A escolha de Harry

19º capítulo: A escolha de Harry

 

“Eu não tenho certeza do que realmente mudou quando Hermione e eu deixamos de ser um casal, mas sei que algo está diferente. Foi uma liberdade arrasadora, mas que agora sei aproveitar. É como perceber, pela primeira vez, que você não tem missões, não tem que se preocupar com nada mais. É mais ser assim, livre. Eu nunca tinha sido desse jeito. Se eu amo Hermione? É claro que sim! Se eu vou perdoá-la? De jeito nenhum.”

 

-Harry Potter.

 

 

Harry escutou leves batidas na porta do quarto. Abriu os olhos e suspirou. Todas as camas estavam vazias. Pelo visto seus amigos estavam aproveitando a gelada manhã de sábado pelo castelo.

 

- Pode entrar – falou, sentando-se na cama e procurando uma camisa para vestir. Seja lá quem fosse a pessoa ele não queria recebê-la apenas com uma calça folgada.

 

- Oi – Hermione falou baixinho, como se esperasse o momento em que ele começaria a gritar e a enxotaria do quarto.

 

Não, Harry era cavalheiro demais para algo assim.

 

- O que foi? – ele olhou para ela, cansado. O inverno felizmente dava sinais de que ia acabar. Mais duas semanas e a primavera estaria invadindo os corredores gelados. Quem sabe não conseguiria derreter o gelo acumulado no coração de tantas pessoas?

 

- Eu preciso falar com você – ela suspirou e sentou-se na cama de Rony – Eu tive muito tempo para pensar... – começou – Nas últimas semanas, como você deve saber, eu estive sozinha. Terrence e eu terminamos e...

 

- Hermione – ele a interrompeu, sério – Eu não quero ouvir nada de você. Seu namoro não deu certo? Problema seu.

 

- Harry, estamos no começo de março. Você precisa me perdoar – ela segurou o choro – Eu não consigo mais. Eu sempre amei você Harry, eu estava tão errada.

 

- Eu aprendi a não amar você Hermione – ele a encarou – Acho que eu só esperei demais, fiz planos demais. Você preferiu o Grant, então arque com as conseqüências dessa escolha. Ninguém aqui te iludiu, você sabia como seria quando as coisas terminassem. O Grant saiu com metade da escola, mas você arriscou. E perdeu.

 

- Você não entende – ela olhou triste para ele, mais triste do que havia estado em toda a sua vida – Eu não me importo com o Terren, nós somos amigos ainda. Mas eu me importo com você, muito. Você é o único para mim Harry e eu não posso mais tentar negar, tentar pensar em outra coisa.

 

- É melhor tentar, porque você não vai conseguir perdão aqui.

 

Hermione e Lyss tinham ficado realmente felizes quando descobriram que Harry e Lexie não eram mais um casal. E elas nem tinham feito nada para isso. Hermione esperou mais do que poderia aguentar, mas agora era o momento de abrir seu coração e pegar seu amor de volta. As coisas só não estavam dando certo.

 

- Harry, eu te amo – a voz dela foi só um sussurro.

 

- Eu acho que você deve voltar a andar comigo e com o Rony, é besteira isso – ele levantou da cama – Nós éramos amigos antes de tudo e eu não te odeio mais. Agora, eu vou tomar um banho. Então tchau.

 

Harry entrou no banheiro e ela começou a chorar. Tinha sido um inverno cruel, mas todo mundo estava saindo do buraco. Gina era popular novamente, não tanto quanto antes, mas logo estaria lá em cima. Todos tinham o que queriam, menos Hermione. Ela levantou e saiu do quarto.

Sem seu final feliz.

 

 ***

 

Colin já tinha pensando naquilo milhares de vezes, mas não via outra forma. Ele não podia continuar com Elisha sabendo que seu coração era de Lexie. Sabendo que ele dificilmente saberia amar outra pessoa como amava Alexandra Parkinson.

 

- O que foi Colin? – ela perguntou preocupada, sentando-se do lado dele ali na arquibancada.

 

O campo de quadribol estava completamente deserto. Uns trinta centímetros cobriam todo o campo, mas os jogos voltariam em menos de um mês. E os gritos voltariam e a alegria.

 

- Porque quis me encontrar aqui? – ela perguntou – Está tão frio.

 

- Olha, Elisha – ele suspirou profundamente antes de conseguir encará-la – Eu sinto muito, você não faz nem idéia de quanto, mas...

 

- O que foi? – ela sentiu a respiração falhar – Porque você está me olhando dessa forma? O que você quer me dizer?

 

- Eu quero... Eu acho que... – ele viu as lágrimas se formando nos profundos olhos azuis de Elisha – Eu quero terminar Elisha.

 

- Porque? – a voz dela saiu baixinha, chocada.

 

- Eu não mereço você – ele balançou a cabeça, mortificado por estar fazendo-a sofrer – Eu nunca mereci. Você é incrível e eu não, eu não consigo corresponder.

 

- Você está dizendo que não me ama? – ela perguntou, chorando silenciosamente.

 

- Desculpa – ele sussurrou – Me desculpa.

 

- Não diga mais nada – ela levantou abruptamente, atordoada – Não fala nada.

 

Colin olhou infeliz enquanto Elisha ia embora. Mas pelo menos agora ele poderia ficar em paz consigo mesmo, sabendo que não estava enganando ninguém.

 

 ***

 

- Posso saber por que esse imenso bico P. Anne? – Blaise perguntou divertido enquanto se sentava do lado dela no banco de pedra mais afastado dos alunos.

 

Pansy estava arrasadoramente linda, os olhos azuis faiscando enquanto se viravam para mirar Blaise. Ele sentiu a pele entrar em chamas quando ela fez isso.

 

- Definitivamente não é da sua conta – ela disse séria – O que está fazendo aqui Zabini? Não ia se encontrar com aquela francesa fresca?

 

- Ciúmes? – ele perguntou, soando divertido. Mas estava morrendo para que aquilo se confirmasse verdade.

 

- Não – ela respondeu rapidamente, desviando seus olhos dos dele – Esqueceu-se de que meu namorado é Draco Malfoy? – perguntou insolente.

 

- Se gosta tanto da fama Pansy, você é igualzinha a Gina Weasley – Blaise realmente soou cruel a dizer aquilo, mas não era o suficiente. Pansy devia sofrer, como ele sofria ao vê-la enroscada em Draco Malfoy. Quando todo mundo sabia que ele amava Ginevra Weasley com desespero – Na verdade, ela é um pouco melhor, porque conseguiu a fama e Draco. E Tad Nott – Blaise riu friamente – Quem diria que Tad seria capaz de se apaixonar por alguém. Mas você viu como ele corre atrás dela feito um idiota? Fazendo suas vontades, carregando suas coisas...

 

- Porque está sendo tão cruel? – ela perguntou magoada – O que acha Blaise? Que iríamos ficar juntos e tudo ficaria bem? Draco jamais nos perdoaria, nem as pessoas. Eu me lembro do que aquelas fotos fizeram com a minha reputação, não quero nada daquilo de novo.

 

- Então vou repassar – ele suspirou – Você gosta de mim, não nega, mas tem medo de ganhar uma reputação tão ruim quanto a da Dakota?

 

- Não coloque as coisas assim – ela o encarou – Se você não fosse melhor amigo dele, se não namorássemos há tanto tempo...

 

- Sabe Pansy? – Blaise levantou – Você é pior do que eu pensava. Fique com sua fama e com um namorado que jamais vai te amar.

 

- Blaise – ela chamou – Não faça isso, por favor.

 

Ele não respondeu enquanto se afastava cada vez mais rápido dela. Na velocidade que a neve permitia. Tão pouca neve que nem parecia que há um mês eles estavam atolados até acima das canelas. A neve ia derretendo com o fim do inverno e uma pequena camada dela ainda cobria tudo. Mas estava acabando, finalmente... Acabando.

 

 ***

 

Faith passou de mãos dadas com Noah do lado de Zéllie e Hayden. Como ele vinha realmente se esforçando para puxar assunto, Zéllie agora até ficava conversando com ele às vezes.

 

- Então você não gosta do seu irmão com a Dakota? – Hayden perguntou, cumprimentando Faith e Noah de longe.

 

É, agora todo mundo estava até agindo civilizadamente.

 

- Claro que não – Zéllie revirou os olhos, irritada – Você sabe o que dizem dela, não sabe? A maior agarra-homens dessa escola. Sem contar que ela já até perdeu um filho. Quantas garotas de dezesseis anos já abortaram?

 

- Ninguém vai esquecer dessa história, não é? – Hayden riu.

 

- Nunquinha – Zéllie sorriu – Sabe, até que você não é tão ruim, Hayden.

 

- Que bom – ele riu mais ainda – Você agora me acha razoável? É isso?

 

- O problema – ela suspirou – É que a Faithie me contou toda a história sua, dela e da Parkinson.

 

- Eu não sou mais assim – ele falou sério.

 

- É, talvez – ela deu de ombros – Mas, pelo menos não é amigo da Dakota – disse rindo.

 

Hayden também riu, mas sentiu o coração afundar no peito. Naquela mesma noite ele comunicou a Dakota que os encontros noturnos estariam cancelados. Ela não chegou a reclamar, porque estava começando a gostar de Hux.

 

 ***

 

- Sua irmã me odeia, não é? – Dakota perguntou infeliz enquanto ela e Huxley observavam o Lago Negro.

 

- Não necessariamente – ele deu de ombros – Mas a Zéllie também não gostava da Gina e agora as duas são inseparáveis.

 

- As três – Dakota corrigiu, olhando de esguelha para Huxley e quase enfartando ao observar aqueles lindos olhos claros dele – A Faith também está no pacote. Claro.

 

- Você não tem que ligar tanto para o que falam de você – ele disse sério – Sério Dakota, quando conversamos aquele dia da Dedosdemel, a primeira vez em que nos falamos, eu vi que você não podia ser tão ruim como o que diziam.

 

- O que está dizendo? – ela suspirou e voltou a observar o calmo lago. Era refrescante não estar embolada em vinte casacos. Com o inverno acabando, uma capa e duas blusas já eram suficientes – Que eu devo conversar com todos e provar que não sou terrível?

 

- Algo assim – ele riu dela. Dakota acaba sendo engraçada, mesmo sem querer – Não se leve tão a sério. E as pessoas não a levarão.

 

- Vou tentar. Hux?

 

- Que? – ele se virou para contemplá-la. Dakota parecia uma boneca de porcelana partida.

 

- Obrigada... por me ouvir e não ouvir os outros. Por estar aqui.

 

- Eu sou bom em ouvir – ele passou seu braço sobre o ombro dela – Agora preciso ir. A Allie está me esperando com meus amigos no salão comunal.

 

- Claro – ela sorriu – Nos vemos depois?

 

- Com certeza – ele deu um beijo no rosto dela e se afastou.

 

Dakota voltou seus olhos para o lago. Ela estava cada dia mais caída por Huxley. Mas, infelizmente, sua irmã má, a terrível Zéllie Howell, não a deixava em paz. Ela e suas amigas. Dakota suspirou infeliz e tentou partir para uma outra realidade, uma mais agradável.

 

 ***

 

Terrence observou, de longe, Scarlett caminhar graciosamente até o banco de Pansy. Ele não gostava de passar muito tempo observando alguém, mas agora se dava conta de que seus olhos acabavam sempre parando nela. Quando todos estavam conversando de madrugada, quando estavam no salão comunal ou no salão principal.

 

- Hey, Terren! – Blaise chamou – Vamos para lá. Os caras do time já estão indo para o salão comunal.

 

- Tá – ele se virou para Blaise.

 

- Olhando a Scarly? – Blaise perguntou rindo, só para provocar. Mas ele também viu Pansy, e não gostou do rosto triste dela – Se ela perceber vai te agarrar.

 

- Você realmente acha que a Scarlett gosta de mim? – ele perguntou de repente.

 

- Com certeza, cara – Blaise disse em tom óbvio – Todo mundo sabe disso. Ela só está com o Theodore porque você nunca está disponível para ela.

 

- É – Terren respirou fundo – Nunca estou, né? – ele tentou mudar de assunto, esquecer os sorrisos radioativos de Scarlett. Eles eram bons amigos – E o Draco?

 

- Sumiu – Blaise riu – Deve estar fazendo o que tem feito religiosamente há semanas.

 

- Seguir Gina Weasley?

 

- Exatamente.

 

 ***

 

- Dakotinha! – Pansy chamou quando ela apareceu no jardim, vindo do lago – Vem aqui. Eu e S. Anne estamos conversando.

 

- Oi, meninas – ela sorriu, aliviada por perceber que ainda tinha as duas.

 

- O Terren não tira os olhos de mim – Scarlett começou a contar – Eu sinto, quando olho para ele. Acho que as coisas vão acontecer.

 

- Sorte sua – Pansy disse infeliz – O Draco só sabe desaparecer. Eu nunca sei onde aquele infeliz está. Espero que não esteja me traindo, ou vou matá-lo.

 

-E eu falei com o Huxley hoje, de novo – Dakota comentou, mas as duas sonserinas perceberam o ar sonhador naquelas palavras.

 

- Nós devíamos fazer algo – Scarlett disse de repente – Quer dizer, estamos infelizes.

 

- Eu já sei o que vou fazer – Pansy suspirou – Vou chamar Draco para uma conversa hoje. Eu passo poucas horas por dia com ele, estou cansada de vê-lo sumindo.

 

- E eu vou tentar ver se o Terren está com ciúmes mesmo – Scarlett sorriu – Vou até o fundo com isso agora. Vocês vão ver. Eu não quero mais esperar.

 

- E eu – Dakota disse, baixinho – Vou rezar para que a Zéllie Rowell não afaste o Huxley de mim. Quer dizer, pelo menos meu amigo ele pode ser.

 

- Nunca se contente com pouco – Pansy aconselhou. Mas olha quem fala, a garota que recolhe migalhas do amor de Draco Malfoy.

 

 ***

 

Lexie olhou assustada quando Elisha entrou chorando no quarto. A princesinha tinha acabado de acordar, então pulou da cama e foi abraçar a amiga. Elisha continuou chorando, sem parar, por dez minutos.

 

- O que houve? – Lexie perguntou alarmada, guiando Elisha para sua cama.

 

- Colin – Elisha disse, despedaçada – Ele terminou tudo.

 

Os soluços continuaram, cada vez mais altos. Lexie sentiu uma enorme dor tomando conta de seu peito. Algo que, até então, ela não tinha sentido. E não era só porque sua melhor amiga estava sofrendo horrores, mas porque agora ela não poderia se confessar com Colin. Porque os dois não iam mais ser amigos... E doía pensar nisso.

Então ela ignorou. E se concentrou em Elisha.

 

- Não fique assim – disse baixinho – Não fique assim.

 

- Eu amo ele – ela soluçou – Amo ele...

 

- Calma, vai ficar tudo bem – Lexie murmurou.

 

Sim, tudo ia ficar bem. Precisava ficar bem.

 

 ***

 

- Eu volto em um minuto – Tad falou para Gina assim que os dois chegaram no pequeno pátio da Torre do Relógio.

 

- Onde vai? – ela perguntou divertida, vendo-o correr.

 

- Já volto – ele gritou de volta, sumindo numa curva.

 

Gina continuou andando calmamente. Cercando o pátio, em um quadrado perfeito, estava o corredor com as flores e os pequenos bancos. Ficava então aquele corredor que ia virando até formar o quadrado, no centro o pátio, e não muito longe a saída de lá, que dava no térreo. A única saída. Ela olhou para uma daquelas plantas imensas.

 

- Ele nunca sai? – ela ouviu Draco perguntar.

 

- Você me assustou – reclamou enquanto se virava e o observava.

 

- Eu acho que estou atrás de vocês há uma hora – Draco sorriu, fazendo o estômago de Gina se contrair. Ele estava bonito demais, todo de azul – O Nott parece um guarda-costas. Ele não sai, não se mexe.

 

- Não é assim – ela cruzou os braços – O que foi?

 

- Eu já disse que não desisto, Weasley – ele se aproximou dela, tocando seu rosto – Eu estou sempre por perto, mesmo quando aquele estúpido está.

 

- Ele pode voltar – ela disse alarmada, vendo Draco se aproximar.

 

- E eu não ligo – Draco disse com um sorriso de desdém, beijando-a um segundo depois. Porque ele não ligava mesmo. Independente de quanto tempo Tad passasse com Gina, Draco sabia que no fim os dois estariam juntos.

 

Gina fechou os olhos e deixou que ele a beijasse por quanto tempo quisesse. Eles teriam continuado se não tivessem escutado os passos de Tad, vinte minutos mais tarde. Draco se afastou com um sorriso secreto, que Gina gostou de ver. Draco ficou escondido atrás de algumas plantas.

 

- Já voltou – Gina sorriu para ele, tentando recuperar o fôlego – O que é isso?

 

- Para você – Tad estendeu o embrulho para as mãos dela – Me desculpe a demora. Mas só consegui isso hoje.

 

- O que é? – Gina começou a desembrulhar.

 

- Sushi – Tad sorriu – Em Hogsmeade você falou que queria, então encomendei para você. Vieram direto do Japão.

 

Gina olhou para ele, incrédula. Em toda a sua vida, ninguém tinha feito as coisas que Tad estava sempre fazendo. Sempre tão atencioso e presente... E solteiro. Tudo o que Draco não era. Ela se esqueceu do príncipe sonserino enquanto encarava Tad.

 

- Vamos comer juntos – Gina falou, segurando a mão dele.

 

Draco olhou irritado enquanto os dois iam embora. Era difícil continuar competindo com Tad porque Tad podia estar sempre lá, fazendo as coisas que Draco queria fazer. Publicamente. Ele suspirou, infeliz. Sentou-se no chão e começou a contar. Quando chegasse no cem ia levantar e ir embora.

 

 ***

 

Dominique e Hermione estavam deitadas em suas camas, no dormitório. Não devia ser mais de duas da tarde, mas elas ainda não queriam levantar.

 

- Quantos dias ainda de neve? – Dominique perguntou, para quebrar o silêncio.

 

- Uma semana, talvez – Hermione suspirou – A primavera já começa no dia vinte e um de março mesmo. E você viu como a camada de neve está fininha?

 

- Não vejo a hora do frio ir embora – Dominique sorriu.

 

- Eu também – Hermione suspirou.

 

- Hermione, eu... – a francesa começou – Eu deveria ter falado antes, mas não queria deixar a saudade aparecer antes da partida.

 

- Do que está falando?

 

- Eu estou indo embora – Dominique engoliu o choro – Preciso ir. Minha avó está tão doente e eu não posso deixá-la agora. Meus pais me pediram... Vou voltar para a escola francesa.

 

- Mas... Dominique... – Hermione sentou na cama – Porque não disse antes?

 

- Eu sei há pouco mais de dois meses – Dominique também sentou na cama – E eu não queria ficar longe de vocês, principalmente de você Hermione. Minha grande amiga aqui... Mas preciso ir.

 

- E quando você vai?

 

- Em uma semana – ela respondeu – Não conte para ninguém. Por favor.

 

- Claro – Hermione olhou deprimida para ela – Não vá sumir, Dominique.

 

- Não vou.

 

As duas meninas levantaram e se abraçaram. Pelo menos de uma coisa tenho certeza, essa não é uma amizade nem um pouco descartável. Só me pergunto o que Rony Weasley vai fazer quando descobrir que seu grande amor está de malas prontas para outro país.

 

 ***

 

Pansy andou decidida até o distraído Draco. Ela não sabia que ele estava voltando de um encontro com Gina Weasley, ou quase encontro. Pansy parou na frente dele, braços cruzados.

 

- Precisamos conversar – disse séria.

 

- Conversa – Draco respondeu calmamente.

 

- Nós precisamos tentar dar certo, Draco – ela disse baixo, para que ninguém os ouvisse – Você some o tempo todo, vai saber o que faz, mas eu quero poder contar com o meu namorado. Não faça com que eu me arrependa.

 

- Do jeito que você fala – Draco disse, astuto – Parece que deixou alguém por mim.

 

- Não é nada disso – ela disse apressadamente – Só estou cansada de esperar no escuro Draco. Estou mesmo. Eu estou tentando fazer dar certo, mas você precisa me ajudar.

 

- Tudo bem Pansy – ele disse, contrariado ao vê-la chorando – Não comece a chorar aqui. É desnecessário.

 

- Eu amo você – ela mentiu, principalmente para si mesma. Estava agarrada nessa história há tempos demais.

 

- Vem cá – ele a puxou para um abraço. Pansy sorriu. Sim, Draco queria continuar. Ela não tinha porque ter dúvidas... E mesmo que seu coração continuasse gritando por Blaise Zabini, ela continuaria sendo apenas de Draco Malfoy.

 

 ***

 

- Você demorou – Rony falou enquanto Dominique corria até ele – Se demorasse mais o lago ia acabar descongelando.

 

- Reclamão – Dominique revirou os olhos – Eu estava conversando com a Hermione e acabei me atrasando. Você sabe como ela anda arrasada.

 

- Eu não aguento mais isso – Rony suspirou pesadamente – Eu tenho uma surpresa.

 

- O que é? – Dominique sorriu.

 

- O lago está quase descongelado – ele disse, apontando o pequeno lago que ficava ali, escondido pelas altas árvores – Então fiz um feitiço. Para que pelo menos por uma última vez você passa patinar aqui.

 

- Eu não tenho patins – ela disse divertida, parando na frente de Rony.

 

Ela gostava dele por vários motivos, mas principalmente porque Rony nunca estava pensando ou agindo de maneira idiota. Ele era gentil, cavalheiro. Era difícil encontrar garotos assim, principalmente os bonitos como Ronald Weasley.

 

- Isso não nos impediu nas outras vezes – ele disse sugestivo, puxando-a pela mão.

 

Os dois riram alto enquanto patinavam desajeitadamente com seus sapatos. Rony segurou a mão de Dominique e a girou. Quando ela parou e o encarou, corada e sorrindo, ele precisou encontrar em si mesmo uma enorme força de vontade para não beijá-la. Mas conseguiu apenas girá-la de novo. Como bons amigos.

O tempo está acabando Rony.

 

 ***

 

Blaise ficou esperando Gina sair do salão comunal para ter uma chance de conversar com ela. Ele já sabia que ela tinha entrado sozinha, e uma hora ou outra sairia para jantar. Achar o salão comunal da Grifinória tinha sido o menor de seus problemas, porque qualquer pessoa o reconheceria. Então ele usava um ridículo chapéu de Owen e óculos de sol. Mesmo sendo mais de sete da noite.

Por fim ela apareceu.

 

- Hey – ele sussurrou – Hey, Weasley.

 

Gina se virou curiosa, procurando o dono da voz. Tad nunca fazia essas brincadeiras e ela tinha visto Draco e Pansy ficando no saguão.

 

- Quem é? – perguntou suavemente.

 

- Aqui – Blaise saiu de trás de uma estátua – Preciso conversar com você.

 

- O que foi? – ela cruzou os braços, desconfiada.

 

- Aqui – ele a puxou para trás da estátua – Assim ninguém nos vê.

 

- Diga, Zabini – ela deu um pequeno sorrisinho petulante para ele.

 

- Eu vim pedir uma trégua – ele disse baixo, por um segundo Gina pensou que ele fosse começar a rir, mas Blaise continuou sério – Eu sei que você tem um milhão de planos para nós, por causa das fotos, mas queria dizer que demos o troco. Você sabe muito bem que nos arruinou.

 

- E o lance do Terren? – ela perguntou.

 

- Você nem mesmo gostava dele – Blaise revirou os olhos – Não estou aqui porque quero ser seu novo melhor amigo Weasley, mas acho que o Draco gosta de verdade de você, e vai Deus saber por que isso foi acontecer, mas se vocês ficarem juntos você inevitavelmente nos encontrará muito no futuro.

 

- Não viaja – ela sorriu – Você acha que nós dois daríamos certo?

 

- O pior – ele sorriu – É que eu realmente acho isso, Weasley. Talvez não agora, nem amanhã, mas um dia vai acontecer. E eu não quero estar em pé de guerra com você até lá. Sei que você e o Tad agora são a dupla imbatível.

 

- Veio falar mal dele também? – ela perguntou.

 

- Eu não, faça o que quiser – ele estava rindo de novo, mas dessa vez era uma risada amigável. Estranhamente amigável – Então uma trégua?

 

- Pode ser – Gina esticou a mão e apertou a dele – Se nada mudar, se ninguém fizer nada, continuaremos assim. Cada um cuidando de sua vida.

 

- Ótimo. Tchau, Weasley.

 

- Tchau, Zabini – ela riu enquanto o via partir. Coisas estranhas da vida. Principalmente agora que seu irmão e Harry não a deixavam em paz com a história dela e de Tad. Gina não agüentava mais os dois falando mal dele. Será que ninguém percebia que ela não ia dar atenção?

 

 ***

 

Hermione desceu as escadas do dormitório decidida. Não, Harry tinha que aceitar suas desculpas. Ela não passaria mais um dia sequer sem ele. Para sua infelicidade, Harry e Lyss conversavam em uma poltrona. Pareciam próximos.

 

- Harry – Hermione disse, ignorando Lyss – Você precisa me perdoar.

 

- Hermione, nós já conversamos sobre isso – Harry se levantou da poltrona – Acabou.

 

- Eu amo você – ela ofegou – Eu amo tanto você e isso está me matando.

 

- Então talvez você sinta um terço do que me fez sentir – ele disse frio – Alyssa e eu estávamos conversando e ela disse que também tem sentimentos por mim – Hermione olhou Lyss com raiva. O que aquela garota estava fazendo? – E eu considerei muito o que ela disse. Principalmente porque Lyss jamais me magoou.

 

- Harry, eu estou implorando – Hermione chorou – Não vê que eu te amo? Eu nunca mais vou te magoar daquela forma.

 

- Eu não sei se estou disposto a correr o risco – ele observou as duas garotas. A linda Lyss e a incrível Hermione – Não sei se quero mesmo correr esse risco.

 

- Eu te amo – Hermione sussurrou – Fica comigo.

 

- Harry – Lyss chamou.

 

Harry pensou em fugir dali, do paredão. Mas porque ele deveria fazer isso? Lexie tinha lhe ensinado muitas coisas... Muitas mesmo. A principal é que ele devia primeira pensar em si mesmo. Então Harry fez isso, considerou tudo enquanto as olhava. Sabia que amava Hermione desesperadamente, mas o amor não seria suficiente. Não seria o suficiente para que ele a perdoasse. Então sua escolha estava feita.

 

- Eu já fiz minha escolha – ele segurou a mão de Lyss e num impulso a beijou demoradamente.

 

Hermione arfou, sentindo-se em pedaços. Ela se virou e correu, desesperadamente. Quando Harry encerrou o beijo não viu a ex-namorada. Ela já tinha desaparecido. Harry sorriu para Lyss, que olhava encantada para ele, mas ele se sentiu miserável. Porque sabia que nunca, jamais, amaria outra pessoa como amava Hermione Granger.

 

-x-

 

Nota da Autora: Genteeee perdão pela demora! Estava estudando como uma doida, mil provas. Sem falar no meu atraso mara com a quarta temporada. Estou empacada escrevendo o cap 10! Não é por nada não, mas vai ficar top a quarta season. Bom, ameeei os coments, adoro quando vcs me mostram, através dos seus olhos, os personagens! É muito bom.

Nom-nom adorei seus comentários! E muitoo obrigada pelos elogios!

E todas as meninas, muito obrigada por comentarem sempre, eu espero q todos amem e se divirtam com os capítulos! Eu amo escrever pra vcs!

Agora faltam só três capítulos! Continuem comentando e dando a opinião de vcs! Fortes emoções hein!

bjoooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

***Spoiler**** Os próximos caps terão os seguintes títulos (na ordem de postagem):

O adeus de Dominique

O pesadelo de Draco

O sorriso de Gina

 

Nota da Beta: O Harry tá do mal... ISSO MESMO HARRY, NÃO FICA COM GRANGER NÃO! (?)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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