Essências.



Capítulo 5 – Essências


 


Esse capítulo mostra uma Lily sentimental e bem afetada pela besteira que fez. Foca bastante nas amizades da ruiva com Marlene (sei que tinha gente esperando por isso!) e com Remus, mas não se preocupem, é só amizade mesmo!


 


Espero que gostem e vamos ao que interessa.


 


Lily se dirigiu o mais rápido possível à sala de Feitiços, conseguindo chegar a tempo e encontrando o aglomerado de alunos com vestes da Grifinória e da Corvinal conversando diante da porta da sala de aula trancada. Pelo visto, quem tinha se atrasado desta vez havia sido o professor. “Ótimo, acho que dá tempo de uma conversa rápida com a Lene.” pensou a ruiva, procurando Marlene no meio dos outros colegas. Sim, ela não havia esquecido da recomendação de Cook, sugerindo que ela nem perdesse seu tempo tentando conversar com Marlene, mas, que mal isso podia fazer? Tinha que checar qual fora a mudança que seu desejo havia causado na amiga.


 


Encontrou a amiga conversando com Dorcas e Alice, um pouco afastada dos demais alunos. Assim que começou a andar, viu que outra pessoa se juntava ao grupo. Lupin vinha, todo galante, em direção às meninas. Afrouxou mais a gravata e alargou o sorriso dizendo:


 


- Olá meninas!


 


- Por que não vai procurar sua namoradinha vândala e deixa a gente em paz? – disse Marlene arrogante, encarando Remus com um ar enjoado.


 


“Essa não é a Lene que eu conheço.” Pensou Lily, enquanto espiava um pouco mais o comportamento das amigas, ainda sem chegar muito perto do grupo. “Espera aí, ela me chamou de vândala?!”


 


- Ah, eu não acho essa uma boa ideia. – disse Lupin, colocando um dos braços em volta dos ombros de Dorcas e brincando com algumas mechas loiras de seus cabelos. – Que tal sairmos um dia desses? Eu, vocês e Lily. Podíamos tomar uma cerveja amanteigada no próximo passeio à Hogsmead!


 


- Jamais sairíamos com você ou Evans. – disse Dorcas se livrando do braço musculoso de Remus.


 


- É, não saímos com encrenqueiros. – completou Marlene. – E não pense que sou tão inocente a ponto de não saber que anda me chamando de patética por aí.


 


Achando que já era o suficiente, a ruiva finalmente se aproximou do grupinho que já começava a se desentender.


 


- Oi meninas, oi Remus. – disse Lily tentando sorrir para as garotas e dando um beijo na bochecha de Lupin. Enquanto observara a cena, tinha resolvido que o melhor seria entrar no jogo de seu novo destino, agindo como se aquilo fosse o normal em sua vida. Só assim conseguiria mais informações que poderiam ser úteis para que pudesse sair daquela cilada, descobrindo como reverter seu erro. Só que, apesar de sua força de vontade, era difícil para Lily fingir amar Remus e beijá-lo na frente de todo mundo, mesmo que fosse só no rosto. Mas o mais difícil era beijá-lo na frente de James e ver que ele não se importava. Talvez estivesse começando a gostar do Marauder, ou melhor, ex Marauder.


 


- Lily! - exclamou Remus abraçando-a. – Que bom que você chegou, estávamos falando mesmo sobre você. O que acha de tomarmos uma cerveja amanteigada com as meninas no próximo fim de semana em Hogsmead?


 


- Claro meu amor! – concordou a ruiva entrando no jogo, mas se sentindo um pouco estranha ao pronunciar essas palavras para aquele que até então era apenas seu grande amigo. – O que as meninas acharam?


 


Bingo! Marlene teve a reação esperada e disse tudo o que Lily precisava saber, qual fora a mudança no comportamento da amiga.


 


- Escuta aqui garota, você não é minha amiga, nunca precisou de mim e agora quer me convidar pra beber? – explodiu Marlene, os olhos se enchendo de lágrimas. – Você me trocou por esse aí, me deixou na mão, Lily! No nosso primeiro ano, a gente era tão amiga, eu tentei te ajudar a entrar no mundo da magia, já que você tinha nascido trouxa e não sabia de nada sobre Hogwarts, ou a nossa vida. Mas o que aconteceu? Eu vou te dizer o que aconteceu. Você me trocou por esse... esse idiota pra ficar aprontando e botar a escola inteira abaixo!


 


Aquelas palavras pareciam dilacerar o coração da ruiva, mas ela tinha que permanecer firme para conseguir ouvir a história até o final. Podia ouvir a história por meio de Cook mais tarde, era verdade. Mas precisava ouvir tudo aquilo de Marlene. Por Merlin, como poderia imaginar que a simples formação de um grupo poderia influenciar tanto uma história, sua história, sua vida! Agora percebia o quanto ela e os Marauders estavam conectados. Tudo o que queria era que aquela situação toda voltasse ao normal. Queria poder abraçá-los, os quatro. Sirius, Remus, Peter e James. James. Ah, como sentia sua falta, suas provocações, suas péssimas cantadas... sentia falta do garoto que sempre fingira odiar. Determinada em saber de tudo, Lily permaneceu filme para ouvir o resto.


 


- Vai ficar quieta e fingir que não se lembra, não é mesmo? – gritou Marlene, atraindo a atenção dos demais alunos que se viraram para assistir a discussão das garotas. – Vai me dizer que não se lembra daquele dia, que não foi importante pra você! Aquele dia, quando você fez questão de...


 


- O que está acontecendo aqui, senhoritas? – ouviu-se a vozinha aguda do professor Flitwick se aproximando. – Gritando nos corredores, Srta. McKinnon, isso é novidade para mim! Srta. Evans, onde pensa que vai?


 


Mas Lily já não ouvia mais, tinha saído correndo, só o que queria era se livrar daquele cenário, não queria ver mais a expressão de dor da amiga e agora que o professor havia chegado e interrompido Marlene, não tinha motivos para permanecer ali, já estava em detenção mesmo. Foi direto para o corujal. Ao chegar à torre, o cheiro terreno que o chão de palha e restos de ratos mortos emanava lhe parecia, de certo modo, acolhedor. Sentou-se ali mesmo, não se importando com a sujeira. Mas antes que pudesse começar a refletir um pouco, ouviu passos e logo a figura de Remus Lupin apareceu.


 


O garoto se sentou ao lado de Lily e a abraçou, não de modo grosseiro ou com segundas intenções e sim de um jeito reconfortante. Isso fez a ruiva perceber que, por mais que aquele desejo tivesse mudado o rumo do destino dos quatro Marauders, a essência deles permanecia. E a essência de Lupin estava nítida naquele abraço inocente.


 


- Por que, Remus? Por que eu tinha que estragar tudo? – perguntou a ruiva num sussurro.


 


- Você não estragou, aquilo que McKinnon disse não foi tão absurdo assim. – respondeu o garoto dando um meio sorriso.


 


- Então o que foi?!


 


- Bem, lembra no primeiro ano quando você me conheceu? – Lily fez que sim com a cabeça, mesmo que não soubesse de nada. Afinal, ela não havia presenciado, já que essa época também fora prejudicada e alterada por seu desejo. Mas precisava que o amigo continuasse. – Então, eu convenci você e a Marlene a invadirem comigo a sala do Filch e jogar algumas bombas de bosta lá. Éramos muito descuidados no primeiro ano, não tínhamos a manha. No final, acabaram pegando a gente, Minerva ficou furiosa e te perguntou quem tinha tido aquela ideia. Pra me livrar da detenção, você entregou Marlene como culpada.


 


- Eu... eu menti! – exclamou Lily surpresa.


 


- Claro, você sempre mente, e muito bem, diga-se de passagem. – riu Remus. – Aí você passou a andar comigo e se livrou daquela praga da McKinnon e das amiguinhas dela. Foi a melhor coisa que você fez!


 


Era pior do que podia imaginar! Bom, depois de ouvir essa história estava muito claro porque não tinha nenhum amigo. Antes que Lily pudesse falar qualquer coisa, Lupin já a estava puxando para fora do corujal, falando depressa:


 


- Vamos voltar logo para a sala de aula. Consegui convencer Flitwick a apenas dobrar a carga de nossa detenção com Slughorn ao invés de nos dar outra. Mas isso só se eu conseguisse te trazer de volta logo.


 


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O restante das aulas passou mais rápido do que Lily imaginava e sua primeira detenção ficava cada vez mais próxima. Por causa da proposta que Remus havia feito ao professor de Feitiços, teria que limpar a sala de Slughorn não por 2, mas por 4 horas seguidas. Isso significava que não teria tempo nem de jantar! “Não deve ter tanta coisa assim pra limpar naquela sala, vamos ficar lá 4 horas à toa” pensou triste, enquanto se dirigia a sala de Poções.


 


Ao chegar às masmorras, percebeu que a porta da sala já estava aberta e dela vinhas vozes. Remus já devia ter chegado. Ao entrar percebeu que estava certa. Lupin parecia estar conversando com Slughorn, mas os dois se calaram de imediato quando a ruiva chegou.


 


- Desculpe o atraso, professor. – disse ofegante devido à corridinha dada ao perceber que seria a última a chegar.


 


- Já me acostumei, não é mesmo, Srta. Evans? – disse o professor indiferente. – Muito bem, os dois limparão toda a minha sala por nada menos do que 4 horas. Espero que, quando voltar, tudo esteja brilhando por aqui, ou serei obrigado a relembrar ao professor Dumbledore aquela história de expulsão, fui claro?


 


Os dos assentiram.


 


- Me entreguem as varinhas, farão isso manualmente. Tem dois baldes e alguns panos limpos ali no canto. - os garotos lhe entregaram as varinhas. - Muito bem, bom trabalho a vocês.


 


Slughorn saiu da sala e trancou a porta com um aceno da varinha. Lily virou-se para o amigo e disse:


 


- Bem, antes de começarmos, o que o Slughorn quis dizer com “história de expulsão”?


 


- Ah, isso! Não se preocupa, ele sempre ameaça convencer o Dumbledore a expulsar a gente, mas tudo é blefe. Você devia saber disso!


 


- Eu sabia, só... tinha esquecido. – Lily apressou-se a dizer.


 


A garota foi logo pegar um pano para começar a dar um jeito na mesa do professor quando viu Lupin remexendo uma bolsa no canto da sala.


 


- Tá fazendo o que? – perguntou a ruiva desconfiada. Lupin mostrou-lhe um saco de bombas de bosta exibindo um sorriso maroto. – Não! Remus, não podemos fazer isso!


 


Não estava entrando no jogo do destino como havia prometido a si mesma, era verdade, mas a prioridade no momento era impedir que Lupin fizesse aquela loucura. Se ele o fizesse, seriam expulsos, se fossem expulsos, nunca mais falaria com Cook. Se nunca mais falasse com o elfo, não poderia reverter o desejo.


 


- Olha Remus, a gente não tem que fazer isso. – disse com calma, retirando o saco das mãos do amigo. – Vamos só cumprir a detenção, está bem?


 


- Mas Lily...


 


- Essa... essa brincadeira está muito fraca, não acha? – falou, ainda tentando convencê-lo – Da próxima vez, pensamos em uma melhor, uma pegadinha épica, ok?


 


Aquilo parecia ter convencido Lupin. Quando Lily virou-se novamente para continuar seu trabalho, ouviu a voz do garoto dizendo, empolgado:


 


- Está bem. Mas aquela festa ilegal no Salão Comunal da Grifinória para zoar o Potter ainda está de pé, certo?


 


 


Capítulo 5 no ar! Espero que tenham gostado, sei que a maioria deve estar se perguntando “Onde está o James, que não aparece?”. Fiquem tranqüilos, só tenho uma coisa a dizer. Ele vai aparecer logo, logo, tenho algo interessante guardado para o Sr. Potter, mas não vou adiantar nada.


 


Obrigada por lerem e até o próximo capítulo!

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