Chocolate Quente



Chocolate quente.


 


Não era como se fosse pior. É claro que não era pior. A guerra havia acabado. Eles finalmente, finalmente, seriam um trio de adolescentes normais num ano letivo normal. Normal, claro, dentro dos padrões de um mundo mágico, porque se você for analisar toda a história com olhos trouxas, eles nunca seriam adolescentes normais. Mas, Merlin, como ela se irritava com ele agora. Com ele, também. Porque ela sempre se irritara com o outro. E não era o mesmo tipo de irritação. Não, com Rony era diferente. Ele cometia idiotices. Mesmo que não fosse essa a intenção. Mas ela, e todo mundo, já estava acostumada a isso. Com ele não era assim. Ele não mudara, realmente. Ele... relaxara. É, era o que ela pensava. Ele sempre fora tão tenso, tão preocupado, tão obstinado e focado ao seu objetivo nobre que ela nunca pode conhecê-lo como agora. Mas agora que conhecia, isso a dava nos nervos. Ele realmente gostava de quebrar regras. Não era uma coisa que era necessária para que ele pudesse efetivar seus planos, como ela sempre pensara. Não, não. Mesmo sem nenhuma ameaça iminente sobre sua cabeça e ninguém ou nada correndo perigo que ele precisava salvar, ele continuava... inconseqüente. Era essa a palavra, ele era inconseqüente. Harry Potter, um tremendo inconseqüente. E ela não entendia porque aquilo a afetava tanto.


 


- Vamos, Mione, só dessa vez. – ele disse, esperançoso. As esmeraldas faiscaram com a expectativa, daquele jeito, aparentemente inocente, que ele sempre usava para tentar convencê-la. O ruivo riu baixinho. Ver como Harry e eu nos desentendíamos tem sido seu passatempo favorito ultimamente. Talvez porque agora era ele que assistia as minhas reclamações, para variar.


- Já disse que não Harry. E vocês também não vão exigir trabalho fora do horário pros elfos daqui, é injusto! – eu disse, desviando os olhos do livro que tentava, em vão, terminar naquela noite.


- Qual é Hermione, eles gostam! Nenhum deles se importa e Merlin, eu estou congelando aqui, necessito de um chocolate! – disse ele, no mesmo tom de voz autoritário da garota, fazendo Rony rir outra vez. Ela pressionou os lábios, aborrecida. Estava mesmo frio. A garota estava sentada em posição de lótus, com um cobertor grosso a cobrindo até a altura da cintura. Mesmo assim, não cederia.


- Não Harry, já passou do horário de recolher, você é monitor, tem que dar exemplo ao Rony.


- Ei, ele não tem que me dar exemplo. Eu sei seguir as regras! – o ruivo disse em tom ofendido. Harry e eu o encaramos com expressão neutra. Ele sustentou o nosso olhar por alguns segundos, mas acabou cedendo com um balançar de ombros e um murmúrio de “é.. ok..”.


- Só dessa vez, por favor. – Harry pediu, em tom de súplica. Ela suspirou fundo, o encarando. Deixou um sorriso leve escorregar por seus lábios, e ele se alargou ainda mais ao ver a vitória crescendo na expressão do moreno.


- Não. – ela disse por fim, parando de fingir e voltando para seu livro. Uma bufada de frustração escapou da boca do amigo, enquanto ele passava mecanicamente as mãos no cabelo, despenteando. Ele e o ruivo afundaram-se na poltrona, com os braços cruzados e a expressão derrotada. Hermione sorriu disfarçadamente para seu livro. “Todos estamos seguros e felizes, afinal”, ela pensou. Já era tarde da noite, mas nenhum deles tinha sono. Os três desenvolveram um relógio biológico muito particular durante o período de guerra. Com todos os planos e artimanhas que eles tinham que planejar, sempre iam dormir de madrugada, e seus corpos sempre estavam tão cansados do dia cheio, que dormiam plena e profundamente, bastando poucas horas de sono. Mesmo depois da guerra, com tempo de sobra para descansar e dormir, esse hábito nunca morrera. E normalmente, nas primeiras horas da madrugada, os três ainda estavam no salão comunal conversando, ou realizando tarefas. Talvez só Rony não se aplicasse, exclusivamente àquela regra. Embora também tivesse o hábito, Rony tinha a capacidade de dormir plena e profundamente a qualquer hora, em qualquer lugar na horizontal. Hermione dissera que isso deveria ser algum distúrbio, algum problema na formação do sistema nervoso do amigo. Harry dissera que ele só não dormia em pé por falta de equilíbrio. Nenhum dos dois estava exclusivamente errado. A concentração de Hermione se quebrou outra vez com o barulho de sussurros da poltrona ao seu lado.


- O que é que vocês estão discutindo? – perguntou ela, curiosa. Os dois a olharam com sorrisos contidos. Harry se recompôs e pigarreou uma vez.


- Nós estávamos nos perguntando.. Você já vai nos matar de cara, ou podemos trazer o seu chocolate também? – ele perguntou calmamente, finalizando com um sorriso maroto. A expressão de Hermione passou num segundo de indagação para exasperação.


- Vocês não vão... – ela começou, mas era tarde demais. Os dois levantaram rapidamente, a capa de invisibilidade balançando na mão de Rony. Ela os fitou raivosa por um segundo e tentou se livrar dos lençóis. Eles correram, como crianças até o buraco do retrato, enquanto a garota mal levantara do chão. Ela bufou, já em pé, de frustração, achando que eles já haviam saído. Deu uma volta no mesmo lugar, batendo um dos pés no chão, com raiva.


- Ah.. Hermione.. Você gosta com caramelo não é? – uma voz divertida perguntou por trás dela. Ela virou-se instantaneamente, dando de cara com um Harry sorridente, segurando o retrato, a ponto de sair. Ela correu até ele, com o rosto vermelho de ódio, mas o garoto escapara. Quando a saída ia se fechando lentamente ela a agarrou com a ponta dos dedos e a escancarou.


- Voltem aqui, agora mesmo! – ela sussurrou, mas num tom urgente que os dois conseguiram ouvir. Eles deram meia volta, olhando pra ela marotos, prontos para descer as escadas até a cozinha.


- Vocês vão ser pegos, vão levar uma detenção, você é monitor, Potter! – ela disse, frisando cada palavra, ainda aos sussurros.


- Não vai acontecer nada, relaxa. – ele enunciou, sem som algum, piscando para ela antes de desaparecer na capa de invisibilidade junto com Rony. Ela enrubesceu ainda mais, um “grrr” baixinho escapando de sua boca, enquanto seus olhos fechavam, apertados de contrariedade.


- Vai atrás deles, querida, eu sei como os garotos gostam de uma encrenca. – a Mulher Gorda disse, sonolenta, com uma touca florida e chamativa cobrindo os cabelos negros e cacheados. Ela ponderou por um instante, mas acabou por seguir seu conselho, sussurrando um “obrigada” enquanto se afastava.


 


 


 


Ela passava por cada andar e corredor, atenta à qualquer ruído que ouvia ou produzia. “Como aqueles dois podiam se atrever?”, ela pensava angustiada. “Daqui a pouco eles são pegos. A Grifinória vai perder pontos. Os alunos vão ficar chocados, por Harry ser um monitor. Vão começar a desrespeitar as regras, já que não tem um exemplo digno. Vão começar uma revolução de desordem, UMA REVOLUÇÃO DE DESORDEM É O QUE AQUELES DOIS VÃO PROVOCAR”, ela pensava exasperada. Marchou entre os corredores, desacelerando no corredor do quadro de frutas, que dava acesso à cozinha.


- Agora aqueles dois vão ouvir.. – ela começou, parando de frente ao retrato da pêra. Alguém a agarrara pelo pulso e com um solavanco a puxara para trás. Um grito de surpresa escapou de seus lábios, mas alguém os tampava com uma das mãos.


- Shh.. – a pessoa disse atrás dela. Estavam embaixo da capa de invisibilidade e, pelo cheiro de colônia, era Harry que a puxara. Ela tentou puxar com as duas mãos o braço do garoto que a silenciava, mas ele era bem mais forte que ela. Ela lançou a ele um olhar com um misto de fúria e indagação. Ele apontou de leve com a cabeça para o lado oposto do corredor. Ela virou a cabeça e congelou. Uma sombra de um homem curvado e um gato, se aproximava da esquina do lugar onde eles estavam. Ela parou de respirar.


- Eu sei, querida, eu também pensei ter ouvido algo.. Vamos ver se pegamos alguns fora-da-lei, furtadores de comida. – a voz de Filch disse, ainda afastada, se aproximando lentamente do corredor onde eles estavam. A garota se mexeu, num reflexo de pânico, e a outra mão de Harry foi parar em sua cintura, pressionando-a, para que ela ficasse parada. A luz do lampião que Filch sempre carregava continuava formando sombras, cada vez maiores, à medida que ele e Madame Norra se aproximavam. Hermione se perguntou onde deveria estar Rony. Olhou para Harry, desejando que ele a entendesse com um olhar. Ele apontou para o quadro do cesto de frutas e Hermione deduziu que ele se escondera lá dentro. Hermione imaginou a cena. Os dois chegando, furtivos, comemorando a façanha de chegar até aqui intactos. Rony faz cócegas na pêra e a maçaneta surge. Ele gira e se prepara para entrar, quando um miado agudo quebra o silêncio. Os dois se encaram, assustados. Rony entra num segundo e Harry, com medo de ser pego em flagrante, se cobre com a capa e fica para trás, mudo, encostado na parede. Rony deveria estar embaixo de uma mesa, ou dentro de um forno no momento. Ridículo. Se ao menos, uma vez na vida, aqueles dois a escutassem. Mas não, preferiam ficar por aí, correndo de velhos paranóicos e gatas sinistras. Ela bem que avisara.


 


Filch e Madame Norra finalmente adentraram o corredor. A gata ia andando lentamente na frente de seu dono, que carregava um lampião velho e empoeirado, segurando-o na direção do rosto. Hermione estremeceu, à medida que eles se aproximavam. Gatos podiam ver através de capas de invisibilidade? Ela não tinha certeza. Já lera tudo que existia sobre aquele apetrecho que fora tão útil para os três, mas não conseguia se lembrar desse detalhe. Os dois continuaram andando naquele passo mórbido, até parar na frente do quadro. O zelador tentou analisar, como se as frutas fossem dizer para ele que alguém acabara de entrar por ali. Nem Harry nem Hermione respiravam naquele momento. Por fim, Filch desistiu de encarar e fez cócegas na pêra. A maçaneta surgiu e ele entrou, deixando a gata para trás. Os grifinórios não relaxaram. E se ele encontrasse Rony? Hermione desejou com todas as forças que ao menos ele tivesse tido censo de se esconder. Mas, vindo de Rony, não seria uma surpresa se Filch o encontrasse no meio da cozinha, devorando, tranqüilo, uma bomba de chocolate. Harry se mexeu, encostando na parede e puxando a garota consigo. Hermione olhou, sem entender, e viu que o olhar do garoto estava preso no chão a sua frente. Madame Norra encarava, fixamente, o lugar onde os dois estavam. Hermione sentiu um arrepio passar por sua espinha. A gata começou a andar na direção dos dois, mas desorientada. Não parecia estar realmente vendo alguma coisa. Parecia estar... sentindo. Hermione entendeu num estalo. Porcaria de colônia, Potter, ela pensou. Embora ela adorasse aquele cheiro que ele exalava. Enfim, não era necessário agora. Enquanto uma mão ainda repousava, inconscientemente, no braço de Harry que tapava sua boca, Hermione desceu a outra mão, lentamente, até o bolso da saia do uniforme. O garoto acompanhou o movimento, sem entender. Hermione puxou sua varinha e fez sinal para que Harry descobrisse sua boca, que até o momento, já estava formigando por causa da pressão dos dedos do garoto. Ele escorregou os dedos, hesitante.


- Odoris Ocultares - ela sussurrou baixinho. A varinha emitiu um pequeno clarão vermelho. Nada acontecera. Pelo menos visivelmente. Madame Norra parou no meio do movimento. Se fosse humana, Hermione diria que ela pareceu perder o fio da meada. Num gesto mecânico, Harry escorregou os dedos de volta para a boca de Hermione. Ela guardou a varinha, girando os olhos. A gata analisou com os olhos o lugar que deveria achar ser a fonte do cheiro que sentira, mas, nada encontrou. Avançou alguns passos para frente e Hermione comprimiu-se ainda mais de encontro a Harry. Por um instante, pensou em como estavam próximos. Conseguia sentir cada músculo bem desenvolvido do tórax do garoto, em suas costas. A constatação desse fato fez com que ela corasse. Harry sentiu o calor nas bochechas da menina através da mão que lhe cobria o rosto. Soltou um risinho abafado. Madame Norra se empertigou e Hermione deu uma cotovelada nas costelas do amigo. Ele reprimira um gemido de dor, mantendo-se mudo. Pouco tempo depois e o quadro se afastara, revelando a passagem para a cozinha e um Filch desapontado voltando sozinho. Os dois soltaram a respiração ao mesmo tempo. O zelador pegou a gata com a mão livre, embora essa tremesse ligeiramente.


- Não foi dessa vez, minha querida. Mas quem sabe não os pegamos numa próxima noite? Aposto que esses nojentos irão voltar, e nós estaremos aqui esperando por eles. – disse ele, com um tom leve de histeria, enquanto se afastava com a gata e o lampião antigo. Harry e Hermione se entreolharam por um segundo. Esperaram um pouco, quando a sombra e o murmúrio dos dois sumiram na parede do corredor vizinho, e saíram debaixo da capa.


- Eu avisei pra vocês! Eu disse que não deveriam ter vindo – ela sussurrou urgente, girando para encará-lo. Ele girou os olhos, como se já esperasse aquela bronca.


- Não aconteceu nada, Mione, relaxa. – disse ele esfregando, como se fosse um consolo, a mão que Hermione esquecera que estava em sua cintura. Ela ficou vermelha, ao que ele sorriu novamente. A garota se afastou, virando-se para o quadro da cesta de frutas e fazendo cócegas na pêra. Detestava todo aquele charme e galanteio. Onde fora parar o Harry tímido? O Harry que não sabia onde por as mãos? O Harry que a pedia conselhos para sair com Cho Chang? O Harry que cuspia suco ao encarar a garota que gostava? E de onde, por Merlin, surgira aquele Harry? Que conseguia conversar perfeitamente com garotas, sem gaguejar nem ao menos uma vez. Que já marcara encontros em Hogsmeade, onde, dessa vez, não terminara abobado e confuso e sim feliz e confiante. Que recebia, com freqüência, olhares e indiretas das garotas da escola, e não tratava aquilo com pavor e distanciamento, e sim, com naturalidade. E que... usava uma colônia. Ela não conseguia entender aquilo com facilidade. Até porque... não era natural. Não era como se ele estivesse sendo oferecido e galinha, não era por aí. Harry não era daquele tipo. Mas ele era confiante, e parecia disposto a dar chance. A dar chance. Se eu dissesse isso ao Harry do passado ele diria “Dar uma chance? Pra quem? Por que? Você ouviu alguma coisa? Alguém comentou sobre mim?". Provavelmente.


Os dois entraram, sorrateiros, pela passagem que se revelara. Os elfos, como sempre, apareceram de prontidão, perguntando por diversas vezes o que poderiam oferecer.


 


- Um Ronald Weasley, por favor – disse Harry, em tom de brincadeira. Para a surpresa dos dois, os elfos correram até um caldeirão afastado no fundo e o viraram, despejando seu conteúdo no chão. Rony, perplexo e cheio de fuligem, foi arrastado por diversas mãozinhas até os pés de Harry, que tinha o rosto vermelho de tanto segurar as risadas. O ruivo se livrou dos elfos com um misto de bufadas e xingamentos. Colocou-se em pé de um salto, encarando os dois com a expressão indecisa. Um silêncio percorreu a sala.


- Acho que vou querer outro Ronald Weasley, esse está sujo demais – Hermione disse após alguns momentos, caindo na risada depois. Harry a acompanhou. Rony fez cara de ofendido por alguns instantes, mas acabou cedendo após um elfo pequeno tentar arrastá-lo para a pia.


 


 


 


- Conseguiu trazê-los ilesos, afinal? – A Mulher Gorda disse, quando os três se aproximaram de seu quadro. Ela mantinha aquela touca mantendo presos seus cabelos, e agora, segurava nas mãos rechonchudas uma xícara de algo fumegante que na cabeça de Hermione parecia ser o tipo de chá que sua tia Morgana tomava como o que os trouxas chamam de "simpatia". Ela teve vontade de rir.


- Sim, obrigada por esperar acordada. – Ela sussurrou, com um sorriso pequeno. Harry e Rony se entreolharam às costas da garota e ela pode jurar que eles deram uma virada de olho ao mesmo tempo. A Mulher Gorda sorriu e girou o quadro para que eles pudessem entrar, dizendo algo como “Ah, a juventude”.


- Sua amiga Hermione? – Rony disse zombeteiro, ao que ele e Harry desataram a rir. Hermione virou-se para os dois, enfurecida. Eles pararam de chofre, encarando-se e encarando a amiga com expressão assustada.


- Vocês tem idéia do que poderia ter acontecido essa noite? – Ela disse pausadamente, deixando que cada palavras cutucasse individualmente a parte do cérebro deles destinada à consciência. Os dois puxaram fôlego, como quem começaria a se explicar, mas ela os interrompeu, levantando um dedo indicador no ar.


- Vocês tem idéia do que aconteceria se Filch tivesse nos pegado a esse horário? Hm? Nós provavelmente teríamos perdido todos os pontos da Grifinória, ganharíamos o resto de nossas vidas de detenções, eu perderia o cargo de monitora-chefe e você perderia o seu de monitor, Harry. Você sabiam disso? Sabiam que toda a escola nos ridicularizaria e que os alunos perderiam o respeito aos monitores, que, não por acaso, são os alunos mais inteligentes da escola e provavelmente nos presenteariam com uma dúzia de maldições em todo café da manhã? Hm? Vocês pensaram nisso? PENSARAM NISSO? É CLARO QUE VOCÊS NÃO PENSARAM NISSO! VOCÊS SE ARRISCARAM À TOA, CADÊ A PORCARIA DO CHOCOLATE QUE VOCÊS IAM BUSCAR? HM? – Hermione finalizou sem fôlego. Harry e Rony olhavam para as escadas, temerosos, esquecendo-se que eles sempre enfeitiçavam o Salão Comunal com um feitiço silenciador nas madrugadas. Os berros de Hermione ainda ecoavam e os dois estavam boquiabertos com a súbita mudança de humor da garota.


- Eu.. bem.. Hm.. er.. Com licença – disse Rony, correndo apressado para escada que dava acesso ao dormitório masculino, deixando um Harry indefeso para trás. O garoto engoliu em seco, encarando a amiga. Ela o olhou com os olhos semicerrados.


- Olha.. Mione.. Eu sei que não foi uma boa idéia-


- Foi uma péssima idéia. Provavelmente a pior da sua vida.  – disse ela, cortando-o. Ele continuou, tentando quebrar a tensão.


- Eu sei. Me desculpe. Rony e eu... Bem, eu, não pretendo fazer isso outra vez. Prometo. – ele disse, ainda hesitante, com olhar de quem sente muito. Ela o olhou, avaliando se deveria aliviar. Estava cansada. Não ia conseguir mais que aquilo, de qualquer jeito. Não era a primeira vez.


- Ok. Tudo bem. – ela disse, dando de ombros. O rosto de Harry se iluminou num sorriso repentino. Ele correu até ela e a abraçou pela cintura, tirando-a do chão. A garota soltou o ar, surpresa, mas retribuiu o abraço com um sorriso derrotado, mas tranqüilo por tudo estar bem.


- Está vermelha outra vez? – Harry perguntou, perto da orelha de Hermione, fazendo-a corar instantaneamente e se afastar nervosa. A garota foi até o sofá, e recolheu seu livro e sua coberta, retirando-se sem olhar para ele uma última vez. Ele a observou e disse, entre risos:


- Adoro você desse jeito. Boa noite Mione.


- Boa noite, Potter. – ela respondeu, antes de bater a porta do dormitório feminino com força. Ele riu outra vez e balançou a cabeça, sentindo, finalmente, vontade de bocejar.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


N/a: tá meio corrido e curto, eu sei, mas espero que gostem! o capítulo II já está pronto, posto o mais breve possível! comentem e opinem, por favor :))

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Comentários (1)

  • Tha

    Achei bem legal :) Aguardando novos caps ;)

    2011-12-16
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