Acidentes?



Além do Tempo



Acidentes?



“Depois do céu quem mais faz milagres é o amor” - Camilo Castelo Branco



O tempo estava realmente quente e só de vez em quando dava uma trégua soprando uma brisa morna que sempre era bem-vinda.

Os alunos do quinto ano da Grifinória estavam reunidos na estufa, que estava terrivelmente abafada. A professora se empenhava em concentrar a atenção de seus alunos, mas a grande maioria estava fazendo careta por culpa do calor terrível ou tentando assoprar lugares que a anatomia humana não permitia. A professora até se desconcentrou enquanto observava uma menina de longos cabelos ruivos tentando assoprar a própria nuca.



- Srta. Weasley - disse a professora em tom de reprovação – será que dava para tentar prestar atenção em mim só um minutinho, sim?



Alguns olhares se voltaram para a garota e ela se endireitou, não muito disposta a prestar a atenção. “Se ela não percebeu estamos cozinhando aqui!”.



Voltando-se novamente para sua inocente florzinha Gina a olhou intrigada, parecia que a planta a chamava, ou a hipnotizava...



-Ai! –Gina gritou levando o dedo indicador a boca.



- Se tivesse prestado mais atenção no que digo, Srta. Weasley saberia que não se pode olhar diretamente para a flor!



Gina olhou para o dedo “Nossa, tão pequenininha e tão perigosa assim!” Gina pensou, vendo o sangue escorre pelo seu dedo. De certo o machucado não era grande nem feio, parecia uma espécie de queimadura. Como a professora não disse nada, Gina não se importou muito com o incidente.



A aula nunca havia demorado tanto para passar, mas quando o fim chegou todos suspiraram aliviados.

Gina arrumou seu material, recolheu seus livros e se encaminhou para fora quando a professora Sprout fez um sinal engraçado com a boca para que todos se voltassem pra ela.



- Esqueci de avisá-los, mas recebi um aviso dizendo que teriam este tempo vago, parece que algum aluno do sexto ano sofreu um acidente na sala do Professor Snape.

A maioria deu vivas, e Gina não pode deixar de comemorar também. Estava com a cabeça quente de tantos deveres e devido ao calor que se estendia desde o horário que acordara.



- Gina, estamos indo a biblioteca adiantar os deveres, não quer ir junto? – Kate Post, uma menina da turma de Gina, conhecida como a ‘Granger do quinto ano’, embora a aparência não fosse a ligação entre as duas (Kate era morena dos olhos esverdeados) Gina havia de concordar que o afinco que a menina tinha pelos estudos era igualzinho o de Hermione.



-Ahn...Podem ir! Vou dar uma volta, tomar um ar! – respondeu enquanto tomava outro rumo na caminhada. Kate lhe acenou com a resposta e saiu em companhia de mais umas meninas.



“Estudar?! Nem morta! Este calor ta me consumindo o dia inteiro!”.



Um amplo lago se estendia a frente de Gina. Suas águas escuras causavam um certo mistério, mas Harry já lhe contara sobre os seres que habitavam ali, mas mesmo assim Gina gostava de fantasiar outros serem que poderiam habitar o lago.

Suspirando, Gina se sentou às margens do lago, se encostando em uma arvore que havia ali.

“Ahhh! Finalmente um momento de paz.” pensou fechando os olhos e entre abrindo a boca num sorriso.



**

-Você é algum tipo de retardado? – vociferou o loiro levantando-se rápido de sua cadeira – Não precisa responder! A respostas já esta obvia demais!



O liquido gosmento escorria pelo seu uniforme e por todo seu material. E definitivamente aquele cheiro era de alguma coisa morta.



Draco sorriu interiormente ao notar o terror nos olhos de Neville Longboton. Claro que aquilo não havia sido suficiente para deixa-lo menos irritado, já que seu uniforme se encontrava fedido e manchado com um liquido laranja.



- Professor Snape, eu exijo que este retardado leve uma detenção! - berrou Draco, apontando acusadoramente para Neville – Olhe o que ele fez! Tenho certeza que foi idéia do Potter!



Harry Potter que estava as gargalhadas no fundo da sala, calou-se quando hermione lhe deu uma forte cutucada.



- Malfoy! – disse o Grifinório, mal conseguindo conter as lágrimas de tanto rir – Afinal, porque esta reclamando tanto? Não sabe o quão bem esse laranja lhe caiu!



- E esse cheiro também! – disso Rony, apontando para Malfoy.



-Não Weasley, não estou usando o mesmo perfume que sua mãe.



Rony levantou-se abruptamente, o rosto vermelho de raiva.



-Olhe aqui Mal..



-Já chega. – Snape aproximou-se de Malfoy. – Malfoy, você está suspenso das suas ultimas aulas. – sem quase mover os lábios disse a Neville – Espero que você não esteja com fome, pois ira assistir as próximas aulas e na hora do jantar irá vir aqui e limpara tudo.



Sabendo que não iria conseguir punição maior aquele Grifinorio, Draco se conteve, olhando com um sorriso zombeteiro para Potter e Weasley.



Quando a aula finalmente terminou, Draco se aproximou do professor, a voz um tanto abafada.



- Professor Snape – começou ele, fazendo uma careta quando o cheiro pareceu levantar de suas vestes – Essa poção não é nada demais não, é? – perguntou os lábios entre abertos em nojo.



- Claro que não. – disse Snape claramente sem se importa.



Draco girou nos calcanhares e se preparava para passar pela porta que dividia a sala quando sentiu seus joelhos fraquejarem e... De longe escutou a voz de Snape xingando.



**



-Gina! GINA! – Danielle DeMille gritava, segurando os dois ombros de Gina. – Acorda, Gina!



Seria impossível perceber que algo de errado estava acontecendo aquela menina de longos cabelos ruivos, se não fosse o estranho fato de estar parada na mesma posição a tanto tempo! DeMille só estava passando por ali com um grupinho de amigas quando viu Virgínia Weasley. Se separou das amigas e foi ali, cumprimentar a amiga e claro; saber das novidades da Grifinória. Não era a toa que o pessoal da Lufa-lufa tinha uma reputação de fofoqueiros. Porém quando chegou até a amiga percebeu que algo de errado estava acontecendo.



-Ei! – DeMille gritou para um garoto do sétimo ano da Corvinal que passava com a vassoura no ombro, claramente voltando do treino que ela estava indo ver com as outras amigas da Lufa-Lufa “Ah, Gina! Você me deve essa!” – Err...Mortatti você pode me ajudar a levá-la até a Ala hospitalar?



O garoto loiro pareceu confuso, mas foi até lá ajudar. Deu a vassoura para que DeMille segurasse enquanto se abaixava para recolher o corpo mole da outra menina, encostada sobre a arvore.



- O que houve? – perguntou quando percebeu que a menina estava claramente desmaiada.



- Não sei, há encontrei assim! – DeMille disse, lançando um olhar preocupado a Grifinória – Vamos levá-la logo para a Ala Hospitalar!



Os dois saíram depressa, levantando olhares curiosos enquanto passavam.

**



Madame Pomfrey estava terminando de arruma o ultimo leito. “Perfeito!” pensou olhando o lençol branquinho e bem esticado que acabara de colocar. Se dirigiu até a escrivaninha para recolher algumas anotações quando um estardalhaço lhe fez voltar os olhos para a porta.



-O que esta.. – levou as mãos enrugadas até a boca. O Professor de poções vinha levitando um aluno até o leito mais próximo, um cheiro de carniça invadiu as narinas da enfermeira. – Céus! O que... – mal pode terminar de falar e mais pessoas entraram na Ala Hospitalar. Uma menina de cabelos curtinhos negros, e um menino alto e loiro. Madame Pomfrey o reconheceu de cara, havia fraturado o braço no inicio do ano – É alguma espécie de epidemia?



- Houve um acidente com umas poções e de certo do jeito que o menino Longboton é burro...



- Eu a encontrei assim!



- Eu só vim trazê-la!



- Certo – Pomfrey disse, se encaminhando até o garoto que parecia desmaiado e com uma secreção estranha lhe pingando pelo uniforme. – Vamos descobrir o que aconteceu com eles.



- Malfoy não fez nada de errado. – declarou Snape sem emoção – Foi culpa de um imbecil da Grifinória, Neville Longboton. Sua poção, como todas as outras, saiu errada e sem cuidado do jeito que é, acabou por tropeçar e derrubar o liquido sobre o aluno Malfoy.



- Que tipo de poção era? – a enfermeira perguntou, se aproximando para sentir o cheiro do liquido laranja. Fez careta instantaneamente.



- Poção do Fraquejamento. Simples. Apenas para deixar a pessoa sem força nos músculos.



- Pelo jeito o menino Longboton errou feio na quantidade de certos ingredientes.



- É, suponho que sim. Bom, - Snape lançou um ultimo olhar ao sonserino – creio que minha parte já fiz. – e sem maiores explicações girou nos calcanhares e saiu.



Peter Mortatti já havia deixado Gina na cama. Danielle se adiantou a ficar do lado da amiga.



- E esta? O que aconteceu com ela?



- Na verdade – DeMille começou – não sabemos, a encontramos desmaiada assim.



-Ah! Isso vem acontecendo a semana inteira! Coisas de trouxa!



DeMille ficou visivelmente sem entender o que trouxas tinham a ver com aquilo, mas se limitou a uma careta e uma olhadela a Peter que parecia pensar a mesma coisa que ela.



Madame Pomfrey conhecia casos semelhantes. Desmaios, fraquezas entre varias outras coisas, desde que revistas trouxas haviam sido adquiridas por meninas quintanistas. Liam matérias de cortar a alimentação para emagrecer e havia virado moda. De dia em dia aparecia uma menina com esses sintomas.



- Bom, obrigado por terem trazido ela aqui. Agora se não se importam..



Entendendo o aviso, os dois alunos saíram frustrados por não terem obtido maiores explicações.



A enfermeira continuava a observar a garota quando viu uma pequena queimadura no dedo indicador da menina. “Ah! Eu avisei a Sprout sobre essas flores!”.

Seus olhos nunca haviam estados pesados daquele jeito. Mais estranho ainda era o fato de não sentir sono. “Não há motivos para eu ficar assim!” Pensou Draco, abrindo devagar os olhos. O dia anterior havia sido um borrão. Finalmente abriu os olhos. Não entendia onde estava e nem se lembrava de como teria ido parar ali, queria apenas explicações. “E de pressa!” pensou quando sentiu que alguém estava a mexer na sua roupa.



- Percebo que já esta consciente, Malfoy. – escutou uma voz feminina dizer, e pela sonoridade da voz percebeu que se tratava de uma mulher já de idade. – Se lembra de alguma coisa?



-Eu.. – conseguiu dizer com dificuldade. Ora! Se estava a tratar dele certamente sabia o que o havia acontecido e com certeza sabia as conseqüências, por tanto sua incapacidade de se recordar deveria ser algo que ela sabia! Ou ela era tão incompetente a ponto de não perceber isso? Preferiu a segunda opção.



- Bom, para refrescar sua memória – disse ela – Poções. Neville Longboton. Liquido laranja.



“Ah! Claro que me lembro! Aquele projeto de ser retardado explodiu aquele caldeirão com a poção do Fraquejamento! Maldito! Agora... bem, só posso estar na Ala Hospitalar”.



- Parece que você não foi o único a sofrer um ‘pequeno’ acidente – “Ah, isso me conforta tanto..” – A Weasley também sofreu um acidente durante uma aula.



Ok. Nada poderia ficar pior agora. Além de estar preso na Ala hospitalar ainda precisava dividir o mesmo espaço quadrado que um Weasley? Alguém queria testar a paciência de Draco Malfoy.



- Pobre Virginia... – “Hum, concordo..Pobre Weasley..” pensou o loiro – Quando passou o natal aqui no ultimo ano me ajudou tanto quando Pirraça atacou aquelas bolinhas de colorir na ceia de natal. – Ah sim! Draco se recordava disso embora não estivesse presente, mas a repercusão que causou foi tanta que mesmo quando voltou de férias ainda se ouvia falar do acontecido. Pirraça em um súbito de irresponsabilidade maior – se é que era possível – havia ‘envenenado’ a ceia de natal e assim que os alunos começaram a ficar coloridos como bolas de enfeitar arvores de natal. – Bom, já volto.



Draco escutou até o ultimo passo da enfermeira, quando ela saiu um silencio enssurecedor pairou sobre ele. Era possível até mesmo escutar a respiração do Weasley ao seu lado. “Ung!” pensou Draco com nojo, imaginando as vestes de segunda mão e uma cara sardenta deitada ao seu lado. Sua imaginação voou de tal forma que o Weasley se transformou em um monstro gordo, sardento de longos cabelos ruivos, deitado sobre um travesseiro encharcado de baba. De fato, ele era um menino com grande imaginação.

**

O dia passou rapidamente. Draco poderia resumir seu dia da seguinte maneira: Madame Pomfrey indo e voltando com remédios, promessas de melhora no dia seguinte e – a pior parte do dia – algumas visitas para a paciente ao seu lado.



Querendo evitar constrangimento – mas para sua parte é claro – Draco fingia estar dormindo. “há! Até parece que quero escutar as piadinhas dos Weasley e daquele tatuado a ferro na testa! Ainda mais sem chances de me defender!”

**



OOiii! Qualquer critica..COMENTEM! E eu tento melhorar no terceiro capitulo, é pq o segundo já tá quaseee saidno do forno! beijooos! ; )

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