05:00 - 06:00



OS EVENTOS A SEGUIR OCORREM ENTRE CINCO E SEIS DA MANHÃ.


 


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            –Harry! Harry, acorde...


            Harry Potter abriu os olhos. Exausto, havia cochilado no banco de espera do Hospital. Cho, sentada ao seu lado, chamava-o. Harry tentou se esticar, lutando para permanecer consciente.


            –Me desculpe – falou Harry – estou acordado há quase 24 horas...


            Ele olhou para o rosto a sua frente. Cho havia-se inclinando no banco para chamá-lo e agora os rostos dos dois estavam incrivelmente próximos. Ele podia contar cada sarda do rosto da garota se quisesse, assim como na vez em que o garoto se inclinou para ela debaixo do visgo há quase vinte anos.


            Olhando para aqueles olhos negros, novamente Harry teve a impressão de que algo dentro dela queria se libertar, ser colocado para fora. Antes que ela pudesse dizer algo, porém, ele quebrou o clima.


            –Eu... Eu estou bem acordado agora – falou, se endireitando no banco.


            Cho baixou os olhos sem jeito, e voltou a se sentar direito. Krane que estava a certa distância, olhando para as portas por onde o corpo de Rony havia desaparecido, não parecia ter notado a situação.


            Foi justamente uma exclamação do auror que fizera a situação embaraçosa entre os dois se romper. Naquele momento um curandeiro usando os trajes de trabalho do hospital vinha saindo trazendo uma espécie de carrinho de mão com várias ampolas rotuladas. Nas ampolas havia uma substância líquida inconfundível: amostras de sangue.


            Carl Krane se dirigiu ao curandeiro. Olhando-o, Harry reconheceu-o como o mesmo que havia tirado uma amostra de sangue de Rony poucos minutos antes. Era louro, com cabelos compridos até os ombros, e olhos amendoados. O crachá preso em seu corpo trazia o seu nome e a sua função: Curandeiro August Chase, Analista de Metabolismos.


            –Doutor – pediu Carl Krane, não reconhecendo o curandeiro – nosso colega acabou de entrar... ele é um auror, estamos no meio de uma investigação...


            –Sim, sim – falou Chase parando na frente de Harry e Cho e olhando para eles também. – Vocês sãos os aurores que estão acompanhando o Sr. Weasley não é mesmo? Bem... – ele respirou fundo. A expressão no seu rosto não era das mais otimistas – nós já fizemos vários exames, mas ele não tem respondido a nenhum deles...


            –Vocês não sabem o que ele tem...? – perguntou Cho.


            –Ainda há esperanças – o doutor disse – Ainda temos exames a fazer e eu já estava descendo até o quinto andar para o laboratório para analisar uma amostra do sangue dele...


            Os três aurores olharam diretamente para as ampolas a sua frente. Entre aqueles vários frascos, logicamente haveria uma rotulada “Ronald Billius Weasley”.


            –...Para investigar possíveis alterações físicas do seu organismo.


            –Alterações físicas? – perguntou Cho.


            –Se a causa do encantamento foi alguma poção ou algo que ele possa ter ingerido, geralmente deixa rastros no organismo.


            –Entendemos... – respondeu Carl. Chase já estava se encaminhando para os elevadores quando provavelmente achou que deveria dizer algo de consolo, pois se virou e disse:


            –Nós vamos encontrar a cura para o seu colega. Não precisam se preocupar.


            E dizendo isso, entrou no elevador que fechou as portas depressa. As luzinhas no alto indicando que o transporte começara sua descida.


            Os três ficaram olhando para a porta que havia se fechado. Harry, sentindo um profundo desalento em si, tentou se esticar. Sentia o peso das últimas horas sobrecarregando cada célula do seu corpo. Havia sido naquela mesma noite que ele estivera parado a porta de seu filho primogênito velando pelo seu sono? Parecia que fora há semanas!


            Cho, olhando atentamente para ele disse:


            –Tem certeza que está acordado? Olhe... Tem uma lanchonete no quinto andar... Se quiser eu peço uma beberagem forte para você...


            Harry iria dizer que não precisava, mas um profundo cansaço nos músculos protestou. Se fazer de durão não iria adiantar agora, ainda mais porque não fazia idéia de quando veria uma cama novamente.


            –Está bem... eu topo...


            Cho deu um sorriso para o auror. Havia um quê de servil no olhar que ela lançou a Harry que provocou uma espécie de bola entalando a garganta dele. Mas antes que ele pudesse ter dito algo, ela se levantou dizendo:


            –Eu já volto! – e se encaminhando para o elevador ao lado do qual Chase havia entrado, apertou um botão e as portas se fecharam ao mesmo tempo em que as luzes no topo da porta se acendiam.


            Naquele momento, nem Harry, nem Krane haviam percebido a coincidência de que, tanto o laboratório quanto a lanchonete, ficavam no mesmo andar.


 


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            Hermione e Neville estavam diante de um complexo objeto, munidos de penas, pergaminhos e livros de poções e herbologia espalhados pelos sofás. O Decompositor Alquímico de Substâncias Golpallot era cheio de complexos tubos de ensaios, canos, ampolas e vasos de vidro que se ligavam em seqüência formando um emaranhado de pequenas tubulações diante deles.


            Embora o mecanismo fosse complicado, a teoria era simples: em um dos vasos de ensaio mais afastados do conglomerado, se fervia uma poção até o seu ponto máximo. O vapor da mistura subiria por um cano entrando no aparelho que, através de processos alquímicos separava cada ingrediente da mistura e descia-os cada um para um dos pequenos vasos abaixo. Esse procedimento era bastante útil na necessidade de fazer antídotos extremamente complexos, onde cada substancia deveria ser o extremo oposto da substancia danosa.


            O vômito de Rony, colocado no vaso de ensaio principal ainda não havia entrado em processo de ebulição, mas não tardaria a chegar. Hermione havia conjurado uma de suas famosas chamas azuis enquanto Neville, com o livro Mil Ervas e Fungos Mágicos no colo procurava, a pedido de Hermione, o capítulo referentes a plantas com efeitos psicológicos.


            Naquele momento, enquanto os dois estavam concentrados na tarefa, uma mulher entrou na sala. Hermione, ao erguer os olhos, reconheceu-a imediatamente e sentiu um desconforto. Apesar das duas no passado se darem bem, nos últimos anos certa frieza de modos havia tomado conta do convívio entre Hermione e a atual mulher de Neville. Embora aquela frieza fosse motivada por algo que Hermione achava uma besteira, pelo menos tentava respeitar o desejo da outra de manter certo distanciamento.


            Ana Abbott Longbotton era loura e tinha um rosto redondo e corado. Ao entrar, olhara diretamente para Hermione e Neville, sentados juntos próximo ao objeto e seus lábios crisparam-se. Ana sabia que seu ciúme era infundado, mas simplesmente não conseguia “não senti-lo”. Ensaiando um sorriso, falou:


            –Tão cedo, Hermione?


            Hermione abriu a boca para responder, mas, antes que pudesse dizer algo, Neville interveio.


            –Ela me procurou para analisarmos algo importante...  Desculpe Ana...


            –Tudo bem – falou Ana tentando aparentar tranqüilidade, mas Hermione captou um certo ressentimento em sua voz – Eu vou deixar vocês trabalhando.


            Mas antes que saísse pela porta, Hermione fez mais uma tentativa de estabelecer um laço com ela.


            –E como ele está?


            Hermione apontou com a cabeça para a barriga de Ana sob a camisola. Ana olhou para a própria e proeminente barriga de nove meses de gestação. Com um suspiro disse:


            –Lutando para sair... as vezes acho que já está fazendo feitiços aqui dentro!


            E dizendo isso saiu, fechando a porta atrás de si. Hermione, baixinho, perguntou para Neville.


            –Como vocês estão?


            Neville suspirou resignado.


            –Já estivemos melhores – e com um sorriso forçado disse – Não se assuste... é só... a tensão da gravidez... pode ser a qualquer momento, entende... E você sabe como ela é... meio impetuosa.


            Hermione calou-se. Iria dizer algo para ajudar, mas naquele momento Neville a interrompeu apontando para o Decompositor.


            –Oh... começou.


            Hermione virou o rosto e viu a substancia verde que saíra da boca do Rony se converter em um vapor esverdeado e subir pelo tubo entrando no complexo encanamento. O processo alquímico se iniciara.


 


05:12:51


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            Os setenta e sete bruxos vestidos de roxo concentravam suas atenções no centro do tribunal onde se efetuava a votação. O processo eleitoral era bastante simples: Percy Weasley fazia a chamada nominal dos presentes que, se levantavam e se encaminhavam até a taça de cristal com o tampo de madeira. Levavam na mão uma ficha cuidadosamente dobrada onde tinham escrito anteriormente o nome de seu candidato. Ao chegarem até a taça, colocavam a ficha sobre o tampo de madeira, e erguiam o tampo acima de sua própria cabeça. Então, viravam o tampo, deixando o papel cair displicentemente na taça, entre os outros votos.


            Esse procedimento servia para que ninguém tentasse colocar duas ou mais fichas ao mesmo tempo. A queda da ficha a vista de todos, garantia uma eleição imparcial e sem interferências mágicas.


            No momento, o bruxo que se sentava ao lado de Monique, Marcus Aurelius Kizer, elevava o voto para que todos pudessem vê-lo e o deixava cair na taça junto com as outras fichas. Praticamente, metade da Suprema Corte já havia votado e Cornélio Fudge parecia satisfeitíssimo com aquilo.


            Quando Marcus Aurelius recolocou a o tampo de madeira sobre a taça e se encaminhava novamente para seu lugar, Percy chamou:


            –Monique La Roche!


            A auror se levantou e começou a descer as escadas de pedra até a taça de cristal. Na metade da escada, cruzou por Marcus Aurelius que lhe deu um sorriso triste.


            Monique colocou seu voto sobre o tampo assim como todos os demais antes dela, e ergueu a ficha.


            Quando ergueu a cabeça, seus olhos se encontraram com os de Fudge bem a frente dela. O sorriso dele era carismático, mas seus olhos não o acompanhavam. Havia algo astuto no olhar de Fudge no milésimo de segundo em que os dois se encararam. Teria sido impressão de Monique ou aqueles olhos revelavam um desafio?


            Guardando aquela impressão para si, pelo menos no momento, ela virou o tampo de madeira misturando o seu voto com os demais. Silenciosamente, recolocou a peça acima da taça e virou-se para voltar ao seu lugar.


 


05:16:42


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            No subsolo de uma chácara londrina situada no subúrbio da cidade, funcionava uma enorme oficina. Máquinas de vários tipos e formas giravam e faziam um barulho estridente enquanto esteiras com papel passavam por elas. Havia vários bruxos no local indo de um lado para o outro carregando várias pilhas de material, incluindo textos, folhas em brancos e fotos. Parecia que um verdadeiro caos havia se instalado ali e no meio daquilo tudo, Barnabás Cuffe olhava em volta completamente perdido em seu próprio ambiente.


            Barnabás Cuffe era baixinho e era completamente careca. Possuía por trás dos óculos quadrados, olhos amarelados de felino. Ele passava a mão testa, no momento, luzente de tanto suor. As últimas horas haviam sido um completo caos na editoria. O Profeta Diário deveria estar em circulação em menos de duas horas e eles não haviam nem sequer achado uma foto decente de Kingsley Shacklebolt para por na reportagem de capa quanto mais escrever um editorial.


            Foi ao dar voltas pelo meio do salão do jornal, quando viu sua salvação descendo pelo antiqüíssimo elevador de ferro e abrindo a pesada grade de correr.


            –Rita! – correu até ela – Rita...


            –Ei, Barny... o que houve aqui? Eu pensei que vocês deviam estar comemorando.


            –E estaríamos! – respondeu o editor-chefe do Profeta Diário – se pelo menos tivéssemos uma história para contar! Recebemos a sua coruja e imediatamente mandei uma equipe para o Ministério... Mas eles não deram nenhum pronunciamento sobre o assunto ainda! A única coisa que Creevey conseguiu foi uma declaração informal de Fudge que, na verdade, não nos serve para nada. Precisamos desencavar o que está acontecendo! Precisamos de uma história!


            –Relaxe, Barny! Você quer uma história? Eu tenho uma história! Eu tenho várias histórias! – falou Rita com uma fria expressão no rosto – Me consiga papel e uma escrevedora e elas estarão na sua mesa em vinte minutos!


 


05:19:27


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            Harry Potter e Carl Krane ainda se encontravam no mesmo corredor em que Rony havia sido levado. Esperavam ansiosamente por notícias, qualquer que fossem. Os olhos de Harry já estavam começando a ficar vermelhos e irritados pela falta de sono. Carl, reparando nisso, comentou:


            –Cho está demorando...


            Harry apenas respondeu com um muxoxo. Seus pensamentos foram quase imediatamente para a oriental. O clima que se estabelecera entre eles, principalmente nas últimas horas, havia começado a tornar-se difícil de lidar. Harry não sentia nenhuma atração especial pela auror, mas aquela situação era desconfortável demais para que ele conseguisse fazer jus em palavras.


            De Cho Chang seus pensamentos voaram para Gina. A amada naquele momento deveria estar dormindo como ele havia recomendado. O que ele não daria para estar junto dela, agora? Acariciando seus cabelos, enquanto ela ressonava abraçada em seu peito. Infelizmente, ele já não sabia quando aquilo tudo iria terminar para ele poder voltar para casa.


            Nenhum curandeiro havia passado novamente pelo corredor desde Chase, a demora por notícias estava começando a incomodá-lo e preocupa-lo. Ele estava se perguntando quando aquela situação apresentaria alguma mudança.


            A resposta àquela pergunta não tardaria a chegar.


            Pouco tempo depois, um terrível som de explosão seguido de um tremor que balançou o corredor inteiro pôs os dois aurores em alerta. A moça que estava no balcão a alguns metros deles gritou e olhou para baixo.


            –O que foi isso???!


            O impacto havia sido tão forte que algumas paredes racharam e se curvaram, como se estivessem lutando para sustentar o peso dos andares acima. A impressão era de que algo forte e poderoso havia atingido algum dos pilares de sustentação do prédio em algum lugar abaixo deles.


            O instinto de Harry sabia aonde.


            –Vem! – gritou para Carl. E os dois correndo pelo corredor, na contramão de vários outros bruxos que se dirigiam as paredes lançando feitiços de sustentação. Harry afundou o dedo no botão para chamar o elevador, cuidar do patrimônio do hospital não era bem algo que passava na sua mente naquele momento.


            O elevador chegou com um tranco e as portas se abriram, Harry e Carl entraram no elevador que balançava preocupantemente. Parecia que a explosão havia afetado algum dos cabos também. Harry apertou o botão sinalizado como 5 e no mesmo momento às portas se fecharam e o elevador começou a descer precariamente.


            –O que está acontecendo, Harry? – perguntou Carl.


            –Eu não sei... – respondeu Harry, o coração batendo forte. Sentia-se estranhamente acordado agora – Mas tenho um palpite.


            O elevador parou e as portas se abriram, revelando o corredor além. A visão era caótica, bruxos correndo para todo o lado enquanto uma poeira e a mistura de vários cheiros que se misturavam impregnando o ar.


            Por sorte, a informação que Harry desejava estava em uma placa de informação diante dele. O objeto indicava que o Laboratório ficava a direita no corredor. Não que precisasse de indicação. Praticamente todo o efetivo do hospital corria naquela direção.


            Quando se aproximaram da grande porta do laboratório, encontraram Cho. A auror parecia sinceramente assustada.


            –Cho? O que houve?


            –Eu... eu não sei – falou a auror nervosa – eu estava na lancheria quando ouvi uma explosão.... você acha que isso tem haver com...


            Ele não esperou que ela terminasse a pergunta, passando por ela e pelas portas do laboratório que estavam estranhamente viradas entrou no recinto. O que viu foi estarrecedor.


            O laboratório era um aposento grande cheio de mesas, armários e instrumentos. No entanto, no momento estava todo destruído como se alguém tivesse explodido alguns quilos de dinamite no local. Pilhas de destroços estavam pelos cantos, alguns pegando fogo, fazendo subir uma nuvem de fuligem que cobria o local. Vários instrumentos de prata estavam no chão, inutilizados. A uma mesa a um canto Harry conseguiu distinguir as ampolas que o curandeiro havia trazido mais cedo. Todas elas quebradas, as amostras de sangue misturadas numa poça vermelho escura em cima da mesa que pingava no chão.


            Carl e Cho entraram logo atrás de Harry. Carl disse:


            –Minha nossa...


            Harry olhava para as amostras de sangue estragadas. As palavras que Hermione haviam pronunciado mais cedo ecoavam em sua cabeça: “poderão sabotar a investigação”.


            Um ganido no meio dos escombros chamou a atenção de Harry. Virando a cabeça, percebeu que o som vinha da direção onde estava a mesa com o sangue. Foi até lá se desviando dos destroços que enchiam a sala. Quando se aproximou percebeu que August Chase, o curandeiro que eles haviam visto anteriormente estava esparramado no chão. Um lado de sua cabeça estava completamente ensangüentado, e metade de seu corpo estava soterrada embaixo de um pesado armário. Seus olhos semi-abertos revelavam um estado de semi-consciencia.


            –Ei... ajudem aqui! – Harry gritou para os outros dois. Carl e Cho se aproximaram. Juntos, com um feitiço de levitação, os três conseguiram tirar o enorme móvel de cima do curandeiro.


            Naquele momento, Walden Grid entrava no laboratório, acompanhado de dois curandeiros. Eles deram uma olhada em volta do laboratório totalmente destruído e, avistando-os, se aproximaram deles. Grid olhou diretamente para Harry.


            –Potter!!! O que aconteceu aqui? – e depois olhando para o chão – Chase!!! Ó meu Deus, ele está muito ferido, precisamos tira-lo daqui!


            Os dois curandeiros que acompanhavam Grid conjuraram uma maca e usando feitiços ergueram o corpo de Chase tomando o cuidado para que ele não mexesse nenhuma parte do corpo e o colocaram no leito improvisado. Ao sentir seu corpo se erguer, os olhos dele se abriram mais um pouco e outro sonoro ruído escapou de seus lábios, dessa vez mais forte.


            Eles já estavam se encaminhando para a porta arrebentada, quando Harry pegou Grid pelo braço.


            –Sr. Grid, espere! Deixe-me falar com ele! Apenas por um minuto!


            –Potter... isso não é sensato!!! Será que você não vê que ele está muito ferido, provavelmente precisará de uma cirurgia.


            –Doutor... ele estava examinando o sangue de Rony... eu preciso saber o que aconteceu aqui...


            –Chase está em estado de choque, dificilmente ele conseguirá dizer alguma coisa!


            –Por favor... um minuto apenas...


            Grid fixou Harry nos olhos durante algum segundo. E então falou:


            –Está bem... trinta segundos! – E voltando-se para os curandeiros que haviam chegado com ele – nos dêem um momentinho, por favor.


            Os curandeiros se entreolharam estranhando, mas não discutiram. No momento seguinte, Harry, Carl, Cho e Grid se inclinaram sobre a maca de Chase.


            –Chase – chamou Harry – Chase, está me ouvindo?


            Chase sentiu aquela voz vindo de muito, muito longe. Abriu os olhos mais uma vez, conseguiu perceber quatro silhuetas junto a ele. Mas sua visão estava sem foco e ele não conseguia ver seus rostos.


            –Chase – tornou Harry – eu preciso saber... eu preciso saber o que aconteceu aqui... alguém atacou você? Quem?


            Naquele momento, a visão dele entrou em foco e ele conseguiu distinguir as pessoas ao seu redor. Sentiu um baque no coração. A pessoa que o atacara estava ali, entre os quatro!


            –Hhh... Ahhh... – Chase tentava falar, mas não conseguia. Algum ferimento em sua garganta parecia impedi-lo de pronunciar palavras com clareza. Infelizmente, Harry Potter parecia não notar isso.


            –Vamos... Por favor... diga... quem foi que atacou você?


            –Hhh... Ahh.... – Chase não conseguia pronunciar palavras. Sentiu um frio desespero. Precisava avisar. Tinha que avisar. Começou a erguer lentamente sua mão, usando suas ultimas forças para apontar para o atacante. Torcendo que eles entendessem seu gesto.


            Mas no mesmo momento que sua mão subiu alguns centímetros, Cho a segurou-a carinhosamente e disse:


            –Está tudo bem, você vai ficar bem!... Harry, não adianta, eu acho que é inútil!


            Harry suspirou, tendo que reconhecer. O homem estava gravemente debilitado. Possivelmente ele nem estava entendendo o que Harry queria dizer.


            –Certo... tudo bem, Sr. Grid, pode leva-lo...


            O curandeiro lançou um olhar de reprovação a Potter e se virou com a maca do homem ao seu lado. Harry olhou para os destroços espalhados, sentindo uma total desolação.


 


05:32:48


05:32:49


05:32:50


 


            Neville examinava os diversos componentes que o Decompositor havia separado. Hermione estava do seu lado pesquisando em um volumoso livro, procurando pelos prováveis opostos das substancias contidas ali. Não que o resultado estivesse cem por cento previsto. Entre as coisas que eles haviam encontrado estavam molho de tomate, balas de hortelã, e gema de ovo. No entanto, descartando as partes absurdas, Neville estava vendo diante dele várias substancias de poderio mágico que o estavam deixando seriamente preocupado.


            –Oh, meu Deus... Crataegus... Xerém... Capsicum... Rosa Lilás... – a lista de Neville ia crescendo, deixando-o cada vez mais preocupado. Hermione não pode deixar de esconder um interesse científico.


            –Eu não conheço nenhuma dessas ervas... – falou a garota, assombrada.


            –E nem conheceria – disse Neville – Elas não são plantas britânicas... algumas não são nem mesmo européias. A Rosa Lilás só nasce nas planícies da Mongólia e fica aberta apenas um dia por ano. O Xerém é mais comumente encontrado na Arábia e pode sobreviver durante séculos sem água...


            –E o que você acha? – perguntou Hermione – existe alguma poção onde elas são usadas?


            –Não! – respondeu Neville com veemência, e aquilo parecia deixa-lo ainda mais nervoso – Eu não conheço nenhuma poção onde todas elas são usadas... A não ser que tenham inventado algo sim... se for... ó meu Deus, isso é terrível!


            Neville olhava pálido para as estranhas amostras em pó a frente dele. Hermione começou a sentir um peso enorme na garganta, sentia que seus olhos começavam a se inundar. Não queria saber o que era tão terrível e ao mesmo tempo precisava.


            –O que é?! O que é tão terrível!!! Vamos fale logo!!!


            Neville se virou e encarou-a. Seu rosto já espantado ficou completamente mudo ao ver que aquela mulher estava chorando. Ficando anormalmente sério, Neville perguntou:


            –De quem é esse vômito, Hermione? Quem foi enfeitiçado?


            Hermione respirou fundo. Como se tentando tomar coragem. Decidindo de poderia contar ou não.


            –Hermione... Quem foi enfeitiçado?


            Ela por fim cedeu. No momento percebeu que não precisava só de um herbólogo e de um preparador de poções. Precisava também de um amigo.


            –Rony...


            Neville sentiu como se o mundo estivesse girando em sua volta. De certa forma, parecia que o chão não estava bem firme. Ele então perguntou novamente:


            –O que foi que ele fez?


            Nova pausa. Hermione então falou:


            –Ao que tudo indica, matou o Ministro Shacklebolt!


            Dessa vez Neville quase caiu da cadeira mesmo. Levou alguns segundos para absorver o significado daquelas palavras. Então, para total assombro de Hermione, se levantou e começou a catar todos os guias de ervas e fungos que estavam espalhados para mais perto dele.


            –O que há com essas ervas, Neville? Quais são os poderes delas?


            –Essas ervas, Hermione – começou Neville – São plantas muito poderosas... não só poderosas, são maléficas... geralmente são usadas em rituas de magia negra ou poções que possuam algum objetivo maléfico. A maioria delas, são ervas que mexem com a parte psicológica da pessoa... a parte da mente... Capsicum, por exemplo é uma erva poderosa que os gregos descobriram que tem o poder de cortar o controle que a mente tem do corpo, entende? Outras como Crataegus e Xerém são plantas que os antigos usavam para controlar outras pessoas... sentimentos... ações... poções de escravização... Eles a usavam porque na época, a Maldição Imperius não havia sido inventada. E mesmo que fosse, arrisco em dizer que elas são mais úteis que a Imperius. A Imperius ou qualquer outra maldição necessita sempre de uma varinha, e pode se enfraquecer com o passar do tempo. Algumas dessas ervas tem efeito permanente.


            Hermione ouvia atentamente, alguns dos acontecimentos daquela madrugada começavam enfim a se encaixar. Mas alguma coisa na última palavra estacou Hermione.


            –Você disse... Permanente?


            –Sim... quer dizer... pelo menos não até tomar alguma poção que libertasse a pessoa.


            –Um antídoto? E nós podemos fazer um?


            Neville lançou um olhar compassivo para Hermione, parecia que o recente choque houvera afetado um pouco o seu lado cognitivo.


            –Hermione... todas essas ervas... sozinhas elas são uma coisa... mas... se alguém conseguiu reuni-las na mesma essência. Entende, os efeitos de cada uma das ervas se somam uns aos outros... Eu não sei se conseguiria fazer um antídoto total... eu posso talvez tentar criar uma poção no momento, que possa anular alguns dos efeitos. Mas é o máximo que podemos fazer. Sem falar que, se não sabemos a real proporção usada de cada ingrediente na poção, isto poderá ser um tiro no escuro.


            –Mas podemos tentar não é?


            Neville suspirou.


            –Sim, podemos!


            –Então o que estamos esperando?


 


05:38:54


05:38:55


05:38:56


 


            Percy havia feito o registro do último voto já há alguns minutos e agora fazia a apuração. Enquanto esperavam, os bruxos da Suprema Corte dos Bruxos a volta dele cochichavam ansiosos. Na verdade, era a terceira vez que Percy estava fazendo a apuração dos votos. Ficara tão revoltado com o primeiro resultado, que não falara nada e simplesmente recomeçara o trabalho em silencio na sua mesa enquanto os outros bruxos conversavam entre si nos bancos do Sétimo Velho Tribunal. Não podendo mais adiar aquilo, no entanto, resignadamente ele se levantou. O silêncio entre os presentes foi total!


            –A Reunião Emergencial da Suprema Corte dos Bruxos nº 719 determinou, – ele começara – e eu, como Apurador o publico, que o novo Ministro da Magia é o Sr. Cornélio Oswald Fudge.


            Um burburinho de excitação percorreu por todos os presentes na sala, Marcus Aurelius soltou apenas um ruído de desprezo enquanto Monique La Roche sentia uma onda de raiva crescendo. Ela olhou para Fudge. O velho não conseguia esconder o sorriso debochado que apareceu em seu rosto. Os murmúrios no recinto eram tais que quase nem sequer se ouviu o resto do discurso de Percy. Não que fosse necessário, pois era apenas uma formalidade.


            –O Sr. Fudge deverá exercer a função do cargo até a data da próxima eleição direta que será estipulada em uma próxima reunião desta mesma corte. Até lá, o Sr. Cornélio Oswald Fudge é, - e a voz de Percy gaguejou nesse momento, como se estivesse incerto de ter que dizer aquilo. – O Representante Maior de todo o nosso povo.


            Uma salva de palmas ecoou pelo tribunal, enquanto Percy Weasley se sentava novamente. Alguns como Marcus Aurelius e Amos Diggory, bateram as mãos apenas duas vezes antes de baixá-las. Monique nem sequer as levantara. Não que alguém tivesse notado. As atenções de todos eles estavam voltadas unicamente para Fudge.


            Cornélio Fudge então, levantou-se. Tradicionalmente, aquele era o momento do discurso de posse.


            –Caros bruxos e bruxas da Suprema Corte, – começou Fudge. – é com uma grande dor no coração, que aceito este cargo que é a mim imposto, neste momento tão doloroso para nós que é a perda de nosso ídolo, mentor e herói, Kingsley Shacklebolt!!! Infelizmente, as coisas são como devem ser, e os ramos do destino tem formas curiosas de se apresentar... Pois então, mesmo com tamanha dor, e com o coração pesado de luto, eu aceito e juro zelar unicamente pelo bem do povo bruxo!


            –Velho hipócrita... – sussurrou Marcus Aurelius ao lado de Monique.


            Monique não falara nada, não conseguia, sua boca apenas crispara-se de raiva. Não só de Fudge, mas também de todos aqueles velhos que haviam votado nele.


            “Eles não fazem idéia da burrada que estão cometendo” pensou.


 


05:42:24


05:42:25


05:42:26


 


            Harry estava no meio dos destroços do laboratório procurando alguma coisa que pudesse ajuda-lo a entender aquele mistério. Entre as ampolas quebradas por cima da mesa ele havia encontrado uma, rotulada: “R.B. Weasley”. Mas ela estava quebrada e completamente vazia. A tarefa de saber qual seria o sangue de Rony ali, seria impossível.


            Caminhando por entre os destroços, Cho vinha chegando até ele, trazia na mão uma taça de ouro com um líquido fumegante. Ela estendeu a bebida para Harry.


            –Tome, Harry... é um elixir que vai te ajudar a manter-se acordado durante algumas horas...


            Harry pegou o cálice automaticamente, mas não o bebeu. Ainda olhava aturdido para os destroços. O laboratório era imenso e ele não fazia idéia de por onde deveria começar. Alguns bruxos também estavam por ali, catando os pedaços de instrumentos e medindo os estragos feitos.


            –O que você acha que aconteceu? – perguntou Cho.


            –Eu não sei – falou Harry, cansado – talvez alguém tenha-nos seguido do estádio até aqui... o helicóptero parou no meio do campo... se o responsável pelos acontecimentos de hoje estivesse na platéia, teria ficado obvio para onde estávamos indo.


            Mas no íntimo Harry sabia que não acreditava naquela teoria. O seu instinto, o seu poderoso instinto lhe dizia que a resposta estava mais próxima do que parecia... bem mais próxima!... Mas então, porque ele não conseguia ver?!


            Ele já estava levando o elixir aos lábios quando uma exclamação de Cho o interrompeu. Ela deu um gritinho, e colocou a mão no bolso, tirando de lá o relógio comunicador. Olhando para o visor, exclamou:


            –É o Justino, ele quer saber as novidades – falou. E, sem dizer mais nada, ela se afastou um pouco para falar com ele.


            Harry ficou observando Cho se afastar. Ficou curioso. Se fosse Justino, porque ela havia se afastado para poder falar com ele? Se bem que, ele vinha notando de uns dias pra cá, Cho e Justino vinham se dando bastante bem juntos ultimamente. Harry ficou se perguntando se haveria alguma coisa entre eles e, para sua incrível surpresa, sentiu uma leve fisgada de ciúmes.


            Ele balançou a cabeça como se para esquecer aquilo. Cho e Justino eram completamente livres e desimpedidos e ele não tinha nada haver com isso. Amava Gina. Sabia que a amava.


            Distraído com aqueles pensamentos foi aproximando novamente o cálice dos lábios. Mas, quando estava prestes a beber, foi interrompido novamente dessa vez por Carl Krane.


            Carl havia puxado a manga do braço com que ele segurava o cálice. O movimento fora tão imprevisto, que algumas gotas da poção caíram e respingaram o chão.


            –Carl – falou Harry surpreso – mas o quê?... por que?


            Carl não havia dito nada apenas pegou sua varinha, e olhando por cima da ombro para se certificar de que Cho Chang ainda estava de costas para ele, pronunciou algumas palavras ininteligíveis e deu um toque na poção com a varinha. Por alguns segundos a poção começou a emitir um intenso brilho dourado que depois desapareceu. Parecendo não muito satisfeito, o auror então tirou um objeto de um dos bolsos e o aproximou da bebida. Harry sabia o que era, pois ele mesmo tinha um. O bisbilhoscópio porém, ficou parado e estático, sem emitir sinal algum. Parecendo convencido, porem contrariado. Carl guardou o bisbilhoscópio e disse:


            –Acho que está tudo bem... pode beber!


            –O que foi isso tudo? – Harry perguntou.


            Carl olhou para Harry, espantado. E depois falou:


            –Você não percebeu ou simplesmente não quer aceitar?


            –Do que está falando? – Harry perguntou confuso.


            –Harry... – Carl tentava falar calmamente, olhou novamente por cima do ombro e disse – você não acha curioso a Cho sumir e de repente algo desse tipo acontecer justamente enquanto ela estava fora?


            Harry e Carl olharam-se nos olhos durante alguns momentos. Finalmente, Harry entendeu o que Carl estava querendo dizer. Ele negou, não querendo acreditar.


            –Você não está dizendo que a Cho fez isso! Por que ela faria uma coisa dessas?!


            –Eu também não sei – falou Carl – eu também não quero acreditar, mas nada esteve muito no lugar esta noite não é?


            –A Cho que eu conheço não faria isso.


            –O Rony que nós conhecemos também não faria nada daquilo... e, bem... olha onde estamos!


            –É diferente, – falou Harry, dessa vez olhando por cima do ombro e verificando se ela continuava ocupada – ela continua sendo ela mesma! Eu vejo!


            –O que é ainda mais preocupante – disse Carl.


            Harry respirou fundo e então disse:


            –Eu confio na Cho... sei que ela não tem nada haver com os acontecimentos de hoje!


            –Harry... você sabe muito bem que quer que seja que estamos lidando, conseguiu se infiltrar no Ministério! Não podemos mais confiar em todo mundo!


            Harry ainda relutava em acreditar. Teria sido Cho que provocara tudo aquilo? Teria sido Cho que houvera cometido o atraso na verificação do sangue do Rony?


            –Ela foi quem mais ajudou nas tentativas de solucionar esse mistério – disse Harry!


            –Talvez justamente esse fazia parte do papel dela – disse Carl.


            –Foi ela que me trouxe o apagueiro para começar – disse Harry, e então parou, refletindo no que estava para dizer – ...foi ela que me fez suspeitar do que o Rony tinha...


            –O que faremos, Harry? – perguntou Carl. – Trancá-la e pegar a varinha dela para fazer um priori incantatem?


            Harry olhou por uns intantes para ela e então respondeu.


            –Não. Não temos certeza ainda disso. Podemos estar completamente enganados. Vamos... vamos apenas mante-la sob vigilância daqui para frente.


            –Ela está voltando – disse Carl. Os dois disfarçaram.


            Cho se aproximou de onde os dois estavam e olhou diretamente para o cálice de Harry.


            –Você não bebeu?


            –Ahn... eu... bem... – Harry apenas percebeu agora que o cálice continuava na sua mão, praticamente intocável. Olhou para Carl hesitante, mas o auror havia verificado que não tinha nada de errado com aquela poção. Então, aproximou dos lábios e tomou um gole. O elixir tinha um gosto muito bom, parecia mel. E começou a aquecer cada centímetro dele de dentro para fora. De repente Harry se sentiu muito acordado.


            –Está bom? – perguntou Carl insinuoso. Havia uma pequena ruga de preocupação em sua testa.


            –Está... – disse Harry. E sorrindo, para acalmar o amigo – Está sim!


            –Vejam – falou Cho, apontando para a porta – Grid está voltando.


            Walden Grid atravessara a soleira da porta do laboratório destruído e, procurando com o olhar localizou-os.


            –Sr. Grid – disse Harry, se encaminhando para ele – Sr. Grid... me desculpe por submeter aquele curandeiro a aquilo... é que essa investigação está cada vez mais complicada...


            –Tudo bem – Grid falou, com aparentada bondade – Tudo bem eu entendo. Eu acho que faria o mesmo na situação de vocês.


            –Como ele está? – perguntou Cho.


            Grid olhou para ela, e respondeu.


            –Mal, muito mal... parece que ele quebrou alguns ossos e... uma de suas costelas parece ter perfurado internamente o pulmão na queda... era por isso que ele não conseguia falar.


            –Ele vai ficar bem? – perguntou Carl.


            –Ah sim... irá sim... mas provavelmente não hoje... certamente ele passará as próximas horas em várias cirurgias.


            –Sr. Grid – começou Harry – tem algum outro curandeiro que poderia examinar o sangue de Rony?


            O olhar que Grid lançou a Harry foi de extremo desalento.


            –A boa notícia é que há... a péssima é que não há lugar... todos os equipamentos necessários para esse tipo de analise estavam aqui... Agora... precisaríamos esperar por um bom tempo até ver o que realmente foi inutilizado e o que ainda pode ser reaproveitado.


            Harry quase chutou um pedaço de madeira. Como podiam estar com tanto azar.


            –Bom, pelo menos terminamos com o Sr. Weasley. Dentro de alguns minutos vamos transferi-lo para um quarto separado e vocês poderão fazer companhia a ele enquanto estiver em observação.


            –Certo... nos avise qualquer novidade está bem, por favor... – disse Cho. Harry e Carl se entreolharam.


            Grid então se retirou. Cho virou-se para eles.


            –Se importam se eu for ao banheiro?


            Os dois se entreolharam novamente. Então Harry falou.


            –Anh... não, claro que não...


            –Obrigada – disse Cho, parecendo realmente necessitada. Virou as costas e sumiu pelo corredor além. Carl, após um olhar incisivo para Harry, seguiu-a.


            Harry ficou sozinho, nos meios dos destroços. De certa forma, a realidade condizia exatamente com o que ele se sentia agora.


 


05:58:41


05:58:42


05:58:43


 


            Cornélio Fudge estava de volta enfim ao escritório que tanto adorava. O escritório que a muitos anos planejava retornar. O escritório grandioso, com várias estantes cheias de livro de cada lado, uma lustrosa mesa de mogno e uma grandiosa janela de vista panorâmica. Era verdade que o prédio do Ministério da Magia se encontrava no subterrâneo da cidade, mas o Departamento de Manutenção Mágica se encarregava de dar às janelas do prédio a imagem real do dia lá fora.


            Cornélio Fudge estava com os pensamentos muito distantes dali. Há muito tempo que desejava retornar e enfim, conseguira. Só lamentava que tivesse ter sido em tais circunstancias. Mas às vezes, existem certos maus que acabam sendo inevitáveis. Fudge bem sabia disso.


            Agora, contemplando, o céu escuro lá fora, podia ver lá longe um feixe de luminosidade se erguendo no horizonte. Um risco onde o céu começava a tingir-se de cinza-azulado.


            –Este vai ser um longo dia – disse o novo Ministro da Magia.


            Naquele momento, Cornélio Fudge ainda nem fazia idéia do quanto.


 


05:59:58


05:59:59


06:00:00  


 


 


 


 


 


 


 


 

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Comentários (2)

  • MarianaBortoletti

    Humm... quando eu comecei a ler o capítulo e vi o nome da Cho, eu pensei: pq não desconfiei dela antes? A planta não é da Mongólia? Mongólia faz fronteira com a China (e? rsrsrs) MAAAAAAAS, todas essas pistas que nos foram apresentadas nesse capítulo podem ser falsas, claro. Aposto na Cho e no Grid.

    2012-01-02
  • Ruan Leitão Nunes

    deixa eu ver os fatos: cho desce, ela vira suspeira, calr foi inocentado o cara quase morto num ia dizer que o assassino ta emtre os 4 se num tivesse karl, cho, harry e grid sai carl, sai harry suspeitos principais, cho e grid, até ai tudo ok se CHO FOSSE A MATADORA, ela num seria burra o suficiente pra descer pro quinto andar daquele jeito, e ela num pareceria culpada, ou seja, pra mm o mata todo mundo é o grid, pq ele teria competencia pra fazer uma poção fodona tb, e saberia de tudo q ocorre la no st. mungus

    2011-12-27
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