar, mas depois de uma curva ela alargava e seguia firme.
Ele não sabia o que esperar, mas logo foi interceptado por um centauro.
- O herdeiro do castelo. – disse o centauro. – Anos se passaram desde nosso último encontro. Meu nome é Firenze.
- Eu me chamo Harry Potter. – disse ele.
- Sim, eu me lembro, apesar de você dizer que tinha outros nomes. – disse Firenze. – Eu te chamei aqui por que você me pediu algo. Me siga.
Eles saíram da trilha e acabaram em uma clareira. Ali estava um Grifo real.
- Esse é Griffon. – disse Firenze. – Um animal espetacular. Depois da batalha que destruiu o senhor da escuridão, você lançou um feitiço para que ele hibernasse. E está acordando.
Foi só ele terminar de falar o grifo abriu os olhos, bocejou se espreguiçando. Ele olhou diretamente para Harry e correu em sua direção, pulando nele como se fosse um cachorro com seu dono.
- Oi, menino. – disse Harry. – Você vai ser bem útil.
- Sim, será. Mas antes você terá que assumir sua herança. Pode ser na mesma forma que fez no passado.
Harry ficou na dúvida, e para pensar montou em Griffon para voarem. Ele teria que perguntar para Fenrir. Esta era a resposta, quando ele conheceu Fenrir, ele se apresentou como Lord Gryffindor. E seria assim que ele assumiria a sua herança.
Assumiu a aparência do Lord, transfigurou sua roupa, convocou a espada e direcionou Griffon para o castelo.
Ele deu algumas voltas pelo castelo, para garantir que mais pessoas o percebesse. Pousou em frente à porta principal.
As pessoas saíram do castelo para ver os dois.
- Quem é você? - perguntou Dumbledore.
- Eu sou Lord Gryffindor, herdeiro de Godrico Gryffindor. Estou aqui para garantir a segurança do castelo e de todos os que querem o bem dele e de seus ocupantes. – disse Harry.
Dito isso Griffon soltou um rugido e um raio caiu sobre o conjunto. Quando o clarão passou eles não estavam mais a vista.
- Depois não quer receber sermão. – disse Logan balançando a cabeça.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!