Cap postado 09 de abril 2021

No hospital St Mungus para acidentes mágicos

Mel olha mais uma vez para o seu relatório de trabalho que ela precisa fazer pelo menos uma vez por semana relatando os acontecimentos do hospital, geralmente é algo bem calmo a não ser quando acontece alguma fatalidade ou quando alguma celebridade precisa de atendimento. Na verdade ela não tem tanto trabalho assim, tanto que já sugeriu para Hermione e outros diretores fazer uma espécie de boletim semanal onde alguns medibruxos dariam conselhos sobre diversos pontos relativos à saúde e prevenção de doenças. A sua sugestão não foi acatada ainda, mas a jornalista está bem esperançosa e já conversou até com Luna sobre a publicação.

Aos poucos as coisas estão tomando o rumo que eu sempre quis. Ela diz para si mesma, afinal Mel conseguiu retomar a sua vida no mundo bruxo com sucesso, ela tem amigos, uma carreira... A única coisa que lhe deixa um pouco triste é não ter a família que tanto sonhou

Uma coisa de cada vez. Ela diz para si mesma. Eu consegui o que eu queria bem rápido. De fato a jornalista esperava que a sua retomada ao mundo bruxo fosse ser mais difícil, assim que ela estiver mais estabilizada quem sabe ela encontre alguém para começar uma família, ela não pode deixar de sorrir apenas em pensar na possibilidade.

Mas seu sorriso morre assim que vê a sua amiga Athena entrar afobada, como quem viu um fantasma...

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Nas empresas Malfoy

Draco vê seu amigo Blaise chegar do almoço, mas ao contrário do dia anterior ele não ostenta um sorriso em sua face. Ao contrário, o homem parece meio assustado, culpado ou talvez cismado, Draco não sabe direito qual adjetivo usar para definir a expressão de Blaise Zabinni. A única coisa que ele sabe é que esta é uma expressão que definitivamente é usada quando as coisas não ocorrem exatamente como planejado.

- Tudo bem? – ele pergunta meio sem jeito, a cara do seu amigo não é exatamente a de alguém que quer conversar e se eles não fossem tão amigos talvez Draco não tivesse sequer a coragem de lhe dirigir a palavra.

- Sim, tudo está bem – Blaise diz sem encará-lo – por que não estaria?

- É que você saiu para almoçar todo animado e agora voltou como se tivesse comido com um espírito agourento – Draco diz encarando o amigo

- É impressão sua – Blaise diz de modo casual – foi um almoço normal, nada de mais.

Seu assessor sai antes que Draco possa dizer alguma coisa, mas o loiro conhece seu amigo muito bem. Draco sabe que é só uma questão de tempo antes que Blaise lhe conte o que o está incomodando...

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Enquanto isso

Harry respira fundo para conter o seu desânimo, ele acabou de realizar uma tentativa de entrevista com a mãe do senhor Milles, uma tentativa frustrada devido ao estado avançado da demência, o que faz com que a pobre senhora ainda ache que seu filho é uma criança que está na escola.

Ele pensa se seria ético da sua parte tentar usar legitimência para ver se consegue tirar alguma coisa das lembranças mais íntimas da senhora, mas ele teme que seu estado já debilitado possa piorar e isso ele não poderia admitir.

Harry está se preparando para procurar um local longe dos trouxas para aparatar, quando percebe que alguém estava falando com ele – desculpe – ele diz meio sem jeito – eu estava distraído, o que a senhorita disse? – ele pergunta para uma jovem que pelos trajes deve ser uma enfermeira ou uma cuidadora da instituição

- Eu percebi – ela sorri de modo solidário – imagino que a senhora Milles não deve ter sido muito útil – ela suspira ao ver Harry assentir com a cabeça – neste momento, eu só posso ficar feliz que ela não esteja lúcida e não tenha processado direito o que aconteceu com o filho – ela completa com um suspiro – que coisa horrível! Nenhuma mãe deveria passar por isso, alguém já sabe o que aconteceu?

- Estamos caminhando pra isso – Harry diz de maneira vaga. Ele sabe que não pode mesmo dizer o que aconteceu, mas ele pode perguntar – o senhor Milles vinha muito aqui? Ele deixou escapar alguma coisa, tipo uma rixa com alguém?

- O senhor está dizendo que pode não ter sido um acidente? – a mulher o interrompe com os olhos muito abertos pelo espanto – quem seria tão cruel ao ponto de incendiar toda uma família? Havia um bebê lá, pelo amor de Deus!

- Eu não estou dizendo nada, senhorita – Harry diz – mas tenho que checar todas as possibilidades, a senhora ouviu algo assim?

- Não – ela diz sem hesitar – eles eram boas pessoas, simpáticas, mas não conversavam muito, sabe. Vinham toda semana visitar a senhora, mas não interagiam com mais ninguém, era quase como se eles vivessem num mundo a parte se é que me entende

Harry assente com a cabeça, ele sabe muito bem como as coisas funcionam com bruxos que precisam frequentar o mundo trouxa. O segredo é tudo

- A última coisa que eu me lembro – a mulher continua – foi da senhora Milles, a esposa, conversando com a outra senhora Milles e dizendo que ela iria vir mais vezes porque agora havia conseguido uma babá, ela falou como se fosse uma grande coisa – a mulher completa dando de ombros – como se fosse muito difícil conseguir uma babá por aqui, talvez seja porque ela não conhecia ninguém direito na cidade...

A mulher continua falando, mas Harry não está mais prestando atenção. Ele não esta prestando atenção porque seu cérebro trabalha em uma velocidade que deixaria a sua amiga Hermione Granger orgulhosa e ele chega à conclusão que precisa descobrir mais sobre essa babá...

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De volta ao hospital St Mungus

Mel acabou de servir um copo com água para Athena que sorve com sofreguidão, é visível que a moça está muito abalada, como se tivesse visto um espírito agourento ou quem sabe algo pior. A repórter espera que ela termine de beber, Athena deposita o copo na mesa com as mãos trêmulas enquanto diz:

- Desculpe chegar assim, eu não sabia a quem procurar e como você me ajudou, você disse que ia me ajudar...

- Você primeiro precisa se acalmar – Mel diz vendo que a sua amiga não está falando nada racionalmente. Ela vê Athena respirar profundamente uma ou duas vezes – agora conte o que aconteceu

- Ela... – Athena balbucia em uma respiração profunda

- Você a encontrou? – Mel diz encarando a amiga de forma assustada – o que aconteceu? Ela te viu? Te reconheceu?

- Não – Athena diz com um suspiro que Mel percebe ser de puro alívio – não ela na verdade, eu encontrei o homem que estava com ela no dia da festa. Na hora eu não o reconheci, mas a medida que conversamos...

- Espere! – Mel a interrompe – só um minuto – ela diz e sai às pressas deixando uma Athena que olha para a porta sem entender nada...

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Enquanto isso

Draco observa seu amigo Blaise que está mais calado e amuado do que nos dias em que eles descobriram sobre Jezz. Mais ainda, ele parece intrigado como se houvesse acontecido alguma coisa que ele não conseguiu compreender. Embora esteja muito curioso Draco se mantém em silêncio, ele conhece seu amigo e sabe que mais cedo ou mais tarde ele irá falar, desde que não seja pressionado. Sempre foi assim desde os tempos da escola, se Draco o forçasse Blaise não falaria apenas por pirraça às vezes, mas se o loiro se mantivesse desinteressado seu amigo não resistia e acabava por derramar tudo que Draco quisesse saber.

E a sua teoria mostra estar certa quando Blaise suspira e encara o amigo – me diga com sinceridade – ele diz para o loiro – há algo errado comigo?

Draco encara o amigo meio assustado com o rompante da pergunta e sem saber direito o que responder – o que você quer dizer com isso, Blaise? – o loiro rebate – algo errado em que sentido?

- Sei lá! – Blaise diz enquanto passa a mão pelos cabelos – talvez eu seja chato, esquisito... Talvez eu tenha mau hálito, não sei... Ou meu papo seja chato...

- Blaise, para! – Draco interrompe o amigo – você é um cara legal, não é nada esquisito, seu papo não é chato e quanto ao mau hálito, eu acho que não pelo menos não da distância em que eu estou. Agora para de surtar e me diz o que aconteceu.

- Eu conheci uma garota ontem, na verdade não foi bem isso, ontem a gente se esbarrou e eu achei que a conhecia de algum lugar – ele diz com um suspiro – uma garota legal embora um pouco tímida. Ela meio que deixou escapar que estaria no caldeirão furado hoje novamente e eu fui encontrá-la. A gente estava conversando se divertindo, estava tudo bem aí de repente ela se levantou e saiu correndo. Agora me diga com sinceridade, Draco, eu posso ter feito ou dito alguma coisa que a assustou tanto a ponto dela sair correndo sem mais nem menos?

- Uau, essa eu não esperava! – Draco diz visivelmente espantado. Seu amigo Blaise é um homem que sempre soube lidar com as mulheres, e definitivamente elas não costumam fugir correndo dele – sinceramente nem sei o que te dizer. Talvez alguma coisa feminina ou ela tenha se lembrado de um compromisso inadiável.

- Mas sair assim sem dizer nada? – Blaise retruca – eu sinceramente não entendo! A senhorita Binns parecia ser uma moça tão legal...

- Espera aí! – Draco o interrompe – como você disse que ela se chama?

- Binns – Blaise responde sem entender direito – Athena Binns, que não tem nenhum parentesco com o professor Binns, ao menos que ela saiba. Por que? Você a conhece?

Draco respira fundo e encara o amigo – eu conheço, Blaise. Eu conheço a senhorita Binns. Agora você pode me dizer por que entre todas as mulheres disponíveis da cidade, você tinha que se interessar justamente pela professora da minha filha?

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Ao mesmo tempo no hospital St Mungus

Athena olha para a porta por onde Mel saiu há poucos minutos. A professora tem que admitir que não entendeu muito bem a atitude da amiga de sair desta forma, mas Athena sabe que isso teve algum motivo e ela entende muito bem esse motivo quando vê a jornalista voltar trazendo consigo a senhora Malfoy que também está com um semblante de quem não está entendendo nada.

- Senhorita Binns? – ela diz enquanto seu olhar dança entre a jornalista e a professora – aconteceu alguma coisa? A senhorita se sente bem? O que a senhorita está fazendo aqui?

- Calma, Hermione – a jornalista a tranquiliza – ela está bem de saúde, pelo menos eu acho – Mel olha para Athena que assente com a cabeça – é que aconteceu uma coisa que eu acho bom que você fique a par, você tem um minuto?

Hermione olha para a professora da sua filha e neste momento ela parece mais uma jovenzinha assustada do que uma mulher que lida com uma dúzia de crianças diariamente. Então ela diz – claro, só não posso prometer que não vou precisar sair repentinamente, mas me diga, o que aconteceu?

Athena olha para a mãe da sua aluna meio sem jeito. Ela raramente fala sobre o que aconteceu em sua vida pra alguém, apenas o fato de estar tão assustada no dia em que viu aquela mulher a fez contar tudo para a jornalista e neste momento ela não sabe se tem coragem de repetir a história novamente

- Está tudo bem, Athena – Mel a tranquiliza – lembra que eu te disse quando você me contou que iria colocar Hermione a par de tudo porque essa mulher poderia estar convivendo com a família dela? – a jornalista vê que Athena assente com a cabeça e continua – então Hermione está relativamente a par, então só diga o que aconteceu hoje

Então Athena respira fundo e se prepara para contar seu breve encontro com Blaise Zabinni...

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Quase ao mesmo tempo, no quartel dos aurores

Harry respira fundo enquanto fala para si mesmo que não pode ficar frustrado caso não consigam descobrir nada a respeito do incêndio com fogo maldito. Muito frustrado, ele se corrige, já que frustrado ele sabe que fatalmente irá ficar

Quando ele acha que as coisas não poderiam piorar, ele se vê pensando que talvez haja mais uma vítima da tragédia que acometeu a família Milles, uma mulher que talvez esteja sendo procurada pela sua família, a babá de quem eles não tinham conhecimento.

O auror respira fundo e se prepara para partir novamente para o local do incêndio, mas desta vez ele não irá como um policial trouxa que precisa falar com os vizinhos e com a polícia local, desta vez ele vai como o auror bruxo que é e irá usar todo o seu conhecimento para encontrar a maior quantidade de pistas possíveis...

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Nas empresas Malfoy

- Como assim, professora da sua filha? – Blaise diz sem entender por que diabos ele conheceria a professora de uma das meninas Malfoy e neste momento ele se lembra de Athena contando que é professora e rapidamente ele tem um vislumbre de ter visto a moça em outro local

- Sim, Blaise – Draco diz com um suspiro – a senhorita Binns é professora da Annie. Uma moça muito boa que a Annie adora, mas desculpe não é seu tipo. Por que você se interessou por ela?

- Não sei dizer direito – Blaise diz. Ele nem tenta argumentar, pois ele sabe que realmente não seria o tipo de moça pelo qual ele se interessaria – as coisas mudam, eu acho. A gente se esbarrou no Caldeirão Furado e eu achei que já a havia visto antes, começamos a conversar e meio que marcamos de almoçar hoje. Estava tudo indo bem até que ela fugiu

- Talvez você a tenha visto no aniversário da Annie - Draco diz depois de pensar um pouco – ela estava lá e você também, não acho que ela frequente os mesmos lugares que você...

- Pode ser – Blaise diz pensativo – mesmo assim isso não explica porque ela fugiu de mim. Se eu conversei com ela na festa da Annie deve ter sido por um minuto ou dois. Não posso ter feito nada que a fizesse fugir, além disso eu naquele dia eu estava com a Jezz, e logo depois tudo aconteceu...

Draco até gostaria de dizer alguma coisa, mas a chegada de alguém o interrompe e ele vê a sua esposa chegar com um semblante assustado e ela não esta sozinha.

Antes que o loiro possa dizer alguma coisa, seu amigo Blaise, tão estarrecido quando ele, exclama:

- Senhorita Binns? O que a senhorita está fazendo aqui?

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NOTA DA AUTORA

Mais um capítulo pra vocês, eu sei que não expliquei muita coisa mas prometo que no próximo teremos algumas revelações, não todas mas alguma coisa já vai ser esclarecida.

Espero que tenham gostado, vou fazer o possível pra não enrolar muito. Se cuidem e até o próximo

Bjs

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