Epilogo
Voltar ao passado foi o maior dos meus erros. Traí os meus amigos. Vivi na mentira. Uma mentira que ainda hoje me acompanha. Saboreei o pecado, a culpa e o sofrimento. Tornei-me a causa do que tentava evitar, a guerra. E, contudo, foi a maior das minhas felicidades. Tornei-me corajosa, ousada e ainda mais poderosa. E, acima de tudo, conheci o amor e a atracção, aquela quimica única, aquele fogo que nos tinhamos. Ainda hoje vivo na nostalgia daqueles beijos que eram lutas e quando nos desejavamos e dominavamos por entre os lençois, puro desejo carnal, uma dança de sedução, pura natureza humana e essencial. E, no final, soubemos que nos amámos. O meu maior erro foi a minha maior alegria. Ele ainda hoje me faz sorrir com as recordações e levou um pedaço da minha alma consigo. Podem achar-me louca, egoista e imoral, mas não me arrependo.
Um homem alto de cabelos ruivos cheios de madeixas, que lembravam labarelas de fogo, despertavam imponência e paixão, corria na praia. Os olhos eram de um azul determinado e corajoso. O sorriso sincero e carinhoso. Tinha algo de brincalhão e divertido nas feições maxilar ligeiramente pontiagudo e queixo largo. Tinha um ar jovial, ombros largos e um corpo definido, protegido apenas por um para de calções de banho.
Uma rapariga de dois anos, de cabelo arruivado muito curto e olhos cor de mel, emploreiva-se no seus ombros e puxava-lhe os cabelos, sorridente e extrovertida, enquanto o homem lhe segurava os pés.
Uma bela mulher, pouco mais baixa do que o ruivo, com olhos cor de mel magnânimos e profundos, que pareciam capazes de ler a mente,canudos castanhos que caíam livres sobre os ombros, numa exótica e selvagem dança, um sereno sorriso com vestigios de uma loucura escondida, estava deitada numa toalha sobre a areia branca. O corpo curivilineo, seios perfeitos sobre o biquini, uma barriga ligeira em sinal de gravidez.
O pôr de sol iluminava a familia no cenário de felicidade.
O ruivo pousou a criança e deitou-se atrás da mulher, fazendo-a encostar-se ao seu peitorial definido. A filha de ambos brincava na areia, agora sozinha, uns metros à frente, sobre o olhar atento de ambos. Ele pousou a mão na barriga e sorriu:
- Como chamaremos ao nosso filho, Hermione?
- Hugo. - Disse a morena, com a voz carregada de emoção que o marido pareceu não notar.
Gostarei sempre de Ron, deu Hermione por si a pensar enquanto se sentia segura e protegida envolvida pelos braços do marido.Mas nunca tanto quanto o amava a ele...Não tanto quanto amei e amo Hugo. E tu não tens nada a ver com ele e talvez seja isso o que mais me cativou em ti, a necessidade de ultrapassar, a necessidade da diferença, um diferente tipo de amor e paixão...tu não tens a sua genialidade, o seu talento, a sua austeridade e imponência, a sua arrogância, a sua melancolia perante a vida... se não fossem ambos sexys não teriam mesmo nada em comum...tu és o mais descontraído e divertido, és carinhoso e meigo, preocupado, o marido de sonho e apesar de te adorar, não sofremos a mesma quimica, a mesma atracção...não te posso amar nem sentir-me realizada contigo, como me sentia com ele.
- Porquê Hugo? - Ele perguntou espantado.
Porque é o nome de alguém que eu amei mais intensamente e sei que não voltei a amar do mesmo modo e sei que não voltarei. É alguém que eu respeito e estimo, por muitos erros que tenha cometido. É alguém que eu quero honrar e recordar para sempre com carinho e saudade...É uma história que não posso contiar.
- Porque eu gosto...acho que é até o nome de um chaser famoso qualquer - Ela afirmou, fazendo-se distraída, lembrando-se das razões que Tom lhe dera tantos anos atrás.
- Hugo Reynolds, o Falcão Inglês...o melhor chaser do seu tempo. É um bom nome...- Ron acenou. - Sempre a supreender-me...
Hugo Slytherin...um dos mais talentosos feiticeiros do seu tempo, um dos melhores alunos que Hogwarts já viu, um lider nato e estratega, um verdadeiro mestre das trevas, o nosso maior inimigo, que nos roubou a adolescência por entre dor e sofrimento...Meu verdadeiro amante...O único a quem entreguei o meu coração...o único que me completava...o meu paradoxo...a minha força...o meu sofrimento... a minha paixão... O homem que me destruiu por me amar...e que eu tive de destruir por amar. Alguém que nunca vou esquecer, alguém que aprendi a respeitar...e dei por mim a amar. Sim, é um bom nome...Um nome cheio de poder e amor.
- E Hugo será. - Hermione virou-se beijou o marido. - Porque tu escolheste o nome da Rose.
Pelo canto do olho e mesmo antes de os fechar, viu uma carta enrolada em torno do vira-tempo na sua mala, estavam sempre consigo, incapaz de os abandonar. Ele estaria sempre consigo.
N/A: Chegámos ao fim da fic. Espero que tenham gostado. Eu diverti-me a escrever, mas a opinião do leitor é essencial, por isso, se quiserem comentar agradeço imenso que o façam para saber como evoluir. Digam o que não gostaram, o que gostaram menos ou se há alguma coisa que não faça sentido para vocês. Ou qualquer outra coisa que vos ocorra. Obrigada por lerem. Espero mesmo que tenham gostado.
Comentários (1)
olá...eu amei a sua fic,ela é emocionante,linda,perfeita,bem escrita,sem erros ortográficos,eu fiquei emocionada,vc escreve maravilhosamente bemeu to quase chorando , viu ! muito,muito,muito boa es a vossa fic.bjs
2012-05-03