A Flor - Luna/Cho





A Flor

por MiSyroff


 


A loira caminhava apressadamente pelos corredores, um sorriso querendo escapar por seus lábios. Seu pensamento estava distante, fixo em um olhar que a muito tempo perturbava seus sonhos. E distraída como estava não percebeu que a cercavam.


 


- Hei Di-lua, não se cansa de parecer idiota? – Crabe perguntou irônico enquano a loira dava meia volta sem responder nada.


 


- Não, fique com a gente – Goyle exclamou aparecendo do outro lado.


 


Luna olhou para os dois lados e suspirou derrotada. Estava de saco cheio de tudo aquilo, mas no momento nem podia se defender, esquecera a varinha no dormitório. Olhava de um para outro, sem saber o que fazer.


 


Reparou que havia uma sombra atrás de Goyle, mas nesse momento Crabe veio e puxou a mochila de suas costas. A alça rasgou e abriu um buraco na mochila, fazendo com que vários dos objetos que estavam nela rolassem pelo chão. Goyle se abaixou e pegou uma corrente fina de prata, em que um coelho fazia menção de pular.


 


- Que linda corrente, acho que ela merece ser quebrada. Não acha Crabe?


 


- Claro, e vai ser um prazer – o outro concordou apontando a varinha.


 


- Não! – Luna exclamou no mesmo momento em que um raio de luz acertava Goyle no peito. Ele caiu no chão no momento que Crabe recebia o mesmo feitiço e caia.


 


- Está tudo bem? – Cho Chang perguntou à Luna enquanto recolhia os pertences da garota com a varinha e concertava sua mochila.


 


A loira não respondeu. Foi até um dos grandalhões desacordados e tirou a corrente de sua mão, colocando em um dos bolsos da mochila que Cho lhe entregava.


 


- Obrigada – murmurou.


 


- Não tem de que, foi um prazer. É muito indo seu colar – disse apontando para a mochila que Luna já colocava nas costas. Onde você comprou?


 


- Minha mãe me deu, aos sete anos. É uma das poucas coisas que posso levar dela.


 


- Ela está longe?


 


- Morta na verdade.


 


- Sinto muito – a garota murmurou com uma expressão triste. – Só vamos sair daqui antes que alguém venha e veja o que fizemos – disse pegando a loira pela mão e levando-a dali.


 


Luna sorriu, mais nervosa do que poderia estar. O contato com a garota que ocupava seus pensamentos fez com que várias borboletas em seu estomago se manifestassem. E quando ela a deixou com um sorriso se sentiu triste, e quis muito pedir pra garota voltar, mas não conseguiu.


 


 


 


 


 


- O que houve Luna? Me fala! – Gina insistia para uma Luna completamente fora de ar.


 


- Nada – a loira murmurou, a primeira palavra a quase meia hora.


 


- Luna, você não pode me esconder as coisas assim! Eu te conto tudo – A ruiva exclamou se sentando na cama e cruzando os braços. Luna sentou também fitando as próprias pernas.


 


- Estou gostando de alguém, eu acho.


 


- Ah – a ruiva exclamou sorrindo nervosa, afinal, ela também estava gostando de alguém. – Quem?


 


- Não quero falar.


 


- Ai Luna, fala logo!


 


Silêncio.


 


- Cho Chang.


 


- Urgh, você também! O que você vê nela? – a ruiva exclamou exasperada.


 


- Eu, só... ela é sempre tão legal.


 


- Mas ela nem gosta de... ela não vai...


 


Luna simplesmente fitou a amiga com olhos tristes, lacrimosos. Gina abraçou-a e ambas deitaram de novo, agora com Gina afagando os cabelos da loira que fungava em seu peito. Fora nesse dia que Gina Weasley realmente começara a odiar Cho Chang, mas seu amor por Luna foi maior, assim como sua compreensão pela situação.


 


- Eu te ajudo, pelo menos você terá feito algo.


 


 


 


Ouvi dizer


 


Do teu olhar ao ver a flor


 


Não sei por que


 


Achou ser de um outro rapaz


 


 


 


Gina e Luna passaram a tarde toda reunidas, e embora fosse uma terça-feira conseguiram se livrar das aulas. Gina vomitou na sala de aula com um dos doces dos gêmeos, vomitilha. Luna simplesmente dissera que estava sendo atacada por Sidilhes, e como ninguém quis contradizê-la, foi para o quarto onde a ruiva a esperava.


 


- Tudo bem, pelo que eu consegui saber ela gosta de rosas, o que alias é muito clichê. Mas enfim, aqui estão elas!


 


Gina mostrava para amiga uma rosa vermelha muito linda, que tinha algumas pequenas flores brancas amarradas a uma fita. Luna cheirou-a por minutos, sem nada falar, e a ruiva a observava sorrindo.


 


- Vamos – Gina exclamou puxando a amiga pelo braço.


 


Ambas se encaminharam para o dormitório do quinto ano, e enquanto Gina vigiava a porta Luna foi até a cama de Cho e deixava a rosa com um pequeno pergaminho roxo com pequenas letras em amarelo.


 


 


 


“Sei que é das vermelhas que gostas


 


Sei que não me olhas como quero


 


Mas sintas meu carinho e paixão


 


E saibas que, assim como o perfume das rosas lhe faz sorrir


 


É o teu que me faz.


 


Com carinho, Qui viderit te procul*”


 


 


 


As amigas saíram correndo do quarto, e embora alguns alunos da Corvinal olhassem feio para uma Grifinória entre eles, nada falaram para as amigas sentadas nas poltronas azuis. Os olhos de Luna brilhavam intensamente, enquanto os de Gina estavam um pouco apagados. Ela lera o que a loira escrevera para Cho, e algo em seu intimo se remexeu, desejando que aquelas palavras fossem pra ela.


 


Elas aguardaram bastante, por isso nesse meio tempo ambas terminaram os deveres pendentes, jogaram snape explosivo, e até um pouco de xadrez. Luna acabara de comer um peão de Gina quando Cho entrou na Sala Comunal. Luna a olhou nervosa enquanto ela subia para os dormitórios com uma amiga.


 


Luna olhou sonhadora pra a amiga que retribuiu um sorriso nervoso. Logo ouviram alguns gritinhos, e Cho descia as escadas com a rosa nas mãos e falava animada com as amigas. Para Gina, ela parecia um avestruz avisando o bando que botou um ovo.


 


- Mas é de quem? – Marieta perguntou com os olhos brilhando, de inveja.


 


- Não sei, não tem nome! Mas tem um poema lindo – disse estendendo o papel.


 


Todas as meninas leram o poema e comentavam entre si como era lindo, e Gina sentiu um orgulho da amiga com as palavras, enquanto as bochechas de Luna ficavam rosadas.


 


- Só pode ser do Cedrico! – uma loira baixinha exclamou de repente. – O poema é obvio que não, um garoto não escreveria isso, mas ele é caidinho por você!


 


- Será? – Cho exclamou empolgada cheirando a rosa. Nas poltronas Gina olhava a cena um pouco aflita, enquanto os olhos de Luna começavam a se encher de lágrimas.


 


 


 


Foi capaz de se entregar


 


Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim


 


Mas mesmo assim...


 


Minha flor serviu pra que você


 


Achasse alguém


 


Um outro alguém que me tomou o seu amor


 


E eu fiz de tudo pra você perceber


 


Que era eu...


 


 


 


Cho saiu apressada do Salão Comunal, pedindo antes que ninguém a seguisse. Luna se levantou, e por mais que a ruiva tentasse segura-la, ela saiu. Gina foi atrás, e antes que pudesse impedir a loira chamava pela garota.


 


- Cho!


 


- Desculpe Luna, mas preciso resolver uma coisa.


 


- Só me escuta...


 


- Desculpe, mas não tenho tempo pra isso agora.


 


- Luna – Gina murmurou alcançando a amiga e pegando em sua mão. Luna se desvencilhou e correu o mais rápido que pode. A ruiva não teve pressa de acompanha-la, sabia muito bem para onde a amiga ia.


 


Luna subiu rápido as escadas e encontrou um por do sol lindo lhe esperando. Sentou no chão de costas pra ele e deixou que as lágrimas descessem pelo seu rosto, sem se importar em ser silenciosa.


 


Alguns minutos se passaram até que Gina chegasse, e a loira sabia que ela viria, queria que viesse.


 


- Torre de Astrologia, muito previsível não? – A ruiva disse sentando ao lado da amiga enquanto luna deitava em seu colo.


 


- Talvez.


 


- Talvez.


 


 


 


Tua flor me deu alguém pra amar


 


E quanto a mim?


 


Você assim e eu, por final sem meu lugar


 


E eu tive tudo sem saber quem era eu...


 


Eu que nunca amei a ninguém


 


Pude, então, enfim, amar...


 


 


 


As duas ficaram em silêncio, cada\uma perdida em seus próprios pensamentos. O sol se pos, dando lugar a meia lua. A essa altura ambas estavam deitadas olhando pro céu.


 


- Sabe, acho que os garotos sempre ganharão as garotas – a loira disse distante.


 


- Você acha?


 


- Não vejo diferente.


 


- Eu não acho.


 


- Por que?


 


- Bom, você prefere garotas, e não deve ser a única.


 


- Será?


 


- Sim, conheço uma que também prefere.


 


- É mesmo? – a loira perguntou se virando com os olhos maiores que o normal, enquanto Gina fazia o mesmo.


 


- Sim, e ela até está apaixonada por uma.


 


- Ah – a loira suspirou com olhos tristes.


 


- E acho que é por você.


 


- Mesmo? – exclamou mudando a expressão. – Quem é?


 


- Eu.


 


Luna fitou a ruiva surpresa, tentando entender o que ela dissera. Gina ficou receosa, mas fez o que já devia ter feito a muito tempo, e colou seus lábios nos da loira rapidamente. Foi apenas um celinho, pra que pelo menos Luna pudesse protestar se quisesse.


 


Quando a ruiva se afastou Luna continuava com os olhos fechados, e sorria.


 


- O que foi? – Gina perguntou apreensiva.


 


- Nada, eu só gostei – respondeu a loira abrindo os olhos. Ambas sorriram e Luna se inclinou novamente, agora explorando a boca da amiga com a língua. Gina sentiu cócegas e também colocou sua língua, começando um tipo de dança com a loira que duraria muitas outras tardes.


 


Foram mais tarde para o dormitório, e Luna não pode deixar de pensar como havia sido boba. Afinal, sua melhor amiga tinha um dos gostos mais gostosos que já experimentara, algo que combinava com o cheiro dos seus cabelos. Morango.


 


Sorrindo, Luna adormeceu.


 


 


 


* Aquela que te olha de longe


 


 


 


N/A: Bom, não sei bem o que falar sobre essa fic, acho que não ta muito boa. Mas valeu, pelo menos eu espero *-*


 


Beeeijos e comentem pessoal! 

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