Quatro anos depois



Quatro anos depois...


 Estava chovendo, eu queria poder ficar na cama o dia inteiro. Mas pra estragar o meu prazer, tinha que ter aula hoje. Uma droga. E ao invés de eu ser acordado calmamente, Alan e Rick, meus dois melhores amigos, resolvem o que? Jogar-me um balde de água. Eu ainda mato esses dois.


- Qual é? Podia ter me chamado não me encharcado. – eu disse me levantando da cama.


- A idéia foi da Anna! – disse Rick. Eu fui ao banheiro e me sequei. Odeio quando eles fazem isso. Depois que eu me vesti, peguei meus livros, coloquei na minha mochila, e desci as escadas. Assim que eu desci, dei de cara com Anna.


- Quer dizer que a idéia foi sua é? – eu perguntei com as mãos na cintura.


- Vingança! Ninguém mandou você colocar aranhas no meu travesseiro. – ela disse e saiu. Aquele dia valeu à pena. Anna era mais baixa que eu. Ela era a baixinha do grupo. Eu, Alan e Rick éramos os mais altos. Ela tinha um cabelo tão longo, que eu a chamava de Rapunzel, pelo menos até o ano passado, que ela cortou o cabelo uns dez centímetros abaixo dos ombros. O cabelo dela era castanho claro, da mesma cor dos seus olhos e do cabelo do Alan. Rick tinha o cabelo preto, e os olhos azuis. Todos eles continuavam feios. Brincadeira.


            Eu fui para aula acompanhado das três bestas, digo, dos três. A primeira aula era de defesa contra as artes das trevas. Minha favorita. É um momento maravilhoso quando eu venço a Anna. Eu a atingi, e ela bateu de costas com a parede. Ela olhou para mim com raiva, e eu apenas disse:


- Vingança. É ótimo fazer isso não é? – eu disse rindo. Rick riu junto comigo, e batemos as mãos.


- Vai ter volta Weasley. Fique sabendo disso. – ela disse e o sinal tocou.


             No final do dia, eu decidi escrever uma carta para a minha mãe. Ela me comprou uma coruja, o que facilita. Escrevi sobre as minhas aulas, e como estava chovendo aqui. Disse que estava feliz por que logo eu iria estar em casa de novo para o Natal, e perguntei, se meu pai ainda estivesse aqui, se ele estaria em casa no Natal e não seria um clone dela, como no Natal passado, me fazendo passar o Natal com a faxineira de cinqüenta e oito anos.


Eu terminei de escrever, e mandei a carta. Quando estava saindo do corujal, alguém me chutou no lugar que dói.


Pô, golpe baixo!


Seja-lá-quem-for me agarrou pela gola as camisa, e me prensou contra a parede com brutalidade.


- Eu disse que ia ter volta Weasley. Agora estamos quites. – disse ela e saiu, me deixando ali, me contorcendo de dor.


Eu mato aquela garota.


Não... Não mato não.


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