O mistério do cubo
Capitulo três – O mistério do cubo.
Ponto de vista. – Fred
Comecei a ficar irritado, eu não estava entendendo qual era o problema com aquele cubo.
- É apenas um cubo mágico! Coisa de trouxa, Fred. – dizia Clare umas vinte vezes para mim. A garota me ensinou a brincar com ele e deixá-lo com as cores iguais. Era fácil, eu tinha jeito para isso. Mas eu não conseguia compreender o que aquilo iria me ajudar na próxima tarefa.
Eu tinha matado dois dragões para conseguir aquela porcaria de cubo.
- Tenha paciência, Fred... – disse Lily acariciando meus cabelos.
Estávamos no jardim em frente o colégio. Tentávamos achar qualquer mínimo detalhe imperceptível naquele cubo, mas era praticamente impossível.
Eu me deitei em seu colo, mirando o céu.
- Será que eu devo jogar algum feitiço?
- Não, querido! Que tipo de feitiço você poderia jogar? – ela jogou os cabelos para trás. -Acho que não é uma boa idéia! E se você fosse bater um papo com os outros campeões?
- Sei lá, Lily! Vemos isso depois. Qual é sua primeira aula?
- Poções. E a sua?
- Adivinhações. – eu beijei sua testa. – Nos vemos mais tarde, certo?
- Claro. – ela me deu um daqueles seus beijos que me roubavam o ar e foi entre pulinhos para dentro do castelo.
Eu resolvi seguir para o salão comunal. Eu sabia que acharia Benson lá dentro.
E realmente estava. Ele jogava um dado viciado com seus amigos.
- Eae cara? – perguntei chegando perto do búlgaro.
- Frred! Cara! – disse esticando o “cara” para mostrar que tinha aprendido essa palavra, muito bem. - Olá! Como vai?
- Bem! Então, você conseguiu descobrir alguma coisa do cubo? – perguntei querendo parecer desinteressado.
- Non. Mas Cece Mercurry já deve ter descoberrto. – ele disse jogando o dado na mesa.
- Valeu.
- Quanto? – um mais burro que o outro!
- Eu quis dizer obrigado. – disse querendo procurar logo a francesa.
- Valeu serrve parra obrrigado, também? – aquele seu sotaque me incomodava seriamente.
- Serve. Eu vou vazar, falou?
- O que esta vazando? Eu non falei nada! – Merlim, o que eu fiz para merecer tanta burrice na minha vida?
- Vazando é igual indo embora. E falou é igual a “Entendeu?”, sacou?
- Eu entendi, mas o que significa sacou? – Ah Merlim! Por favor! Chega dessa brincadeirinha idiota!
- Sacou é igual a entendeu.
- Enton, “falou” e “sacou” tem o mesmo significado? – ele perguntou jogando o dado mais uma vez.
- Sim. Então eu vou embora, tchau. – disse claramente para que ele não tivesse mais duvidas.
- Tchau, cara!
Eu sai da sala rindo muito da cara daquele búlgaro. Eu não era nem um pouco paciente.
Fui até o jardim, onde aquela patricinha francesa ria deitada na grama.
- Mercury, eu quero falar com você, posso?
Ela levantou o olhar até mim, continuando a rir com aquelas suas perseguidoras.
- O que querr? – perguntou do seu jeito ignorante que só eu conhecia.
- Pode, por favor, me ajudar?
Ela fez um sinal para as amigas e se levantou.
A menina me agarrou pelo braço e me levou ao lado oposto do jardim.
- Sejamos brreves. O que você querr, Weasly?
- É sobre o torneio tribruxo, preciso da sua ajuda. – disse sem olhá-la.
- Você ainda não entendeu que eu non querro te ajudarr? – ela me perguntou e eu a olhei sem entender. - Pensei que você tinha entendido depois do que eu te fiz na primeirra tarrefa!
Então eu comecei a me lembrar, nós três estávamos presos em uma grande gaiola junto com oito dragões gigantescos. Eu já tinha pego meu cubo, quando a francesa apontou seu canivete suíço para meu pescoço, ameaçando me matar se eu não desistisse da tarefa. Mas por sorte, ou pelo destino, ela foi arremessada ao outro lado da gaiola por um dragão.
Eu voltei ao presente, a encarando com raiva.
- O que você quer em troca? – perguntei.
- Você. – ela disse com um sorrido malicioso.
- Como assim eu? – perguntei assustado. É claro que ela apenas deveria estar brincando.
- Uma noite com você, Frred! – disse mordendo o lábio inferior.
- Você pirou? Eu tenho namorada, Mercury! – disse baixo para que ninguém nos ouvisse.
- Você quer ajuda ou não? – eu confirmei com a cabeça. – Então arranje um jeito de se encontrar comigo hoje a noite!
- Não sei se essa tarefa vale tanto a pena a ponto de fazer eu trair minha namora! – disse a encarando com ódio.
- Clarro que non vale! – ironizou. – A glórria eterrna, non vale a pena! – ela disse rindo de mim.
- Ok, Mercury! Onze horas, corredor do sétimo andar. Não leve ninguém.
- J’aime cette proposition, Frred!
- Fala a minha língua, Mercury!
- Eu disse que gostei da sua prroposta, Frred! – ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo.
Eu me odiei tanto por dentro. Essa era a ultima coisa que eu queria! Eu amava Lily mais que tudo.
Isso não estava certo! Eu não iria fazer isso!
11:00 pm
Eu fui para o lugar combinado dizer que desistira. Mas ninguém estava lá. Os minutos se passaram transformando-se em uma hora de atraso. No mínimo tudo havia sido uma grande brincadeira de mau-gosto da parte dela.
Respirei aliviado.
Estava tão cansado por tentar decifrar aquele cubo. Já faziam quase três dias que eu estava sem dormir. A única coisa que eu queria naquela hora era uma cama.
“Uma cama... Uma cama... Para relaxar sem ninguém me perturbar, é só disso que eu preciso. Uma cama...”
Pensei.
Segundos depois uma porta prata estava a minha frente.
- Mas que diabos é isso? De onde você surgiu porta? – perguntei inutilmente ao objeto de ferro á minha frente.
Fiquei tentado a entrar.
Mas eu não sabia o que havia lá dentro. E se fosse um banheiro feminino ou coisa do tipo? Não é certo entrar em portas que aparecem magicamente em sua frente.
“Mas e se for Hogwarts tentando me ajudar com a sua tarefa?”
Perguntou minha mente.
- Foda-se, eu vou entrar. – disse.
Com toda a minha delicadeza, empurrei a porta pesada.
- Uau! – foi a único som que fui capaz de emitir.
Era um quarto imenso, com uma gigante cama de casal e com espelhos por todas as partes.
- Isso! Hogwarts acha que eu preciso dormir! Perfeito! – comemorei sozinho.
- (*)Enfin! – pulei e dei um grito não muito masculino. A loira francesa estava atrás da cama, usando apenas um vestido de cetim azul de sua escola Beauxbatons.
- O que você está fazendo aqui?
- Oh! Eu estava te esperrando no corredorr e pensei como serria bom terr uma cama aqui, e essa porrta, bem... ela simplesmente aparreceu aqui. – ela disse exagerando nos erres. – Você demorrou tanto!
Cara! Ela era tão linda. Provavelmente deveria ter sangue de veela! Aqueles seus cabelos cacheados e loiros que iam delicadamente até a sua cintura e aqueles seus olhos azuis eram impressionantes.
- Desculpe, não quis demorar. Vamos falar primeiro do cubo?
Ela riu estridentemente.
- Non Frred! Vamos fazerr o que deve serr feito! – ela disse me encarando com os olhos arregalados. Chegam a ser assustadores de tão azuis. pensei.
- Olha, pode ser só um beijinho?
- Pode sim. – suspirei aliviado.
Ela se aproximou de mim tão rápido que meus olhos não puderam acompanhar, então colocou seus dedo gélidos na minha nuca, e eu a segurei pela cintura e a dei um selinho.
Tentei me afastar mas ela me puxava. Então o que não era para acontecer aconteceu.
Ela se aproximou novamente, transformando o selinho em um beijo cinematográfico. Sem escapar de suas garras, ela me puxou para a cama. Eu fiquei sobre ela sem me preocupar em soltar o peso do corpo.
Minhas mãos foram descendo e eu fechei meus olhos.
- Eu te amo, Fred. – Lily apareceu em minha mente sorrindo.
Abri os olhos com o coração a mil. Empurrei a garota a minha frente e me levantei andando quase correndo, em rumo á porta.
- Desculpa, eu não posso fazer isso. – e a deixei sozinha, me odiando mais que nunca.
(*) = Finalmente, em francês.
Ponto de vista – Lily.
Eu me sentei em frente a lareira esperando Fred chegar. Ele havia dito que iria conversar com o professor de quadribol.
- Vai me contar o que houve ou não? Sei que não foi para a cozinha! – disse para Rose que apertava um livro contra o peito, fitando o fogo.
- Olha Li, não foi nada! Eu estava lá fora conversando com... – ela parou abaixando a cabeça.
- ... Malfoy. – terminei para ela. – Isso não está certo, Rose! Ela vai te magoar como já fez inúmeras vezes antes!
O quadro se abriu e eu vi a pessoa que eu mais amava no mundo.
- Licença. – pedi e me levantei.
Fui até Fred, fiquei na ponta dos pés e o beijei. Ele desviou-se do beijo sutilmente e me puxou para o quanto da sala comunal.
- Eu... Lily eu preciso conversar com você. – disse em tom de choro.
Suas bochechas estavam coradas e ele suava frio.
- Se for sobre a próxima tarefa, tudo bem querido. Você vai conseguir! – eu o abracei. – eu sempre vou estar aqui para te apoiar...
- Não é...
- Tudo bem Fred. Eu te amo, e não por você ser um campeão tribruxo e sim por ser esse cara incrível.
- Lily, não! Não é isso! Por favor não piore as coisas. – ele apoiou a mão nos braços, deixando uma lagrima escorrer em sua bochecha. – Olha, eu te amo mais que tudo e é por isso que eu estou te contando isso. Eu poderia ficar quieto e enterrar isso no túmulo comigo, mas eu não posso mentir para você! Você é a única coisa que eu tenho! – eu sequei suas lagrimas, sem entendê-lo. – Hoje eu beijei a Cecília Mercury.
Meu sangue subiu, e minha mente queimou de tantos xingamentos. Eu fechei os olhos e senti que dessa vez era eu que estava chorando.
- Como você pode? – gritei. – Eu te jurei meu amor e você sai beijando uma qualquer, por ai? – eu bati em seu braço. – Eu não consigo entender? O que eu te fiz de errado? Até agora só te dei amor!
Ele soluçou.
Quem não estivesse ouvindo a conversar, não entenderia quem era o mais desesperado, eu ou Fred.
- Tente entender, eu fiz isso porque ela prometeu...
Ele falava, e falava e eu não consigo entender uma única palavra. Minha mente estava tão longe. Como pude ser tão idiota? Falando para Rose que ela iria se magoar e no final quem estava magoada era eu.
- Desculpa, não quero mais te ouvir.
Subi as escadas correndo, com os pulsos cerrados.
Ponto de vista – Scorpius.
O dia tinha sido parado e sem graça. Eu não visto Rose o dia inteiro, e Parkinson me atormentou por eu estar afastada dela ultimamente. Essa era minha intenção! Me afastar dela, até ela subir de vista.
Eu me deitei no sofá de couro da Sonserina, folheando o Profeta Diário.
- Scorp!!! – gritou a voz de pata vindo em minha direção, com um envelope na mão.
- O que é Parkinson?
- Porque Parkinson? Você sempre me chamou de Demetria e agora deu dessa bobeira de falar ríspido comigo! – ela disse jogando os cabelo negros para trás.
- Tá bom, Demetria!
- Aqui. É pra você. – ela me entregou o envelope e subiu para o dormitório irritada.
Eu abri e me sentei feliz ao saber que era dos meus pais.
Scorpius,
Filho, nós recebemos uma carta da sua escola dizendo que semana que vem vocês poderiam ficar uma semana em casa enquanto as coisas do torneio tribruxo são arrumadas.
Mas sentimos lhe informar que não vai dar para você vir. Estamos cheios de afazeres e você ficar aqui em casa, não seria uma boa idéia.
Mas aposto que você não se importa de ir para a casa de algum amigo seu.
Nós te amamos.
Beijos mamãe e papai.
Nós te amamos? Nós te amamos? Como assim? Claro que não me amam!
Segurei o choro, que cairia ridículo naquela hora, e me levantei e fui falar com Drake.
- Desculpa, cara! Não vai dar.
Fui falar com Damion.
- Nem rola, cara. Foi mal...
E por último com Clark.
- Minha casa já tá cheia, desculpa.
Droga! O que iria fazer agora? Ia ficar na rua feito um mendigo? Minha cabeça doeu, eu estava farto de todos aqueles sonserinos falsos! Quando querem ir nas minhas festas, todos são meus “melhores amigos” mas quando eu preciso de ajuda, eles somem! Engraçado isso!
Fui para a biblioteca, quase tropeçando de tanta raiva. E foi só entrar que meu mundo começou a girar devagar. As minhas preocupações sumiram e eu senti um alivio.
- Scorpius! – ela me abraçou.
Seu abraço era quente, aconchegante e acolhedor. Era como o abraço de mãe que eu nunca recebi.
- Desculpa a demora, tudo bem?
- Tudo sim e você?
Fomos caminhando até a mesa onde ela fazia os deveres.
- Não, mas isso não importa, então pra quem você está torcendo...
- Claro que importa. – disse me interrompendo.
Ela colocou sua mão sobre a minha, eu senti sair da gravidade.
- Pode confiar em mim. – disse com a voz serena. Eu virei o rosto, sem estar acostumado com tudo aquilo. – Tudo bem, pode falar.
- Eu não tenho para onde ir semana que vem. – disse sussurrando.
- Quer ir para minha casa? – ela tinha fumado o quê?
Eu arregalei os olhos.
- Rose, você se esqueceu que nossos pais se odeiam e que provavelmente teu pai vai querer me matar? – ela riu.
Rose rindo. Uau! Aquela boca vermelha perfeita. Dentes perfeitos. Gargalhada perfeita.
Nossa, ela era perfeita.
E agora, a senhorita perfeita era minha amiga. Coisa melhor não existe.
E eu tinha percebido que o que eu sentia por Rose era amizade e não amor. Ótimo isso, certo?
- Olha, eu vou falar com eles e depois eu te digo!
- Não é uma boa idéia.
- E daí? Você não gosta de coisas boas, certo? – ela perguntou rindo de mim.
- Você não presta, Rose!
Eu beijei sua testa e fechei os olhos.
Será que eu apenas estava sonhando?
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