Cap postado 20 de julho 21
Algumas horas atrás
Draco olha o pergaminho em sua mão. Ele não está assinado, mas o loiro não precisa ser adivinho pra saber que quem enviou. É muita cara de pau! Ele pensa revoltado. Quem essa mulher pensa que é?
O loiro por um momento pensa em ignorar as palavras, mas algo em sua mente diz que ele não vai conseguir fazer isso. Draco sabe que não conseguiria dormir tranquilo sem saber o que essa mulher pretende, mesmo sabendo que não deve ser nada bom.
Ele olha para o relógio, falta pouco tempo para o horário que ele vai para casa almoçar, o loiro sabe que Hermione já deve ter chegado para passar um tempo com as filhas e dar um pouco de atenção para a hóspede convalescente, mas ele sabe também que se falar com ela, sua esposa logo vai perceber que aconteceu algo e definitivamente ele não quer mentir pra ela. Não lhe agrada esconder o que vai fazer, mas Draco sabe que vai ser preciso pelo menos por enquanto, ele não pode arriscar que algo aconteça a sua família. Então o loiro rabisca um bilhete vago dizendo que não irá almoçar e parte para seu encontro fatídico.
Draco aparata seguindo as coordenadas informadas no bilhete ainda se perguntando se não está fazendo uma besteira, nunca se sabe o que essa louca pretende e talvez ele tenha selado a sua sentença de livre e espontânea vontade.
Não! Ele sacode a cabeça para espantar a ideia. Se ela quisesse me pegar não mandaria uma coruja. Ele pensa enquanto segura firme a sua varinha. Draco está disposto a usar se necessário, mas primeiro ele precisa ouvi-la, o loiro precisa saber por que ela o drogou na África do Sul.
- Olá, senhor Malfoy, devo dizer que não estava certa se o senhor iria atender meu pedido. Fico feliz que tenha vindo – ele ouve uma voz conhecida que lhe dá certa náusea agora que o loiro sabe quão falsa ela pode ser.
- Não estou aqui para uma visita de cortesia – ele responde de modo ríspido – o que você quer?
- Ora, senhor Malfoy. Eu juro que não esperava tanta rispidez, não depois de passarmos tanto tempo juntos em Joanesburgo – ela diz de maneira sedutora – não venha dizer que não gostou, eu sei como os homens funcionam, eles precisam gostar – ela diz fazendo aspas com os dedos – pra funcionar, e o senhor funcionou muito bem – ela completa enquanto vai até um cesto que Draco não havia reparado – funcionou tão bem que eu quero lhe apresentar a lembrancinha da nossa diversão africana, seu filho
Draco vê a mulher na sua frente tirar algo do cesto e, atônito, ele vê que ela pega uma criança que deve ter uns poucos meses de idade, uma criança loira, uma criança que ela está dizendo que é seu filho.
Por um momento, o loiro sente o ar faltar em seus pulmões. Parte dele repete mentalmente que não pode ser, que isso não está acontecendo enquanto outra parte diz que sim, que é perfeitamente possível que esta criança seja dele.
Ele não sabe o que falar, mas ao mesmo tempo Draco sabe que não pode deixar essa mulher ter o controle da situação, isso seria a sua ruína. Ele respira fundo buscando toda a sua frieza sonserina e coloca em sua face a feição mais impassível possível enquanto diz:
- Olha, eu não sei o que você fez – Draco diz num rompante – eu não sei se você usou impérios, se você me drogou ou se me deu alguma poção, mas eu tenho certeza que eu nunca trairia a minha esposa ou colocaria em risco a minha família e a minha esposa sabe disso também. Você não vai destruir a minha família!
- Ora, senhor Malfoy – ela diz ironicamente não lembrando em nenhum momento a mocinha tímida que era antes – eu não faço questão nenhuma de destruir famílias, mas eu preciso ser recompensada, afinal esse garotinho tem sangue Malfoy – ela diz e Draco repara melhor no bebê, loirinho tal qual ele era com essa idade, como as fotos que ele tem em casa podem comprovar – e eu vou precisar de dinheiro pra criar esta criança, muito dinheiro como deve ser criado um legitimo Malfoy.
- Eu vou provar que eu não estava consciente – Draco diz ainda atônito enquanto seu olhar dança entre a moça e a criança – eu estava enfeitiçado, ninguém pode me culpar por isso!
- Suponhamos... – ela encara o loiro de maneira segura – veja bem, eu disse suponhamos, que você de alguma forma consiga provar que você foi enfeitiçado e não tinha nenhuma noção do que estava fazendo quando essa criança foi concebida, você vai mesmo deixar uma criança inocente que tem o seu sangue ser criada em um lar para indigentes? Um orfanato? Sim, senhor Malfoy, porque se eu não tiver condições de criá-lo bem, eu não hesitarei em levá-lo para algum lugar onde o senhor nunca encontrará – ela suspira de maneira teatral enquanto pega a criança e a coloca de volta no cesto - Eu vou dar um tempo para o senhor pensar, me aguarde que em breve volto a entrar em contato com as minhas exigências.
E dizendo isso ela aparata deixando um Draco Malfoy atônito pra trás...
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Na casa de Severo Snape
- E foi isso, professor – Draco diz e seu semblante lembra muito o de alguém que foi estuporado por várias pessoas ao mesmo tempo – ela chegou com essa criança dizendo que ele é meu filho e exigindo dinheiro para criá-lo como um Malfoy deveria ser criado – ele olha para o mestre de poções – e eu sinceramente não sei o que fazer, meu casamento acabou!
- Senhor Malfoy! - Snape diz sem lembrar ao seu pupilo que ele não é mais seu professor – eu sei que é difícil, mas o senhor precisa se acalmar pra pensar racionalmente. Existe uma possibilidade que essa criança realmente seja seu filho? Não se esqueça que essa mulher é uma golpista capaz de qualquer coisa pra conseguir lucro. Tenha isso em mente antes de tomar qualquer atitude
- Eu não sei - Draco diz sem esconder o desespero – sinceramente eu não sei. Eu tenho alguns flashes, mas eu não posso dizer com certeza nem que sim nem que não. Mas a criança – ele respira fundo - ela poderia ser eu quando eu era um bebê, ele só pode ser meu filho!
- Mesmo que isso seja verdade – Snape argumenta – não vai ser difícil provar que você não estava ciente das suas ações, eu estou pesquisando sobre isso e tenho certeza que...
- Não! – Draco diz sem nem mesmo perceber que teve a ousadia de interromper o terrível morcegão das masmorras – mesmo que eu não tenha como direi, tido uma participação consciente na concepção desta criança, se ele for um Malfoy eu não posso abandoná-lo, eu não posso fazer isso com uma criança que é sangue do meu sangue, mesmo que seja uma criança que eu não tenha desejado.
O mestre de poções olha para seu pupilo. Ele não convive muito com Draco, mas Snape sabe que a família é muito importante pra ele e que Draco nunca iria renegar alguém com o seu sangue, mesmo alguém concebido sem seu consentimento. O ex-professor se orgulha de ser uma pessoa que tem reflexos mentais rápidos, mas neste momento ele não consegue pensar em uma solução para este problema, então só cabe a ele perguntar – o que o senhor pretende fazer?
O loiro respira fundo, a última coisa que ele precisa agora é entrar em pânico, então ele diz depois de pensar por alguns segundos:
- Eu não sei direito, eu preciso pensar racionalmente – ele olha para o mestre de poções – a única coisa que eu sei é que eu vou contar tudo para a minha esposa
- O senhor acha que seria adequado? – Snape não resiste e pergunta
- Não sei – Draco diz com um suspiro – sinceramente eu não sei. Eu sei que isso talvez acabe com o meu casamento, mas eu prometi para a Hermione que eu não esconderia nada referente a essa história e eu pretendo cumprir a minha promessa custe o que custar...
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Na casa da família Potter
Gina senta-se a cadeira que Harry providencialmente conjurou. Ela está em choque, definitivamente isso não é algo que ela esperava, nem ela nem seu marido que diz de forma solidária:
-Eu fiquei do mesmo jeito quando eu vi, ruiva. Eles poderiam facilmente se passar por irmãos!
- Depois que a gente repara melhor, vê que eles não são tão parecidos assim – Gina diz depois de analisar a foto mais uma vez – mas quando a gente olha pela primeira vez é impossível não confundir.
- Pois é, ruiva – Harry concorda – eu levei um susto danado quando peguei a foto, depois que eu reparei bem e vi que eram pessoas diferentes, mas como você falou qualquer um que não o conhecesse bem pensaria que eram a mesma pessoa ou no mínimo parentes
- Você acha que isso pode ser relevante para o caso? – Gina não contém a curiosidade – ou será apenas uma coincidência bizarra?
- Sinceramente eu não sei – Harry suspira afinal – eles não têm muita coisa em comum a não ser a semelhança física, mas a minha experiência diz que coincidências não existem até que se prove o contrário
Antes que Gina possa argumentar, uma coruja negra pousa no parapeito. O casal conhece de longe a coruja da família Malfoy, mas ao contrário o que a ruiva imagina um bilhete curto de Draco pede que Harry Potter o encontre na casa do Snape imediatamente. Harry não precisaria ser nenhum bruxo para saber algo aconteceu.
Prometendo a sua esposa contar o que puder quando retornar, ele parte rapidamente para atender o chamado de Draco Malfoy...
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Enquanto isso na mansão Malfoy
Hermione e as filhas acabaram de almoçar. Ela disse que o pai havia mandado um recado que não viria e suas pequenas aceitaram de bom grado, afinal isso não é uma novidade visto que algumas vezes seu marido precisa comparecer a alguns almoços de negócios. Hermione, no entanto, sente que há algo errado, seu marido nunca mandaria um recado pelos elfos sabendo que ela está em casa, o normal seria seu marido trocar algumas palavras com ela e talvez até mesmo com as pequenas.
A morena faz o possível para não deixar as suas filhas perceberem que ela está cismada e responde todas as perguntas das meninas com a mesma boa vontade que faz isso em todas as refeições. Hermione tenta manter tudo da forma mais normal possível, mas ela está cismada, muito cismada...
- Mamãe! – ela ouve a voz da sua caçula um pouco mais alterada.
- O que foi minha linda? – ela volta a atenção para a sua pequena – a mamãe estava distraída, desculpe.
- Eu perguntei se eu posso continuar a conversar com a Elly sozinha de vez em quando ou agora eu só posso fazer isso pra ajudar você a descobrir o que aconteceu.
Hermione olha para a filha, ela não sabe direito o que dizer se por um lado Hermione tem receio que a filha se envolva com algo inapropriado para a sua idade, por outro ela sabe que Elly sempre tratou as suas filhas como netas e não faria ou falaria nada que as pudesse prejudicar. Então ela pergunta – e sobre o que vocês conversam?
- Ah mamãe – a pequena sorri – ela me conta sobre a cidade dela, sobre o tempo dela na escola, sobre a saudade que ela sente do jardim, sobre as coisas engraçadas que acontecia no trabalho – a menina para pensativa – acho que ela sente saudades de conversar.
- Tudo bem – Hermione finalmente diz – mas você vai ter que me prometer que se ela for falar alguma coisa sobre a explosão, você vai me chamar primeiro, combinado?
- Combinado mamãe – a pequena concorda.
- Eu vou trabalhar agora – a morena se levanta com um suspiro de alívio por nenhuma das suas meninas perceberem que a ausência do pai deixou a mãe cismada...
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Quase ao mesmo tempo, na casa do professor Snape
Harry luta para não deixar seu queixo cair ao mesmo tempo em que deixa escapar um palavrão sem se importar nenhum pouco com a presença do seu ex-professor taciturno. Não há como ser um gentleman depois de ouvir tudo o que Draco contou, ele se coloca por um momento no lugar do amigo e a única coisa que pensa é que Draco está muito ferrado.
- O que você está pensando em fazer? – Harry pergunta – no que se refere à Hermione, eu quero dizer. E no que se refere a essa criança também, é claro – Harry já conhece Draco muito bem pra saber que ele nunca abandonaria uma criança com o seu sangue
- Eu estou tentando pensar racionalmente sem falar pra mim mesmo a cada minuto que o meu casamento acabou – o loiro diz com um suspiro – eu vou contar tudo pra minha esposa, é claro. Eu não sei dizer se isso vai acabar com meu casamento, mas eu tenho certeza que esconder isso dela acabaria. E quanto a essa mulher, foi por isso que eu te chamei
- Tudo que eu puder – Harry diz, ele já estava disposto a ajudar agora que ele sabe o que esta mulher pretende Harry está mais disposto ainda e ele pode dizer mais, ele quer garantir que essa golpista inescrupulosa nunca mais atinja ninguém.
- Obrigado – o loiro diz – pra começar, eu preciso que você leve as minhas filhas com você. Invente alguma coisa pra que elas durmam na sua casa ou na casa do ruivo, você decide. Eu preciso conversar com minha esposa sem a presença das meninas – ele vê Harry assentir com a cabeça – eu acho que não preciso pedir o máximo de discrição sobre essa história, eu sei que você vai ter que explicar pra sua esposa e para o ruivo, mas eu peço que não passe disso, por favor. Se essa história vazar vai ser o próprio inferno, eu sei que vocês nunca falariam, mas nós já vimos do que um repórter inescrupuloso é capaz
- Claro – Harry diz – eu vou falar com a Gina e vamos chamar as crianças do Rony também, assim suas filhas não desconfiam – Harry completa. Ele sabe que as filhas de Hermione possuem a perspicácia da mãe e não descarta a possibilidade delas acharem estranho essa festa do pijama repentina.
- Obrigado – Draco diz, ele olha para o ex-professor – eu vou conversar com a minha esposa primeiro, depois falaremos sobre as suas teorias sobre o que aconteceu comigo e pensaremos no que fazer se não se importa
- Entendo perfeitamente – o mestre de poções diz – eu vou aguardar
E após ouvir estas palavras Draco se retira sabendo que vai ter a conversa da sua vida...
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Enquanto isso
Mel continua observando a casa que pertence à secretária do senhor Malfoy, sinceramente ela ainda não sabe como alguém não a denunciou. Mesmo que ela não esteja fazendo nada de mais a repórter sabe como cidades pequenas costumam ser, então no mínimo as pessoas já estão comentando o fato dela ficar a espreita.
Que comentem. A jornalista pensa com seus botões. Essa mulher já prejudicou gente demais e eu vou fazer o que eu puder para ajudar a impedir.
Este é seu último pensamento antes que ela perceba uma luz ínfima no interior da casa, uma luz que ela tem certeza que não estava lá um minuto atrás.
Com o coração aos pulos ela vai fazer algo que talvez seja muito corajoso ou muito estúpido.
A jornalista se dirige a porta da casa e com a segurança daqueles que não tem nada a perder ela bate na porta...
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Na mansão Malfoy
Hermione acaba de chegar depois de um turno relativamente calmo, tudo o que ela quer agora é jantar com a sua família e saber o que aconteceu para Draco não avisar a ela diretamente que não iria almoçar. A morena já conhece o seu marido muito bem pra saber que há algo aí e baseando-se nos acontecimentos dos últimos tempos a chance de ser algo a respeito dos acontecimentos da África do Sul é bem provável
Hermione confia plenamente em seu marido e na relação que construíram e sabe que se Draco prometeu deixá-la a par de tudo, ele o fará. Ela só não sabe se ele faria isso imediatamente, conhecendo seu marido ela sabe que primeiro ele tentaria uma forma de resolver qualquer problema, o instinto protetor de Draco faria de tudo para poupá-la.
Ela tira a fuligem das vestes com a varinha enquanto olha em volta, geralmente as suas meninas sempre estão na sala esperando-a, mas hoje não há ninguém. Estranho... Ela não pode deixar de pensar. Ela olha para o relógio e vê que Draco também já deveria estar em casa, no entanto não há sinal do seu marido, a morena se dirige a seu quarto, mas não há ninguém nem no quarto das meninas pra onde ela vai logo em seguida. Hermione acha estranho e agora ela está começando a ficar preocupada. É claro que aconteceu alguma coisa. Ela diz para si mesma enquanto repete mentalmente que se fosse alguma doença ou acidente ela já estaria sabendo.
Antes que a sua imaginação para catástrofes assuma maiores proporções, Hermione vê a figura loira do seu marido, mas ao contrário do que acontece sempre que ela chega, ele não a cumprimenta com um beijo, ele simplesmente a encara e diz em um sussurro:
- Precisamos conversar...
NOTA DA AUTORA
Aqui estou eu novamente, com mais um capítulo e fortes emoções! Espero que ainda tenham unhas e que ninguém tenha pensado em me azarar por parar justamente aqui, lembrem-se que autora azarada escreve mais devagar (corre pras colinas...)
Espero que tenham gostado. No próximo capitulo teremos a conversa do casal, eu sei que vocês devem estar curiosos pra saber a reação da Hermione e eu prometo que vou fazer o possível pra não enrolar, mas como vou voltar ao trabalho presencial no próximo mês, meu tempo vai diminuir bastante, até porque ninguém sabe direito como vai funcionar.
Muito obrigado mesmo a todo mundo que está lendo e principalmente a que está comentando e dividindo comigo as suas teorias.
Bjs e até o próximo
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