Parte 2
Hermione pensou bastante sobre o que Roger lhe disse naquele dia na cozinha e algum tempo depois resolveu não usar mais o feitiço de desilusão. Era sábado e ela colocou uma batinha solta para disfarçar melhor, não precisava usar algo justo, para não dar logo nas vistas. Durante o café notou alguns cochichos e dedos apontados para si, mas ignorou. Já estava saindo do Salão Principal quando um aluno da Lufa-Lufa a interceptou.
- Hermione Granger? A Professora McGonagall mandou que fosse para a sala dela.
- Obrigada. – respondeu e o menino se afastou. – Acho que ela quer reclamar comigo, ou me avisar algo sobre a monitoria. Encontro com vocês mais tarde. – Hermione se direcionou para a sala da diretora. Ao chegar à gárgula notou Minerva lhe esperando. – Mandou me chamar professora?
- Sim, tem alguém querendo falar com a senhor... Você.
- Quem é? – perguntou confusa.
- O advogado do Senhor Malfoy. Sei de tudo que acontece neste castelo. – completou quando notou o semblante da castanha.
- Ok... A senhora vem comigo?
- Não, a senhorita já é uma adulta e sabe se defender sozinha.
- Então há o risco dele me atacar, é isso? – Minerva riu com o comentário.
- Me referia às prováveis acusações que ele fará.
- Entendi, então vou subir logo. – Hermione acenou para Minerva, que disse a senha e a gárgula girou, a castanha subiu e entrou no escritório sem bater. – Bom dia.
- Bom dia Srta. Granger.
- É Sra. Malfoy, ainda.
- Estou aqui para mudar isso. – sorriu presunçoso. – Por favor, sente-se. – falou apontando para a cadeira a sua frente. – Sou o Dr. Prosmam.
- Seu nome é engraçado. – disse sentando-se.
- Tão engraçado quanto Draco?
- Seu cliente sabe que faz piadinhas com o nome dele? Não acho que receba bônus por isso.
- Não precisa se preocupar com meus honorários e bônus.
- Você veio aqui trabalhar ou jogar conversa fora?
- Então vamos direto ao assunto. Aqui estão os pergaminhos que têm que assinar. – ele estendeu algumas folhas de pergaminho e uma pena. Hermione pegou os pergaminhos e leu um a um.
- Não vou assinar. – disse ao terminar colocando as folhas na mesa.
- E porque não? – o advogado perguntou impaciente.
- Essas cláusulas aqui. – lhe passou um dos pergaminhos. – Não... Concordo.
- Quer mais do que isso? – perguntou depois de ver o que Hermione apontara. – Está pedindo demais, é um tanto abusivo.
- Eu não quero mais do que “isso”. Eu não quero nada. – respondeu entre dentes.
- Não estou lhe entendendo. – ele semicerrou os olhos.
- Tenho certeza de que o senhor entendeu bem. É só fazer os ajustes necessários e voltar a me procurar. – Hermione se levantou e se dirigiu para a porta. – E seu cliente não precisa ser avisado dessa mudança, uma vez que isso não o prejudica. – finalizou antes de sair batendo a porta.
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Hermione encontrou os amigos nos jardins e foram juntos para Hogsmead, mas resolveu dar uma volta sozinha enquanto eles estavam no Três Vassouras tomando cerveja amanteigada, que a castanha não podia tomar. Caminhou um pouco pelas ruas do vilarejo e depois se sentou num banco um pouco afastado do movimento. Estava comendo feijõezinhos de todos os sabores quando uma das Patil se aproximou.
- Oi Hermione, posso me sentar?
- Claro Padma. Quer feijõezinhos?
- Não, obrigada. Mas então... Soube que você se separou do Malfoy.
- É, já faz um tempo por sinal.
- E... Você está mais forte. Está dispensando na comida a frustração do casamento acabado? – Hermione ergueu as sobrancelhas com a declaração.
- Está dizendo que estou gorda? – a castanha ficou vermelha de raiva com a insinuação de ela estar gorda, o que ao ver de Hermione era impossível, pois só estava com quase cinco meses e não estava tão inchada assim.
- Eu usei a palavra forte, de músculos.
- Eu não estou gorda, nem musculosa... Estou grávida, por isso estou um pouco mais larga que o normal. – Hermione disse entre dentes.
- E foi por isso que o Malfoy deixou você?
- Era essa sua intenção não era? – Hermione semicerrou os olhos. – Saber sobre meu casamento e porque estou um pouco... Inchada não é? – ela se levantou e pôs as mãos na cintura.
Antes que Padma pudesse responder, as grifinórias viram Roger se aproximando por um lado e Draco pelo outro.
- Oi Hermione. Oi Padma. – Roger cumprimentou-as quando as alcançou.
- Oi Roger. – responderam em coro.
- O que fazem isoladas aqui?
- Padma estava me interrogando a respeito do meu peso. – Hermione respondeu seca.
- O quê? Como assim Padma? Porque quer saber do peso da Hermione?
- Não foi bem isso, eu só estava curiosa pra saber por que ela está mais forte.
- Essa já é a segunda vez que ela está me chamando de gorda. – Hermione disse com voz manhosa.
- Não acredito que você vai chorar por causa disso.
- Padma! Ela está mais sensível, e mulheres detestam quando o assunto é peso, ou você gosta?
- É diferente, ela tem um motivo pra estar com peso a mais, e daqui a um tempo ela vai estar maior.
Hermione ficou boquiaberta e depois começou a chorar surpreendendo aos dois.
- Olha o que você fez, sabe o que a Weasley é capaz de fazer se ela souber que você fez a melhor amiga grávida dela chorar? – Roger disse enquanto a abraçava.
- Nem é pra tanto Hermione, você está sendo exagerada, escandalosa, quer chamar a atenção. – Padma exclamou agitando os braços no ar.
- Que cena comovente. Porque não chora também Patil? Pra ficar mais melancólico. – Draco disse atrás deles, mas só Roger e Padma se viraram pra vê-lo, Hermione continuava a chorar nos braços de Roger.
- O que quer aqui Malfoy?
- E o que você faz aqui Davies?
- Isso vai ser interessante. – Padma disse se acomodando no banco.
- Preparando outro golpe Granger? Acho que o Davies não tem tanto dinheiro.
- Do que está falando Malfoy? – Roger perguntou quando percebeu Hermione se encolher.
- Ah, mas é claro que você não sabe. Que graça teria se você soubesse, aliás, não funcionaria não é?
- Eu já vou Roger, Gina deve estar me procurando. – Hermione disse com a voz rouca se soltando dos braços do moreno.
- Já vai Granger? Porque não banca a coitadinha? Aposto que iria comovê... – Draco se calou arregalando os olhos ao notar a barriga de Hermione quando esta passou por ele quase correndo.
Draco olhou para os dois morenos que estavam confusos com o que ouviram e seguiu atrás de Hermione aproveitando que os outros não o fizeram. A castanha já estava próxima à entrada do Três Vassouras quando Draco a alcançou.
- Não tão rápido. – disse virando-a para si focalizando a barriga saliente. – Ok, acho que me deve uma explicação.
- E porque mesmo? E de quê?
- Porque sou seu marido e porque pelo que me parece você está grávida.
- Oh, jura? Se você não dissesse eu jamais desconfiaria. E a propósito, não é mais meu marido. – Hermione se debatia tentando se soltar.
- Acho que deveria ter sido informado de que está grávida. – Draco finalmente a olhara nos olhos e Hermione se lembrou das vezes que tentou lhe dizer e ela a ignorou e a humilhou. – É meu? – Hermione riu sarcásticamente.
- Olhe o tamanho e faça as contas. – Hermione levantou a bata lembrando o que Roger havia lhe dito, se estava com cinco meses e parecia ter dois meses a menos então Draco somaria que ela engravidou cerca de dois meses depois de se separaram. – O que acha?
- Você não perde tempo não é Granger? Nem se divorciou de mim ainda e já fisgou outro trouxa. Foi rápida... Engravidou logo para ter garantias não é? – o loiro a soltou bruscamente. – O que ganhou de mim não foi o suficiente? Você é ambiciosa.
- Fui mais esperta não fui? – Hermione sentiu o rosto molhado, mas não estava chorando. Percebeu que começara a chover, mas não ligou para o fato.
- Tenho pena do idiota que você está enganando, não é o Davies é? Porque ele não é muito mais rico que o Potter.
- Quem é o cara da vez não é da sua conta.
- Ah, é sim, preciso dizer um nome para o meu advogado, você ter um amante é muito bom para mim.
- Nós não estamos mais juntos, não tenho “amante”. Como se você estivesse em abstinência esperando o divórcio sair.
- Isso só mostra o quanto você é baixa, uma biscate...
- Se era só isso que tinha a me dizer eu já vou. – Hermione o cortou se virando.
- Quem é o pai? Potter, Weasley ou Davies?
- Não sei, estou na dúvida, mas qualquer um deles é melhor do que você. – respondeu de costas e saiu a passos largos antes que ele dissesse mais alguma coisa.
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Após o encontro com Draco em Hogsmead, a depressão de Hermione piorou, passava a maior parte do tempo na parte mais afastada da biblioteca lendo ou chorando, perdeu a vontade de comer e só se alimentava pouco e forçadamente e mal descansava. E a gripe que pegara pelo banho de chuva que levara só contribuiu para que a castanha ficasse mais fraca.
- Hermione? – Gina chamou entrando no quarto após a hora do jantar. – Porque está deitada? Porque não foi ao jantar Mione? Você sabe que precisa comer.
- Ele não quer nada de uma sangue ruim como eu Gina. – a castanha sussurrou da cama.
- O quê? Ele quem?
- Draco. Ele não quer nada de uma sangue ruim, não quer nada de mim, não quer nosso filho.
- Você conseguiu contar pra ele? – a ruiva agora se aproximava da cama e se sentava próxima à amiga que riu pelo nariz.
- Ele renega qualquer coisa que esteja ligado ao meu sangue sujo.
- Deveria ter dito que “coisa” era essa Hermione, podia ter feito muita diferença.
- Eu já de um jeito Gina. – Hermione sorriu fracamente.
- Ah é? E que jeito, posso saber?
- Eu vou retirar o sangue sujo que está em mim. – Hermione empurrou as cobertas revelando os braços sangrando deixando a amiga boquiaberta. – Sem o meu sangue ruim, ele vai me aceitar.
- O que você fez Hermione? – a ruiva perguntou apavorada com a cena à sua frente.
- Eu cortei meus braços para que o sangue sujo possa sair. – respondeu como se fosse óbvio.
- Você vai matar seu bebê Hermione. – Gina respondeu procurando sua varinha por entre suas coisas no quarto.
- O sangue dele também precisa ser limpo, mas não está forte o suficiente ainda, e o sangue do Draco também está nele, ele irá aceitá-lo depois que ele nascer e eu o limpar do meu sangue sujo.
- Oh Merlim, você não tem sangue sujo Hermione, seu sangue é tão limpo quanto o meu. São exatamente iguais – Gina dizia enquanto tentava fechar os cortes, que só aumentavam cada vez que recebiam um feitiço. – Espere aqui e tente se manter acordada. – Gina disse saindo apressada do quarto
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- Socorro! Eu preciso de ajuda! – ela descendo as escadas e dando graças a Merlim por encontrar um quarteto de garotos conversando no sofá. – Hermione Granger está sangrando no dormitório feminino, por favor, levem ela para a Ala Hospitalar, preciso achar a Professora McGonagall. – Gina saiu pelo buraco do retrato assim que viu os garotos se levantando.
Saiu em disparada pelos corredores gritando pela professora ignorando os olhares curiosos e assustados que os alunos lhe dispensavam ao vê-la passar. Empurrou com toda força que pôde as portas do salão principal e suspirou de alívio ao ver Minerva ainda sentada na mesa dos professores.
- Professora McGonagall a senhora precisa vir comigo agora. – Gina dizia respirando ofegante.
- Isso são modos de entrar aqui Srta. Weasley? – Retrucou a professora.
- Não é hora para sermões de etiqueta, preciso que me ajude. – a ruiva já estava desesperada.
- Com o quê?
- Custa perguntar no maldito caminho? Se digo que preciso de sua ajuda é porque realmente preciso. – Gina gritou, mas Minerva não teve tempo para responder, três alunos entraram no salão principal carregando uma Hermione ensangüentada.
- Gina... – um deles chamou, mas ao se virar e se deparar com a amiga ali a face da ruiva ficou da cor dos seus cabelos.
- Aqui por acaso tem cara de Ala Hospitalar? Você não sabe onde fica a Ala Hospitalar? Eu te jogo uma Impérius pra ver se você faz as coisas certas. – ela gritou de novo.
- Oh céus, o que houve? – agora Minerva se dirigia para o pequeno grupo de alunos enquanto todo o salão observava sem reação.
- Agora né? – Gina disse com raiva. – Temos que levá-la para a Ala Hospitalar, ou ao Saint. Mungus, ela se cortou e os cortes aumentam quando tento fechá-los com magia... Oh céus, bela hora de Harry e Rony voarem. – a ruiva disse mais baixo.
- Como isso aconteceu? – A professora perguntou enquanto lançava um feitiço para que Hermione levitasse, pelos seus dedos escorria sangue abundantemente. Gina procurou por Draco na mesa da Sonserina antes de responder.
- Eu não sei, ela estava delirando, e não sei se há outros cortes pelo corpo dela. – Minerva olhou para Gina por alguns momentos antes de se encaminhar para fora do salão.
- Vamos Srta. Weasley, ela desmaiou, mas e precisamos agir rápido antes que a percamos de vez. Ela e o bebê.
Draco ouviu atentamente a conversa entre Minerva e Gina, e viu perfeitamente Hermione sangrando, terminou seu jantar com uma calma disfarçada e deu uma desculpa qualquer aos seus amigos quando se levantou da mesa, seguiu para a Ala Hospitalar pelo caminho mais longo, para despistar caso estivesse sendo seguido.
Estava tudo apagado no recinto, exceto por uma pequena luz ao lado do leito da castanha, Draco se aproximou da porta ouvindo as vozes baixas, Gina estava sentada numa cadeira ao lado de Hermione, Minerva e Pomfrey estavam em pé, cada uma de um lado da cama enquanto Madame Pomfrey passeava com a ponta da varinha pelo corpo de Hermione.
- O que acha Papoula? Ela ficará bem? – Minerva perguntou observando o trabalho da outra bruxa.
- É difícil dizer agora Minerva, ela perdeu muito sangue, e abriu os cortes magicamente, preciso pedir que o professor Slughorn faça uma poção para fechá-los completamente, por enquanto só consegui estabilizar o fluxo para que não sangrem, mas só durará algumas horas.
- Ela já andava fraca, não dormia direito, nem se alimentava bem, e estava febril quando a encontrei. – Gina disse encarando as duas bruxas a sua frente.
- Acho que está na hora dela voltar para casa, a permanência dela aqui não está fazendo bem nem para ela nem para o bebê.
- Ela não pode voltar para casa professora. A Hermione alterou a memória dos pais quando saiu para a guerra. Vou escrever para minha mãe, com certeza ela consentirá que Hermione fique lá.
- O Senhor Malfoy não pode ajudar? Ele não é o marido dela? – Madame Promfrey perguntou.
- Não é mais Madame, eles estão separados e daqui a algum tempo serão divorciados, ele não tem mais obrigações com ela. Os pais dela ainda estão perdidos em algum lugar na Austrália... Ela não tem mais ninguém se não minha família.
- E se ela voltar a tentar suicídio? Ela está grávida e frágil, está pondo a própria saúde e a do filho em risco, ela tem de ter um monitoramento. – Madame Promfrey interferiu.
- Ela não tentou suicídio, ela só queria... Retirar seu sangue sujo de si, e enquanto delirava disse que iria purificar o bebê depois que ele nascesse e estivesse forte o suficiente para tal.
- O quê? – As outras duas gritaram horrorizadas.
- Ela estava delirando professora.
- Ela é um perigo para si própria Minerva.
- Acho que devemos levá-la para o St. Mungus.
- Não Minerva, você sabe o que vão fazer caso a levemos, e o isolamento ao qual será submetida pode piorar a situação, é melhor que ela se mantenha sob nossas vistas.
- Tem razão Papoula, vou mandar preparar um dormitório para ela nesse andar para ficar mais próxima da enfermaria e não terá tantas escadarias para subir. E alguém dividirá o dormitório com ela para vigiá-la de perto.
- Eu fico com ela professora. É melhor que a Ala de loucos do Saint. Mungus.
- Ótimo, agora volte para o seu dormitório, e amanhã mesmo poderão se mudar para o novo dormitório Srta. Weasley, mandarei lhe chamarem para lhe mostrar onde fica. E Papoula, assim que a Srta. Granger acordar, mande me chamar. – Minerva disse e se virou para sair, fazendo Draco dar meia volta para se retirar antes que fosse descoberto.
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Hermione passou três dias desacordada na enfermaria. Gina, Harry e Rony revezavam os horários para ficarem com ela. A castanha acordou na manhã do quarto dia, sentindo todo o corpo dolorido e dando de cara com um moreno de olhos verdes lhe sorrindo.
- Bom dia dorminhoca. – Harry disse fazendo carinho nos cabelos dela, que sorriu em resposta.
- O que está fazendo no dormitório feminino Harry? – Hermione perguntou zombeteira com a voz rouca.
- Não estamos no dormitório feminino. – ele respondeu e o sorriso de Hermione sumiu ao poucos, começou a olhar ao redor, movimentando a cabeça devagar por casa das dores, e por fim conseguiu identificar a enfermaria.
- O que estou fazendo aqui Harry?
- Ah, acordou Srta. Granger. Tome estas poções, eu preciso chamar a diretora. – Madame Pomfrey interferiu empurrando frasquinhos para Hermione antes que Harry pudesse responder.
- Harry? – Hermione questionou depois que a enfermeira havia saído.
- Você teve uma febre mágica, e em meio aos seus delírios você cortou todo o corpo para “limpar” seu sangue, graças a Merlim seu ventre se protegeu magicamente, caso contrário você teria perdido seu bebê Hermione. – Harry disse rígido. Hermione levou as mãos à boca em espanto, não se lembrava de muitas coisas.
- Oh Merlim, como meu filho está Harry? Como...
- Ele está bem, e você está melhor, mas precisa se cuidar Mione, se não fosse a Gina ir te procurar, vocês dois teriam morrido. Você está debilitada e quase te internam no Saint. Mungus, sabe o que aconteceria se te levassem pra lá não sabe?
Minerva entrou no recinto antes que Hermione pudesse responder, mas ela sabia o que aconteceria se lhe levassem para o hospital bruxo e contassem o que houve, diriam que ela estava instável ou transtornada, a isolariam e a julgariam incapaz de cuidar de seu filho, iriam afastá-lo de si e isso ela não permitiria.
- Que bom que acordou Srta. Granger. Tenho algumas novidades para a senhorita. – Hermione ficou em silêncio e a diretora continuou. – Primeiro gostaria de dizer que foi muita imprudência a senhorita se cortar, estando grávida ou não, independente de febre mágica ou não. Segundo, a senhorita ficará sob vigilância constante, só não a levamos para a Toca, pois achamos que seria melhor permanecer aqui sob nossas vistas. Terceiro, a senhorita e a Srta. Weasley têm um novo dormitório, neste mesmo andar, e assim que puder retomará as aulas e Gina está encarregada de cuidar de você.
- Eu não preciso de babá. – retrucou.
- Pelo que vimos a três dias atrás, precisa e terá. Não é uma sugestão Hermione, é uma intimação, se não se cuidar a levarei para o Saint. Mungus para ficar internada e sob observação lá. – a professora disse definitiva e a castanha bufou.
Minerva se retirou, Hermione ainda conversou mais com Harry alegando que não lembrava de muita coisa de quando estava delirando. A castanha ficou um bom tempo acordada e entediada depois que Harry teve de ir para as aulas, até que conseguiu pegar no sono no meio da tarde, acordou horas depois quando já estava escuro, Madame Promfrey lhe trouxe uma bandeja cheia de comida ao mesmo tempo em que Gina entrava na enfermaria.
- Como está se sentindo Mione? – a ruiva perguntou se sentando numa cadeira ao lado da cama de Hermione.
- Com algumas dores, mas bem.
- Exagerou dessa vez não acha?
- Desculpa tá? Eu estava fora de mim, não vou voltar a fazer esse tipo de besteira.
- Não acha que está na hora dele saber Hermione?
- Ele não vai saber Gina. Eu andei pensando, e até cogitei a possibilidade de dá-lo para adoção.
- Você vai dar o seu filho?
- Eu estou me divorciando, estou mais pobre do que antes... Como vou sustenta-lo desse jeito?
- Se você contar para o Malfoy ele vai te ajudar, o filho é dele também.
- Mas ele não o quer, já deixou isso claro de todas as maneiras possíveis, e não quero entregar o meu filho para que ele o crie obrigatoriamente e ainda por cima odiando-o. Já imaginou as milhares coisas que podem acontecer se eu o entregar para ele? Eu não posso correr esse risco.
- Não vai dá-lo para o pai, mas vai dar para estranhos? Já pensou nas coisas que podem acontecer com ele?
- Os casais que adotam são investigados...
- Nós podemos te ajudar com ele. – Gina a cortou.
- Eu vou ficar parada por meses até poder ir atrás de emprego, e pode demorar até que eu possa fazer meu curso de curandeira e que me forme e que encontre trabalho vai demorar além da conta, até lá como vou sustenta-lo? Não posso permitir que vocês nos sustentem, vocês já estarão ocupados com seus cursos e procurando seus trabalhos para se sustentarem.
- Somos amigos Mione, nós podemos dar um jeito nisso juntos.
- Agradeço Gina, mas é pedir demais. Eu já tomei minha decisão. - Hermione disse num tom definitivo e Gina desistiu, por hora.
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Hermione saiu da enfermaria alguns dias depois e desde então nunca ficou desacompanhada, e se irritava com seus amigos a obrigando a fazer o que ela não queria. Além de seus amigos ficarem irritando-a todo o tempo a respeito de sua decisão de dar seu filho para adoção, e eles já estavam cogitando a ideia de contar tudo para Draco.
Hermione estava na biblioteca estudando com Harry e Rony, e conseguiu escapar quando se distraíram falando de quadribol. Já fazia semanas que nem para ir ao banheiro a deixavam sozinha, sempre a vigiando e a obrigando a comer e descansar. Estava vagando pelos corredores rindo pela sua escapada bem sucedida quando ouviu uma voz esganiçada atrás de si.
- Olha se não é a sangue-ruim, está quase com o dobro do tamanho de tão gorda que está. E ainda vai ficar maior, muito maior. – Hermione se virou para dar de cara com Pansy, mas ela não estava sozinha, Draco estava alguns passos atrás dela, mas ela não se deixou abalar pela presença dele. Estava grávida de quase sete meses, mas a barriga estava menor, aparentando dois meses a menos no mínimo.
- Não é gordura Parkinson, chama-se bebê. – disse pausadamente como se explicasse para uma criança pequena.
- Gordura ou mestiço imundo, para mim dá no mesmo...
- É claro que pessoas ignorantes não sabem a diferença. – Hermione a cortou.
- Não me chame de ignorante sua sangue-ruim. – Pansy exclamou sacando a varinha. – Não está numa posição muito boa para ficar debochando de mim.
- Estou grávida não incapacitada. Mesmo grávida continuo melhor que você. – a castanha tremia por dentro, mas não demonstrou e também sacou sua varinha.
- Quer pagar pra ver sangue-ruim?
- Pansy, vai nos meter em confusão se duelar com uma grávida. – Draco se pronunciou pela primeira vez, mas não havia sentimento nenhum em sua voz.
- Então Granger... Já sabe quem é o pai? Potter ou Weasley? Ou você não tem certeza de qual é? – a morena ignorou o apelo de Draco e continuou com as provocações.
- Quando meu filho nascer vai dar uma boa dica de quem é o pai por si só. – Hermione sorriu enigmática.
- Ah claro, se for ruivo é do Pobretão, se for moreno é do Cicatriz. Torça pra que não saia com a dor dos seus cabelos horrorosos senão ficará difícil saber.
- Estou torcendo para que seja ruivo. Para que você vá viver naquela espelunca que eles chamam de casa, dividir o quarto com a Coelha e o Cicatriz, vivendo na pobreza se preocupando todos os dias em como alimentará os milhões de ruivinhos que terão. – Draco disse maldosamente, o que fez os olhos de Hermione marejarem.
- Eu preferiria morar na Toca mesmo ela demonstrando que pode desabar, dividindo o quarto com outro casal, me preocupando em sustentar meus milhões de filhos do que viver como vocês, mesquinhos, egoístas, sozinhos. – os sonserinos permaneceram calados e Hermione continuou. – Sou muito mais feliz com o meu filho, como você disse mesmo? Mestiço imundo? É, foi isso, pois sou muito mais feliz com meu bebê que foi feito com amor e que será criado com muito carinho do que vocês jamais foram ou serão um dia. E ao contrário do que vocês e toda a escola pensam, eu estou muito orgulhosa de estar grávida, mesmo sendo um pouco nova. Eu tenho alguém que vai estar comigo e que vai me amar tanto quanto eu o amo e amarei. – disse mas logo se arrependeu ao lembrar que não ficaria com seu bebê.
- Se ele te aguentar, se o pai assumi-lo não é? Porque o Weasley pode ser pobre, mas ainda é sangue-puro, e o Cicatriz pelo menos é mestiço. Eles podem ter se divertido com você Granger, mas nem eles nem ninguém assumiria algo sério com você, muito menos um filho seu, talvez um trouxa assumiria se você não fosse tão... Nojenta. – Draco fez sua melhor cara de nojo, e dessa vez as lágrimas nos olhos de Hermione transbordaram. – Quem em sã consciência iria querer ter um filho com você? Uma sangue-ruim sem graça, feia com cabelo de vassoura, um interesseira, golpista. Acho que deve dizer que o mestiçozinho é do Potter, ele tem mais dinheiro que o Weasley para poder lhe bancar.
Hermione segurou a barriga e deu as costas indo embora pela direção que ia antes de ser interrompida, correu por alguns minutos segurando as lágrimas até encontrar um corredor vazio, onde se se sentou abraçando os joelhos do jeito que podia e derramando as lágrimas que segurara.
N/A: Iai, o que vcs acharam? Rafaela Chaves fico feliz que tenha gostado e espero que continue lendo e comentando rsrs. Agora... Alguém sabe oq é uma beta? Eu realmente queria saber, via isso nas outras fics e keru ter certeza se é oq eu to pensando, e em relação oa capítulo alguém poderia me dar uma dica d quanto em quanto tempo postar um novo? Sou nova nisso e as fic's q já li já estavam concluídas ou eram d capítulo único e as raras q eu pegava em andamento parece mais q estavam em pausa pq ngm atualiza, e tô bem perdida pq só a Rafaela Chavez citada acima comentou e só tem uma pessoa (Yasmin Maia) seguindo e pelas outras fic's q eu via parece q pediam uma cota d comentários ou esperam determinado tempo, e fico na dúvida d postar com alguns dias, com uma semana ou mais ou com determinada quantidade d comentários (q, detalhe, eu sei q ñ vou conseguir alcançar) e agradeceria msm se vcs me ajudassem com isso, eu até postaria uma capítulo mais rápido. Help me pilis.
Comentários (1)
Continuo lendo sim. Estou gostando muito da história. Assim que possível poste um novo capítulo. {: *:
2012-01-01