A sala precisa



Quando a última aula do dia terminara, Lilian correu para seu dormitório para ler os livros sobre vozes invisíveis. Porém, a maioria possuía praticamente a mesma explicação, exceto um, que tinha uma espécie de contra feitiço para evitar que as vozes afetem tanto. O livro tinha um título estranho, Feitiços avançados para duelos em geral, e o livro era mais estranho ainda; havia nele feitiços e contra feitiços extremamente excêntricos e complicados, e com certeza o contra feitiço das vozes se encaixava nessa categoria. Havia um pequeno texto explicativo:


 Quando pessoas escutam alguma voz, mas não há ninguém por perto, normalmente acham que foi apenas imaginação. Mas quando as vozes invisíveis começam a ficar mais frequentes, nos desesperamos. Felizmente, há pouco tempo, foi descoberto um contra feitiço extremamente complicado para a defesa desse mal. Para funcionar, necessita muita concentração e a pronúncia correta das palavras, ou pode fazer um belo estrago.
 Concentre-se, e diga as palavras "Comingus Mortale”
 "O que esse feitiço irá produzir?” Se feito corretamente, poderá fazer com que o atacante - do feitiço - se confunda, obrigando-o a retirá-lo.
 "Qual o momento certo para usá-lo?” Quando você começar a ouvir a voz, poderá usá-lo imediatamente.


 
Entrementes, havia outras perguntas, e Lilian leu várias vezes cada uma, para que nada pudesse dar errado.


 
Quando saiu do dormitório para ir devolver os livros, ouviu novamente a voz invisível.


 - Não tente resistir, será...
- mas o que seria ela nunca chegou a saber, pois já puxara a varinha e murmurava:


 - Comingus Mortale! -
e tudo ficou silêncioso.


 
Depois de ir devolver os livros, decidiu dar uma volta pelo castelo. Ia passando por um corredor deserto, quando uma parede lisa chamou sua atenção.

 
 
Não pode ser, pensou. Ela fechou os olhos e quando abriu-os novamente, uma grande porta estava na parede que fora lisa, um momento atrás. Espiou pelos lados e abriu a porta, entrou e tornou a fechá-la. Era uma visão estranha; a sala tinha os mais diversos objetos, postos e prateleiras, mesas, cadeiras e empilhados. 


 
A sala precisa, pensou Lilian. Já havia lido sobre ela em alguns livros, mas achava que não existia realmente.


 
Ela começou a andar pela sala. Havia vários objetos trouxas também. Por exemplo, Lilian reconheceu alguns CDs e dois pequenos rádios. Ela andava calmamente, quando uma mesinha chamou-lhe a atenção. Havia várias coisas: pedaços de pergaminhos, penas, tinteiros e cordas. Ela retirou o que pôde, revelando uma caixinha preta. Abriu-a cuidadosamente, e viu o que ali havia: um diadema muito belo, com várias pedrinhas azuis, a frase O espírito sem limites é o maior tesouro do homem escrita caprichosamente. Mas havia algo de errado com aquele diadema; parecia vibrar nas mãos de Lilian, como se estivesse... vivo.


 Apressada, guardou novamente o diadema na caixinha, repôs as penas, tinteiros e cordas novamente e saiu rapidamente da sala, correndo para a biblioteca.


 Estava quase na hora do jantar, mas quem disse que ela se importava? Precisava descobrir mais sobre a sala precisa, e sobre as vozes invisíveis.

 
 Para sua sorte, Severo estava na biblioteca naquele momento. Também estavam lá Emily Maxwell e Karine Williams, suas colegas de quarto. Severo olhava feio para as duas.


 - Sev, venha aqui - disse Lilian, chamando Severo para uma mesa mais afastada. Ela contou o que vira na sala precisa e sobre o feitiço das vozes. Quando ela terminou de contar o ocorrido, Severo sorriu para ela e disse:

 
 - Eu acho que já entendi tudo, Lilian - disse, e entregou-lhe um livro. - Leia esse livro. Pedi permissão ao professor de Feitiços para pegá-lo na sessão reservada. Acho que vai te fazer compreender. 


 E saiu da biblioteca, deixando Lilian sozinha com o livro, que tinha o título "Vozes invisíveis: o que são?”.


 Lilian guardou o exemplar em sua bolsa e saiu a procura de um livro que continha informações sobre a sala precisa, mas não achou nenhum. Desistindo, voltou para seu dormitório, onde ouviu novamente a voz invisível. Isso estava ficando muito repetitivo.


 - Não adianta, nada vai me fazer... - e antes que pudesse terminar, Lilian já dizia "Comingus Mortale”.


 Ela guardou a mochila e desceu para o jantar. Sentou-se na mesa da Grifinória ao lado da colega Natalie Wilson. O Prof. Dumbledore sentava na mesa dos professores, com suas longas vestes azul escuro. Ele levantou-se; era estranho ver Dumbledore falando algo em dias "normais”.


 - Boa noite a todos - ele disse alegremente. - Tenho alguns avisos para dar a vocês esta noite. 
 "A sessão reservada da biblioteca tem sido invadida ultimamente. Peço que a qualquer pista que vocês tiverem sobre quem está sendo, venha informar-me imediatamente. 
 "Os livros também que foram levados não apareceram mais. Não irei falar os nomes dos livros para não causar polêmicas, mas vou dar uma dica: qualquer sussurro irreconhecível, informe a mim imediatamente. Obrigado”.


 Ele acabou de falar e o salão ficou em extremo silêncio. Mas Lilian entendeu o que Dumbledore quis dizer. Ela lançou um olhar significativo a Severo, que parecia ter compreendido também.


 Lentamente, o salão começou a ficar mais barulhento por conta dos talheres que batiam, mas Lilian estava pensando em outra coisa: em uma forma de invadir a sessão reservada da biblioteca. Tinha a impressão de que Severo estava pensando a mesma coisa.





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N/A: Mais um capítulo postado, \õ/. É, até agora a fic tá bem chatinha, mas garanto que ela vai começar a ficar interessante logo, logo...
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