Acordando

8º capítulo: Acordando

“Se eu não fosse tão inconstante até conhecer Dominique, talvez tivesse me apaixonado de primeira. Mas eu andava preocupado demais com a insossa Wynter para notá-la. Infelizmente, para mim, quando a notei, era tarde demais para voltar atrás. Porque Dominique tem aquele jeitinho francês irresistível. Uma combinação de sotaque e sorrisos. Ela me tira dos dramas ao redor. Menos os de Gina, porque desse eu não me importo de participar. Principalmente por estar com o terrível sentimento de culpa. A sensação de não ter feito nada.”

-Rony Weasley.


- E eu realmente quero ter uma coisa diferente, mas profunda talvez – Owen disse sério, os olhos fixos na entediada Dominique – Acho que podemos avançar um degrau. O que você me diz?

- Owen... – Dominique suspirou – Eu acabei de jantar, estou com sono e cansada... Agora não é um bom momento.

- Mas você não entende Domi – ele disse sério – Eu não agüento mais viver assim.

- Owen eu... – ela o encarou. O que diabos ia falar para ele? Quem nem a pau ia namorar naquela idade? Que acreditava fielmente que namoros de escola acabavam na formatura? Que isso só a atrasaria?

O que magoaria menos?

- Dominique! – Rony gritou, andando até ela – Você precisa vir comigo agora mesmo.

- O que houve? – Dominique perguntou alarmada, encarando-o – O que houve?

- Você tem que vir – ele segurou a mão dela – Foi mau cara – Rony encarou Owen – Mas é minha irmã. É urgente.

- Pode ir – Owen disse preocupado, os olhos arregalados – Nos falamos depois Domi – ele murmurou, voltando quase correndo para o salão principal.

- E então? – Dominique perguntou séria.

- Ele já sumiu – Rony sussurrou. Os dois começaram a rir ao mesmo tempo.

- Eu te devo uma, Ronald Weasley – Dominique murmurou, segurando a mão dele e o encarando.

Rony ficou perdido nos olhos dela por alguns segundos. Não só porque Dominique estava segurando a mão dele, mas também porque ela tinha falado sem sotaque nenhum. Só uma frase, mas ele gostou de ouvir.

- Agora vamos embora antes que ele volte – Rony disse, assumindo o controle de novo – Seus namorados são insistentes.

- Ele não é meu namorado.

- Mas quer ser.

- E isso não o torna, não é?

Com certeza, Rony completou em pensamento.

 ***

Pansy sentou em uma poltrona e encarou a lareira. Ainda chocada com o que Harry Potter tinha feito. Mas ele não era o garoto mais sem graça do mundo até ontem mesmo? E onde ele tinha aprendido a beijar bem daquele jeito?

- Tudo bem aí? – Scarlett perguntou para ela – Você sumiu.

- Não é nada – Pansy balançou a cabeça, não estava nem um pouco bem – Só estou um pouco perplexa.

- Draco? – Scarlett perguntou compreensiva.

- Não – Pansy suspirou, os olhos ainda fixos no fogo – E você?

- Terrence está com a piranha – Scarlett deu de ombros, falando tão casualmente que Pansy riu – Eu estava conversando ali com a Stacie, a Roxy e a Millie.

- Até que elas não são tão ruins – Pansy comentou – Quer dizer, sem elas não teríamos feito aquilo com a Weasley.

- Nem me fale – Scarlett encostou a cabeça no sofá – É sempre bom estar de olho naquela ruiva manipuladora. Você sabe tudo o que ela fez.

- Dakota está de olho, certo? – Pansy a encarou pela primeira vez. Sua cabeça ainda estava em Harry.

- Claro que sim P. Anne, Dakota está de olho.

- É meio irritante você me chamar assim – Pansy disse para a melhor amiga – Mas já que você insiste, vou te chamar de S. Anne.

- Que dupla, hein? – Blaise perguntou rindo, sentando-se no meio das duas – Minhas duas Annes.

- Já aqui Blaise? – Scarlett perguntou curiosa – Deixou a namoradinha sem graça?

- Wynter estava cansada – Blaise deu de ombros – Foi dormir. Mas se vocês quiserem me distrair, eu aceito muito bem.

- Nos seus sonhos – Scarlett e Pansy falaram ao mesmo tempo.

 ***

Dakota riu do comentário de Hayden e relaxou. Era a primeira vez em semanas que se sentia bem no salão comunal da Grifinória. Ela estava lá sozinha quando Hayden apareceu todo feliz. Os dois estavam conversando desde então. Coisa que nunca tinham feito.
Colin estava com Elisha, e Faith não olhava na cara dele. Hayden podia ser um amigo nas paredes hostis daquele lugar.

- É sério Dakota, todo mundo ficou reclamando durante o verão – Hayden falou – E agora ninguém fica dois minutos lá fora sem falar como sente falta do sol escaldante do verão.

Dakota lembrou de Colin, e da amizade promissora que tinha com ele. Os dois passaram horas e horas vagando por Hogwarts, tirando fotos de várias criaturas, dos terrenos... Mas ela o abandonara para se dedicar ao namoro com Blaise e Draco, e Colin não tirava mais fotos porque andava ocupado demais com a namorada bonitona que tinha arrumado.

- As pessoas reclamam demais – Dakota sorriu – Eu adoro qualquer estação.

- Com certeza – Hayden a encarou.

Ele não tinha mais toda aquela queda por Dakota, mas também não pensaria duas vezes antes de beijá-la. Infelizmente, no momento, ele tinha outras duas garotas para recuperar então teria que ficar só na amizade com Dakota.

- Eu sinto falta do Colin – ela disse de repente – Nós éramos bons amigos.

- Ele também sente sua falta – Hayden respondeu – Vocês deviam conversar.

- É, você tem razão... – Dakota o encarou – Agora não é a hora. Não ainda.

- Só não desista – Hayden a encorajou – Uma boa amizade é difícil de achar. Acredite em mim. Mais difícil que uma namorada.

 ***

Draco andou rápido, mas silenciosamente. A única coisa que ele podia ouvir era seu próprio coração batendo. Batidas fracas, sem ritmo.
Quando entrou na enfermaria, soube exatamente onde Gina estaria. Ele já tinha conversado com Noah mil vezes, fazendo perguntas sutis e diretas. Ele queria saber de Gina, mais do que o aceitável. Mas quem se importava com aquilo?
Eu não sabia direito o que tinha acontecido, e quanto mais pensava sobre as fotos mais via que devia ter esperado Gina para conversar com ela. Os dois estavam se entendendo, de um jeito estranho e complicado, mas estavam.
Ele parou do lado da cama dela e a observou dormir. Gina estava pálida, magra, e ainda assim maravilhosa. Ele queria ver o maldito sorriso cínico e maldoso dela. Queria ouvi-la dizer aquelas coisas que só ela percebia sobre as pessoas.

- Eu sinto muito – ele sussurrou, abaixando-se e dando um beijo nos lábios dela.

Deu mais uma olhada e deixou do lado do rosto dela uma única flor. Uma rosa tão vermelha quanto os cabelos dela. Ele não sabia se a amava, ou se sentia falta de conversar com alguém tão parecido com ele. Mas alguma coisa estava faltando e ele iria atrás disso assim que ela acordasse.
Os dois podiam conversar, entender o que estava acontecendo. Ele perdoaria a história das fotos, já estava resolvido. Só queria se livrar daquela obsessão. Quando Draco saiu e fechou a porta da enfermaria, Gina abriu os olhos e olhou a porta.

- Não, eu não perdoou você – ela murmurou.

 ***

Você quer saber o que Dominique, Huxley, Zéllie, Tad, Faith, Terren, Hermione, Harry, Colin, Hayden, Rony e Faith têm em comum? Naquela manhã, quase duas semanas depois de Gina ter sido internada com uma grave pneumonia, eles estavam aguardando do lado de fora da enfermaria enquanto Madame Pomfrey fazia os últimos exames antes de liberar a paciente mais visitada da escola.

- E você sente saudades da França? – Hux estava perguntando para Dominique. Os dois estavam conversando há pelo menos meia hora.

- Um pouco – ela assumiu – Mas eu fiz ótimos amigos aqui, então isso compensa tudo.

- E sua família? – ele perguntou curioso. Já tinha conversado com Dominique uma ou duas vezes, isso quando ele e Hermione saiam juntos, só que nunca tinha parado para prestar atenção nela.

E caramba! A garota era linda de matar.

- Meus pais estão em Londres agora, mas minha irmã mora na França ainda – Dominique explicou – Ela não quis largar tudo e mudar para cá.

- Você deve sentir falta dela – Huxley comentou, aliviado por perceber que estava começando a esquecer Gina. Podia ser um começo insignificante, mas pelo menos ele estava achando uma garota bonita. Isso não acontecia desde Gina.

- Ah sim, Angelique é ótima – Dominique sorriu – Mas tem um namorado que não larga de jeito nenhum.

- Então ela parece minha irmã – Huxley comentou rindo – Eu nem sei porque a Zéllie está aqui conversando com a Faith. E o Tad.

- Tad Nott? – Dominique o encarou, vendo como ele era ainda mais bonito de perto. Impressionante – Você é amigo dele?

- Há anos – Hux explicou – Mas continue me falando de você.

Dominique sorriu e passou a mão no cabelo. Ele estava preso em uma trança embutida que demorara uma hora para ficar pronta. E mesmo com todo o frio insuportável, e as milhares de roupas que ela precisava usar para não morrer congelada, mesmo assim ela sabia que estava linda. Isso é que é ter confiança.

 ***

Faith tentou tirar os olhos do lindo sobretudo azul marinho que o alto Tad usava. Ele estava bem demais com aquela roupa, o que o tornava perigosamente irresistível. Nos últimos dias ela, Zéllie e Tad se encontraram algumas vezes. Sempre para falar sobre como abordariam Gina, o que fariam se ela não aceitasse, o que fariam se ela aceitasse.

- Eu acho que é muito cedo falar nesse instante – Tad falou – Ela passou dias e dias para se recuperar de uma pneumonia, não deve estar com vontade de conversar sobre nada.

- Gina está mal para caramba – Faith assumiu – Mas se falarmos com ela, sei que as coisas vão melhorar.

- Eu quero começar logo – Zéllie disse animada – Imaginem todas as possibilidades do que estamos planejando. A volta de Gina Weasley. A volta de Tadwyn Nott.

- Tad, por favor – ele pediu – Tadwyn é um nome terrível.

- Eu não acho – Faith sorriu para ele. Tad podia chamar Arroz, e ainda seria o cara mais gostoso que ela conhecia – Seu nome é lindo.

- Sei – ele revirou os olhos, encostando-se na parede – Vamos falar os três com ela então? Uma comitiva?

- O que você prefere? – Zéllie o encarou, emburrada.

- Falar sozinho – ele disse em tom óbvio. Ele sabia que a convenceria, sabia que tinha um certo poder sobre garotas.

Principalmente as frágeis e sem graças.

- Vamos esperar e ver como ela vai estar quando sair – Faith disse – Aí decidimos como vai ser a abordagem.

Tad encarou a porta da enfermaria, ansioso. Seu martírio iria acabar e o de Draco Malfoy ia começar. Ele sorriu para si mesmo. Mal via à hora de começar também.

 ***

Terrence sorriu e abraçou Hermione. Ele estava feliz por ver que Harry não tinha criado caso nenhum ao vê-los ali. E Hermione não reclamava de Scarlett há dois dias. Ele não podia esperar mais nada de melhor. Bem, talvez se Gina ressurgisse incrível, uma fênix.

- Estou com frio Terren – Hermione falou baixinho, dando um beijo rápido nele – Acha que Gina vai ficar bem?

- Tenho certeza absoluta disso – ele sorriu – Gina é mais forte do que nós imaginamos. Ela vai voltar incrível.

- É, vai sim – Hermione murmurou. Ela estava feliz por não ter visto Scarlett dando em cima de seu namorado nos últimos dias, mas uma coisa horrível a incomodava.

Era Harry. E meu Deus! O que tinha acontecido com ele? Harry usava uma calça jeans escura e um suéter branco que o deixava alto e assustadoramente gostoso. Ele estava escorado em uma parede, conversando com Colin, Hayden e Rony enquanto esperavam Gina sair.
Ela sabia que Harry era alto, bem mais do que ela até, mas nunca tinha tido realmente consciência disso. Vê-lo de longe era diferente, quase como se ele fosse um estranho. Então talvez fosse sobre isso que Parvati e Lilá estava falando há dias. Harry estava diferente, mais leve, mais feliz.
Ela sentiu um ciúme feroz ao se dar conta disso. Ele estava com alguém, ela tinha certeza. Harry estava namorando e estava diferente. Ela não podia ser uma grifinória, ou Hermione saberia. Então quem seria?

- Em que está pensando? – Terrence perguntou, dando mais um beijo nela.

- Nada de mais – Hermione sorriu para ele e voltou seus olhos para Harry.

Ele estava sorrindo abertamente, os olhos brilhando vivos. Era como se Harry tivesse vivido anos no meio de uma tempestade... E agora o céu estava claro e limpo. Era refrescante, e assustador.

 ***

Draco abriu a blusa de Pansy e a deitou na cama. Ninguém estava no quarto. Mais um domingo às nove da manhã. Só mais uma manhã para ele.

- Calminha Draco – Pansy sorriu, tirando sua própria blusa – Essa roupa custou uma fortuna, então não a rasgue.

- Me desculpe P. Anne – ele murmurou no ouvido dela, fazendo-a rir – Scarlett me falou que é seu novo apelido.

- Achei ele detestável – Pansy revirou os olhos.

Ela não reclamaria de nada naquele dia. Será que Draco estava voltando ao normal? As coisas iam ficar quentes e excitantes como sempre? Ainda que ele ficasse chato de novo até o dia seguinte, sumindo pelos cantos... Pelo menos ela saberia que ele a procurou. E que os dois tinham dormido juntos. Isso significava que ele se interessava por ela, e só dava mais forças para que Pansy lutasse por ele.

 ***

A porta da enfermaria abriu. Uma quietinha Gina saiu, o cabelo preso em um coque e o cachecol da Grifinória no pescoço. Ela não estava linda como uma fênix, e nem um pouco animada. Se esquivou do irmão, sorriu um pouquinho e disse que ia dormir. Todos ficaram chateados. Gina não estava nem um pouco melhor, só parecia mais triste ainda.

- Pelo menos ela se curou – Dominique comentou – Isso é bom, não é?

- Eu falo com ela – Tad olhou Faith e Zéllie – Não agora, obviamente. Não se preocupem, eu sei exatamente o que fazer.

 ***

Pansy sorriu ao ver Draco dormindo profundamente e se levantou. Lexie estava no salão comunal, exatamente a pessoa que ela estava procurando. Pansy a arrastou para um canto, falando baixinho e rápido.

- Você está proibida de ver Harry Potter – Pansy disse irritada – Onde estava com a cabeça Lexie? Ele é uma vergonha.

- Harry é incrível – Lexie suspirou tediosamente – Sério Pansy, só porque você está me enchendo... Agindo como minha mãe, só por isso vou agora mesmo procurar o Harry. Vou transar com ele.

- Não ouse fazer isso! – Pansy gritou quando viu a irmã se afastar. Várias pessoas no salão comunal viram a briga – Eu mato você. E ele.

- Não enche Pansy – Lexie gritou um segundo antes de sumir pela passagem.

Ela estava indo se encontrar com Harry naquele instante, de novo no vestiário. Os dois se divertiam e ela não pensava em mais nada quando a boca de Harry estava na sua. Lexie sabia que ele ainda amava Hermione Granger, e a achava a maior estúpida do mundo por abandoná-lo. Cruzou com Dakota e Hayden no caminho e os ignorou. Ela não queria saber de Hayden, ele era passado. Absolutamente passado.

- Você está cada dia mais linda Lexie – Harry murmurou, puxando-a com força – Sério – ele a observou – Você é linda.

- E você é muito gentil mesmo – ela suspirou. Era tão estranho ser tratada tão bem por alguém... e caramba! Onde estava o Harry sofredor? Porque ele parecia tão relaxado e gostoso naquela roupa de grife?

- Roupa nova? – observou, beijando o pescoço dele.

- Algumas queimaram sem querer – ele deu uma risadinha e a beijou.

 ***

Gina observou o céu e suspirou. É, ela não deveria estar no jardim depois de ter ficado dias de cama por causa de uma pneumonia, mas seu quarto estava sufocante demais naquele momento. Ela precisava de paz, sair um pouco de perto de todas aquelas pessoas.
Gina foi andando devagar no lugar deserto, sem se dar conta de que alguém andava em sua direção. Alguém que vinha mudando muita coisa. Era quase como se a neve pudesse sentir e estivesse se agitando, flutuando ao redor dela.
Tad andou decidido até Gina. Tinha passado vinte minutos de olho nela. Percebeu que Gina até que era bonita, mas não conseguia ver o rosto dela direito. Um rosto deprimido e sem vida, o cabelo tampando os olhos. Ele queria poder conversar com Gina e convencê-la. Também pensava que não seria demais pedir para Gina ser maldosa e cínica. Não, ele não agüentaria uma bobinha.
Ele foi andando e andando, deixando marcas na neve. Sabe quando você assiste algo e sabe que aquilo é um novo começo? Toda uma vida nascendo bem ali, na sua frente... E você respira fundo e assisti o caminho ir terminando.
Gina ergueu o rosto quando percebeu que alguém tinha parado na sua frente. O cabelo ruivo continuava no rosto e Tad não conseguiu enxergá-la direito. Mas Gina o viu muito bem, ele era Tad Nott o inimigo número um de Draco.

- Oi – Tad murmurou – Eu tenho uma proposta.

Ele era direto. Ela gostava disso. Gina se lembrou das conversas sobre a volta de Tad, lembrou-se do rosto perturbado de Draco ao falar dele. E tantas e tantas lembranças tão bem escondidas em sua memória que ela não fazia idéia que estavam ali. Mas elas estavam. E agora voltavam com força.

- Olhe só – Harry puxou Gina pela mão – Malfoy e Nott estão brigando.

Gina arregalou os olhos quando Draco foi atirado contra a parede de pedra. Tadwyn sangrava horrivelmente, mas parecia satisfeito.

Tadwyn só podia estar ali por um motivo. Gina soube só de olhar para ele. Vocês lembram que ela sabe reconhecer ambiciosos? Tad era o número um deles. Ele era cruel, terrível, maldoso... E isso só o deixava mais divertido ainda.

- Você me paga Malfoy! – Tad gritou enquanto se levantava do chão. O rosto sangrava sem parar – Isso vai ter volta.

- Estou esperando – Draco retrucou, os braços cruzados e um sorriso irônico – Estou pagando para ver, na verdade.

Uma fina camada de flocos de neve começou a cair. Um vento gelado os cercou, enquanto os flocos de neve dançavam no ar. Gina piscou duas vezes, tentando entender o que estava acontecendo ali com ela. Tad a encarava pacientemente, um sorriso cínico nos lábios.

- Malfoy foi internando – Hermione contou para Gina enquanto as duas desciam para o almoço – Tad Nott o derrubou da vassoura. Dez metros de altura.

Foi no instante em que o primeiro floco caiu em seu rosto que o vento começou. Ele jogou o cabelo de Gina violentamente para trás. Um vento bem incomum para uma tarde tão gelada. E Tad pode finalmente ver, petrificado, a beleza de Gina Weasley. Ela tinha os olhos verdes mais lindos do mundo, o rosto mais insensível e cruel. Eles eram almas gêmeas.
Gina entendeu que nada estava perdido, que Tad era sua chave. Ela estava finalmente acordando depois de semanas de agonia. Seu sofrimento não existia mais, ela era uma garota sem medo. Tad continuou observando-a, olhares gelados de um para o outro. Olhares que queriam dizer tudo. Draco ia pagar caro por tudo aquilo, Gina pensou seriamente, ele ia querer morrer quando ela tivesse acabado.

- Tad Nott – Tad disse sério, esticando a mão para Gina.

- Ginevra Weasley – Gina respondeu profundamente, a voz cortando o ar gelado como uma faca contra o rosto dele. Tad sentiu seu corpo se arrepiar. O que diabos era aquela menina? Como ela podia ser intensa daquele jeito?

Os dois se deram as mãos. Um pacto tinha sido feito. E não havia testemunhas para espalhar a notícia. Gina Weasley estava de volta, e dessa vez, muito bem acompanhada. Gina olhou para Tad antes de fazer aquilo que não fazia há semanas. Sorrir. Foi o seu sorriso venenoso, e ele transbordou maldade para todos os lados, afundando Tad. Ele podia não saber na hora, ma já estava perdido. Gina não seria sua caça, ela seria a caçadora. O sorriso foi ficando cada vez maior, mais perigoso. Tad não podia tirar os olhos de Gina e ela não queria que isso acontecesse. Era um sorriso de alívio.
Ela estava finalmente de volta.

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Nota da Autora: É isso aí gente, amei escrever esse capítulo. Agora os próximos serão ação e mais ação. Chega de depressão nesse inverno. E comentem muitoooo, to adorando ver todas vcs tão participativas. Dúvidas, idéias novas... Só mandar nos coments. bjooooooooooooo

Nota da Beta: UAU! Eu estava simplesmente louca pra ver ISSO ai de cima acontecer, louca mesmo... agora Tad SABE quem a Gina é de verdade, e bem, eu estava louca pra escrever isso, então lá vai... GINA IS BACK, BITCHES! (6³)

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