Capítulo X
Marlene McKinnon
- Cadê os meus quatro marotos favoritos? Onde vocês estão, hein, meus lindos?
- NO QUARTO!- James berrou rindo do que eu tinha falado.
Subi as escadas saltitando.
- BOM DIA, MEUS ANJINHOS!- Um mega sorriso estampado em meu rosto.
- Bom dia, Lene!- Me desejaram Remus e Peter sorrindo.
- Viu passarinho verde foi, Lene?- Perguntou-me James.
- Podemos saber o motivo da alegria?
- Claro, Six!- Ele revirou os olhos, odiava esse apelido.-Para começar tive uma noite de sono maravilhosa, tirando o fato da Dorcas ter murmurado o nome do Remus a noite inteira.- Lancei um olhar fulminante pro lobinho e apontando pra ele disse.- Você nunca mais a coloque pra dormir.- Ele riu e escondeu o rosto nas mãos.- Bom, além de ter dormido feito um anjo, hoje é meu encontro com o Theo.
Sirius bufou. James cuspiu o suco de abóbora que tomava e perguntou:
- Você vai fazer o que hoje?
- Você deveria ter amaldiçoado ele ao invés de simplesmente dar-lhe um tapinha na mão, Pontas.
- Remus! Você é o único maroto responsável, não deveria falar essas coisas!- Eu estava indignada.
- Ele que não deveria tentar se aproximar de você.
- Eu mereço!- Não pude conter o riso.- Vamos parar de falar disso vai. Vamos comer.
- Essa foi a primeira coisa que você disse hoje que presta.
Eu dei lingua pro Sirius, o autor do comentário. Comemos e rimos por um bom tempo.
Resolvemos aproveitar a manhã livre para visitar o Hagrid. Ele já estava completamente recuperado e precisava botar o trabalho atrasado, devido a sua internação, em dia. Por isso não ficamos muito tempo. Por volta das 10h já estávamos indo embora.
Os terrenos da escola já estavam cobertos de neve. Pessoas normais iriam entrar no castelo e ficar em frente a lareira do salão comunal, para se livrar do frio. Mas os marotos não são normais e pode se dizer que eu tive meus neurônios afetados pela convivência (Mentira, eu sempre fui louca. Mas essa parte a gente abafa.). Então resolvemos ir para perto do lago, que já estava congelado.
Sirius, James e Rabicho engataram em uma guerra de bola de neve. E eu achei que aquele era o momento perfeito para ter a conversa com Remus. Nós dois nos sentamos em baixo de uma árvore.
- Remus John Lupin, precisamos conversar.- disse no tom mais sério que consegui.
- Você sabe que dá muito medo quando você fala assim, não é?
-Sim, eu sei. E a intenção é essa mesmo.- e não pude mais segurar o riso.
- Desembucha, Lene.- ele falou com tom risonho.
- Bom, o negócio é o seguinte: eu quero saber quais são as suas intenções com a minha amiga.- fiz a minha melhor imitação de pai ciumento.
- Com a Dorcas?- ele corou e começou a brincar com a neve no chão.
- É o que eu espero, né? Por que se for com a Lily o James te mata.
- Deixa de ser boba, Lene. Ela é minha amiga e só isso.
- Agora fiquai confusa! Você tá falando da ruivinha ou da loirinha?
- Das duas!
- Então você está me dizendo que não sente nada pela Dorcas, além de amizade?
- Independente do que eu sinto, ela nunca iria querer nada comigo- eu o cortei.
- E ela é muita areia pro seu caminhãozinho?
-É.- ele falou meio cabisbaixo, olhando pro chão.
- Isso foi exatamente o que ela me disse quando eu perguntei se ela gostava de você.- Ele me encarou, seus olhos brilhavam.- Remus, ela está apaixonada por você, e você foi o único que ainda não percebeu isso.
- Mesmo assim, Lene. Ela merece alguém melhor. Eu sou um monstro e você sabe disso.- Ele voltou a brincar com a neve.
- Não, você não é. Remus, você é um garoto incrível. É inteligente, gentil, amigo, engraçado... Eu poderia passar o mês inteiro citando suas qualidades e mesmo assim ainda não seria tempo o suficiente.- ele sorriu tímido.- Escuta, a Dorcas gosta de você de verdade. Tenho certeza que ela não ia se incomodar com o fato de você adiquirir pêlos extras na lua cheia.
- Eu ainda não estou pronto para contar pra ela.- ele suspirou.
E nisso uma bola de neve me acertou, bem no rosto. Eu olhei para os três arruaceiros. Eles tinham uma bola em cada mão e sorriam sapecas. Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação eles arremeçaram outra, dessa vez o alvo foi o lobinho.
Nós nos levantamos para nos vingar, mas antes de começar o ataque olhei pro Remus e disse:
- Pensa no que eu te disse.
Ele apenas confirmou com a cabeça. E então partimos para a guerra.
Bolas de neve voaram de um lado pro outro durante um bom tempo e nossas gargalhadas ecoavam pelos jardins. No ínicio Remus e eu lutavamos juntos contra o Sirius, James e Peter, mas depois ficou cada um por si e Merlim por todos.
- Eu me rendo!- declarou James, depois que uma bola lançada por Sirius que o atingiu em cheio no peito.
Ele se deitou no chão e nós o imitamos. Ficamos ali estirados na neve em silêncio recuperando o fôlego.
- Gente, tô com fome!- anunciou Peter.
- Agora conta uma novidade.- pediu Sirius, fazendo com que todos rissemos.- Mas preciso confessar que também estou. Seria capaz de comer um hipogrifo.
- Dependendo do tempero acho que também comeria. Já pensou um hipogrifozinho assado com purê de batata. Hummm...
- Lene, você conseguiu me fazer perder a fome. Obrigado.
- De nada, Remus. Você tá mesmo precisando de uma dieta, sabe? Está meio gordinho.
Ele se apoiou nos braços e me encarou com uma sombrancelha levantada. Foi impossível não rir da expressão dele.
- É brincadeira. Mas o Sirius realmente está.
- Sabe, Lene, a minha vontade de te mandar à merda está enorme. Então por favor não provoque.
- Definitivamente você é um gentleman, Sr. Black.
-Gente?- chamou Peter.
- Que?- Fizemos coro.
- Quando eu disse que estava com fome não era apenas pra compartilhar a informação. A minha intenção era arrastar vocês pro salão principal.- Ele nos intimou a ir almoçar, mas continuou deitado sem dar sinal de que ia se mover.
- Então levanta, porra!- James exclamou.
- Tô com preguiça.- Peter tentou se explicar.
- O que é maior a fome ou a preguiça?- Remus tentou ajudá-lo em seu dilema.
- Não sei.
- No meu caso a fome é maior.- Sirius comentou.
- Vamos pro salão principal então?- eu disse já me sentando pra levantar.
- Mas também estou com preguiça.- Ele continuou.
Eu deitei de novo. Ficamos mais uns cinco minutos ali até que a barriga do Peter roncou. Todos nós rimos e ele concluiu.
- É definitivamente, a fome é maior.
- Bora, povo? Hora de papar.
Com o seu argumento Sirius arrancou boas risadas nossas e conseguiu fazer com que levantássemos. Quando chegamos na entrada do castelo secamos nossas vestes com um feitiço e fomos para o salão principal.
Quando chegamos Alice, Frank, Lily e Dorcas já estavam lá. Nos sentamos ao lado deles e começamos a comer. Comemos e comemos muito.
- Estão passando fome a quantos dias? - Frank perguntou risonho.
- Estávamos em guerra.- Sirius explicou.- Guerra de bola de neve.- ele completou quando viu que os quatro o olhavam sem entender.
O olhar de desentedimento deles foi substituído por um de compreensão.
Depois de me empanturrar com um delecioso pudim de chocalate, levantei da mesa.
- Aonde você vai?- indagou Lily.
- Me arrumar para o meu encontro.- me gabei.
- Que encontro?- a ruivinha continuou com o interrogatório.
- Com quem? - perguntou Dorcas.
- Ué, meu encontro com o Theo.
-Você vai sair com o garoto mais gato da escola e não contou pra gente? Como assim?
- Lily! Eu sou o garoto mais gato da escola. E você só pode ter olhos pra mim.- James bronqueou.
E adivinha o que ela respondeu? Acertou quem apostou no " Cala a boca, Potter."
- Nada de brigar agora, ruiva estressada! Temos que ajudar a nossa amiguinha traíra que não nos conta nada.- Dorcas falou já se levantando e puxando a Lily.
Eu tomei um banho de no mínimo uma hora e meia. Quando eu sai de baixo daquela água escaldante as minhas amigas já tinham escolhido a roupa, a maquiagem e os acessórios que eu iria usar. É por isso que as amo.
Depois do décimo terceiro feitço e do nono vidro de poção eu desisti de contar. Quando eu estava, segundo elas, perfeita as duas me liberaram pra sair. Desci as escadas do dormitório imaginando que meu princípe encantado estaria do outro lado do retrato me esperando em cima de um cavalo branco e com um buquê de flores na mão.
Passei pela Mulher Gorda, mas não havia nem um cavalo branco. Nem flores. Nem princípe. Passaram-se quinze minutos e nada do Theo. Parece que a regra da pontualidade britânica não se aplica a ele. Mas quinze e nada. Comecei a achar que ele tinha desistido. Mais dezessete minutos, eu já estava quase entrando de novo no salão comunal quando o filho da (conte até dez, Lene. Um, respira, dois, respira, três...).
- Vamos?- ele perguntou com a cara mais deslavada e não pediu desculpa pelo atraso.
- Vamos.- eu continuei com a minha contagem mental.
O encontro não começou bem, mas eu tinha esperança de que ia melhorar.
Antes das 17h eu já estava passando pelo buraco do retrato de novo. Revoltada arranquei meus sapatos de salto e soltei o cabelo. Bufando me joguei na poltrona mais próxima.
- Como foi o encontro? - Lily perguntou largando o livro que ela lia no sofá.
- Horrível. Um fiasco. Deprimente. O pior da minha vida.
James e Sirius que jogavam xadrez de bruxo abandonaram o jogo para se sentar no chão de frente pra mim e ouvir a história. Peter que observava eles jogarem veio também. Fofoqueiros.
- O que aconteceu, Lene?- Lily perguntou preocupada.
- Pra começar ele chegou com quarenta e sete minutos, contados no relógio, de atraso. E se vocês acham que ele se desculpou estão enganados. Ele me arrastou para o Madame Pudfoot's. Agarrei ódio daquele lugar.- respirei fundo - Ai ele resolveu conversar, ou melhor fazer um monólogo. Ele me explicou como é difícil ser ele. Como é complicado ser rico, manter a beleza e ter que aturar todas as fãs que ele têm. Quando ele começou a falar sobre de quanto em quanto tempo ele faz a sombrancelhas e as unhas, eu desisti. Pra mim homem que faz as unhas, sombrancelha e se depila não é homem. Na minha opinião macho corta unha no dente e passa longe da cera quente.- enquanto desabafava os meus queridos amigos riam da minha cara.- Acho que o imbecil reparou na minha cara de tédio e resolveu perguntar sobre os meus hábitos de higiene. Foi por pouco, muito pouco, que eu não mandei ele enfiar todas aquelas almofadas em um lugar bem desagradável. Depois de tudo isso ele veio tentar me beijar, eu o empurrei. Ele se revoltou me chamou de esquentadinha e tentou de novo- nessa hora a Lily me interrompeu.
- E o que você fez?
- Dei um tapa na cara dele, é lógico.
- Essa é a minha garota! - Sirius me parabenizou.
Nó cinco rimos. E eu fiquei com uma enorme vontade de que aquela frase fosse verdade. Vontade de ser a garota do Sirius. Foi só ai que eu percebi qual era o maior defeito do Theo Horst, ele não era o Sirius Black.
- Ei, perai! Onde estão Remus e Dorcas?
- Eles saíram.- James me contou com um sorriso malicioso nos lábios.
- Juntos?- Abri um grande sorriso.
- Parece que o Aluado resolveu ouvir seus conselhos, Lene.
- Vou arrancar todos os detalhes desse encontro da Dorcas assim que ela chegar.- "fofoqueira" SIrius disse em meio a uma tosse fingida.- Como se não fosse fazer o mesmo com o Remus, não é? - Ele riu confirmando as minhas suspeitas.
- Depois a gente troca informações. - então ele piscou pra mim.
Rindo, avisei que iria subir para um banho.
Miiih McKinnon: Muuuuuuuito obrigada!! Você não tem noção do quanto seu comentário me deixou feliz. Espero que goste desse capítulo. Acabou que os marotos não precisaram aprontar nada, sozinho o babaca do Horst estragou tudo. haha E se você não gostou pode falar, viu? E de novo obrigada pelo comentário. Beeijos!
Comentários (1)
Ficou muito foda!!!!Eu fiquei com sérias duvidas desse Horst viu...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkE eu fiquei curiosa pra saber do lobinho e da futura senhorita lobinha!!!E sobre a Lene falar que o Horst não era o Sirius...Quando eles vem pro Brasil?? Posta logo, please!!!'To gostando muuuito!!!Bjs!!
2011-12-22