Amigos?

17º capítulo: Amigos?

 

“Eu sei, pode dizer que eu sou ignorante. Que outra pessoa no mundo poderia demorar tanto para perceber que a grande mulher de sua vida é exatamente aquela que ele desprezou? Eu só preciso, agora, acreditar que as coisas não foram longe demais. Acreditar que minha decisão não veio tarde demais. Não, eu não posso acreditar nisso. Gina Weasley me pertence, e por mais que eu tenho negado isso, eu pertenço a ela. Nós somos perfeitos um para o outro, e eu vou provar isso.”

 

-Draco Malfoy.

 

 

- Podem ir na frente – Draco falou para Terrence e Blaise – As meninas já saíram mesmo.

 

- Vai falar com seu amante? – Blaise zombou.

 

- Blaise, vai se ferrar – Draco disse sério – Se você insinuar, mais uma vez sequer, que o Snape é meu amante, eu juro, vou quebrar a sua cara.

 

- Tão violento – Blaise falou rindo para Terrence. Draco fechou a cara. E o punho.

 

- Tá! Caindo fora! – Terrence puxou Blaise, sem conseguir reprimir uma risada – Estamos te esperando na aula de Herbologia. Vamos pegar um lugar para você.

 

Draco esperou dois segundos e então se voltou para as duas pessoas que ainda estavam na sala de Poções. Ele simplesmente sabia que eles eram os únicos que saiam por último. Antes Hermione e Dominique também esperavam, mas agora que eles estavam meio separados, só sobravam Harry Potter e... Rony Weasley.

 

- Eu preciso falar com vocês – Draco disse, a voz saindo insolente enquanto observava os dois – Vai demorar ou dá para ser?

 

Harry e Rony ergueram os rostos devagar, surpresos. Harry abriu a boca, mas as palavras não saiam. O que é que Draco Malfoy fazia, parado ali na frente deles com aquele jeito esnobe e superior, enquanto cruzava os braços.

 

- Como é? – Rony perguntou. Incrédulo – Você o quê?

 

- Surdos além de ignorantes – Draco revirou os olhos – Disse que quero falar com vocês – ele realmente não queria ter que descer tanto. Mas Gina valia a pena.

 

- Então fala – Harry riu – Porque eu não imagino nada saindo da sua boca que eu queira escutar. Não mesmo.

 

- Ah, é? – Draco ergueu uma sobrancelha – E Gina Weasley? Vocês não querem ouvir nada sobre ela?

 

- Olha, Malfoy! – Rony ficou vermelho e apontou o dedo para ele – Só porque você salvou a Gina, e tudo bem, valeu por isso, mas isso não te dá o direito de falar nada. Se quer saber como ela está eu digo, muito bem. Não foi nas aulas hoje, mas está muito bem.

 

- Abaixe o dedo – Draco disse devagar, ameaçadoramente. Rony abaixou o dedo – Agora me escute, eu estou aqui porque sua irmã precisa de ajuda.

 

Harry olhou desconfiado para Draco.

 

- E o que você tem com isso? – perguntou.

 

- Vocês não conhecem o Tad Nott como eu – Draco soou tão sério que os dois meninos realmente começaram a ouvir – Se vocês não a querem comigo, certamente não vão querê-la com ele.

 

- E porque você nos avisou? – Harry o encarou.

 

- Isso realmente não é da sua conta – Draco riu, incrédulo com a pergunta estúpida – A questão, Potinho, é o que vocês vão fazer para afastá-la dele.

 

- E porque devemos acreditar que ele é ruim? – Rony perguntou – Que eu me lembre, foi você que saiu com a Gina e deixou que ela ficasse mal falada. É você que não presta. E eu não vou ver a minha irmã se magoar de novo.

 

- Eu ajudo – Harry falou, sério agora – Mas nós precisamos saber como esse cara é.

 

- Vocês têm tempo? – Draco perguntou.

 

- Temos – Harry respondeu. Rony olhou de boca aberta para ele.

 

- Ótimo – Draco pegou seus materiais – A história é longa, mas vocês vão gostar de ter ouvido – ele andou até a saída da sala.

 

Harry e Rony o seguiram. Snape abriu a boca e arregalou os olhos. Ele não tinha escutado a conversa, mas realmente vira Harry Potter e Rony Weasley conversando civilizadamente com Draco Malfoy? Ele continuou ali, chocado demais para se mexer. Dizem que a turma da Corvinal o encontrou, vinte minutos mais tarde, ainda na mesma posição. Chocado.

 

 ***

 

Gina e Tad andaram devagar pela multidão de alunos. Todos iam abrindo espaço enquanto eles passavam, sorrindo de um jeito todo particular. Como se apenas os dois soubessem a melhor piada do mundo. Ou pior, como se eles simplesmente estivessem rindo de todo mundo. Eu não duvidaria dessa. Tad segurava os materiais de Gina com um braço e com o outro a segurava pela cintura.

Roxy, Stacie e Millicent olharam com inveja enquanto eles andavam, aquilo seria câmera lenta ou elas estavam enlouquecendo? Não. Tad sorriu lindamente para Gina enquanto a acompanhava para a aula de Runas Antigas. O cabelo de Gina estava preso em uma linda trança que Zéllie fizera na primeira aula.

 

- Viu só? – Tad sussurrou para ela – Todos estão te olhando. E não é de um jeito ruim.

 

- Eu sei – ela suspirou, os olhos brilhando lindamente para ele – Parece que você tinha razão, Tad. Eu só precisava de você.

 

- Não, Gina – ele disse, e parecia estranhamente sério – Eu é que precisava de você.

 

- Exibidos – Scarlett sussurrou para Pansy.

 

Tad e Gina seguiram seu caminho, ignorando completamente os olhares. Mas todos os seguiram enquanto estiveram por ali. Não posso acusar ninguém, sou culpada também. Mas quem não olharia para o quase-casal-mais-quente-do-momento?

 

 ***

 

Hayden respirou fundo e deu uma ajeitadinha no cabelo. Sim, agora ele estava perfeito. Pegou o envelope com as fotos de Colin e andou até a distraída Zéllie, que conversava com duas amigas naquele instante.

 

- Como vai Luna? – ele sorriu para ela – Oi – olhou a outra menina – Hey Zéllie, o Colin pediu para te entregar isso.

 

- Oi – Zéllie riu para ele – Você é o Hayden, certo? – ela realmente não se lembrava de muita coisa além das histórias ruins. Hayden, o irritante heartbreaker.

 

- Isso – ele sorriu lindamente para ela. Luna e a outra garota precisaram recuperar o fôlego, mas Zéllie não sentiu nem um ventinho – Aquelas fotos que ele tirou de você. Bem, está tudo pronto.

 

- Perfeito – ela esticou a mão e esperou que ele entregasse o envelope – Diga ao Colin que eu agradeço muito.

 

- Vou dizer – Hayden estava começando a deixar sua frustração transparecer. Zéllie parecia ligar tanto para ele agora como ligava no começo do ano. O que nos deixa com um zero. Ai! – Até mais meninas.

 

Zéllie revirou os olhos e abriu o envelope. Hayden não podia ter sido mais óbvio em sua fraca tentativa de cantada? Horrível, horrível. E bem, ela tinha seu lindo Nash. Não precisava de um cara como Hayden em sua lista.

 

- Que fotos são essas? – Luna perguntou.

 

- Deixa eu mostrar para vocês – Zéllie estava sorrindo de novo – Ficaram incríveis.

 

 ***

 

- Onde foi que você arrumou café nesse horário? – Colin perguntou incrédulo para Lexie. Ela estava andando suavemente até o banco dele ali no jardim.

 

- Eu tenho meus admiradores – ela deu uma piscadinha – E não explico mais nada, então, por favor, não tente.

 

- Cadê a Elisha? – ele perguntou, dando espaço para que ela se sentasse do seu lado – Estou matando minha aula e ela nem vem?

 

- Não se estresse – Lexie soprou o café e revirou os olhos. Colin achou adorável a forma como ela fez aquilo – Agora, falando sério... A Elisha deve estar com a pior gripe da história dessa escola – Colin riu do exagero – Não ria de mim Colin, é sério. Ela pediu desculpas e falou que assim que melhorar aparece.

 

- Como assim? Onde ela está? Eu vou atrás dela – ele fez menção de se levantar do banco, mas Lexie colocou calmamente a mão no ombro dele e ele se sentou de novo. Elétrico com a sensação dos dedos de Alexandra em sua pele. Mesmo a pele estando cheia de roupas... Mas...

 

- Ela está horrível – Lexie continuou explicando – Então não quer ver você. É claro. Nenhuma namorada quer que seu objeto de afeto a veja como a filha mais nova do satã.

 

- Você é uma gracinha – Colin riu – Isso é jeito de falar da sua amiga?

 

- Ela me disse isso! – Lexie se defendeu, rindo alto – Então aqui estou eu Colin, matando aula para te ajudar a matar o tempo. Elisha me mandou como seu brinquedinho particular. Divirta-se!

 

Colin segurou a vontade de abrir a boca, chocado com as palavras de Lexie. Claro que ela estava falando sem maldade, mas se soubesse como o coração de Colin estava batendo no momento. Ele deixaria qualquer turbina de avião com vergonha.

 

- Eu deveria vê-la – ele murmurou, ainda tentando se recuperar das imagens tentadoras que a frase de Lexie fizera surgir em sua mente.

 

- Não seja bobinho – Lexie deu uma golada no café – Ainda está quente. Já disse, quando ela melhorar aparece – ela olhou para o café – Quer café? Tem canela e...

 

- Eu odeio canela – os dois disseram juntos, rindo logo em seguida. Juntos também.

 

- O café morreu – Lexie o atirou na neve – E aquele garoto teve um trabalhão para conseguir. Bem, de qualquer forma, não importa.

 

- Vamos Lexie, me distraia – Colin pediu, sorrindo.

 

- Eu poderia contar piadas – ela começou – Mas não sei contar, então vou começar com histórias constrangedoras da Elisha. Sabe, eu tenho milhares dela...

 

 ***

 

Dominique se despediu de Huxley com um beijinho e saiu da biblioteca. Ela estava de saco cheio de ficar se agarrando no meio das estantes empoeiradas, mas a companhia valia à pena.

Topou com Rony e Wynter, andando de mãos dadas. Conversou rapidamente com os dois e saiu em busca de Hermione, que andava cada dia pior. Dominique sabia que tinha que aproveitar muito seus últimos momentos com Hux. Quanto tempo mais ele demoraria para perceber que amava Gina? Ela não sabia.

Homens são tão lerdos.

 

- Estava atrás de você – ela sorriu para Hermione, que lia um livro no salão comunal – Sabe, você precisa parar com essa fossa. O negócio está horrível.

 

- E você está andando muito com o Rony – Hermione revirou os olhos – Olha como falou comigo.

 

- Tão sensível – Dominique zombou, sentando-se do lado dela – Estava com o Hux, aproveitando o fim do dia. As aulas foram de matar hoje.

 

- Eu não estou curtindo fossa – Hermione se defendeu, fechando o livro que lia – Sério.

 

- Claro que está – ela riu – E acha que a Alyssa vai fazer o que quando separar o Harry e a Parkinson? Ela vai agarrar o Harry, então deixa de ser estúpida e não confia nessa garota.

 

- Não é assim – Hermione suspirou – Não é mesmo.

 

- Continue mentindo para si mesma – Dominique deu de ombros – Hey, você sabia que a Wynter pinta o cabelo? Eu vi isso hoje.

 

Hermione a encarou incrédula, depois riu. Dominique mudava de assunto com uma facilidade que ela realmente não tinha. Hermione queria voltar para a simplicidade do verão, quando só precisava sorrir e conversar com os amigos. Agora mal via Rony, sempre ocupado com a namorada ou Harry, e Harry... Bem, um caso completamente perdido.

 

 ***

 

- Gina! Gina! – Harry gritou, correndo até ela. Era a primeira vez no dia em que ele a via sem Tad, então precisava aproveitar.

 

- Oi, Harry – ela sorriu – Faz um tempo que não conversamos.

 

- É mesmo – Harry pegou os materiais dela e a guiou para um corredor qualquer, longe da agitação do saguão – Escuta, eu preciso falar com você.

 

- Pode dizer – ela parou de andar e o encarou.

 

- É que... Gina você não pode continuar andando com esse tal de Nott, o Tad Nott – Harry não parecia muito confortável falando aquilo – O cara é um pesadelo completo. Você tem que acreditar em mim.

 

- Harry – Gina suspirou, cansada – Tad é um grande amigo. Ele não faz mal a ninguém, são só boatos estúpidos. Eu não quero que você fale mal dele, tá?

 

- Só me escute – ele segurou a mão dela – Só isso.

 

- Tudo bem – ela disse, escondendo a irritação – Preciso ir.

 

- Tá – Harry olhou enquanto ela ia embora apressada. Então Draco tinha razão no fim, ela estava completamente cega. Eles precisariam de uma outra abordagem.

 

 ***

 

Draco estava há poucos metros da entrada do salão comunal da Sonserina quando alguém se chocou, propositalmente, contra ele e espalhou seus materiais pelo chão. Ele encarou a pessoa, irritado. Era Tad.

 

- O que foi seu estúpido? – Draco fechou o punho, com raiva.

 

- Olha aqui – Tad disse insolente – Se acha que a Gina vai cair na conversinha do Potter, pode esquecer. Ela veio me contar o que ele disse, pode parar de tentar seu desgraçado.

 

- Preocupado? – Draco riu cínico para ele – Ela ainda não te conhece, não é Nott? Mas eu vou me encarregar disso. Não se preocupe.

 

- Você não vai mais tê-la – Tad disse confiante – E sabe disso.

 

- Do que você tem tanto medo? – Draco riu – Vai continuar com aquelas armações para cima de mim? Não viu que eu me livrei da última? Porque não para de tentar e caí fora daqui?

 

- Gina Weasley vai ser minha vingança contra você – Tad agora ria de um jeito completamente cretino – Todo mundo vê que você gosta dela, que a ama. Mas não vai ter nada disso.

 

- Nós vamos ver – Draco disse irritado, avançando para cima dele. Ele foi quem desferiu o primeiro soco. Certeiro no rosto perfeito de Tad.

 

 ***

 

Terrence saiu do quarto e desceu as escadas para o salão comunal. A primeira coisa que viu foi Scarlett e Theodore, se agarrando como se não houvesse amanhã. Ele poderia ter revirado os olhos, como sempre fazia, e seguido com seu caminho. Mas a cena realmente o incomodou.

 

- Tudo bem? – Pansy perguntou, passando por ele.

 

- Claro – Terrence suspirou e seguiu Pansy.

 

 ***

 

Delilah entrou na enfermaria sem fazer muito barulho. Ela viu Gina, sentando silenciosamente do lado do machucado Tad Nott. Delilah não via muita coisa além da beleza dele, mas ultimamente parecia que ninguém conseguia deixar de falar dele e Gina. Como um casal. E se não fosse pelo recado que ela estava entregando, a garotinha realmente teria acreditado nos boatos.

 

- Posso falar com você? – ela sussurrou. Gina se levantou e a seguiu até a entrada da enfermaria.

 

- Oi, Delilah – Gina sorriu, cansada. Na última hora ela tinha escutando umas besteiras de Harry e depois foi simplesmente foi avisada de que Tad estava na enfermaria, machucado depois de brigar fisicamente com Draco Malfoy – Algum problema?

 

- Eu tenho um recado – a garotinha falou – E deixe-me perguntar, quando é que você e Draco vão ficar juntos? – Gina ignorou a última parte – Bem, ele pediu para você encontrá-lo na última sala antes da sala de Adivinhação, no sétimo andar.

 

- Tudo bem. Obrigada – Gina agradeceu.

 

- Tchau Gina – Delilah sorriu e sumiu de vista. As vantagens de ser pequena.

 

Gina andou até Tad, que estava deitado em uma cama enquanto esperava a poção para dor fazer efeito.

 

- Meu nariz foi consertado – ele disse para ela com um leve sorriso – Mas ainda está doendo terrivelmente.

 

- Eu preciso ir, rapidinho – ela se aproximou e deu um beijinho no rosto dele – Volto logo. Tudo bem? – Tad estava cheio de hematomas. Draco tinha batido com vontade, vontade mesmo.

 

- Claro – ele sorriu. Zéllie, Faith e Huxley entraram naquela hora – Viu? Já tenho companhia.

 

- Até daqui a pouco – Gina falou quando passou pelos três – Volto em um segundo.

 

- Não se preocupe – Zéllie falou – Vamos cuidar do acidentado.

 

- Não está tão mal – Tad falou emburrado. Ele estava achando totalmente humilhando a situação toda, mas pelo menos Gina tinha ficado ali.

 

 ***

 

Draco estava deitado no chão, sentindo o corpo doer. Ele tinha batido mais do que apanhado, mas não queria dizer que tinha apanhado pouco. A porta foi aberta devagar e ele viu os pés dela, calçados em uma sapatilha toda bonitinha.

 

You light the skies, up above me

A star so bright, you blind me

Don't close your eyes

Don't fade away, don't fade away

 

- Hey – Gina apontou a varinha para ele, iluminando a sala escura – Caramba, você está horrível. Claro que... – ela comentou com desgosto – Não tão ruim quanto o Tad? Vocês não sabem ser civilizados?

 

- Na maioria das vezes – ele riu, e se arrependeu no instante seguinte. Rir doía agora.

 

- O que? – ela perguntou preocupada, sentando no chão – Você precisa da enfermaria.

 

- Não vou enquanto ele estiver lá – Draco disse teimosamente.

 

- Sabe – ela disse enquanto tirava o cachecol e a capa – Eu nunca te agradeci realmente por ter me salvado, lá no jardim. Foi o pior dia da minha vida. Estava tudo confuso e eu mal via um passo à frente.

 

- Está tudo bem – ele falou, tomando o cuidado de não rir agora.

 

Yeah you and me we can ride on a star

If you stay with me girl,

We can rule the world

Yeah you and me we can light up the sky

If you stay by me side

We can rule the world

 

- E então você me deixou na enfermaria e o Tad surtou com você – ela riu sem humor – Atirou a capa que você havia me emprestado. Você a pegou? – Draco confirmou – E eu fiquei pensando e pensando... Você não precisava ter ido atrás de mim, mas você foi. E me resgatou.

 

- Não foi nada – ele a olhou seriamente, segurando o pulso de Gina – Você sabe que eu me arrependo, não sabe?

 

- Não importa agora – ela desviou seus olhos dos dele. Pegou o cachecol e foi passando com cuidado no sangue que se espalhara no rosto dele – Por um tempo eu estive mergulhada em lágrimas, e o Tad também me salvou. Por isso eu não quero ouvir coisas ruins dele.

 

- Mas você sabe que ele não presta – Draco falou, fechando os olhos enquanto deixava as mãos dela cuidarem delicadamente dele.

 

- Isso não diz nada para mim – ela suspirou – O Tad pode ter sido ruim com outras pessoas, mas nunca foi comigo. E é com isso que eu conto – Gina olhou atentamente o rosto dele – Melhorou um pouquinho.

 

Draco se sentou. Ele segurou o rosto dela entre suas mãos, observando cada pequeno traço visível na fraca luz da varinha. Gina segurou as mãos dele e as tirou de seu rosto. Foi ela quem deu o primeiro passo, quem beijou primeiro. Ela beijou os lábios dele, e cada pequeno machucado no rosto de Draco.

Ele fechou os olhos mais uma vez. Os beijos dela eram tão suaves quanto o bater de asas de uma minúscula borboleta.

 

If walls break down, I will comfort you

If angels cry, oh I'll be there for you

You've saved my soul

Don't leave me now don't leave me now

 

- Eu não quero fazer seu rosto doer – ela murmurou. Vê-lo machucado a deixava perturbada e ela odiava se sentir assim, ridiculamente impotente quando estava na frente dele.

 

- Eu não me importo – ele sussurrou.

 

Os dedos dela tremiam enquanto empurrava a capa dele para o chão, deslizando-a pelos braços de Draco. Foi abrindo os botões com cuidado, um de cada vez. Ele fez seu primeiro movimento, tocando gentilmente o rosto dela. Ele abriu os botões da camisa dela com mais eficiência.

Ele a segurou pela cintura, deitando-a no chão com um movimento rápido. Gina o puxou com urgência, os dedos apertando as costas musculosas de Draco. Os beijos foram ficando cada vez mais rápidos, ansiosos. Ela fechou os olhos e deixou que ele tomasse conta de tudo. Se entregou ao momento, a ele. Agora não tinha mais volta.

 

All the stars are coming out tonight

They're lighting up the sky tonight

For you, for you

(Take That – Rule the World)

 

 ***

 

- Então quantos dedos têm aqui? – Blaise perguntou rindo para Pansy.

 

Ela ergueu os olhos do livro que estava em seu colo e o encarou, incrédula. Pelo menos ele não estava falando sobre a idiotice toda que tinham feito. Draco não poderia saber daquilo nunca, jamais.

 

- Você é tão bobo – ela revirou os olhos, sorrindo atrevida.

 

- Pelo menos matamos o tempo – ele puxou o livro do colo dela e o fechou com um baque – Vamos nos distrair P. Anne.

 

- Não me chame assim – ela reclamou. Depois se ajeitou no sofá e o encarou, o rosto de Blaise brilhava por causa do brilho das chamas da lareira. Ele estava arrasadoramente bonito.

 

Os dois riram juntos, depois começaram a brincar. Ali, esquecidos em um canto qualquer do salão comunal. Pareciam dois namorados, mas pelo menos por enquanto, isso realmente não vai acontecer. Vamos ver o que o tempo nos diz.

 

 ***

 

Gina se jogou na cama com um sorriso bobo no rosto. Tá, ela provavelmente não devia ter feito aquilo, mas estava feliz. Tinha sido tão perfeito quanto ela imaginara e tinha sido com ele, Draco Malfoy. Ela não conseguia imaginar outra pessoa tão perfeita quanto ele.

Ali, na reconfortante escuridão de seu quarto, milagrosamente vazio, Gina deixou o pensamento flutuar para ele. De novo.

Ela suspirou e fechou os olhos, ainda sorria. E ia sorrir por muito tempo ainda.

 

 ***

 

- Eu passei a tarde falando com a Lexie – Colin contou para Hayden enquanto os dois expulsavam dois meninos do segundo ano para se sentarem no lugar que eles ocupavam – Ela é mais divertida do que parece.

 

- E eu passei a tarde imaginando como conversar com a Zéllie – Hayden suspirou irritado – Ela é a menina mais impossível do planeta. Você não vai acreditar.

 

Faith atravessou a passagem e sorriu para Colin. Ela estava pensando seriamente em ignorar Hayden, mas estava cansada disso tudo. Estava bem claro que Hayden não estava mais no pé de Lexie, e não a incomodava mais também. Era até patético os olhares que ele lançava para, a nada receptiva, Zéllie.

 

- Oi, meninos – ela se sentou de frente para eles – Alguém viu a Brooke e a Lyss?

 

- A Brooke está com o Myron – Hayden falou, ainda surpreso com toda a educação de Faith – E a Alyssa sumiu.

 

- Se ela ouvir você dizendo o nome completo dela, te mata – Faith riu – Sério, ela odeia que a chamem de Alyssa.

 

- Eu prefiro Alyssa – Colin comentou distraído, apoiando os pés na mesinha de centro – É mais bonito que Lyss. Não que Lyss não seja bonito.

 

Faith e Hayden se encararam e riram. Colin estava mais aéreo que o normal.

 

- Então Hayden – Faith começou – O que você tem feito ultimamente?

 

- Bem – ele começou, com um de seus sorrisos irresistíveis – Eu vi em uma revista, ontem mesmo, que vai lançar a...

 

 ***

 

Lyss viu quando Harry e Lexie se despediram. Ela pensou em ficar para conversar com ele, mas não parecia uma boa idéia. Ela só deu as costas e foi para o salão comunal, cansada. O que foi uma idéia realmente maravilhosa da parte dela, porque se Lyss tivesse ficado mais, teria visto o sorridente Draco Malfoy encontrar Harry. Em outros tempos, isso teria desencadeado uma catástrofe, mas naquele momento Harry ficou feliz em ter encontrado Draco.

 

- Preciso falar com você – ele começou, olhando desconfiada para o sorrisinho feliz de Draco. Todo mundo sabia que Draco Malfoy era a pessoa mais emburrada do planeta.

 

- Fale – Draco o encarou, ainda sorrindo.

 

- Bem – Harry começou, levemente desconcertado com a felicidade dele – Acontece que não deu certo. A Gina não me ouviu. Foi como você disse.

 

- É, eu sei – Draco respirou fundo – O Nott e eu brigamos por isso – Harry arregalou os olhos ao ver os machucados no rosto de Draco. Parecia sério. Então porque ele ainda parecia feliz? – Vai ter que ser de outro jeito.

 

- Claro, claro... Hey, você não precisa ir na enfermaria? Quando foi a briga?

 

- Acho que umas três horas atrás – Draco deu de ombros – Estava indo para lá agora.

 

- Tudo bem então – Harry olhou preocupado. Draco estava ficando idiota ou o quê? Ele devia ter ido na enfermaria na hora – Amanhã falamos sobre isso, com o Rony. Ele quer estar presente.

 

- Pode ser, pode ser – Draco balançou a mão de qualquer jeito – Amanhã vamos conversar sobre como tirar aquele estúpido de cima dela.

 

Harry estava cada vez mais preocupado. Porque Draco estava ajudando? Ele realmente gostava de Gina? Isso seria possível?

 

- É, lá no corujal – Harry combinou – Ninguém vai lá cedo.

 

- Tudo bem, Potter – Draco falou – Agora acho que vou indo. Enfermaria – explicou.

 

- Claro – Harry balançou a cabeça – Amanhã antes do café da manhã. Corujal.

 

- Certo – Draco falou enquanto se virava e ia embora. Harry ficou confuso, parado lá. Quem era aquele garoto que tinha conversado com ele? Quase que civilizadamente, o que era mais preocupante ainda. Bem, Harry suspirou, ele é que ia cuidar de sua vida agora. O grifinório foi andando devagar, curtindo a deliciosa sensação de estar andando por uma escola quase vazia.

 

 ***

 

A carruagem parou na porta da escola quase dez horas da noite. Dakota desceu dela com um pequeno sorrisinho. Ela estava realmente tentando acreditar que tinha superado tudo aquilo. Claro, as pessoas ainda falariam mal dela, mas quanto tempo isso duraria? Uma semana? Dois dias?

Ela já tinha chorado demais por aquilo. Pensou em procurar Pansy e Scarlett, mas era tarde para fazer isso.

Filch a esperava, não parecendo muito feliz. Grande novidade.

A loirinha subia as escadas. Não vou dizer que ela voltou com tudo, mas os quinze dias com certeza deram uma melhorada na garota. Claro que, ela ainda é a vadia que ficou com o professor. Mas quem sou eu para julgar? Será que alguém nessa escola ainda tem moral alguma para julgar alguém?

Com certeza não. Mas isso nunca nos impediu, certo?

 

-x-

 

Nota da Autora: Postadooo gente! O próximo cap chama Princesinha do Tad! Como de costume, a temporada vai até o cap 22, mas eu ainda estou escrevendo a quarta temporada pq mudei muuita coisa. Anyway, cap dedicado a Brunita Moraes que acabou de me cobrar no facebook! Quase três da manhã e eu já vou!

Qq perguntinha, dicas, deixem recados. Quero saber sempre a opinião de vcs sobre os personagens pq me ajuda muito a escrever. 

bjooooooooooooooooooo

 

 

Nota da Beta: Coitado do tio Serv, gente xD. É difícil decidir se o par mais cute é Lexie/Harry ou Lexie/Colin :3. Será que o Terren FINALMENTE vai sentir algo além de amizade pela S. Anne? Ui, ui.

Preciso, realmente, dizer o quanto babei total na cena D/G? E eu AMO essa música *-*... e a cara total happy do Draco falando com o Harry foi totalmente imaginável - ri horrores. Na verdade eu mesma 'tava sorrindo que nem besta.

E o Harry se perguntado se o Draco 'tava ficando idiota? Hsuhauhsuahsuahs xD

Adoro!

Um dos meus capítulos preferidos até agora *W*.

 

 

 

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