Um Dia Ruim No Beco Diagonal



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E então, porque ele demorou tanto?????? Nhai... Meu deus!! Por Merlin!! Minha vida está uma bagunça total!!! E pra piorar toda a situação eu tive um pequeno bloqueio criativo...Caramba! Como isso é possível??? Eu sentava na frente do computador pra escrever, e quando eu digitava um simples “a” eu simplesmente parava tudo e desligava o pc!! E assim foi por semanas!! E pra piorar todo a situaçao, eu ainda tive que decorar um poema imenso pra apresentar em um seminário de português! Tive que ler um livro didático cujo eu havia esquecido que existia e tive que escrever milhares de coisas, utilizando assim, toda a criatividade que me restava!!! E o pior de tudo, eu não precisava fazer nada mais do que “copiar o livro!”.... Tudo bem me deixe explicar. Se bem vocês estão lembrados, esta fic se trata do remasterizaçao do livro escrito pela JK! Só que vista pelo olhar do Draco!!! Só que quando eu pegava o livro pra ver algumas partes, me dava um peso no coração, e eu desistia, e pensava em um modo de ver o mundo bruxo de um jeito mais Ivan! Sério mesmo, tanto que eu nem “copiei” o livro, e criei um mundo totalmente, ou quase que totalmente novo!!! E é por isso que esse capitulo demooooooooooroooooooooooou tanto pra sair!! ^^
Putz! Ele ficou o segundo melhor!! Esta ótimo, não tudo bem, eu sou meio suspeito em dizer, mas beleza!! ^^
Leiam, vale a pena!!!
Agradecimentos: agradeço a Angelina Michelle, a Kathy e a Sâmara, minhas amigonas do coração!! Agradeço também a Selene Malfoy!! Você é muito fofa!!! Eeeeeeeee agradeço à todos que votaram na ficcccccccc!!! Caramba, surreal, de um dia pro outro já tinha 160 votos, sendo que só tinham 5 votos!!! Hahahahaaha que felicidade!!!! Huhuhu
Eeeeeeeeee COMENTEMMMMMMMMM plisss!!!
Espero que gostem, tenham uma ótima leitura!!

Ivan-Snape!!! ^-^

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Capitulo 11



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Um Dia Ruim No Beco Diagonal
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Pela manhã, Draco acordara. Não muito animado para ir até o Beco Diagonal. Estava preocupado com o sonho que teve pela madrugada. Queria contá-lo para alguém, mas não sabia para quem, pensou na sua mãe, mas ela não entenderia...
Draco já havia ido até o Beco Diagonal algumas vezes, mas não gostava muito. Era muito cheio de bruxos e bruxas da ralé! Preferia mesmo ir até a Travessia da Luxaria, onde sua mãe fazia suas compras semanais. Lá haviam coisas de luxo variadas, desde pequenas jóias caríssimas, até capas totalmente bordadas de diamantes, que custavam o olho da cara. Na Travessia da Luxaria, só eram permitidas famílias de bruxos totalmente puras e com uma linhagem milionária. Não adiantava nada ganhar na loteria bruxa, pois esses que ganhassem não poderiam aparatar na Travessia. Não existiam lareiras ligadas a rede de Pó de Flú, e uma certa quantidade de aurores ficava guardando o lugar, caso algum ladrão tentasse chegar perto da Travessia.
Ele desceu as escadarias marmóreas e encontrou seus pais aos pés da escada. Eles já estavam trocados, e conversavam muito depressa. Quando Draco chegou perto demais para que eles percebessem a sua presença, imediatamente a conversa cessou, e Narcisa estendeu os braços para abraçar Draco:
- Draco meu filho! – disse – como foi sua noite, deixe-me ver se ainda esta febril?
- Não mamãe! – disse sonolento – eu estou bem!
Narcisa pegou o filho e mediu sua temperatura com as palmas das mãos cravejadas de anéis gelados.
- É, parece que está tudo normal! – disse soltando o filho – então? Porque você ainda não está pronto?
- Pronto para quê? – perguntou mal-humorado.
- Para ir até o Beco diagonal! – disse Lucio mais mal-humorado do que o filho.
- Não tem outro lugar? – disse Draco.
- Infelizmente, não! – disse Lucius.
Narcisa deu um tapinha no braço do marido com um olhar de censura.
- Meu querido vai ser divertido – disse Narcisa olhando feio para o marido – porque ainda não está trocado?
- Eu pensei que iríamos comer antes de irmos! – disse entediado.
- Comeremos quando voltarmos! – rosnou Lucio – não queremos demorar!
- Então irei me trocar... – disse Draco.
- Não precisa! – disse Narcisa repentinamente.
- Então você quer que eu vá de pijama, é? – falou sarcasticamente.
- Não! É claro que não! – ela puxou a varinha, e com um leve movimento, roupas apareceram e vestiram o corpo de Draco.
- Então vamos agora? – Lucius sugeriu entediado.
- Vamos! – falou Narcisa.
Draco olhou para si e viu que vestia roupas extremamente novas, que ele nunca vira!
Eles andaram na direção da grande lareira, que ficava do lado esquerdo da escadaria, os três entraram juntos na cavidade alta, Lucio pegou um pouco do pó e disse muito claramente “BECO DIAGONAL!”, e jogou o Pó de Flú de um jeito que todos pudessem ir juntos. Draco rodopiou feito um pião, e se enjoou um pouco, mas a essa altura, ele já estava acostumado. Ele fechou os olhos e sentiu seus pais ao seu lado. Passado alguns segundos, eles pararam e desceram de uma lareira um pouco mais estreita que a primeira, e desceram em um pequeno salão com pelo menos sete lareiras, toscamente distribuídas, e de formas e tamanhos diferenciados. Eles andaram um pouco, e Narcisa puxou a varinha novamente, fez um movimento e suas roupas estavam novamente limpas, como se há menos de um minuto não estivessem sujas de fuligem do fogo. Ela fez o encanto mais duas vezes, limpando o marido e o filho.
Draco e a família passaram por um portal alto de tijolos velhos, e se encontraram em uma rua torta lotada de pessoas. Bruxos e bruxas com vestes escuras caminhavam despreocupadamente entre as varias lojas que rodeavam a rua estreita. Ele e a família pararam perto de uma sorveteria a “Florean Fortescue” , e juntaram-se para decidir o que fariam e onde precisavam ir, de forma que pudessem sair rapidamente do beco.
- Bem, precisamos montar um esquema... – sugeriu Lucius olhando a volta – para que possamos passar em todas as lojas necessárias e irmos rápido para casa!
- Tudo bem! – disse Narcisa com paciência – então, como faremos?
- ...Você e Draco podem ir comprar os livros na Floreios e Borrões, e eu comprarei a varinha! – disse sem pestanejar.
- Comprar livros? – disse ofendida – não! Você comprará os livros e eu e Draco compraremos a varinha!
- Mas a Floreios – disse olhando para o amontoado de pessoas que se espremiam para entrarem na livraria - é um pugueiro!
- Por isso! – Narcisa disse com frieza
- Por que não compramos um sorvete que não derrete primeiro? – Draco pediu finalmente.
Ele olhava fixamente para a vitrine da sorveteria, e via as crianças saindo alegremente da loja apertada, com casquinhas de sorvetes gigantes e coloridos nas mãos.
Imediatamente, Lucius se virou e viu que varias crianças estavam correndo com uma casquinha de sorvete com pelo menos doze bolas de sorvete, e à medida que a criança dava um passo apressado, a torre de bolas de sorvete balançava precariamente.
Ele puxou Draco e a mulher suficientemente distante das crianças atrapalhadas, e se encontraram próximos de uma viela escura e suja. Draco olhou para cima e viu que havia uma placa encardida, que balançava precariamente com a brisa do vento, nela estava escrito com letras toscas – Travessa do Tranco – ele olhou mais a fundo, e vira que pessoas totalmente diferentes andavam por lá. Bruxos e bruxas com aparência assustadora, de má índole e carregando objetos suspeitos. Lucio e Narcisa continuaram a discussão, e Draco ficou olhando para a travessa do tranco. Ficara curioso para saber o que existia ali, mas fora interrompido pela mãe:
- Então está decidido, venha Draco, vamos comprar sua varinha, enquanto seu pai compra os livros.
E com ar decidido virou-se e carregou o filho apressadamente até uma loja estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam “Olivaras: Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C.” Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada.
Draco e Narcisa entraram na loja e um sininho tocou ao abrirem a porta.
A loja era abarrotada de estantes empoeiradas como a vitrine, lotadas de caixinhas de todas as cores. Na outra extremidade da loja, havia uma pequena mesa de escritório, igualmente empoeirada e suja.
Narcisa foi à direção da mesa e tocou um sininho, chamando algum tipo de atendente. Enquanto isto, Draco ficou olhando a loja, curioso.
Logo, um homem velho, de estatura media, com cabelos muito brancos, um pouco careca encima apareceu despreocupado:
- Bom dia Sr. Olivaras – cumprimentou-o Narcisa.
- Bom dia Sra. Malfoy – retribuiu educadamente – parece que foi ontem que veio comprar sua primeira varinha! – disse com um devaneio – salgueiro, 26 centímetros, pouco flexível, pelo de rabo de unicórnio, ótimo para feitiços!
O bruxo era muito educado, porém, tinha um ar suntuoso e irritante em sua voz roufenha e suave. Ele logo se virou e continuou:
- Varinhas para o pequeno Malfoy? – disse olhando para Draco, que vasculhava tranqüilamente as prateleiras empoeiradas.
- Ah sim! – respondeu Narcisa – ele irá para Hogwarts...
- Hogwarts? Muito bem então... Venha Sr. Malfoy chegue mais perto, deixe-me tirar as sua medidas?! – disse com sua voz irritantemente suave, saindo de trás da mesa de escritório.
Draco virou-se e foi a direção do velho bruxo. O homem tirou uma fita métrica muito velha e usada, com números prateados do bolso das vestes e perguntou:
- Qual a mão da varinha Sr. Malfoy?
- Bem, eu sou canhoto... – disse olhando para a fita métrica.
- Canhoto? – surpreendeu-se – muito bem então...
E começou a tirar as medidas de Draco. Ele levantava os braços, a pedido do velho, e a fita o media magicamente; a fita o mediu por inteiro, desde a largura de sua cabeça, até o tamanho de seus pés.
Após alguns minutos, o Sr. Olivaras pegou a fita métrica, que começara a medir a virilha de Draco descontroladamente; a fita caiu precariamente na mão do velho, como se não estivesse magicamente viva há alguns segundos.
O velho virou-se e seguiu na direção de algumas prateleiras altas, subiu em uma escada de madeira, e pegou algumas caixas compridas. Abriu a caixa e retirou de dentro uma varinha amarronzada. E disse entregando a varinha a Draco:
- Carvalho, 25 centímetros, pelo de unicórnio, muito flexível! – falou calmamente.
Draco pegou a varinha e nada aconteceu... Sua mãe estava sentada em um banquinho alto perto da mesinha e o olhava atentamente, curiosa para saber qual seria a varinha do filho.
- Vamos, teste! – disse o Sr. Olivaras com sua voz suave.
Draco olhou atentamente para a varinha, e fez um movimento brusco para frente. A prateleira a frente se explodiu, deixando um cheiro acre no aposento. Narcisa se assustou e quase caiu da cadeira; O Sr. Olivaras fez sinal de negativo e lhe entregou outra varinha, olhando incrédulo para o estrago que Draco causara a sua loja.
- Azevinho, 27 centímetros, pena de fênix!
Draco fez um movimento mais leve dessa vez, mas o estrago na loja pareceu ser maior que da vez anterior.
- Não, não, não e não!!! – disse o Sr. Olivaras pegando a varinha da mão de Draco – definitivamente não!
Draco olhou para o estrago que causara a loja, a direita estava a estante quase que completamente destruída e a esquerda as prateleiras com objetos de madeira que acabara de despencar. Ele sorriu para sua mãe, que olhava os estragos despreocupadamente.
O Sr Olivaras subiu na escada estreita e puxou uma caixa muito negra. Desceu calmamente e entregou uma varinha enegrecida a Draco suavemente. O velho deu um olhar penetrante a Draco e soltou a varinha em sua mão branca. Draco sentiu uma leve brisa, apesar das janelas e vidraças estarem fechadas, e a loja levemente abafada. Ele olhou para a porta pra ver se alguém entrava, mas nada. O Sr Olivaras novamente lhe pediu para testar a varinha, e Draco não titubeou. Olhou fixamente para um vaso velho com flores murchas, e sacudiu levemente a varinha. Ele fechou os olhos pensando que o vaso fosse explodir como as estantes e as prateleiras, mas apenas ouviu um som suave de transformação: o vaso velho se regenerou e ficou como novo e as flores murchas reviveram, aparentando ter sido colhidas pela manhã.
- Bravo, bravo! – bradou Narcisa aliviada – muito bem meu filho!
- Muito bem mesmo Sr Malfoy! – disse o velho suavemente retirando a varinha enegrecida das mãos de Draco – uma ótima varinha... Carvalho, 28 centímetros, corda de coração de dragão, muito flexível, ótima para poções e encantamentos!
- Ela é muito bonita! – disse Draco olhando para a sua varinha nova – já posso fazer os feitiços agora? – perguntou olhando para a mãe.
- Não meu filho... Primeiro você terá que estudar, depois já estará apto para fazer diversos feitiços, como eu e seu pai!
O Sr Olivaras parou um instante, e um pouco nervoso disse:
- Posso embalá-la agora?
- Ah sim claro! – disse Narcisa calmamente, como se não tivesse notado o tom preocupado do comerciante.
- Muito bem então – concluiu o Sr Olivaras virando-se para embrulhar a caixa negra da varinha.
Draco se animou muito, agora tinha sua própria varinha, não precisava mais roubar as varinhas alheias, como sempre fazia quando lhe convinha. Ele queria sair dali o mais rápido possível, para testar os diversos feitiços que aprendera em um livro de encantos que ele lera há alguns anos. Porém, Narcisa também queria sair dali, e disse ao filho em um sussurro:
- Draco querido, enquanto eu pago o homem, vá até a Madame Malkin, a loja ao lado, e peça para que ela prepare suas vestes novas!
- Mas mamãe! Eu queria a minha varinha! – disse num tom de mimo.
- Faça o que eu mandei – falou entre dentes – agora!
- Tudo bem mamãe, eu vou!
E arrastando os pés, saiu da loja sem se despedir do Sr Olivaras, que continuava embrulhando a caixa lentamente.
Draco foi à direção a loja ao lado, mas deu meia volta, pois queria dar uma olhadinha nas vassouras na loja à frente.
Vários garotos e garotas de mais ou menos a mesma idade de Draco, espremiam os narizes contra a vitrine que tinha vassouras.
Draco tentou chegar mais perto, mas ele era demasiado pequeno perto da multidão de crianças curiosas. Espremeu-se e empurrou algumas meninas e conseguiu finalmente chegar até o vidro, onde havia exposta uma linda vassoura extremamente polida de aspecto aerodinâmico. Próximo dela havia um folheto indicativo onde se lia: Nimbus 2000.
Draco se entristeceu. Já havia algum tempo que ele pedira a vassoura de presente, mas o seu aniversario passou, e nada. Ele simplesmente não ganhara o que pedira, foi um raro momento de desatenção de seu pai. Relembrando, Draco sentiu raiva dele. Ele queria a vassoura, afinal, a sua já estava velha e ultrapassada. Ele se irritou e deu as costas para a vitrine. Saiu andando o mais depressa que pode, e conseguiu derrubar alguns garotos que estavam em seu caminho:
- Hey! Olha pra onde anda moleque! – gritou a mãe dos garotinhos furiosa.
Draco atravessou a rua estreita, e foi para a loja de roupas: Madame Malkins, onde deveria ter ido a algum tempo.
Era uma loja grande, porém abarrotada de volumosos rolos de tecidos, que deixavam o aposento um tanto quanto apertado. Draco entrou na loja vazia e tocou um sininho na mesa do atendente.
Alguns segundos depois, uma mulher muito gorda, de vestes vermelhas berrante chegou para atender. Provavelmente era a Sra Malkins.
- Hogwarts querido? – disse a mulher num tom extremamente irritante.
A mulher era simpática, mas tinha um tom indolente no seu jeito de falar.
Draco olhou com incredulidade para o rosto redondo da sra Malkins, e respondeu com clareza:
- Sim, por favor.
A mulher saiu de traz do balcão, e levou Draco para o fundo da loja, fazendo ele subir em cima de um banquinho que balançava muito. Pegou a varinha e pronunciou um encanto, fazendo aparecer alguns metros de pano extremamente negros. Ela agitou mais uma vez a varinha, e o pano se transformou em um tipo de camisão.
A sra Malkins enfiou a gola do camisão preto sobre a cabeça de Draco, e começou a medir a bainha dos braços e pernas.
- Muito bem querido, o pano ficou meio grande em você. Terei que pegar uma tesoura espere um momento sim? – disse a bruxa naquele mesmo tom indolente e irritante.
- Tudo bem – respondeu Draco pensando na insinuação que a bruxa fez a ele.
Draco já sabia que era pequeno, mas não precisava escancarar pra todo o mundo saber disso!
Ele começara a se cansar ali, parado e de pé quando uma segunda bruxa apareceu trazendo uma tesoura muito grande e enferrujada. Ela mediu mais uma vez a bainha das vestes de Draco, e começou a cortar com a tesoura cega. E a cada corte, ela dava um toque com sua varinha, fazendo a bainha se costurar magicamente.
- Será que você não poderia cortar com magia também? – perguntou Draco olhando para a tesoura enorme.
- Os tecidos de Madame Malkin não podem ser cortados por magia! – respondeu a segunda bruxa simpaticamente, mas com um sorriso de desdém falso.
Draco iria responder a altura, mas foi interrompido pelo abrir da porta. Quase que instintivamente, ele olhou a direção da porta, e viu que entrava um garoto na loja.
Era um garoto sim, ele tinha quase certeza. Por um instante, pensou que fosse um elfo domestico, ou um vampiro de porão a julgar pelas roupas fajutas do menino. Logo, a sra Malkins foi receber o garoto com aquele tom simpático de sempre:
- Hogwarts querido? – perguntou a bruxa ao garoto esfarrapado – tenho tudo aqui, para falar a verdade, tem outro rapazinho agora ajustando uma roupa!
Rapazinho?? Mais uma vez a bruxa fizera essa insinuação! Draco simplesmente quase caíra do banquinho, mas respirou fundo e olhou fixamente para a tesoura que a mulher segurava precariamente.
A bruxa levou o garoto de aparência escrota até próximo a Draco. Fez ele subir em um banquinho e enfiou-lhe uma veste comprida pela cabeça e começou a marcar a bainha.
Draco não entendera porque o atendimento do garoto estava sendo mais ágil, mas tentou puxar conversa mesmo assim:
- Alô! – cumprimentou, tentando parecer o menos interessante possível – Hogwarts também?
- É – confirmou o garoto, como se fosse um elfo domestico.
- Meu pai está na loja ao lado comprando meus livros e minha mãe está mais adiante procurando por varinhas – mentiu ele. Afinal, o que interessava ao garoto o que seus pais estavam realmente fazendo, e continuou – depois vou leva-los para dar uma olhada nas vassouras de corridas – disse olhando para o garoto, que parecia não estar entendendo nada – não vejo por que os alunos de primeira série não podem ter vassouras individuais. Acho que vou obrigar papai a me comprar uma e vou contrabandeá-la para a escola às escondidas.
Haha! Grande idéia! Draco pensou. Como ele fora tão burro de não ter pensado nisto antes? Iria espernear para que seu pai comprasse finalmente a nimbus 2000! Era a única forma de consegui-la...
Ele olhou para o garoto mais uma vez, e se perguntou o por que do garoto estar tão descabelado... Será que ele veio voando? Mas continuou:
- Você tem vassoura? – perguntou para tirar a duvida.
- Não – respondeu o garoto tristemente.
Bem, se ele não tem vassoura, por que dos cabelos arrepiados? Draco pensou em lhe comprar um pente, mas seria dar esmola.
- Sabe jogar quadribol? – continuou.
- Não! – respondeu debilmente.
Em que mundo afinal esse garoto estava? Draco pensou em perguntar em que século ele estava, mas mesmo assim, o quadribol era muito famoso! Definitivamente, esse garoto estava preso dentro de uma bolha de vidro durante anos, e só agora ele conseguiu escapar!
- Eu sei jogar! – continuou contando vantagem – meu pai falou que seria um crime se não me escolherem para jogar pela minha casa, e sou obrigado a dizer que concordo – disse sutilmente.
O garoto o fitava com uma expressão de admiração, e Draco gostava disso.
- Já sabe em que casa você ira ficar? – perguntou mais uma vez, pois o garoto estava mudo de tanta admiração.
- Não. – respondeu idiotamente, como se fosse um débil mental!
- Bom... – Draco pensou um momento e concluiu – ninguém sabe mesmo até chegar lá, não é? Mas sei que vou ficar na sonserina, toda a nossa família ficou lá, imagine ficar na Lufa-lufa, acho que eu saía da escola, você não?
- Hum-hum – concordou inutilmente com a cabeça.
Essa foi a conversa mais desinteressante que Draco já tivera na vida! Ou o garoto era mudo, ou seu vocabulário só tinha uma palavra: Não!
Ele respirou fundo, olhou para o teto pensando em algo a mais para contar vantagem e não se lembrou de mais nada.
Começou a olhar a sua volta, e tudo parecia estar como antes: a bruxa magra continuava encurtando suas vestes com a tesoura enferrujada enquanto a Sra Malkins já estava terminando as vestes negras do garoto trouxa.
Draco se perguntou mais uma vez o por que do atendimento do garoto moreno estar sendo mais ágil, porém fora interrompido ao se virar em direção à vitrine.
Um homem muito grande e gordo, mais alto que dois homens um em cima do outro, e mais largo que três ou quatro homens presos um ao outro. O que mais surpreendera Draco não fora o tamanho, tão pouco a barba e os cabelos negros compridos do homem, mas sim os dois sorvetes gigantes que o homem carregava! Desde manhã que Draco estava querendo um sorvete, um misero e pequeno que seja, mas ele queria e pronto... Sentira um leve aperto no coração e novamente sentira uma repentina raiva de seu pai. Engoliu seco e disse para o garoto de repente:
- Caramba, olha aquele homem! – e indicou com a cabeça a vitrine, onde estava parado o homem gigante, olhando para dentro da loja.
O garoto olhou para o homem, que lhe sorriu alegremente apontando para os sorvetes e indicando que não poderia entrar porque os sorvetes estavam derretendo. Por mais incrível que parecesse, o garoto retribuiu o sorriso e acenou para o homem, como se o conhecesse. Draco ficou indignado e perguntou:
- Você conhece aquele homem?
- É o Rúbeo – disse o garoto, um tanto quanto contente – ele trabalha em Hogwarts.
Por Merlin! Como esse garoto conhecia aquele gigante? Pensou Draco olhando fixamente para o menino de cabelos negros bagunçados. E meditando alguns segundos ele entendeu: onde tem ralé, há ralé!
- Ah, ouvi falar dele. É uma espécie de empregado, não é?
Realmente, seu pai havia lhe contado algo sobre ele, mas não prestara muita atenção, afinal, o que lhe importaria...
- É o guarda-caça – explicou o garoto levantando os olhos muito verdes, a única coisa que destacava “neste ser”.
- É isso mesmo – Draco havia percebido isto, a julgar pelas roupas imundas que o gigante usava – Ouvi falar que é uma espécie de selvagem – e buscando informações que se recordava continuou – mora num barraco no terreno da escola e de vez em quando toma um pileque, tenta fazer mágicas e acaba tocando fogo na cama!
- Acho que ele é brilhante – retorquiu o garoto com muita frieza.
Brilhante?! Era só o que faltava! Quem era esse garoto afinal? Um trouxa, era isso e nada mais!
- Acha é? – disse Draco com desdém – porque é que ele está acompanhando você? Onde estão seus pais?
- Estão mortos... – respondeu o garoto secamente
- Ah, lamento – disse sem muita vontade de alongar sobre este assunto. E na verdade, após conhecer o garoto melhor, não lamentava mais nada. Provavelmente os pais do garoto deviam ter morrido de alguma doença trouxa... – mas eram do nosso povo, não eram? – perguntou para confirmar seus pensamentos.
- Eram bruxos, se é isso que você esta perguntando – disse com tanta frieza que fez Draco sentir raiva do garoto.
Pelo menos o garoto era bruxo, menos mal... Mas era com certeza o bruxo mais desinformado e mais mal educado que Draco já conhecera!
- Eu realmente acho que não deviam deixar outro tipo de gente entrar, e você? – perguntou para ver até onde a grosseria do garoto chegava, mas como ele parecia estar novamente não entendo nenhuma palavra que Draco dizia, continuou – não são iguais a nós, nunca foram educados para conhecer o nosso modo de viver! Alguns nunca sequer ouviram falar de Hogwarts até receberem a carta, imagine...
O garoto de cabelos negros e olhos verdes olhou para o chão, como se fosse esta pessoa a que Draco descrevia.
- Acho que deviam manter a coisa entre as famílias de bruxos – continuou o discurso, e se lembrou: não havia perguntado o nome do garoto – por falar nisso, como é seu sobrenome?
Mas antes que o garoto de cabelos negros, olhos verdes e óculos redondos e remendados pudesse responder, Madame Malkins anunciou:
- Terminei com você querido! – disse com aquela voz estranhamente simpática.
O garoto saltou de cima do banquinho e saiu da loja sem se despedir de Draco, que ficara ali, parado, feito idiota, esperando a bruxa terminar de cortar suas vestes.
Quando a porta se fechou atrás do garoto, Draco ficou inquieto, queria saber qual fora o motivo do menino ter saído antes que ele, sendo que Draco havia chegado muito antes.
- O que você tem na cabeça? Lesmas?! – disse quase gritando para a Madame Malkins.
- Calma, meu querido, nós estamos acabando com você também... – disse sorrindo.
- Acabando? – e desta vez ele gritou – ela ainda está picotando essas vestes malditas! – disse apontando para a bruxa que estava aos seus pés.
- Eu já terminei aqui. – respondeu a bruxa magra.
- Muito bem Violeta! – disse Madame Malkins simpaticamente – ficou muito bom!
Draco olhou para a barra das vestes e viu que realmente havia ficado perfeito, mas mesmo assim continuou:
- Ainda bem! Já era hora! – disse pulando do banquinho – estava me cansando!
- Deixe-me ver se não ficou grande demais – falou a Madame se dirigindo a Draco e olhando atentamente para as mangas das vestes.
Draco ferveu! Pela terceira vez ela disse isto! Ele queria pular no pescoço da mulher, e sufoca-la, mas quando ele se mexeu a porta da loja se abriu e uma mulher alta e magra, de cabelos muito loiros entrou. Era a mãe de Draco, Narcisa.
Draco parou instantânea e instintivamente, sabia que se sua mãe o visse estrangulando uma mulher, o botaria de castigo para sempre! Ele simplesmente sorriu e disse:
- Mamãe! Você demorou!
- Eu sei... O homem não tinha troco... Onde já se viu? Não ter troco para cinco galeões?
Draco riu. Narcisa se dirigiu em direção ao filho e deu uma olhada breve nas vestes novas do garoto.
- Quanto lhe devo? – perguntou com frieza a Madama Malkins.
A mulher murchou. E quando respondeu, não foi com aquele habitual tom simpaico, e sim com desgosto.
- Deve-me três galeões e onze sicles!
- Muito bem. Aqui está! – Narcisa entregou as moedas douradas e prateadas a mulher e deu as costas, puxando o filho pelo braço.
Eles pararam ao pé da porta, Narcisa olhou para a loja, deu uma olhada no filho, puxou a varinha, e num passe de mágica, as vestes negras que Draco vestia desapareceram, e com mais um estalido, reapareceram embrulhadas em um papel pardo nas mãos da Sra Malfoy.
E com mais um olhar de malicia, eles viraram e saíram da loja de roupas.
A sra Malfoy praguejou baixinho algo como: “que onde tem ralé há ralé!”.
Draco perguntou onde estava a sua varinha nova, não via a hora de usa-la, mas a mãe lhe disse que estava segura... Ele insistiu, mas não pode conseguir o que queria.
Os dois andaram pela rua estreita, lotada de pessoas e foram até a floreios e borrões, onde encontrariam Lucius. Por sorte, eles o encontraram tentando sair da loja abarrotada, carregando os muitos livros de que Draco precisaria para seus estudos em Hogwarts.
- Ali está seu pai, Draco querido! – disse Narcisa apontando para seu marido.
- Já vi mamãe! – respondeu Draco entediado – agora podemos comprar um daqueles sorvetes?!
- Calma, vamos ver seu pai primeiro!
Chegando próximos a Lucius, eles viram que o homem estava um tanto quanto estressado. Seus cabelos loiros e compridos estavam despenteados, e sua roupa amassada.
- Meu bem? Você esta legal? – perguntou Narcisa curiosa.
- Pareço estar bem? – respondeu com raiva
- Não! – disse com frieza – comprou todos os livros?
- Claro que comprei! – disse com sarcasmo – ou você acha que eu passei quase uma hora naquele pugueiro pra nada??
- Podemos comprar um sorvete pra mim agora – perguntou Draco em voz alta.
Lucius fitou o filho com um olhar de ceticismo, e deu uma olhada na sorveteria.
- Draco, depois compramos seu maldito sorvete! – disse enraivecido – olha para aquilo – apontou – não quero me misturar.
- Mas, mas papai, vocês prometeram! – disse Draco.
- Quando chegarmos em casa, te compraremos todo o sorvete do mundo! – disse Narcisa num tom consolador.
- Então podemos dar uma olhada nas vassouras de corrida?? – perguntou tentando fazer com que eles lhe comprassem todas as vassouras do mundo.
- Depois nós veremos isto... – falou Lucius – agora estou cansado.
- Mas, eles têm a nova Nimbus 2000, é uma ótima vassoura de corrida!! – disse Draco com um tom de mimo.
- Já disse que depois nós veremos – repreendeu Lucius.
- Então, nós já vamos embora? – perguntou Narcisa.
- Com certeza! – disse Lucius aliviado.
Draco ainda olhava para a sorveteria, e seu estomago roncava de vontade, mas não adiantou nada ele ter parado na frente da sorveteria e ficar quase babando, que seus pais não lhe deram bola!
A família seguiu a direção do arco de tijolos velhos, e entraram no cômodo com lareiras sem formas. Eles entraram juntos em uma lareira grande, porém estreita, e o sr Malfoy fez a mesma coisa que de manhã. As chamas ficaram verdes esmeralda, e os três começaram a rodopiar e a rodar feito pião. Draco fechou os olhos e sentiu seus pais ao seu lado, batendo os braços em seu cocuruto. Passados alguns segundos, novamente Draco sentiu alguém lhe puxando para fora. E em um instante ele parara de girar e pisara no sólido piso de mármore rebuscado, do Hall de entrada de sua mansão.



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Eu realmente espero que vocês tenham gostado
Um grande abraço e muitos beijos
E por favor, Comentem!!!
Ivan-Snape
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