Surpresas




Daphine revirava na cama enquanto mais um pesadelo a atormentava. As imagens de Nott ficando para trás e enfrentando sozinho os homens de Lord Greyback, a voz profunda do cavaleiro gritando para que não olhasse para trás, que seguisse em frente e fosse livre. A Greengrass trincava os dentes com força e gotas de suor escapavam por seu rosto.


Ela chorava e debatia-se chamando por ele, pelo seu amado e fiel cavaleiro Theodore Nott. A noite sombria envolvida por um fino véu de nevoa branca agitou-se quando o jovem general lufa-lufa adentrou sua tenda apressadamente, desperto pelos gritos de Daphine.


Cedric deixara sua tenda para Daphine e dormia ao lado de fora para preservar a honra da linda duquesa de cabelos dourados. Nenhum cavaleiro de seu exército ousava mencionar algo em referencia à corvinal, as ordens do general Diggory foram bastantes claras e ninguém ousaria desafiar a ira dele.


O rapaz de cabelos castanhos ajoelhou-se ao lado da cama segurando os pulsos de Daphine a impedindo de debater-se e machucar-se ainda mais. A expressão no rosto da corvinal era de desespero, ela respirava pesadamente.


-Lady Greengrass!!!


Chamava Cedric na tentativa de acordá-la.


-Lady Greengrass acorde!!!


Insistia o general mais preocupado ainda. Vendo que nenhuma das tentativas foram eficazes, ele solta a corvinal e apontando a varinha para a entrada da tenda diz:


-Muffiatto!!!


E logo depois voltando para Daphine.


-Enervarte!!!


Com um suspiro angustiado a loira abriu os olhos de súbito. Cedric percebendo a confusão e as lágrimas nos olhos de Daphine aproxima-se ajoelhando-se novamente ao pé de sua cama.


-Estás sentindo-se bem?


Pergunta com seriedade e preocupação o lufa-lufa, mas Daphine recusava-se a responder. A duquesa apenas abraçou o próprio corpo chorando em desespero, encolhendo-se na cama. Comovido, Cedric nada diz, apenas abraça a duquesa permitindo que suas lágrimas por Theodore caíssem no seu ombro.


Os dois permaneceram em silencio absoluto até Daphine acalmar-se nos braços de Cedric. Ao perceber que trajava apenas uma combinação que Hermione lhe emprestara a duquesa corou furiosamente afastando-se do lufa-lufa e cobrindo o corpo com o lençol.


-Desculpe-me Lord Diggory!


Diz a corvinal esforçando-se para sua voz soar mais firme.


-Não há problema lady Greengrass... neste acampamento não existe alguém que entenda melhor vossa perda do que eu!


Explica Cedric solenemente levantando-se com um semblante sério e virando-se para a saída da tenda, quando a loira o segura pela mão.


-Lady Potter me disse sobre sua noiva... eu sinto muito!


Diz Daphine recebendo um olhar furioso e ao mesmo tempo triste de Cedric.


-Eu sinto muito se o incomodei com essa lembrança, peço-vos desculpas não pretendia ofendê-lo... sinto muito!


A corvinal solta bruscamente a mão do general lufa-lufa e põe-se a desculpar-se desesperadamente. Apesar de toda sua revolta e dor pela perda de Nott, Cedric lhe acolhera mesmo ela sendo de um condado inimigo, lhe dera roupas, comida e um abrigo, defendeu sua honra e salvou sua vida...


-Está tudo bem! Permaneça na tenda durante o dia e os elfos cuidarão do que precisar, estarei fora numa missão no vilarejo! Não nos veremos até o anoitecer!


Ela balançou a cabeça sem uma palavra mais, a voz de Cedric era cortante. O mínimo que Daphine poderia fazer para preservar sua dignidade e seu nome era retratar-se, mas para sua surpresa, Cedric nada disse, apenas balançou a cabeça positivamente e deixou a tenda sem olhar para trás.


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Ginny abria os olhos lentamente, os primeiros raios da manhã invadiam seu quarto através das finas cortinas brancas, e a brisa suave do outono a brindava com o aroma das flores silvestre. Respirou fundo e esticou o corpo dolorido sentindo-se envolvida por deliciosas camadas da mais macia seda e penas de ganso.


Sorriu ainda de olhos fechados ao sentir o perfume de um certo príncipe sonserino preencher o ar. Esta noite fora tão angustiante, sentiu o coração apertar e um medo sobre-humano de perder aquele que mais amava no mundo, mas fora recompensada ao reencontrá-lo e pelo seu retorno à mansão Black.


Esta mansão era como um pedacinho do paraíso em sua vida... o lugar maravilhoso onde conheceu o verdadeiro Draco Malfoy, o lugar onde se apaixonou de verdade por ele, onde prometeu ajudá-lo a se livrar da maldição, onde jurou acompanhá-lo até o fim, e neste mesmo quarto... que agora compartilhavam, entregou-se para ele pela primeira vez.


Sentiu o rosto aquecer e tomar vários tons de vermelho sob sua pele, os longos cabelos ruivos espalhados sob os lençóis brancos brilhavam intensamente como sob efeito de magia, mas, para a grifinória, a verdadeira magia ela só conhecera com Draco.


Ele era seu príncipe encantado... que não surgira como um sapo... talvez um trasgo ou até mesmo um dragão a cuspir rajadas de fogo perigosas... mas de um coração valioso que Ginny descobriu que poderia amar. Enfrentaram tantas coisas juntos, e agora a eminência de uma guerra ameaçava os dois novamente.


Suspirou novamente. As discussões da noite anterior retornavam com a força de uma tempestade fria. O doce e gentil escravo Neville, que lhe salvou a vida, era um espião do príncipe da Grifinória, ajudando o famoso Harry Potter, também grande inimigo de Draco Malfoy... sua amiga Hermione, era a princesa grifinória que estivera a cuidar de Ginny a pedido de Rony, que era um general, e estava a investigar o condado sonserino em segredo.


Céus ela estivera na antiga livraria de Hermione, recordou-se da saleta onde Hermione a escondeu quando os cavaleiros do rei invadiram o vilarejo em busca do elfo que havia enfeitiçado o príncipe Draco. Apesar do terror daquele momento, a ruivinha lembrava-se de todos os mapas, dos pergaminhos...


Ela abriu os olhos bruscamente sem importar-se com os efeitos da luz sobre eles, e levantou-se em sobressalto, o coração explodindo dentro do peito quando percebeu a chance que tinham para realizar uma aliança com os grifinórios.


-Draco????


Chamou pelo príncipe, olhou em volta, apenas o silêncio se fazia presente, mas, não surpreendeu-se por encontrar-se sozinha na cama. Tornara-se quase um hábito do sonserino deixá-la para trás enquanto seguia seus misteriosos planos.


No entanto, assustou-se ao perceber que na cabeceira da cama, onde deveria estar seu marido, estavam uma espada embainhada, com punho trabalhado em ouro e pedras de rubis presas a um fino cinto de couro com um pequeno pergaminho trazendo em letras rebuscadas e escuras, uma mensagem de Draco.


Sentindo uma sensação de angústia transpassar seu corpo, ela tomou a espada sobre um mão e com a outra arrancou o pergaminho.


“Ginevra,


Disse-lhe para nunca deixares esta espada longe de ti e na primeira oportunidade encontrar-se-ia sem ela, não dê-me mais motivos para sentir-me preocupado com sua segurança, és-me valiosa demais para arriscar-se desta forma.


Estejas preparada para enfrentar todos os possíveis perigos que nos aguardam e não deverás sair dos limites da propriedade! Lembre-se que Snape e Longbotton estarão na mansão e peço para não se deixar envolver pelas ameaças do rei corvinal, este pode ser persuasivo, mas inofensivo sem sua varinha.


Sei que estarás em segurança, nenhum deles conhece os limites da nossa casa como vós! Estarei com Zabini a procura do rei Lúcius.


Draco Malfoy”


-Não acredito que teve a coragem de me deixar para trás!!! Não conseguira se quer curar-se de seus ferimentos e já partira em busca de sua maldita vingança!!!


Furiosa a grifinória deixa o pergaminho sobre o criado-mudo e segue até a grande janela na lateral do quarto onde teria a vista perfeita das copas das arvores sombrias da floresta proibida. Tinha a certeza que seria o único meio de fuga caso conseguisse ultrapassar as barreiras mágicas de proteção da mansão Black.


Apertou a espada em suas mãos recordando-se dos perigos que aquele lugar guardavam, a mínima possibilidade de reencontrar Bellatriz Lestange, dementadores e acromantulas gigantes, a fez estremecer. Mas, nada a impediria de salvar seu sonserino.


-Preciso sair da mansão e encontrar o Rony!!!


Sem perder tempo a ruivinha vestira seu longo e suntuoso robe de seda, pegou sua varinha e seguiu corredor adentro, os pés descalços sobre o mármore frio e os cabelos numa confusão rebelde emolduravam divinamente seu rostinho delicado.


Não demorou muito para encontrar o quarto onde estava o temido rei corvinal Severo Snape. Draco tinha razão, ela conhecia cada canto da luxuosa mansão Black, tinha certeza que encontraria o tio da duquesa Greengrass no ultimo aposento daquela ala bem como poderia apontar o quarto na posição oposta como o aposento de Neville Longbottom.


Ginny congelou ainda segurando fortemente a maçaneta dourada da porta que dava para o quarto, onde se encontrava, o temido rei corvinal, a grifinória tinha uma expressão de horror.


O homem de feições tenebrosas e compridos cabelos negros rangia os dentes em delírio enquanto ardia em febre, o sangue nos lençóis mostravam que seu ferimento estava  seriamente infeccionado.


Deixando seus próprios medos de lado, a grifinória correu ao encontro de Snape. Não suportava ver alguém a sofrer assim, era completamente desumano e cruel, até mesmo para um tirano como Snape.


Tentou soltar as correntes que o prendiam pelas pernas, mas fora inútil, Draco usara magia avançada demais para que a ruivinha desfizesse.


Sem escolha ela teve que tirar as ataduras do ferimento sobre a perna de Snape. Os gritos de dor ecoavam pelo quarto quando a grifinória limpava as ataduras com sua varinha.


-Accio poções de cura e cesta de ervas!


Bradou e sua cesta com ervas e poções chegou ao seu lado enquanto ela limpava o ferimento e aplicava unguento sobre o profundo corte. Trocou as ataduras e fez algumas compressas até perceber a febre do rei corvinal ceder.


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Estava frio e completamente silencioso nos estábulos reais, os cavaleiros da coroa patrulhavam ao redor da fortaleza e uma fina camada de nevoeiro ocupava o caminho até a entrada do palácio Malfoy. Dois homens vestindo casacos negros de linho e veludo, esgueiravam-se sorrateiros entre as sombras que antecediam o alvorecer.


O mais alto deles, possuía cabelos loiros pálidos e um porte altivo, distinto e ao mesmo tempo ágil, mais conhecido por Draco Malfoy, abria caminho para o moreno atrás de si, o ex-general Blaise Zabini. Retornavam ao castelo Malfoy em segredo, a alta nobreza da sonserina ainda presente e muitos inimigos em potencial a vigiar constantemente os acontecimentos para relatar ao misterioso bruxo das trevas.


Draco estava furioso, os seus olhos cinzentos brilhavam com ira, seus passos bem como sua determinação em encontrar Lúcius eram implacáveis. Tinha num aperto feroz em sua mão direita uma varinha negra e embainhada em sua cintura, a mesma espada que utilizou para perfurar a cabeça de Nagini na noite anterior.  


Mudara completamente seu plano ao descobrir que Ronald Weasley estava no condado e que os grifinórios preparavam um ataque surpresa, sua cabeça assim como as de seus pais estariam a rolar no momento deste encontro. Discutiu com Zabini os últimos acontecimentos enquanto ainda estavam na mansão Black.


A decisão de Snape em colocar Astoria no lugar de Daphine, o duelo entre a nova lady Greengrass e Ginny e especialmente a morte de Theodore Nott como tributo aos dois reis, o pobre garoto que fugira com Daphine Greengrass perdera a vida para libertá-la das garras do tirano corvinal. Tudo contribuía para a cólera do príncipe sonserino.


-Não temos muito tempo antes que algum cavaleiro nos encontre!


Alerta o ex-general ao loiro, observando atentamente os corredores sombrios, ele segurava uma espada de prata em suas mãos, o silencio fúnebre era cortado por uma iluminação fraca cedida pelos grandes archotes e murmúrios fantasmagóricos advindos dos movimentos dos retratos bruxos no interior do salão principal.


-Seguiremos para a passagem do subsolo através da biblioteca! Quero aquele lugar destruído antes da chegada de Potter!


Explica o príncipe entre dentes, estreitando os olhos ao mencionar o nome do outro grifinório.


-Pensei que seguiríamos os rastros de vosso “estimado” pai!


Responde Zabini desconfiado.


-Ele virá correndo para o castelo assim que souber do ataque, e quero uma armadilha perfeita para capturá-lo!


Conclui o loiro com uma expressão sombria antes de desaparecer entre as sombras da ante-sala que levava à biblioteca. Para a surpresa do príncipe sonserino, Narcisa Malfoy lá o aguardava.


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Luna sorria enquanto enfeitava a casa com ervas perfumadas por todos os lados. Usava um vestido rosa antigo com bordados em marfim sobre todo o corpete laçado com cordas de cetim perolado. Prendera os longos cabelos loiros no alto da cabeça com leves trançados e colocara na mesma correntinha o seu e o pingente de seu pai.


Ela cantarolava enquanto vestia a longa capa azul e tomava a cesta em suas mãos seguindo para o mercado da vila, desejava preparar as poções do senhor Weasley antes que este acordasse. O sol surgia aos poucos no horizonte dando tons vivos ao céu azul, tão azul quanto os olhos da Lovegood.


Seguiu o mesmo caminho que percorrera todas as manhãs, os camponeses já montavam pequenas barracas para a venda de suas ervas e verduras, a estreita estrada de terra que dava para a vila estava ocupada por carroças carregadas de mantimentos e grãos frescos, entre elas uma carruagem de porte médio que já vira melhores momentos há algumas décadas atrás.


A loirinha não dera muita atenção e comprou suas ervas antes de seguir para sua casa quando esbarra em um estranho de cabelos castanhos e olhos quase dourados. Era um jovem atraente de botas surradas e casaco de linho simples.


-Perdoe-me Milady!


Desculpa-se o rapaz curvando-se educadamente para a loirinha.


-Não pareces arrependido do que fez para desculpar-se!


Responde Luna docemente, mas com os olhos brilhando em curiosidade. O rapaz sorriu.


-És perspicaz... Estou a procura de uma velha livraria que pertence à minha irmã... Hermione Granger... a conheces?


Questiona o rapaz estendendo discretamente para Luna um pequeno pergaminho.


-Basta seguir pela estrada principal até o centro da vila, é a única livraria entre posto de guardas e a mercearia real! Qual vosso nome?


Explica Luna sorridente.


-Comarco Granger! Agradeço vossa ajuda milady! Espero que possamos nos encontrar em breve!


Luna meneava a cabeça em concordancia e logo despede-se do rapaz. Apressando os passos a loirinha segura a cesta numa das mãos enquanto com a outra abria o pergaminho que Cedric acabara de entregar.


Sorriu ao lembrar que o lufa-lufa apresentava-se como irmão de Hermione.


“Sua surpresa a aguarda”


A loirinha adiantou-se ao cruzar a estufa que dava entrada para sua casa. Tinha o coração acelerado e mal tirara sua capa azul celeste, abrindo a porta de madeira seus olhos percorreram toda a extensão da sala de visitas até a escadaria que seguia para o andar superior.


-Olá?


Arrisca fracamente, não desejava despertar o senhor Weasley. Mas fora recebida pelo silencio. Ainda não satisfeita, a loirinha deixa a cesta sobre uma mesinha de mogno e procura por todos os lados alguma pista de sua “surpresa” olhava entre os castiçais, nos criados-mudos, nas estantes de livros, nos armários e até por trás das cortinas.


Estava prestes a subir as escadas, quando seu pé direito tocou o primeiro degrau sentiu um braço a prender pela cintura por trás e outro tapar sua boca furtivamente. Estremeceu assustada, na pressa esquecera sua varinha na cesta e só lhe restava debater-se para escapar.


No entanto era inútil, o agressor revelou-se muito maior e mais forte que a Lovegood e em instantes ele a tinha colocado contra a parede e arrancado seu capuz... e protegido pela capa da invisibilidade estava...


-Ronald?


Os olhos de Luna ampliaram-se em choque e surpresa absolutas. O ruivo apenas sorri sentindo-se hipnotizar pelo sorriso radiante da sua loirinha e sem esperar mais ela envolveu o pescoço do Weasley o trazendo para si enquanto Ron livrara-se da capa por inteiro e envolvia a cintura fina de Luna.


O mundo parecia parar de girar, o perfume suave de flores que emanava da loirinha deixava o grifinório inebriado, aproximaram o rosto um do outro lentamente, deixando os olhos anunciarem o peso e o ardor da saudade. Segundos mais tarde os dois compartilharam um beijo apaixonado, repleto de urgência e saudades.


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Depois de algumas horas de intensos cuidados, finalmente o velho rei já não tinha febre e a cicatrização da ferida em sua perna estava mais avançada graças as suas poções. Ginny estava tão concentrada em cuidar dele que não deu-se conta do silencio que imperava nos arredores da mansão.


Preocupada com a palidez mortal do rei corvinal, a ruivinha decidiu preparar um café da manhã reforçado para o “prisioneiro” antes de seguir em frente com o seu plano. E foi ao seguir pelos corredores em direção à ala norte para as cozinhas e depois de cozinhar uma canja e um bom café ela retornava para o corredor equilibrando tudo numa bandeja de prata recheada de frutos ate que recordou-se de Neville Longbottom.


Agitada a ruivinha deixa a bandeja numa mesinha do corredor e procura em cada quarto a presença do grifinório.


-Neville!!!


Gritou assustada ao encontrá-lo acorrentado e amordaçado ao pé da cama. O pobre rapaz estava quase a sufocar enquanto tentava inutilmente soltar-se, os cabelos castanhos completamente desgrenhados e as roupas mais amarrotadas ainda.


Todos seus esforços pela liberdade foram bruscamente interrompidos com a entrada de Ginny. O grifinório virara o rosto tão rápido que sentiu os músculos contraírem-se dolorosamente. Mas nada conseguia impedir que Neville Longbottom ficasse deslumbrado com a presença da linda princesa sonserina diante de dele.


Ela estava maravilhosa, os longos e brilhantes cabelos ruivos em cascata por seus ombros alcançando as curvas delicadas de sua cintura com ligeiros cachos nas pontas. O rostinho suave e levemente rosado destacando os olhos claros, a longa camisola de seda no branco mais puro envolvida pelo penhoar perolado que apenas tornava mais angelical a imagem da Weasley.


O grifinório ofegou, nunca encontrara mulher tão bela em toda sua vida, se soubesse que Ronald possuíra uma irmã tão atraente não pensaria duas vezes em desposá-la. A cada passo da ruivinha em sua direção, ostentando em seu rosto uma expressão preocupada o deixava mais nervoso ainda, o perfume dela, o toque suave de suas mãos sobre seu rosto ou tirar-lhe a mordaça... ela parecia um anjo.


-Neville você está bem?


Questionava Ginny preocupada, era a terceira vez que perguntava e o jovem grifinório parecia petrificado na mesma posição desde que ela entrara no aposento onde fora mantido prisioneiro.


-Neville???


Insistia Ginny pegando a varinha apontando diretamente para ele. Tal movimento despertou o Longbotton quase de imediato.


-Ginevra Weasley!!! Graças a Dumbledore, pensei que não teria chance de sair daqui!!!


Agradece Neville desesperadamente enquanto a ruivinha tentava quebrar os trincos da corrente que o aprisionava.


-É Ginevra Malfoy!


Corrige a princesa com impaciência enquanto tentava outro encanto para desbloquear as correntes. Neville apenas balança negativamente a cabeça antes de chamar sua atenção novamente.


- Temos que sair deste lugar e encontrar Harry, Ronald e Hermione!!! Não podemos perder mais tempo, Malfoy e Zabini pretendem destruir o caminho que leva ao esconderijo do bruxo das trevas, temos que impedi-lo!!!


Explica o moreno engolindo em seco quando ela deixa a varinha de lado e puxa sua espada para acertar os grilhões.


-Qual o encanto que usaram para aprisionarem-te?


Pergunta a ruivinha ofegante depois de desferir furiosamente vários golpes de sua espada.


-Inccacerous e Disagea Coercerus!!! Se tivesse minha varinha aqui poderia desativar as runas de selamentos, mas, levaria muito tempo precisaríamos de alguém que conheça bem os encantos!!!


Desespera-se o grifinório.


-Não consigo decifrar essas runas, mas... talvez Snape consiga!!!


Anuncia a grifinória levantando-se de súbito. A expressão de horror de Neville era desoladora.


-NÃO!!! Não podes chamar o inimigo para ajudar-nos, se ele tiver uma varinha tirará nossas vidas sem pensar duas vezes!!!


Explica Neville ficando mais pálido ainda.


-Ele não poderia me prejudicar, sou a esposa do único herdeiro do trono sonserino e o tenho como refém!


Defende-se Ginny guardando a sua espada na bainha.


-Ele não medirá esforços para vingar-se!!!


Anuncia Neville preocupado com a possibilidade de Ginny entregar a única chance de escapar nas mãos do tirano corvinal.


-Teremos de barganhar!


Responde a ruiva sentando-se diante de Neville e cruzando os braços enquanto tentava pensar numa solução.


-Ele não aceitará qualquer opção, a única coisa que ele deseja é casar Astoria com o príncipe Malfoy o quanto antes para reunir os dois condados antes da guerra tomar proporções irremediáveis!!!


Alerta Neville tentando em vão mudar de posição, suas pernas estavam dormentes e os músculos de suas costas completamente tensos.


-Bem eu sou a única com uma varinha em toda a redondeza... ele me ouvirá, garanto! Creio que posso oferecer ao soberano corvinal o que ele mais deseja... mas, para isso eu preciso que me explique cada uma dessas runas, preciso levá-las ao rei Snape para que as traduza!


Diz a grifinória com determinação.


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Narcisa Malfoy recusou-se a deixar a biblioteca enquanto não encontrasse qualquer vestígio de Lúcius ou Draco. A rainha tinha olheiras profundas sobre os olhos, e encontrava-se mais pálida que normalmente seria. Seus olhos possuíam um brilho gelado como a morte e sua varinha lançava maldições a cada criado seu que ousasse parar suas buscas.


O vestido negro com fios de ouro e bordados em desenhos de plumas e babados vitorianos desfilavam impecáveis enquanto a soberana andava de um lado a outro recitando um mantra baixinho trabalhando sua memória nas ultimas palavras que trocara com seu marido. Seus cabelos loiros presos impecavelmente em um coque apertado onde sua coroa prendia como um diadema de pedras preciosas cravejada sobre serpentes de ouro.


-Ninguém saíra desta biblioteca enquanto meu marido ou meu filho retornarem!


Vociferava enquanto respirava pesadamente, o cansaço ainda presente, mas a angustia pela vida dos homens mais importantes da sua vida a mantinham de pé.


-O corpo do traidor Nott está na torre oeste majestade!


Anuncia um elfo de aparência deteriorada, trajando apenas uma túnica com os brasões sonserinos.


-Mantenham o corpo intacto! Bellatriz e McNair desejam o seu sangue para um ritual! Mantenha nossos “convidados” longe da ala oeste!


Ordena a rainha voltando-se para o espelho que trouxera de sua sala secreta. Ela afastou-se da grande movimentação de seus criados e escravos e percebendo-se sozinha tocou a ponta da varinha no vidro.


-Mostre-me Lúcius Malfoy...


Sua voz falhara ao dizer o sobrenome, ela estava desesperada, enviara seus cavaleiros à busca de sua irmã Bellatriz e deveriam chegar logo após amanhecer, mas ficar todo esse tempo sem notícias a deixava apavorada.


-Mostre-me meu marido!!!


Exigia alterada, mas o espelho nada mostrava, apenas uma nuvem escura e ecos vazios de significados... o espelho apresentava-se oco de vida e uma sensação de terror tomava a rainha sonserina. Sentindo as mãos tremendo ela deixou-se apoiar num divã enquanto seus olhos vermelhos e profundos tentavam em vão ignorar as lágrimas.


-Mostre-me meu filho!


Murmura com a voz embargada a rainha, mas antes que tivesse a chance de encarar o espelho novamente fora interrompida.


-Majestade, não encontramos Lady Ginevra Malfoy!


Diz uma das criadas temerosa, curvando-se em completa submissão.


-Como não encontraram aquela pequena miserável??? Por culpa dela este caos amaldiçoou nossa família!!! Ele deve estar por perto, não me importa os meios que usem para encontrá-la, mas tragam-na viva, a venderei como escrava para Lord Creevey o quanto antes!!!


Gritava histericamente Narcisa. Do outro lado da ala que dava para a grande biblioteca Malfoy, Draco ouvira a tudo impressionado ao lado de Zabini.


-Sim milady!


Responde a criada retirando-se da presença da rainha que levantara-se furiosa apertando o espelho entre as mãos.


-Mostre-me a maldita grifinória que arruinou meu filho!!!


Gritara para o espelho com ódio. Zabini agarrou com força o cabo de sua espada enquanto Draco trincava os dentes visivelmente transtornado, se Narcisa descobrisse o paradeiro de Ginny, teria Snape gravemente ferido e um espião grifinório ao lado da princesa sonserina.


-Maldição!


Murmurava o príncipe ao imaginar o que sua mãe ao lado de toda a nobreza do condado poderiam fazer com a ruivinha ao acusá-la de traição. Não haveria outro jeito, ele teria de intervir antes de colocar sua armadilha em ação.


-Zabini, arranque aquele espelho das mãos de minha mãe! Nos encontramos no calabouço!


Avisa o loiro e em instantes o ex-general faz sua presença conhecida.


-Encontramos o príncipe Malfoy!!!


Gritava o moreno chamando a atenção de todos, os olhos de Narcisa abandonaram o espelho, imediatos e pousaram mordazes sobre aquele que fora prisioneiro de seu marido e general de confiança de seu único filho.


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Cedric seguiu para a livraria de Hermione, usando as chaves que a mesma lhe entregara, abriu os cadeados e desfez as correntes sob as grades e em seguida atravessou a grande porta dupla de madeira que davam para a entrada.


Ao abrir as portas, deixou os primeiros raios de sol tocarem as inúmeras estantes de livros e pergaminhos, já empoeirados e em grandes pilhas, o carpete vinho, as paredes em tons suaves de creme e dourado contrastando com a madeira escura das prateleiras arrojadas.


Nas laterais janelas grandes em forma quase triangular, seus vitrais tinhas cores vinho e amarelo sobre eles, em uma discreta menção as origens grifinórias. No centro um lustre de metal envelhecido, bastante simples em forma circular, sobre ele cinco taças de vidro esfumaçado para as velas. O balcão ficava ao fundo daquele salão.


Haviam inúmeros retratos mágicos sobre as paredes, mas diferentes do que se eram acostumados, pintavam paisagens, castelos e navios... nada além do silêncio emanavam deles. Com um meio sorriso teve que aplaudir mentalmente o trabalho de Hermione, era um local discreto, simples e ao mesmo tempo bem localizado, ela teria como trabalhar tranquilamente seus pesquisas sem levantar suspeitas alguma.


Seguindo ainda as orientações da princesa grifinória, o general lufa-lufa adentrou o salão até encontrar uma entrada em falso sobre a ultima prateleira encostada à parede. Precisou empurrar com força a pequena porta de entrada até revelar um pequeno quartinho adornada por centenas de mapas, desenhos, livros, cartas e pergaminhos. Ali estava todo o trabalho de Hermione Potter nos últimos meses que estivera no condado sonserino.


-Muito bem... onde encontrar o mapa para a cidade dos elfos?


Murmurava o Diggory em choque com as pilhas e mais pilhas de mapas e runas naquele lugar... demoraria muito mais do que ele poderia ter imaginado. Lembrou-se da conversa com Daphine Greengrass pouco antes de sua partida... prometera que retornaria antes do anoitecer, não lhe agradava a idéia de deixá-la presa a tenda o dia inteiro.


Respirou fundo e balançou negativamente a cabeça. A duquesa corvinal não lhe saía dos pensamentos, a sua beleza divina, sua personalidade forte, sua postura altiva, sua insubmissão, a forma como não se deixava intimidar e principalmente como mantivera-se forte após ter perdido o amor da sua vida diante de seus olhos sem nada poder fazer.


Ele admirava a jovem duquesa, ela desafiou o rei corvinal conhecido por suas crueldades e estava disposta a entrar nessa guerra para fazer justiça... ele conhecia os sentimentos que atormentavam a jovem corvinal como ninguém, ele perdera Cho num ataque surpresa durante uma viagem que a comitiva da família Chang fazia entre os condados corvinais e grifinórios.


Ele estivera em missão durante o ataque, e soubera dias mais tarde através de sua prima, lady Susan Bones, que todos naquela comitiva, nobres, crianças, idosos, elfos e escravos foram cruelmente torturados e mortos pelos seguidores do misterioso bruxo das trevas.


O jovem general passara meses em reclusão, culpando-se por não estar presente e lutar pela vida da sua noiva. O próprio soberano do condado Lufa-Lufa teve de chamar sua atenção, não era a conduta de um cavaleiro recém-nomeado general afundar-se em lamentação, mas lutar para que a justiça seja feita em nome da perda sofrida.


Sírius Orion Black poderia ser um rei conhecido por sua honestidade, lealdade e bravura, mas não tolerava fracos, jamais fora cruel ou tirano, no entanto para fazer parte de seu valoroso exército, apenas os melhores tinham uma chance. Reconhecendo a oportunidade de vingar a morte de sua noive e honrar o nome de seu condado, Cedric tornou-se o melhor entre os melhores. Depois daquele ataque, muitos outros vieram e toda Gallzar entrara em colapso de guerra.


Com um suspiro cansado o lufa-lufa voltava-se para analise de outros mapas, as lembranças da morte de Cho lhe foram demasiada dolorosas para afundar-se em sofrimento agora. Estava a poucos passos de colocar um ponto final nesta guerra e quem sabe assim seu coração e sua consciência viveriam em paz, bem como a memória de Cho seria vingada com a queda dos seguidores das trevas.


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Ginny entrava no quarto onde o soberano corvinal, Severo Snape, encontrava-se desacordado, a ruivinha respirou fundo antes de atravessar a porta, trazia nas mãos a mesma bandeja de prata com um reforçado café da manhã, agora pela metade já que oferecera uma parte à Neville.


A conversa que tivera com o espião grifinório não lhe saíra da cabeça, ouvira as coisas horríveis que Snape dissera sobre sua própria sobrinha Daphine, conhecia as histórias sobre sua crueldade e intolerância, bem como sabia que era um dos mais fieis seguidores dos bruxos das trevas.


O rei corvinal, desejava poder como Lúcius, e não se importava em passar por cima de qualquer um que considerasse um obstáculo, o jovem cavaleiro Nott fora uma das vítimas de sua ira, e por sorte Daphine escapara ou também não seria  poupada, pensou Ginny estremecendo com a lembrança do corpo do cavaleiro e da fúria de Zabini.


Teria de ser firme e tão frígida quanto um verdadeiro sonserino... colocando a bandeja ao lado da cama sobre o criado mudo e verificou uma ultima vez as ataduras sobre as feridas do rei antes de apontar a varinha sobre ele.


-Enervate!!


Murmura levemente a grifinória e no minuto seguinte os olhos negros e atordoados do tirano corvinal abriram-se bruscamente. Ele ofegava, mais pálido que um lençol, uma expressão de horror estampada em seu rosto de linhas severas, enquanto tentava, em vão, enxergar contra a luz que escapava das grandes janelas do quarto.


Viu-se obrigado a fechar novamente os olhos ao ser invadido por uma extenuante dor de cabeça, sua perna doía como se uma espada a transpassasse, seu corpo inteiro pareceu pesar dez vezes mais, respirar era doloroso e sentia um metal frio e machucar e envolver os pulsos e suas pernas. Com um grunhido de dor, Snape abriu os olhos em fendas enxergando apenas um vulto de uma mulher de longos cabelos ruivos.


Engoliu em seco, talvez ainda estivesse em delírios...


-Lily?


Pergunta com um fio de voz assustando Ginny que aproxima-sedo corvinal levando uma das mãos sobre sua cabeça verificando sua temperatura.


-Rei Snape, não sou Lily, sou Ginevra Malfoy, esposa do príncipe Draco!


Explica a ruivinha pacientemente quando uma das mãos de Snape seguram num aperto feroz a mão que estava sobre sua testa.


-Não toques em mim meretriz!!!


Gritava o corvinal com repugnância. Ele teria machucado a ruivinha se as correntes não o mantivessem preso à cama. Rapidamente a grifinória afastou-se dele puxando o braço com força.


-Teria mais respeito com a pessoa que salvou-lhes a vida se estivesse em seu lugar!


Responde furiosa a ruiva colocando as mãos na cintura e estreitando os olhos para o corvinal, era mesmo um intragável arrogante.


-Respeitar uma infeliz que deita-se com um príncipe em troca de liberdade e ainda se denomina sua esposa? Eu sinto nojo de alguém como vós... percebe-se de longe que és daquele maldito condado grifinório!


Provoca Snape com sua voz arrastada em tom arrogante. A expressão de asco e o olhar enviesado que lançou à Ginny seria o suficiente para levar a mais alta nobreza a encolher-se em humilhação.


-Arrancaria-lhe a língua se não precisasse de vossa ajuda tanto quanto precisas da minha!


Responde Ginny entre dentes apertando a varinha ferozmente, usava cada fibra do seu ser para impedir-se de cortar a língua ferina do tirano corvinal com a sua própria espada, mas as palavras de Neville Longbottom a prendiam a importância de tê-lo em boas condições.


-Se fosse vós não teria aprisionado um rei!


Rebate mordaz o corvinal sibilando de raiva, seus olhos lançavam um brilho mortal em direção a grifinória que tremia furiosamente pela vontade de atacá-lo.


-Não vos aprisionei!


Responde friamente apontando a varinha sobre as correntes.


-Diffindo!


Bradou e o feitiço atingiu os grilhões, mas nenhum mínimo arranhão fora feito.


-Percebeste? Não consegui libertá-lo, tive que tratar de suas feridas ainda o tendo aprisionado!!!


Completa apontando para as ataduras sobre a perna dele. Sanpe assistia a tudo em choque. Sua ferida... como machucara-se? Como chegara àquele lugar estranho? Porque a única pessoa à recebê-lo fora a maldita garota grifinória que intrometera-se no caminho da união entre os condados como desejava o bruxo das trevas?


-Onde está Lúcius Malfoy?


Bradou o corvinal com um semblante sombrio assim que as memórias do dia anterior povoaram sua mente. Apostaria sua coroa que tudo faria parte de um plano desta ordináriazinha grifinória, após ter quebrado a união ilegal com o príncipe através do voto de destruição estaria a perseguir os envolvidos na questão.


-Diga-me mulher desgraçada onde está o rei sonserino???


Gritou fora de si o corvinal reunindo toda sua força para puxar as correntes ao seu limite com as mãos fechadas em punhos. Ginny assistia à cena impressionada com a reação agressiva do soberano corvinal.


Estava tão assustada que demorou para perceber o quanto ele lhe dirigia insultos e acusava-a de traição... do outro lado do corredor Neville tentava em vão libertar-se das correntes, tinha os dentes trincados ferozmente enquanto tentava levantar-se.


Ouvira os gritos de Snape e sentiu o sangue ferver em ira, nem que esta fosse a ultima coisa que fizesse ele faria o rei corvinal engolir cada insulto à ruivinha que lhe salvara a vida. Ele desejava gritar para que ela amaldiçoasse o tirano e o silenciasse, ela não merecia ouvir tamanhas barbaridades e isso revoltava o espião grifinório.


Ginny balançou negativamente a cabeça lentamente enquanto apontava a varinha para o rei bradando furiosamente:


-Mordacae!!!


E os lábios de Snape colaram-se o impedindo de pronunciar um único ruído se quer.


-Agora vais apenas ouvir... caso contrário, não arrependerei-me de arrancar tais insultos de vossa língua com a lâmina de minha espada, quem sabe até pior... esperar até que meu esposo escute por si cada uma de vossas palavras e decida-se por fim a sua existência!!!


Ameaça perigosamente a princesa sem hesitar, usara a frieza de Draco e as palavras de Zabini. A combinação da dupla sonserina surtiu o efeito desejado no tirano corvinal, que de imediato congelou com os olhos arregalados em pavor diante da ruivinha.


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Luna Lovegood sorria jovialmente abraçada ao general grifinório de cabelos ruivos, trocaram beijos e carícias por horas a fio, os cabelos antes presos da loirinha estavam completamente soltos sob as mãos de Ronald Weasley.


-Então eras a surpresa que Hermione me enviara?


Questiona Luna corando enquanto deitava a cabeça sobre o peito do ruivo que apertou os braços em torno da cintura da sua Lovegood, perdendo-se em devaneios com o perfume dela.


-Minha chegada à Sonserina fora uma surpresa até mesmo para mim...


Comenta o ruivo enquanto contava para Luna como o príncipe e seu melhor amigo Harry Potter com a ajuda de Hermione, o levara levianamente até as fronteiras. Depois de meia hora de risos Luna, Ronny a levou para sentar-se no grande divã no canto da sala.


-E Hermione não desistiu de lutar apesar de sua condição?


Pergunta Luna curiosa levando o Weasley a ampliar os olhos.


-Como sabes disso??? A gravidez de Hermione está mantida em sigilo absoluto!!!


A expressão horrorizada do general levou a Luna a rir novamente antes de responder-lhes.


-Intuição feminina... eu dificilmente erro sobre isso!!!


Explica com um sorriso doce enquanto acariciava o rosto de Ronald com a mão direita, admirando cada traço do seu belo rosto, suas feições fortes, seus olhos tão azuis...


-Uma criança é uma benção na vida de um casal Ronald, a união de Harry e Hermione estava destinada a acontecer e fora abençoada pelas estrelas!!!


Falava Luna suavemente, a calma e a maciez de sua voz eram como um balsamo para os ouvidos do general que fechou os olhos e beijou a palma da mão de Luna que acariciava seu rosto.


-Espero que em breve sejamos tão abençoados quanto eles!


Confessa Ronald abrindo os olhos e tendo uma expressão sublime sobre o rostinho iluminado de Luna.


-Assim que esta guerra tiver um fim... pedirei vossa mão em casamento para o senhor Lovegood!


Promete o ruivo sem determinação, amava a pequena loirinha desde os tempos de treinamento pesado em Hogwarts, ela era uma menina extremamente doce, inteligente, leal, corajosa e rara, conquistara seu coração e pensamentos no momento que foram apresentados um ao outro, em um baile de mascaras em Hogwarts.


-Oh Ronald, eu não poderia estar mais feliz!!!


Confessa a loirinha atirando-se aos braços do general grifinório enquanto roubava-lhe um beijo apaixonado, cheio de amor, felicidades e promessas.


-Temos que nos concentrar a partir de agora meu pequeno anjo!


Anuncia Ronald encostando sua testa à dela enquanto respirava profundamente, ele poderia passar uma eternidade aos beijos com Luna, mas não poderia ultrapassar certos limites, desejava desposá-la antes de se permitir avançar em algo além de beijos.


-Vamos ao escritório de meu pai!


Os dois estavam sentados na sala de estudos de Xenófilo Lovegood, Ronald na poltrona diante de um magnânimo bureau de mogno polido e a loirinha sobre o braço da mesma enquanto mostrava-lhes cada uma das descobertas e denúncias que seu pai anunciava no jornal.


-Estavam escravizando criaturas mágicas também???


Questiona o ruivo horrorizado com os documentos que Luna e seu pai guardavam naquela sala.


-Não somente essas criaturas, mas cada bruxo que se mostrasse contrário às ordens da coroa... como meu pai!


Explicava a loirinha baixando os olhos ao recordar-se do dia que capturaram seu pai. Ronald percebendo a tristeza nos olhos de Luna, leva uma das mãos gentilmente sob o pequeno queixo dela a obrigando a levantar o rosto e fitá-los nos olhos.


-Não precisas se preocupar... eu estou aqui agora e prometo-vos que libertarei vosso pai!!!


Promete solenemente o grifinório ao sentir os braços de Luna o envolver pelo pescoço num afago suave, leve e terno assim como ela.


-Não sabes o quanto ansiava pela tua chegada!


Confessa Luna permitindo-se sorrir novamente. Os dois trocaram um beijo carinhoso antes de Ronald notar o pingente que Luna usava.


-Este pingente... não me é estranho...


Murmura o grifinório num semblante severo.


-É um dos objetos mágicos do papai, mas ainda não descobri como ativá-lo!!!


Explica Luna distraidamente ao general.


-Deve ter algum motivo para que tenha deixado a seus cuidados Luna!


Preocupa-se o Weasley franzindo a testa ficando mais sério ainda.


-Na realidade, ele enviou-me depois que Blaise Zabini fugiu do calabouço do castelo Malfoy e trouxe Ginny para cá!


Relembra Luna com uma expressão distraída, no entanto a reação de Ronald a surpreendeu. Ele simplesmente levantou-se bruscamente com a menção ao nome de sua irmã mais nova.


-Blaise Zabini??? O que ele fez com a minha irmã???


Gritava o general grifinório fora de si.


-Não fez nada de mal, ele está servindo ao príncipe como responsável pela proteção de Ginny!!! Malfoy estava preocupado com ela e a mandou aqui com o ex-general para que encontrasse o senhor Weasley!


Explica Luna rapidamente, antes que o grifinório explodisse em mais uma crise de fúria.


-Meu pai? Ele está aqui? Ele sabe da Ginny com o Malfoy?


Pergunta o ruivo completamente atordoado enquanto Luna suspira pesadamente... esta seria uma longa conversa...


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Ginny usava um vestido de seda e rendas nas cores verde e dourado, a saia com vários babados de renda era mais leve e apesar da aparência, muito mais fácil de ser usada enquanto caminhava.  Ela abriu mão dos saiotes que davam o volume e a pompa a saia tendo em vista que seguir pela floresta proibida seria bastante perigoso para deixar a vaidade intervir.


O corpete do vestido era bastante justo e desenhava magnificamente as curvas da grifinória acentuando os seios fartos e a cintura fina. As mangas chegavam pouco mais do antebraço justas ao corpo com rendas em toda sua extensão. Para finalizar, usava botas de couro marrom, na cintura o cinturão com sua espada e os cabelos presos em uma trança que pendia por seu ombro esquerdo.


-Vamos seguir até os limites da propriedade e tentar aparatar para a floresta proibida!


Explica Neville ao lado da princesa que permanecera em silencio desde o instante que deixaram a mansão Black.


-Existem seis tipos de escudos de proteção ao redor da propriedade Black, não poderemos simplesmente aparatar!


Relembra Ginny seriamente enquanto pensava numa forma de escapar da mansão.


-Draco Malfoy e Blaise Zabini conseguiram sair deste lugar, então também poderemos... não lembra-se de ninguém mais ter sido capaz de atravessar essas barreiras de proteção?


Questiona Neville.


-Apenas alguns elfos!


Responde a grifinório franzindo a testa com a lembrança de Draco escondendo uma chave na biblioteca da mansão.


-Existe algo que talvez possa nos ajudar!


Anuncia a ruivinha correndo novamente para a mansão até encontrar o objeto desejado, não demorara muito e ela teve a gaveta desbloqueada e a chave dourada em suas mãos. Sorrindo triunfante, Ginny retorna para os jardins ao encontro de Neville.


-Esta chave dá acesso a entrada da mansão Black... talvez nos leve a saída também!


Explica a princesa quando ela e o espião da grifinória seguram a chave e a ativam... uma luz dourada os envolveu completamente e no instante seguinte estavam fora da propriedade Black, no interior sombrio da floresta proibida.


A mudança súbita de ambiente deixou a ruivinha um tanto zonza, enquanto Neville parecia impressionado por não conseguir mais enxergar qualquer vestígio da mansão Black.


-Precisamos deixar a floresta e seguir para a vila!


Diz o grifinório ainda com uma expressão de choque em seu rosto.


-Temos que tomar cuidado, este lugar está ocupado por dementadores!


Alerta Ginny puxando sua varinha à altura do rosto e tendo a outra mão instintivamente sobre o punho da espada como Draco lhe ensinara nas tantas aulas de esgrima.


Neville agora em posse de uma varinha fizera um encanto simples para mostra-lhes qual a direção a seguirem e cautelosamente a dupla de grifinórios avançou sobre as sombras tenebrosas da floresta.


-Ronald estará na vila?


Pergunta Ginny sentindo um traço de esperança e saudades percorrer o coração.


-Provavelmente! Escondido na casa dos Lovegood é claro!


Responde Neville enquanto desviava de algumas raízes expostas e iluminava o caminho com sua varinha.


-Ele conhece a Luna?


Pergunta a ruivinha curiosa, havia tanto o que saber sobre as suas amigas Luna Lovegood e Hermione Granger depois que descobrira o verdadeiro motivo que as trouxera ao condado.


-Sim, ele esteve enamorado da lady Lovegood desde o quarto ano em Hogwarts, quando se conheceram!


Neville sorri com a memória deixando a ruivinha ainda mais curiosa.


-E Hermione? Como tornou-se princesa? Como conheceu o Rony?


Continua a princesa.


-Bem, ela foi uma das primeiras garotas a freqüentarem uma escola exclusiva para nobres! Por não possuir título ou fortuna ela sofrera muito durante os primeiros anos... mas sempre se destacou como a melhor e mais brilhante bruxa da nossa geração e logo no primeiro ano Harry já tinha expressado seu encantamento por ela!!!


Explica Neville parando apenas para conferir a direção que seguiam.


-Harry se aproximou dela bem como Ronald que ingressara em Hogwarts como cavaleiro do herdeiro grifinório! Você deve saber disso, já que Zabini também fora cavaleiro do herdeiro sonserino! Os três tornaram-se conhecidos como o trio de ouro logo após um sério incidente da fuga de um troll que quase tirou a vida de Hermione, depois disso tornaram-se inseparáveis!


O grifinório sorria enquanto narrava a história para uma Ginny maravilhada.


-Houve muitos problemas até que Harry quebrou todas as regras da linhagem Potter para desposar Hermione mal completando dezessete anos de idade, mas tudo fora mantido em segredo por causa da guerra! Hermione perdera os pais em um ataque dos seguidores do bruxo das trevas, e depois disso abdicou da segurança do palácio e usou o disfarce da livraria para colher informações, ela conseguiu elaborar mais de vinte mapas com todas as rotas do condado sonserino, entregava-nos os nomes dos seguidores das trevas mais poderosos, descobriu o paradeiro dos elfos e teve o apoio de todos eles para colocar um fim à guerra!


Completa percebendo um brilho sonhador nos olhos de Ginny.


-Luna e seu pai sempre apoiaram o fim dessa guerra, apesar de toda a família pertencer à corvinal e pela mãe dela ter sido uma sonserina da alta nobreza eles lutaram bravamente ao nosso lado descobrindo muitos dos segredos que envolviam o misterioso bruxo das trevas!


Encerra Neville.


-Draco contou-me das aventuras do trio de ouro! Mas, não imaginava que eles passaram por tudo isso! Estou impressionada com tudo o que Hermione fizera até agora... eu nunca cheguei a imaginar!!! Especialmente a Luna, ele sempre fora tão doce que não consigo imaginá-la em meio a uma guerra!


Responde Ginny surpresa e ao mesmo tempo admirada com a história por trás das únicas pessoas que poderia chamar de amigas naquele condado. Os dois já se aproximavam da estrada de terra batida que seguia para a vila quando ouviram o trotar de cavalos a toda velocidade trazendo uma carruagem negra com um brasão de aço sobre ele formando um magnífico L adornado em folhas de oliveira lapidados com capricho.


Percebendo o perigo, Neville toma Ginny pelo braço e se escondem entre os troncos largos das arvores sombrias. O espião girifinório fizera sinal para que ela mantivesse silencio absoluto quando a carruagem parou, e de dentro dela saiu... Bellatriz Lestrange.


-Encontrem-na e traga aquela maldita garota e o bastardinho em seu ventre para minha querida irmã Narcisa... ela vai aprender a nunca desafiar um Malfoy!


Exige a morena com um sorriso de escárnio, recebera uma coruja de Narcisa informando da possibilidade de estarem nos arredores da antiga propriedade Black e desejava acabar com a vida da grifinório que tornara-se causa da ruína da sua família.


-Como desejar milady!


Goyle sorriu sadicamente enquanto descia da carruagem, seria um dia bastante divertido para ele.


-Vamos caçar uma garotinha hoje... e nos divertir bastante antes de devolvê-la ao castelo!!!


Murmura para seu companheiro Crabbe antes de adentrar a floresta proibida. Neville trincava os dentes apertando sua varinha com força enquanto Ginny estava apavorada com a possibilidade de Bellatriz e seus capangas a encontrarem, como conseguiram seu paradeiro? Como escapariam para a vila ao encontro de Ronald com esses dois monstros a caçá-la como um animal à prêmio?


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Capítulo demoraaaaaaaaaaadoo mas, finalmente onlineeeeee com dedicação especialíssima para Jeeh Weasley Nigro *-* que comentou e me deu um super empurrão para digitar este capítulo em menos de dois dias auhauhauahuahuahuahauuaahuauaha!!! Espero que tenha gostado do capítulo de hoje, está curtinho porque eu queria postar logo, mas, garanto que a continuação não tardará a chegar XD


Ray Malfoy, Angeline McFellow, Nakka-sama (tia Gaby) onde vocês estão???? @_@


 

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