Os sentimentos de Draco





Xenófilo Lovegood estava em sérios apuros, seguia junto aos civis que procuravam por pistas do príncipe da sonserina, anotava tudo que via e ouvia, da mesma forma como ocultava pistas óbvias da localização deste.


O pai de Luna, escondera cuidadosamente cada uma das pegadas do cavalo, o qual Draco e Ginny aproveitaram para fugir dos feitiços de Bellatriz Lestrange, sob diversas folhas secas já espalhadas pelo chão.


Ele também guardara consigo o cetro mágico que encontrara em meio a uma clareira assim como usou o que conhecia de magia para apagar as pegadas de um elfo que cruzava o mesmo caminho.


-Eles não devem ser encontrados até que o ciclo esteja finalizado!


Murmurava segurando confiante o colar que ostentava um pingente em forma de pergaminho. Os olhos sonhadores do senhor Lovegood não perceberam a aproximação sorrateira de um dos guardas do reino.


Este estava de olho no velho dono do jornal, já conhecia a fama de Xenófilo por criticar a política do condado e a escravidão dos elfos e refugiados do rei, além de denunciar as conseqüências de utilizar magia das trevas.


-Que raios de ciclo é este seu velho louco??? Bradava ameaçador o guarda torcendo o braço do senhor Lovegood em suas costas o atirando no chão.


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Distante da grande mobilização em busca do príncipe...


no coração da floresta proibida...


Draco estava lívido após a leitura da carta de sua mãe. Seus olhos estavam estáticos e as mãos ligeiramente trêmulas. Narcisa havia enviado sua elfa doméstica para levá-lo para a mansão de veraneio da família Black, segundo as palavras da própria rainha, tratava-se de um local protegido por muros poderosos de magia antiga e ninguém poderia encontrá-lo lá sem que ele permitisse...


Quando mais novo, Draco ouvira inúmeras histórias a respeito da mansão perdida da família Black, mas nunca chegou a imaginar que poderia esta poderia existir de fato. Entretanto... As próximas linhas da carta levaram o loiro a prender o ar em seus pulmões. Draco Malfoy, príncipe e único herdeiro ao trono da Sonserina, estava a ser caçado pelos seguidores do temido bruxo das trevas e por cada habitante do condado, movido por uma generosa recompensa em jóias e ouro oferecida pelo próprio rei Lúcius.


Agora além de ser alvo da repugnância dos outros, seria tratado com a mesma cortesia que um fugitivo, um criminoso ou até mesmo assassino. Sua cabeça à premio, esta informação trouxe a imagem de Bellatriz Lastrange a sua mente e a forma animalesca como a mesma o perseguiu em meio a floresta proibida.


Por fim... o seu tão esperado casamento com a duquesa Daphine Greengrass ainda estava a acontecer em breve para a união dos reinos como anunciara seu pai, não importando se a noiva o rejeitasse ou não por sua nova aparência.


E como observação final, Narcisa o informou que seu amigo, o general Blaise Zabini, agora era um mero prisioneiro nas masmorras do castelo por não conseguir nenhuma notícia a respeito do elfo que o amaldiçoou...


-Maldição!!!


Vociferava o sonserino amassando o pergaminho entre os dedos em fúria.


-O que aconteceu?


Questionou a ruivinha num sobressalto. Ginny estivera a observar silenciosamente o príncipe com a majestosa coruja negra ao seu lado, empoleirada no alto de uma confortável poltrona de veludo verde. Permanecera assim, a uma distancia que considerava segura, do sonserino desde o momento que entregara a carta de sua mãe.


-TUDO WEASLEY!!! Aconteceu tudo!!! Minha vida é um inferno!!!


Gritava o Malfoy com os olhos faiscando em ira, todos os moveis do quarto pareciam estremecer quando Draco socou a parede, numa tentativa de liberar sua raiva, atravessando-a com seu próprio punho, para espanto da ruivinha.


Depois de alguns minutos em silencio profundo, a grifinória aproximou-se lentamente do loiro colocando a mão ternamente sobre seu ombro, num toque tão suave que o príncipe quase não percebera.


-O que havia naquela carta?


Pergunta suavemente ao perceber que o loiro respirava com dificuldade e rosnava em resposta.


-É a maldição?


Arrisca a ruivinha sem tirar a mão de seu ombro. O sonserino a encarou com o canto dos olhos e percebeu que a Weasley demonstrava sinceridade em seus olhos. Mas algo dentro dele recusava-se a acreditar na bondade de uma Wasley para um Malfoy.


-Não...


Disse com a voz embargada desviando rapidamente o olhar para o dano que ele provocara na parede do quarto e fitando a sua mão com curiosidade, nunca fora forte o bastante para causar tamanho estrago.


-É sobre aqueles dementadores que nos atacaram na floresta proibida?


Ginny questiona levantando uma sobrancelha, desconfiando que o loiro poderia estar ocultando alguma notícia dela.


-O que sabes a respeito daquele elfo? Ainda não dissestes uma palavra da sua possível localização... ou como pretendes ajudar-me??? Com poções feitas de raízes de mandrágora??? Qual teu verdadeiro objetivo ao oferecer ajuda Weasley???


Draco acusa sarcasticamente enquanto a prensava contra a parede semicerrando os olhos e segurando o pescoço da ruiva perigosamente como se lutasse contra o desejo de enforcá-la ali mesmo.


-Como?


Ginny pisca várias vezes na tentativa de absorver a mudança brusca de atitude do sonserino, ele estava a duvidar dela após tudo o que fez por ele? Depois de tudo que sofreram na floresta proibida durante a noite? Os olhos da ruiva ganharam um brilho mortal.


-Estas a duvidar de mim Malfoy??? Depois de ter arriscado minha vida seguindo contigo para o interior da floresta proibida, acreditando em sua palavra, mesmo quando seus “fiéis” cavaleiros não foram capazes de fazê-lo???


Bradava sem se deixar intimidar, seu rosto estava completamente vermelho.


-Weasley...


Ele adverte em tom ameaçador.


-Não!!! Eu não sou escrava para ouvir em silencio suas barbaridades e assistir temerosa cada explosão de humor de vossa majestade!!!


Diz a ruivinha no mesmo tom empinando o nariz e ignorando a sensação de aperto em seu pescoço quando os dedos do Malfoy pressionavam mais fortemente.


-O que esperavas que eu disseste???


Diz o loiro entre dentes soltando a Weasley de uma vez e virando-lhes as costas.


-A verdade!!!


Ela diz fracamente segurando-se na parede para recuperar-se do choque.


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Hermione ofegou quando a varinha do elfo subiu ao alto e a voz sombria conjurou um feitiço poderoso que evocou um imenso globo vermelho diante de seus olhos. A morena mal piscava os olhos, tamanho seu choque ao ver que o estranho globo vermelho ampliou-se para englobar o elfo, ela e as ruínas por inteiro.


A grifinória deu uma passo para trás ao notar que as ruínas estavam transfigurando-se em um labirinto imenso e escuro. Uma ampulheta surgiu magicamente ao seu lado pairando acima de seu ombro quando uma voz fantasmagórica ecoou as suas costas.


-Tens até o ultimo grão de areia desta ampulheta para encontrar o fim deste labirinto e desvendar o mistério do Dragão... se não conseguires, cara senhora Potter... serás banida destas terras sagradas para sempre!!!


A morena experimentou a sensação de ser observada por dezenas de olhares curiosos, era uma espécie de arena, onde todos os elfos poderiam julgar cada um de seus passos.


-Sou a atração da vez...


Murmura entre dentes, detestava sentir-se assim. Hermione sentiu as mãos fechando-se em punhos. Permanecia arriscando a própria segurança estando naquele local em plena luz do dia, mas o fizera para ajudar sua amiga Ginny e impedir um ataque prematuro ao condado da Sonserina.


Com os olhos faiscando em ansiedade, Mione entendeu que os elfos nunca foram tão conjeturados assim. Desconfiados dos humanos. Com toda a certeza as atitudes dos homens do rei estavam incitando o ódio entre as criaturas mágicas, e isto seria perigoso demais.


-Que o desafio tenha início!!! Bradou a voz e Hermione preparou-se para o pior.


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-Cada homem deste reino está à minha procura na floresta proibida esquecendo-se da maldição e do elfo que me atacou... na realidade estão me caçando como um fugitivo em troca de um premio em ouro oferecido pelo próprio rei...


A ruivinha levou a mão à boca e seus olhos ampliaram-se em surpresa, a voz de Draco continha tanta amargura e decepção que comoveram o grifinória.


-O meu pai... O poderoso e temido rei Lúcius... deseja unir o condado da Sonserina com a Corvinal para ampliar sua força militar e iniciar uma invasão à Grifinória, através do meu casamento com uma Greengrass, sem se importar se estarei vivo ou morto depois disto, ou se a noiva me repuiará ou não, se essa maldição continuar a me manter com a aparência de um monstro...


Continua o príncipe sem esconder a revolta em suas palavras, ele anunciou o nome de seu pai com repugnância fechando as mãos em punhos ferozes. Ginny estava perplexa, não esperava que Draco, o príncipe da Sonserina estivesse sofrendo pela sede de poder do rei, seu pai.


-Sem mencionar o fato de que meu melhor amigo pode brevemente ser enforcado por causa daquele elfo desgraçado que desapareceu sem deixar rastros!!!


Draco fecha os olhos com força.


-Não há como impedir isto??? Podemos retornar ao palácio exigir que vosso amigo seja libertado, pedir anulação do casamento até que a maldição esteja...


-NÃO WEASLEY!!! ESTAMOS PRESOS NESTA MANSÃO ENQUANTO O DESGRAÇADO DO BRUXO QUE MEU PAI SEGUE DESEJAR PUNIR-ME SEVERAMENTE PELA MINHA FUGA!!!


Os olhos da ruivinhas estavam vidrados na nova figura a sua frente, ele fugira??? Draco Malfoy o tão inabalável príncipe, agora demonstrava ser tão humano quanto qualquer outro, encontrando-se transtornado, irradiando ódio em cada fibra de seu ser.


O que nenhum dos dois percebeu, era que todos aqueles sentimentos de desespero estavam acelerando o processo da maldição, desfigurando mais seu corpo.


-AAAAAAAAHRRRRRRG!!!!


Com um grunhido de agonia, o príncipe cai de joelhos afundando as mãos agora transformadas em garras no grosso tapete sobre seus pés. Sua visão embaçada e lágrimas de dor caindo de seus orbes metálicos, sentiu o ar queimar seus pulmões e sua pele ser dilacerada numa velocidade impressionante, tal como se estivesse sob a maldição de cruciatus.


-Não!!! A ... a maldição está ficando fora de controle...


Murmura Ginny apavorada, mas o espírito Grinfinório dentro dela falou mais alto e rapidamente ela corre até o sonserino com um frasco de poção em suas mãos. Determinada a ruivinha abraça o loiro com força até que parasse de se contorcer e logo em seguida estendeu a poção obrigando-o a ingeri-la imediatamente.


Poucos minutos depois Draco estava exausto, com a cabeça repousando no colo de Ginny que mantinha as mãos protetoramente em seu rosto desfigurado aliviando a dor com lenços em compressas.


Ambos ainda permaneciam no chão, ofegantes e assustados.


-Essa maldição vai acabar tirando-me a vida...


Diz fracamente o loiro enquanto sentia cada músculo de seu corpo entorpecido pelo efeito da poção.


-Não percebeste ainda Malfoy? A cada explosão de ira tornastes mais e mais vulnerável a esta transformação...


Responde a ruiva desviando o olhar para a sua cesta sobre a mesinha de cabeceira, onde estava escondido o broche em forma de flor. Imaginando qual o momento que deveria usá-lo e como fazê-lo…


-Há então devo-me preparar para nas próximas horas transmutar-me em um completo trasgo!!!


Diz com acidez o sonserino ao lembrar da carta de sua mãe. Não poderia confiar em ninguém, estava na mira de todos os seus cavaleiros e agora tornara-se alvo da ira do bruxo das trevas, ou morreria por meio da maldição, ou pelas mãos dos seguidores das trevas.


-Porque fugistes Malfoy??? Não estarias melhor no conforto de vosso palácio?


Perguntou a ruivinha tentando evitar uma nova onde de fúria no sonserino.


-Eu ansiava por liberdade Weasley, estar livre para escolher meu destino, livre das ordens de meu pai...


Diz o loiro com um brilho de melancolia em seus olhos.


-Abririas mão de todo o conforto e autoridade de um príncipe?


Questionou incrédula a ruiva, ganhando um sorriso presunçoso do loiro.


-Claro que não!!! Eu formaria meu próprio reino, teria meus próprios súditos!!!


Diz em tom obvio ao que Ginny revirou os olhos.


-Não é tão fácil assim Malfoy, ainda mais para um nobre que vive a maltratar seus súditos e escraviza criaturas mágicas!!! Serias um tirano!!!


Repreende a Weasley cruzando os braços e estreitando os olhos.


-Um rei deve manter-se firme para ser respeitado, cruel para ser temido e implacável para ser soberano!!! Este é o código de honra da sonserina!!!


Enumera Draco como se recitasse um poema.


-Estás muito enganado Malfoy... vosso código de honra é falho!!! Um rei deve ser JUSTO para ser respeitado, ASTUTO para ser temido e AMADO para ser soberano!!!


Os olhos do loiro estreitam-se como fendas e o sonserino levanta-se bruscamente sentando-se frente à Weasley.


-O que a faz crer que Justiça, Astúcia e Amor fazem um rei??? O que uma grifinória estúpida de família pobre sabe sobre poder??? Não venhas com palavras doces Weasley, elas não vencem uma guerra!!!


O príncipe fala cada sílaba com veneno deixando a ruivinha magoada. A expressão em seu rosto delicado transparecia dor, tristeza, saudade, raiva... e algo mais que Draco não conseguia entender.


-Eu sei sim, Malfoy... sei o que centenas de pessoas sofrem por causa das injustiças praticadas por sua família, que existem famílias separadas pela simples vontade de reis tiranos como Lúcius e Snape, sei que cultivar o ódio é mais traiçoeiro que plantar a compaixão entre seus súditos, eu vi... eu vivi tudo isso bem melhor do que a “vossa majestade”!!!


Diz rispidamente a Weasley levantando-se com lágrimas nos olhos, o que estranhamente deixou o sonserino perturbado. Algo no seu peito parecia ligeiramente apertado.


-É melhor procurarmos algo para comer... depois disso direi tudo o que sei sobre o elfo em troca da minha liberdade e do meu pai, e depois disso poderei voltar para o condado da Grifinória !!!


Diz a ruiva entre soluços, no entanto com firmeza, mas, sem encará-lo. Draco sentiu-se petrificar, não piscava nem movia um músculo do lugar. O pensamento de Ginny o deixando sozinho naquele caos, partindo do condado com seu pai e seguindo sua vida na Grifinória, longe dele e talvez preparando-se para um futuro casamento o assombrou de maneira espantosa.


Por alguma razão apenas a presença da ruiva tornou-se imperativa para o príncipe da Sonserina. Ele sentia necessidade constante de sua coragem, de sua determinação, de sua voz tão doce e ao mesmo tempo tão tempestuosa, seu toque suave e seus olhos tão fascinantes...


Draco sentia como se ela pertencesse à ele, que sua sanidade e auto controle apenas existiam por causa dela, ela era a única que não lhes virava o rosto, não tinha medo de ser verdadeira e expressar certas verdades mesmo que isso o deixasse fora de si.


Esses pensamentos o atingiram com a força de uma tempestade e a velocidade de um raio. Não poderia deixá-la ir, não permitiria que se afastasse dele tão cedo, ainda precisava dela com todas as forças, mesmo sem entender a razão...


-Não irás a lugar algum Weasley!!!


Bradou o loiro em tom de desespero, fazendo a ruiva voltar-se à ele com um olhar interrogativo. Reunindo todas suas forças, Draco levantou-se e a passos largos alcançou a Weasley segurando seu braço possessivamente.


-Permanecerás comigo!!! Não permitirei que afastes-se de mim!!!


Os olhos cinzas do príncipe buscaram angustiados os orbes azuis da Weasley que o brindaram com surpresa.


-Malfoy...


-Fiques comigo Weasley!!! Por... por favor!!!


Os olhos de Ginny ampliaram-se em choque.


Seria mesmo possível que estivesse diante de um legítimo puro-sangue Malfoy?? Era a primeira vez que o príncipe Malfoy implorava por algo, e este algo, era a presença dela...


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Demoradíssimo, mas finalmente on XD


O capítulo ficou longo demais e não estava conseguindo atualizar a fic graças a minha net péssimaa =(


Ainda sem uma formatação digna, mas em breve coloco a fic nos eixos kkkkkkk Ray Malfoy *-* que bom que não me abandonou!!!


O que achou desse capítulo??? Gostou??? Tem alguma sugestão??? Próximo capítulo terá algo surpreendenteee entre Draco e Ginny!!!


Beijinhooos!!! =******

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Comentários (2)

  • Isis Brito

    "Um rei deve ser JUSTO para ser respeitado, ASTUTO para ser temido e AMADO para ser soberano!!!" Me arrepiei todinha!! Que palavras lindas!! *-* 

    2012-09-13
  • Isis Brito

    Draco com ciúmes...Draco se apaixonando...Draco pedindo, por favor, que Gina ficasse...Oh meu Merlin, que coisa fooofaaaa!!*------------------* 

    2012-09-13
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