Preguiça - Fer Redfield

Preguiça - Fer Redfield



 Presa em meu mundo de criaturas extraordinárias, de coisas inexistentes e de sentimentos infantis, vi tudo romper-se diante dos meus olhos. O amor que eu senti por ela foi o golpe da realidade necessário para me fazer abrir os olhos para o mundo. Ela atravessou a minha vida brevemente, o tempo foi curto demais para que eu pudesse amadurecer e aproveitar o que ela estava disposta a me dar.


 


            Mas foi intenso, intenso como tudo era nela. Ela ardeu em minha vida como fogo, aqueceu-me quando foi necessário e também se apagou rapidamente sem que eu pudesse sequer alimentá-la com um pouco de maturidade. Eu era sonhadora, ainda sou, só que naquela época... Eu não conseguia ter plena consciência do que fazia.


 


            No começo eu a observava, nos segundos seguintes eu já estava encantada e no começo da nossa amizade, eu já estava apaixonada. Gina Weasley, dentre muitas pessoas que me julgavam maluca, acabara se tornando minha melhor amiga e meu único amor.


 


            Eu nunca soube ao certo quando o sentimento nascera, quando eu passara a observá-la e a conhecê-la melhor do que ninguém, o amor nasceu e cresceu dentro do meu peito durante sete anos que eu nunca vou esquecer. Não era nada possessivo, não era nada ciumento, era... Simples e belo. Como tudo era em Gina.


 


            Eu só a queria feliz, nada mais. Talvez seja por ser inocente que eu cometi o maior erro da minha vida. Eu nunca disse que a amava, sempre deixei de lado, julgando que ela nunca me entenderia e nem meus sentimentos. Pensando que ela me afastaria quando eu proferisse o “Eu Te Amo” mais sincero que poderia sair da boca de uma pessoa.


 


            Sim, eu era tola. Hoje sei que Gina nunca faria isso, seus sentimentos eram tão belos que eu tenho certeza, ela me daria um sorriso em vez de um tapa. Mas eu era jovem, insegura e tinha medo da confusão que minhas palavras e minha declaração pudessem causar nela, eu justifiquei a minha covardia pensando que estava a protegendo de uma dor ainda maior...


 


            Agora só me restavam lembranças e esperanças... Lembranças de uma época em que eu a via todos os dias e esperanças de uma vida que eu jamais terei.


 


 


 


Flashback...


 


           


 


            - Luna, quanto tempo... – Gina disse com aquele sorriso radiante que seria capaz de iluminar a mais sombria das paisagens, eu não conseguia desviar meus olhos dela. Também não conseguia um sorriso tomar conta de meu rosto. Gina era contagiante e eu me preenchia cada vez mais de amor por ela.


 


            - Tempo mesmo Gina, faz alguns anos que não nos vemos... – Respondi corando enquanto ela se aproximava de mim e me abraçava ternamente. Aquele abraço demorado me fez perder a noção por alguns momentos, eu a enlacei e sorri ao notar que nossos corpos se encaixavam.


 


            O tempo não fizera o resultado esperado, eu ainda não me esquecia do perfume floral que ela emanava, nem mesmo que ela suspirava enquanto apertava meu pescoço num abraço saudoso. O tempo não mudara nada. Nada era capaz de mudar um sentimento tão grande que mal cabia em meu peito.


 


            Senti a mão dela afagar meu cabelo gentilmente, depois ela afastou-se, agora com um sorriso triste nos lábios e pela primeira vez, eu notei que a Guerra deixava marcas incuráveis nela. A expressão estava cansada e os olhos haviam perdido o brilho que tinham na época da escola, ela sentou-se na poltrona e suspirou.


 


            Eu permaneci em pé, a observando e quando nossos olhos se encontraram, ela sorriu e eu retribuí, tentando colocar no meu sorriso toda a força que ela precisava. Ela pigarreou por alguns instantes, enquanto observava os próprios pés, depois disse:


 


            - A Guerra está acabando comigo Luna, faz cinco anos que estamos nessa batalha e a cada dia que passa, me parece que é ainda mais em vão!


 


            A dor contida na voz dela me dilacerou por dentro, eu queria curá-la, de alguma forma. Me ajoelhei aos seus pés e segurei as mãos dela com as minhas, ela me sorriu de forma natural enquanto eu dizia:


 


            - Eu sei disso Gina, mas não adianta nada. Devemos permanecer fortes, a esperança está em pessoas como nós que ainda lutam...


 


            - Eu não consigo mais ter esperança Luna... Você não sabe o que é ficar aqui, todos os dias... Vendo cadáveres das pessoas que você conhece serem trazidos... Eu tenho medo de que um deles seja o do Harry!


 


            Harry Potter, ele. Eu não conseguia odiá-lo, aliás, eu não sentia nada em relação a ele. Eu não o julgava, só queria que ele ficasse longe de mim. Eu podia suportá-lo por Gina, ele a fazia feliz e isso bastava pra mim. Mas vendo a preocupação e a dor nos olhos dela, naquele momento, eu não pude deixar de apertar meu punho e crispar meus lábios...


 


            - Não vai ser ele Gina, tente pensar positivo. – Eu disse naturalmente, ela segurou a minha face e sorriu, eu sorri e baixei minha face tentando não deixar transparecer meu rubor. Ela continuou a sorrir e disse:


 


            - É Luna, como sempre, acreditando no melhor das pessoas... Sempre presa no seu mundo onde não há maldade. Eu queria ser como você...


 


            - Não cometa esse erro Gina, ser sonhadora e acreditar em coisas fúteis tem suas desvantagens... – Respondi tranquilamente enquanto apertava a mão dela entre as minhas, ela gargalhou naturalmente e aquele som soou como melodia para meus ouvidos, ela suspirou e eu senti o hálito quente dela na minha face.


 


            Mas ser sonhadora tinha suas desvantagens mesmo, eu era constantemente enganada pelas minhas próprias visões idealizadas do mundo e também, pelas minhas próprias crenças e existe coisa pior do que ser enganada por si própria? Eu não entendia nada quando se tratava de mim, não entendia meus sentimentos e estava cansada de tentar compreendê-los. Eu podia entender sobre criaturas bizarras, mas para mim, não tinha nada mais bizarro que meu próprio pensamento.


 


            Gina me encarou com os olhos castanhos quentes e sinceros, a meu ver, ela era mais do que bela, era quase uma visão do sobrenatural. Um exemplo de que existe uma coisa maior além de nós capaz de criar a perfeição e ela era a perfeição, a minha perfeição. Ela continuou a me encarar com intensidade enquanto afagava a minha mão com a ponta do dedo indicador, depois continuou a dizer:


 


            - Você não acredita em coisas fúteis Luna, quantas vezes eu tenho que te dizer que não há pecado algum em acreditar no seu mundo pessoas? Eu gosto de você por causa disso, porque você consegue ser tão sonhadora e ao mesmo tempo tão perceptiva...


 


            - Há pecado quando você se machuca acreditando nas pessoas e acreditando no seu mundo Gina, o mundo é mais do que cruel com pessoas como eu... – Eu respondi melancólica enquanto abaixava meus olhos, estava referindo-me aos meus sentimentos em relação a ela. Não a culpava de nada, culpava a mim mesma. Da minha incapacidade, da minha falta de vontade de revelar a ela o que eu considerava ser o mais belo na minha essência.


 


            - Mas você é forte Luna, eu te conheço. Você pode muito bem superar isso... – Gina disse enquanto levantava a minha face com um toque em meu queixo, eu a encarei, tentando passar meus sentimentos pelo olhar, mas acho que foiem vão. Talvezeu devesse estar com o mesmo olhar sonhador e vago de sempre. Eu me levantei e disse:


 


            - Eu não sou forte Gina, nunca fui e nunca vou ser. Que tipo de pessoa forte teria medo de coisas fúteis como as que eu tenho medo?


 


            - Eu não sei do que você tem medo Luna, mas tenho certeza absoluta que não são coisas fúteis... Eu te conheço, compreenda isso. Você é a minha força, você tem coragem por mim e por todos os outros.  


 


            Eu ouvi ela se levantar e aproximar-se de mim. Gina estava do meu lado observando a janela com o olhar frio e vago. Eu a queria perto de mim, eu queria tê-la e fazê-la feliz, mas não podia. Eu tinha que deixar meus sentimentos de lado, ela não merecia sofrer por causa de meu amor platônico. O silêncio pesava em nós como um manto invisível, eu estava perdida em meus pensamentos, imaginando um futuro com ela.


 


            Sim, eu era sonhadora o bastante pra isso. Mesmo tendo preguiça de revelar a ela o que eu sentia, eu ainda tinha a capacidade e a covardia de me permitir sonhar com ela, coisas da maluca Di-Lua Lovegood...


 


            - Eu senti sua falta, tive medo de que tivessem pegado você... Por que nunca respondeu às minhas cartas? – Gina disparou com o tom de voz tentando parecer sensível, mas que eu sabia que estava profundamente confuso. Eu agira conscientemente, eu tirei aquela ruiva da minha vida e agora, fora obrigada a voltar para ela...


 


            Coloquei minhas mãos nos bolsos da longa capa preta que usava enquanto me afastava dela. Eu não conseguia olhá-la por muito tempo sem desejá-la, sem amá-la por completo. Pode parecer que eu gosto de sofrer, mas não é. Eu simplesmente não tenho vontade de contar a ela o que sinto, não tenho vontade de fazê-la sofrer ainda mais por minha causa. Suspirei enquanto pensava numa resposta plausível, enfim, respondi incerta:


 


            - A situação está perigosa Gina, alguém podia ter interceptado nossas cartas...


 


            - Isso não justifica nada Luna! Nós duas sabemos que existiam outras formas de nos falarmos... Você pode, por favor, responder por que se afastou de mim durante esse tempo todo? Foram cinco anos Luna! Sabe o que são cinco anos sem ter notícias de sua melhor amiga quando uma guerra está sendo travada? – Gina explodiu nervosa, eu me virei incrédula pra ela e fiquei abismada quando vi as lágrimas escorrerem por sua face.


 


            Gina estava chorando, eu não sabia se era por raiva ou por tristeza em relação aos atos que eu cometi, eu só sabia que, de alguma forma, as lágrimas dela me machucaram e eu me senti a pior pessoa do mundo por ser a razão de suas lágrimas. Eu dei às costas a ela novamente, eu não podia suportar aquilo, não era forte o bastante pra tanto.


 


            Eu estava calada, sem saber o que dizer. Como sempre me ocorrera durante toda a minha vida, eu estava sem palavras. Tinha em mente o que dizer, devia dizer que o motivo do nosso afastamento tinha sido meu amor incontrolável por ela, mas eu não conseguia. Eu não tinha vontade.


 


            Eu tentei controlar a minha respiração e meus pensamentos que voavam em alta velocidade em minha mente. Eu tinha que deixar esse sentimento pra lá, tinha que esquecê-la e esquecer também que um dia eu a amei como agora. Meus sentimentos iam feri-la, eu tinha certeza disso e se tinha uma coisa que Gina não merecia era sofrimento, ainda mais vindo de uma pessoa como eu.


 


            Após muito pensar e depois de perceber que os soluços dela tinham se tornado menos freqüentes, eu reuni coragem para encará-la. Meus olhos encontraram os castanhos dela que agora estavam vermelhos e cansados, ela correu para meus braços e eu nada pude fazer a não ser abraçá-la e aconchegá-la em mim.


 


            Ela apertou o corpo junto ao meu e apertou a gola da minha veste com força, ela estava exigindo que eu a respondesse de alguma forma, senti as lágrimas dela molharem meu peito. Eu tentei colocar meus pensamentos no lugar enquanto sentia o corpo dela e ela tão próxima a mim. Respirei fundo e o perfume floral me embriagou por completo. Afastei o corpo dela do meu e a encarei nos olhos, tocando seu queixo levemente.


 


            Os olhos castanhos de Gina me encararam com curiosidade, ela ainda segurava a gola da minha veste. Eu tirei as mãos dela de lá e apertei-as junto ao peito, dei um sorriso triste e disse:


 


            - Eu sei bem o que é isso Gina, eu também passei por isso durante cinco anos...


 


            - Então por que você afastou? Teria sido bem mais fácil com você aqui do meu lado Luna, como sempre! – Gina respondeu descontente enquanto me encarava com intensidade, os olhos dela tinham um domínio sobre mim, eu era incapaz de contrariá-los e eles exigiam uma explicação melhor. Eu baixei meus olhos e respondi:


 


            - Escute Gina, talvez seja melhor você nunca saber o motivo das minhas ações. Deixe as coisas como estão, por favor.


 


            - Luna, eu posso tolerar tudo, menos o seu afastamento. Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu me quebrei quando você sumiu sem dar notícias... – Gina disse com uma sinceridade na voz que só ela tinha, eu não pude deixar de sorrir com essa fala dela. Ao menos importante eu era. Eu me afastei novamente, minhas mãos começavam a queimar com nosso contato tão próximo. Respirei fundo e respondi:


 


            - Até parece que você não me conhece não é Weasley? Sabe muito bem o tipo de pessoa que eu sou...


 


            - Eu sei, você é extremamente avoada e sonhadora... Mas eu não vivo sem você, você é minha força Luna. Pare de desviar o nosso foco, me responda por que você me abandonou! – Gina disse com a voz brincalhona e um sorriso nos lábios, pelo menos eu ainda podia fazê-la sorrir naqueles tempos tão turbulentos e tempestuosos.


 


            Eu encarei o sorriso dela por alguns instantes, tentando preservar aquela imagem na minha cabeça para guardá-la para a eternidade comigo. Eu posso ter me calado, mas ter ela na minha lembrança não era nada de errado...


 


            Foi com essa imagem... O sorriso brincalhão nos lábios róseos perfeitamente desenhados, os cabelos ruivos descendo pelos ombros, a pele branca com sardas inesquecíveis, aquele olhar castanho triste e forte ao mesmo tempo me desarmando e aquelas tão simples, mas tão importantes palavras que eu sorri para meus pés e disse antes de sair:


 


            - Gina, acredite, você não ia querer saber.


 


            Saí da sala ouvindo ela me chamar desesperada e preocupada. Mas eu ignorei seus chamados e concentrei-me no som do salto de minhas botas no piso de madeira.


 


            Eu tentei, como sonhadora, acreditar que aquilo era o melhor e que eu ainda podia viver com a lembrança dela, mas foi inevitável. Não posso negar, eu chorei e senti um aperto no peito. Um aperto do qual eu jamais me esquecerei...


 


 


 


***


 


 


 


            Mais tarde naquele mesmo dia, eu acordei com uma coruja batendo em minha janela. Meus olhos estavam pesados e minha cabeça doía quando me levantei e fui vestir meu roupão. Abri a janela e deixei a coruja entrar no quarto, ela deixou um envelope pardo em cima do meu livro de cabeceira e saiu.


 


            Eu me aproximei do envelope e reconheci os garranchos, era a letra de Rony Weasley. De alguma forma, eu senti meu coração se acelerar e minhas mãos tremerem, fui apressada até o envelope e o abri ansiosa.


 


            Eu nunca vou poder descrever o que eu senti quando meus olhos percorreram as primeiras linhas daquela maldita carta. Eu sentei na cama e senti um torpor me invadir por completo, eu não podia acreditar, aquilo não podia estar acontecendo comigo...


 


            Senti minha cabeça rodar e uma série de lembranças me invadirem por completo, a sensação de arrependimento foi inevitável. Logo depois veio a dor, a dor mais real que eu senti. Se aquilo era o que chamavam de realidade, eu preferiria continuar presa aos meus sonhos...


 


            Eu gritei, gritei como um animal ferido gritaria. Eu tentava extravasar a dor que preenchia meu interior como uma onda elétrica. Senti meu coração se esvair dentro do meu peito, ele parecia estar se desfazendo a cada segundo que aquela verdade tão dolorida preenchia a minha cabeça.


 


            Eu me sentia sangrar por dentro, sentia toda a minha razão ceder diante daquela dor insuportável. A dor que eu mesma provocara, a dor que nunca me abandonaria e que nunca seria curada. Meu coração estava ardendo em brasa, minhas mãos tremiam e a minha respiração estava ofegante.


 


            Eu não queria acreditar.


 


            Eu não ia acreditar, aquilo não podia ser verdade.


 


            Não ela...


 


 


 


***


 


 


 


            As vestes pretas caíam pesadamente sobre meus ombros cansados, eu não tive coragem para ir ao enterro. Estava sozinha no cemitério, encarando a lápide da única pessoa que eu amara em toda a minha vida.


 


            Gina Weasley e Harry Potter haviam sido assassinados na noite anterior, pelo que parecia, alguém revelara o local onde os dois estavam escondidos. Não pude deixar de me lembrar que o mesmo acontecera aos pais de Harry, então, senti raiva dele, ele não tinha direito de colocar Gina naquela situação. Eu o culpava, uma reação esperada de uma idiota que negara os próprios sentimentos por falta de vontade.


 


            Minha expressão estava fria, mas por dentro, eu estava acabada. Eu passara a noite em claro, pensando em ir atrás de quem fizera aquilo com ela, mas eu não conseguia. Eu estava tomada por uma sensação de incapacidade diante da minha preguiça em revelar a ela meus sentimentos.


 


            Eu deixei de lado coisas que não deviam ser escondidas nem adiadas.


 


            Agora, eu estava ali, de pé encarando a lápide dela e segurando as minhas lágrimas amargas. O vento bateu em meus ombros e eu tremi um pouco, era primavera e ironicamente, a primavera me lembrava ela. Uma forma bem cruel de me despedir.


 


            Eu encarei os céus, talvez procurando uma resposta lá ou até mesmo, querendo culpar alguém pelos meus erros imbecis. Mas não encontrei, como sempre, eu pensava e pensava e a única verdade que ficava minha a cabeça era que eu era uma tremenda idiota. Os céus foram responsáveis pela criação dela, talvez alguma ninfa ou algo do tipo, mas ninguém era responsável pela dor que eu sentia... Ninguém além de mim.


 


            Depositei as flores do campo na lápide dela e encarei a pedra, tentando encontrar algo de Gina ali, além da foto que se mexia. Mas não tinha nada.


 


            O sorriso se fora, os cabelos ruivos também, a voz melodiosa, as sardas, o humor matinal do cão que dela, o perfume floral...


 


            Ela não estava mais aqui, ela se fora, pra sempre.


 


            Essa contestação me atingiu por inteira, minhas pernas cederam e toda máscara de força e frieza que eu talhara se rompera. Mais uma vez a realidade me dava um soco e me mandava parar de ser tão sonhadora.


 


            Eu me ajoelhei diante do túmulo dela e chorei, as lágrimas caíram pela terra e penetraram nela. Inocentemente, eu acreditei que assim ela ia sentir que eu estava ali. Eu era tola, ela se fora e não restara mais nada dela nesse mundo.


 


            As lágrimas escorriam pela minha face sem parar, eu não conseguia controlar a dor que estava me atingindo... Era forte demais, cruel demais e eu? Eu era covarde demais. Gina estava enganada, sempre esteve. Ela era a minha força, ela era a minha razão.


 


            No cemitério vazio e sozinha eu não pude evitar meus sentimentos. Eu me sentei do lado do túmulo e coloquei as mãos na minha face, limpei as lágrimas e respirei fundo. Eu não tive preguiça dessa vez, não deixei as coisas de lado e murmurei:


 


            - Eu te deixei porque te amava, eu te abandonei porque eu não podia mais suportar. Eu te amo Gina, sempre te amei e sempre vou te amar.


 


 


 


FIM 

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