De Volta à Hogwarts
— Pai? — perguntou Tiago certa noite, com Teddy aos seus calcanhares enquanto entravam pela porta do escritório dele. Estavam sobre velas e Gina também estava lá, sorrindo como bobos, olhando um nos olhos do outro. Teddy encarou a cena um pouco, e pensou se seus pais um dia haviam sido daquele jeito, tão estúpidos, perdendo tempo com outras coisas importantes acontecendo... Ele apostara que eram, e sorria por isso. Harry percebeu o sorriso dele e Teddy logo o desfez à medida que Harry desfazia o dele ao ver os dois entrarem na sala.
— Olá — disse Gina, e saiu do colo do marido, dando um último sorriso a ele.
— Pai, eu quero saber o que está acontecendo. — Tiago, sem rodeios, adentrou a sala completamente. O silencio foi estabelecido no ambiente, e a qualquer momento, ele sabia que poderia haver uma explosão.
— Acha que já está na hora? — sussurrou Gina no ouvido de Harry, nada que eles não pudessem ouvir.
Ele balançou a cabeça em concordância e pediu-a para sentar-se ao lado dela. Um minuto de silencio... Ou talvez dois, não importava. Tiago e Teddy estavam ávidos pelo conhecimento e sentaram-se nas duas cadeiras dispostas a eles frente à mesa. A cena estava se repetindo, da última vez que se sentaram aquela mesa e olhou nos olhos dos pais, Tiago sentiu os calafrios do passado de sua família, enquanto Teddy deixava cair uma lágrima determinada. Teddy seria como o pai.
— Lembram de quando tinham treze anos e eu contei para vocês sobre a história dessa cicatriz? — ele disse, tirando o cabelo da testa e acariciando o traço fino, agora quieto.
Eles balançaram a cabeça em concordância.
— Teddy, seu pai foi maravilhoso, você sabe... — ele começou e os cabelos de Teddy começaram a perder a cor, de um azul vivo, ele ficou pouco desbotado. Ele revirou os olhos e suspirou, olhando para Gina, procurando apoio.
O segundo dia de Janeiro chegou com muito alvoroço. Lily ainda chorava baixinho na estação Kings Cross por não poder ir naquele momento para Hogwarts; Teddy e Tiago pareciam inquietos e olhavam para todos os lados cada vez que Harry olhava-os por mais que cinco segundos. Três dias antes daquele, Fleur e Gui foram buscar Victoire na casa dos primos — já que havia decidido ficar mais uns dias antes do Natal — e Dominique e Louis foram com eles, para a grande satisfação de Lily. O carro dos Potter (e Lupin) chegou à estação no mesmo momento dos Weasley e depois chegaram os Weasley (e os Delacour). Percy e Audrey se atrasaram um pouco, mas deu tempo de pegarem o trem.
Os vagãos estavam pouco cheios, mas já era de se esperar. Victoire, Teddy e Tiago pegaram um vagão só para eles, deram essa sorte. Mas seus primos e irmãos se espremiam em um só, o que fez Gina obrigar a Tiago e Victoire a aceitarem Rosa, Alvo e Dominique.
Seria um problema? Aah, nada que envolvesse a mente de Alvo, a esperteza de Rosa e a sacação de Dominique seria menos que um problema.
Quando arriscaram sussurrar diante as risadas altas e fervorosas de Dominique, Alvo foi um pouco mais esperto que esperavam. Enquanto Rosa e Dominique conversavam, ele prestava atenção na conversa do irmão, até que...
— O que são horcruxes, e por que papai contou mais a vocês do que contou a mim?
— Primeiro: não te interessa; Segundo: porque sou mais velho — respondeu Tiago.
Um minuto de silencio em que Tiago respirou fundo, tentando não estourar.
— E por que você precisa saber?
— Porque sou mais velho.
— E por que devo acreditar no que você diz¿
— PORQUE SOU MAIS VELHO! — finalmente gritou com o irmão. Dando fim no interrogatório, Alvo e Tiago não se olharam por nem mais um minuto por toda a viagem. E eles também não arriscaram mais nada, com medo de que se repetisse a dose.
Quando estavam todos satisfeitos, eles saíram do banquete de volta já avisado que haveria um Baile de Natal atrasado, para aqueles que não ficaram na escola durante o Natal. Teddy resmungou baixinho ao acontecimento, mas Victoire já estava pensando no que vestir. Teddy que os diga, que teve que escutar cada exclamação sobre cada tipo de azul para que combinasse com o restante de neve que caía nas noites frias. Tiago não teve a mesma paciência, se despediu dos primos mais cedo e foi para a Torre da Grifinória enquanto Teddy acompanhava Victoire até a Torre da Corvinal, no lado Oeste do Castelo.
— Faz muito tempo que não te olho nos olhos... — ela disse, descolando os lábios dos dele.
— Faz muito tempo que não faço muita coisa. — Desviou os olhos dos dela e pegou sua mão.
— Depois disso tudo, não sei o que vai piorar e o que vai melhorar — baixou um pouco a voz.
— Bom, eu sei! Vamos estão muito encrencados e acho que Alvo e Tiago não vão brigar tanto quanto brigam agora...
— Tem certeza¿ — ela disse, com um sorriso. Eles trocaram olhares e riram baixinho.
O silencio foi medido em respirações. Primeiro as descompassadas, depois as mais calmas. Os dois gostavam do silencio. De repente, Victoire soltou um palavrão baixinho e correu para bater na aldrava e receber a seu enigma.
— Já está na hora de ir? — ele perguntou cabisbaixo.
Ela não disse nada, nem olhou para trás. Esperou um segundo até que escutasse o enigma:
Sua cabeça leva uma coroa
Seu corpo, pouco perigoso
Sua calda leva poucos enfeites, mas pode ser mortal se da espécie certa
Agora me diga, caro Corvino, como pode uma união desse tipo numa só criatura.
Se souber, pode me explicar para meu melhor entendimento, se não sabe, o pensamento é o melhor que posso lhe oferecer a fazer.
Ela esperou um pouco, mexendo nos cabelos e franzindo a testa. Teddy se admirou que toda fez que quisessem pegar um livro no malão ou se sentar e fazer os deveres tivesse que responder enigmas desse tipo, mas para Victoire, aquilo parecia muito fácil; Pois ela bufou e falou, em tom confiante:
— É uma Quimera.
Esperou um segundo até que ouvisse a resposta.
— Boa resposta, pode passar.
Ela finalmente olhou para trás e sorriu para Teddy.
— Neville está vindo — disse, muito calma. Deu uma última bitoca em Teddy e saiu do campo de visão, finalmente fechando a porta atrás dela.
Teddy tentou se esconder, mas ao ouvir os passos ecoando na escadaria, ele decidiu ficar onde estava. E lembrando que não tinha onde se esconder, achou essa a melhor decisão que fez.
Neville finalmente chegou ofegante, frente a frente com Teddy. Riu baixinho ao ver que a boca de Teddy estava suja de batom.
— Deveria ter mais cuidado, se fosse outro professor, pediria um relatório completo sobre o porque de você estar frente a entrada da Torre da Corvinal a essa hora e com batom no seu rosto... Mas, eu já sei, então...
— Obrigado, Sr. Longbottom —ele disse, sorrindo.
Então, saiu correndo pelas escadas, passando por ele.
— Ei, Teddy, espera! — ele disse, detendo-o. Teddy parou no meio do caminho e olhou para cima. — Gostei do batom — desceu as escadas até ficar novamente, frente a frente com o garoto —, mas não combina com o seu cabelo dessa cor.
Teddy riu baixinho, fechou os olhos e concentrou-se até seus cabelos azuis ficarem rosa chiclete. Quando os abriu, Neville o olhava atentamente.
— Tonks adorava os cabelos dessa cor —ele disse calmamente —, agora vai, VAI!
Teddy sorriu, agradeceu mais uma vez e foi para Torre da Grifinória. O caminho mais limpo e amplo do que esperava, não tinha nenhum professor para dete-lo.
— Está com os cabelos cor-de-rosa — disse Tiago, ao ver que Teddy entrado no Salão Comunal. Ele bufou e revirou os olhos, incrédulo.
— Você me esperou acordado?! Eu não acredito...
— Ué, é minha prima!
— E o que você esperava que eu fizesse? Dormisse na Sala Comunal da Corvinal e esperasse ela acordar no dia seguinte só para levá-la para o café da manhã?! Neville estava lá, seu otário!
Tiago riu e depois se endireitou no pufe que estava sentado — Como está Neville?
— Bem melhor que no Natal... — ele se sentou no pufe frente a Tiago — Ainda na acredito na história que ele contou só para não aparecer! Quer dizer... Hannah gosta de Gina, não gosta?
—Claro que gosta! Só tem uma pessoa que ela possivelmente pode não gostar, e aposto que todos sabem quem é...
— Mas Luna também se casou e o Scamander não fica por aí evitando que Luna veja Neville.
— Bom, ciúmes são ciúmes.
— Vamos dormir, amanhã vai ser um dia cheio. — disse Teddy, se levantando e dando um tapinha na cabeça de Tiago.
Eles se levantaram e foram para o dormitório. Na cama de colunas, Tiago não pensava em mais nada além das visitas à biblioteca que teria que fazer na manhã seguinte. Pensava também nos deveres de casa de férias que acreditava ter feito e no caso de Neville. Sentiria saudade da doce Eleanor Shannon, mas ele sabia que ela estaria ao seu lado no dia seguinte. Afogado nos cabelos castanhos e ondulados da menina, ele adormeceu muito rápido e tranqüilo.
Comentários (1)
: ) Adorei o cap adoro Teddy/ Victoire : ) O Neville foi bem bacana com o Teddy E o James e o Alvo... briga típica entre irmão hehe bjs
2011-11-25